Tópicos | Ex-presidente francês

A Justiça francesa condenou o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy, nesta quinta-feira (30), a um ano de prisão por financiamento ilegal de campanha, por ter excedido o limite de gastos autorizados nas eleições de 2012.

O ex-chefe de Estado (2007 a 2012), que não compareceu à leitura da decisão, "continuou com a organização de comícios", apesar de ter sido advertido "por escrito sobre o risco de superar" o limite legal de gastos, afirma o veredicto.

"Não era sua primeira campanha. Já tinha experiência como candidato", acrescentou a presidente do tribunal, Caroline Viguier, que impôs a pena máxima possível: um ano de prisão.

Em março, Sarkozy, de 66 anos, tornou-se o primeiro ex-presidente da Quinta República (regime iniciado em 1958) a ser condenado a um ano de prisão por corrupção e tráfico de influência em outro processo. A defesa recorreu da decisão.

A condenação desta quinta-feira aconteceu no caso conhecido como "Bygmalion", que diz respeito às contas de campanha da eleição presidencial de 2012. Foi derrotado nas urnas pelo socialista François Hollande.

A pena é superior aos 12 meses de prisão, incluindo seis com suspensão condicional da pena, solicitada pela Promotoria ao final do julgamento, realizado em maio e junho. A acusação chamou a campanha de "espetáculos ao estilo americano", com gastos sem preocupação.

O excesso de gastos teria sido ocultado em um arranjo financeiro entre o partido governista União por um Movimento Popular (UMP) - atualmente Os Republicanos - e a empresa que organizou os eventos, a Bygmalion.

Ao contrário dos outros 13 acusados, que receberam penas de dois a três anos e meio de prisão, o ex-chefe de Estado não era acusado pelo sistema de cobrança dupla implantado, e sim de "financiamento ilegal de campanha".

De modo concreto, a campanha gastou 42,8 milhões de euros (49,6 milhões de dólares na cotação atual), quase o dobro do limite legal.

"É um conto", afirmou Sarkozy durante o julgamento. "Eu gostaria que explicassem o que fiz a mais na campanha em 2012 do que 2007. É falso!", completou.

O ex-presidente também tem outros processos abertos. A Justiça acusa-o de corrupção passiva e de associação criminosa, entre outros delitos, pelo suposto financiamento líbio de sua campanha de 2007. Neste ano, saiu vitorioso da corrida eleitoral e chegou ao Palácio de Eliseu.

A Promotoria Nacional Financeira (PNF) também investiga Sarkozy por tráfico de influência e por lavagem de dinheiro, em relação a suas atividades de consultoria na Rússia.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy compareceu nesta terça-feira (15) ao julgamento pelos gastos excessivos em sua campanha eleitoral de 2012.

Os promotores afirmam que os contadores alertaram Sarkozy que ele estava prestes a ultrapassar o teto de gasto de 22,5 milhões de euros (26,7 milhões de dólares), mas que ele insistiu em fazer mais atos de campanha para tentar ganhar de sua rival socialista, que acabou vencendo, François Hollande.

Com uma máscara preta e uma camisa branca, ele entrou na sala com a expressão assustada e se sentou junto aos seus co-acusados para seu interrogatório.

Sarkozy ainda não havia comparecido a nenhuma das audiências desde o início desse julgamento em 20 de maio, no qual foi representado pelo seu advogado, Thierry Herzog.

Os outros treze acusados são ex-diretores da Bygmalion (o nome da agência de eventos vinculada ao partido político de Sarkozy) e ex-responsáveis do partido UMP (agora Os Republicanos), entre eles o diretor de campanha e vários contadores.

Todos são suspeitos de estarem envolvidos em maior ou menor grau em um sistema de faturamento duplo pensado para ocultar o aumento exponencial dos gastos autorizados durante essa campanha presidencial.

Nicolas Sarkozy, presidente de 2007 a 2012, enfrenta um ano de prisão e uma multa de 3.750 euros (4.500 dólares).

Embora a acusação considere que a investigação "não estabeleu" que Sarkozy ordenou, participou ou mesmo teve conhecimento desse sistema, considera que permitiu que os gastos aumentassem incontrolavemente apesar de vários avisos e, portanto, se beneficiou "sem dúvida" da fraude.

"Gostaria que alguém me explicasse por que fiz mais campanha em 2012 do que em 2007. É falso!", declarou Sarkozy, levantando a voz e fazendo grandes gestos para o tribunal e os promotores.

No início de março, Sarkozy se tornou o primeiro ex-presidente da V República condenado à prisão: o Tribunal Penal de Paris impôs três anos de prisão, dois deles em sursis, por corrupção e tráfico de influências. Ele recorreu da sentença.

O julgamento deve durar até 22 de junho.

O ex-presidente francês Valéry Giscard d'Estaing, falecido na quarta-feira (2) aos 94 anos em decorrência do novo coronavírus, foi sepultado neste sábado cercado apenas por familiares, como era seu desejo, em Authon (centro), informaram jornalistas da AFP.

O caixão, coberto com uma bandeira da França e outra da Europa, foi transportado para a igrejinha do povoado, em meio a um silêncio quebrado apenas pela chuva e pelo clique das máquinas fotográficas dos jornalistas.

Cerca de quarenta pessoas, familiares e amigos próximos, participaram da missa fúnebre, em parte por causa das medidas sanitárias em vigor devido à pandemia de Covid-19, mas fundamentalmente para respeitar a vontade do ex-presidente, que queria uma cerimônia íntima, segundo seu filho, Henri Giscard d'Estaing.

Giscard d'Estaing presidiu a França de 1974 a 1981 e seu mandato foi impregnado de importantes reformas revestidas de uma aura de modernidade, como a legalização do aborto ou a redução da idade mínima para votar para 18 anos.

Além disso, foi um europeu convicto e fervoroso, qualidade que muitos líderes elogiaram nos últimos dias.

O ex-presidente foi sepultado ao lado de sua filha Jacinte, falecida em 2018, em terras que pertencem à família.

O presidente Emmanuel Macron decretou um dia de luto nacional na quarta-feira para homenagear aquele que ele chamou de "uma figura crucial na história da República".

Uma multidão prestou homenagem neste sábado (5) ao ex-presidente francês Jacques Chirac na região de Correze, no sudoeste da França, seu local de nascimento político e terra de sua família.

Chirac morreu em 26 de setembro e foi enterrado na segunda-feira em Paris. Sua família queria que o último tributo ocorresse na terra que o viu crescer. "Jacques Chirac construiu-se aqui", disseram as autoridades locais.

##RECOMENDA##

O falecido presidente foi vereador e deputado regional antes de ser prefeito de Paris e finalmente presidente em 1995. A homenagem terminou com uma grande refeição, em memória do ex-presidente, amante da boa mesa.

O ex-presidente socialista François Hollande, também natural da região, esteve presente na homenagem a seu então adversário político.

O ex-presidente francês François Hollande foi ouvido como testemunha no contexto da assistência jurídica mútua solicitada pelo Brasil referente a uma investigação sobre a venda - que não foi concluída - de aeronaves Rafale, informou nesta quarta-feira (10) um membro de sua equipe.

A audiência aconteceu no dia 4 de julho em Paris no escritório de Holland, disse esta fonte, confirmando informações do semanário Canard enchaîné.

De acordo com o veículo, o antecessor de François Hollande no Eliseu, Nicolas Sarkozy, recebeu uma intimação da polícia para ser interrogado neste caso no mesmo dia, mas se recusou a comparecer. Questionado pela AFP, o Ministério Público Nacional (PNF) não quis comentar.

A Justiça brasileira investiga as condições em que o país encerrou, em dezembro de 2013, mais de dez anos de negociações e adiamentos, escolhendo o Gripen sueco às custas do Rafale francês e do F/A-18 Super Hornet da americana Boeing, por um contrato de 4,5 bilhões de dólares.

Neste caso, o ex-presidente brasileiro Lula, que está preso desde abril de 2018 por outro caso de corrupção, é acusado de lavagem de dinheiro e tráfico de influência.

Segundo os procuradores, ele teria recebido 2,25 milhões de reais através de uma empresa de seu filho Luis Claudio "para influenciar" Dilma Rousseff, que o sucedeu como chefe de Estado em 2010, para escolher o Gripen.

Em junho de 2018, o primeiro-ministro sueco Stefan Löfven foi ouvido como testemunha em Estocolmo, também a pedido da Justiça brasileira, como parte da investigação.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi nomeado para o conselho administrativo do grupo hoteleiro AccorHotels, onde "acompanhará a visão internacional" da empresa.

Sarkozy, presidente entre 2007 e 2012, eliminado em novembro no primeiro turno das primárias da direita francesa para escolher o candidato à presidência de 2017, foi escolhido "por unanimidade" como administrador independente e presidirá um comitê de "estratégia internacional", destacou o sexto maior grupo hoteleiro do mundo.

Nicolas Sarkozy está "muito feliz de participar no desenvolvimento internacional da AccorHotels, um símbolo das empresas francesas", completa um comunicado.

O diretor geral da empresa, Sébastien Bazin, afirmou que "a experiência internacional de Nicolas Sarkozy e seu perfeito conhecimento da geopolítica mundial serão muito valiosos para o grupo".

A AccorHotels opera sob 20 marcas, como Sofitel, Pullman, Novotel, Mercure, Ibis, HotelF1, Raffles, Fairmont e Swissôtel, entre outras, com mais de 4.000 hotéis em 95 países.

Em 2015, o grupo registrou lucro líquido de 244 milhões de euros (+ 9,4% em um ano) para um volume de negócios de 5,58 bilhões de euros (+ 2,3%).

O ex-presidente francês Jacques Chirac, de 83 anos, foi hospitalizado neste domingo (18) em Paris por uma infecção pulmonar, indicou à AFP sua família.

De volta a Paris de uma viagem ao Marrocos com sua esposa Bernardette, o ex-chefe de Estado francês (1995-2007) "foi hospitalizado nesta manhã (no hospital) Pitié-Salpêtrière para tratar uma infecção pulmonar" e continuará internado neste local por alguns dias, indicou seu genro, Frédéric Salat-Baroux.

Uma fonte próxima ao ex-presidente disse à AFP que Chirac está consciente.

Conhecido durante décadas por sua saúde de ferro, o ex-presidente sofreu durante seu segundo mandato presidencial um acidente vascular cerebral, o que o debilitou fortemente.

Desde que abandonou o Eliseu, Chirac foi hospitalizado em várias ocasiões. Em dezembro de 2015 passou duas semanas internado.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando