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O lockdown já ajudou outros países a evitar o colapso de seus sistemas de saúde e também a controlar as taxas de contágio do novo coronavírus. Um dos mais emblemáticos foi o do Reino Unido, iniciado em janeiro. A medida foi adotada quando se espalhava uma variante mais transmissível do vírus, mas também começava a vacinação em massa. Fechamentos amplos em França, Portugal, Nova Zelândia e Israel também são apontados por especialistas como exemplos de sucesso dessa estratégia.

Entre as estratégias bem-sucedidas de lockdown, monitoramento de infecções para definir a hora certa do fechamento da economia e ajuda financeira foram importantes.

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A criação de uma lista mais restrita de atividades essenciais também é importante. Em alguns países, como a Itália, houve intensa aplicação de multas para quem descumpria as regras e controle rígido de acesso a mercados. Após seis semanas do lockdown britânico, houve queda de 78% nos casos de covid. Foi o terceiro bloqueio do tipo desde o início da pandemia, em 2020. Além de proibir setores como academias, salões de belezas, lojas e até escolas, em algumas regiões só uma pessoa por residência tinha permissão para visitar outra pessoa de domicílio diferente, e em local público. Na reabertura, iniciada na semana passada, a prioridade é para creches, escolas e universidades.

Especialistas têm defendido o foco na educação no relaxamento da quarentena, como forma de reduzir os prejuízos de aprendizagem e socioemocionais do longo período de afastamento das aulas presenciais. A Nova Zelândia adotou lockdown de três dias, em fevereiro, após a descoberta de apenas três novos casos em Auckland. Cerca de 1,7 milhão de pessoas permaneceu em suas casas, autorizadas a sair só para comprar comida ou ir ao médico.

O país da Oceania teve 26 mortes desde o início da crise sanitária. "Enquanto aqui estamos sentados em cima de um colapso histórico sem tomar nenhuma atitude", diz o cientista Miguel Nicolelis, lembrando de recentes balanços diários perto de 3 mil mortos no Brasil. "O que precisa mais?", indaga ele.

"No Vietnã a população recebeu auxílio significativo para ficar em casa. O Exército distribuiu comida para a população e fez testagem na casa das pessoas", afirma Nicolelis. A nação asiática, que fica perto da China, primeiro epicentro da pandemia, registrou 35 óbitos.

Propostas

"Não dá para cada região fazer de um jeito. Não adianta todo o Nordeste fazer lockdown e o Sudeste não. Vai ter gente que viajará de uma região para outra e manterá a transmissão", diz. A falta de coordenação nacional da gestão Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas. A comissão proposta envolveria Congresso, Supremo Tribunal Federal, comunidade científica e sociedade civil. "A comissão teria tutela judicial para implementar lockdown, com fechamento do espaço aéreo, controle do fluxo da malha viária", afirma ele, que já considera inevitável um colapso sanitário e defende lockdown de um mês.

Para a epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo, o principal problema hoje está na definição de atividades essenciais. "Todas as indústrias estão funcionando. Não tem sentido a indústria de calçados estar funcionando. Essencial é a indústria ligada à cadeia alimentícia, ao complexo da saúde, água e luz. E mesmo estas podem ter departamentos que trabalhem só de maneira remota", sugere.

Ela acha que uma ajuda para conter a pandemia seria distribuir máscaras pelo SUS, especialmente para trabalhadores de atividades essenciais. "Quem precisar sair que use as máscaras filtrantes, a PFF2 ou N95. Sabemos que com as novas variantes as máscaras de tecido não funcionam em locais com aglomeração." E, segundo ela, com base nas experiências da Europa, lockdowns que melhor funcionaram duraram em torno de 30 a 35 dias.

O infectologista Renato Grinbaum acredita que, sem fechar atividades não essenciais, o País não conseguirá controlar o vírus e prejudicará ainda mais a economia. "O lockdown é temporário. Sem ele ficaremos neste abre-e-fecha por tempo mais longo, com consequências mais deletérias. Se feito intensamente, de forma organizada e com adesão, poderemos sair do estado de calamidade e falta de capacidade de atenção digna mais rapidamente", explica. "Aí precisaremos de vacina em massa para evitar nova piora."

"Todas as indústrias estão funcionando. Não tem sentido a indústria de calçados estar funcionando. Essencial é a indústria ligada à cadeia alimentícia, ao complexo da saúde, fornecimento de água e luz". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há pouco mais de dois meses para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, e com a elaboração das provas anunciada, estudantes de todo Brasil ficam ainda mais atentos aos possíveis assuntos que devem ser abordados durante as provas. Um das maiores preocupações para eles, é a proposta de tema da redação e como desenvolver o texto.

Por isso, o LeiaJá, em parceria com o Vai Cair No Enem, trouxe o professor de linguagens e redação Diogo Didier para preparar três redações com temas da atualidade que podem ser cobradas no Exame. As produções textuais, que foram comentadas pelo docente, estão estruturadas no formato padrão, iniciando pela introdução, seguida de desenvolvimento 1 e 2 e a conclusão.

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Na primeira redação, o professor aborda questões relacionadas com a problemática do assédio sexual, através da sugestão de tema “Beijo sem consentimento no Brasil”. Apesar de específico, o professor argumenta que o assunto pode ser uma proposta forte para ser debatida em uma redação, visto que até o momento só houve abordagens quanto a questões associadas à violência contra a mulher. Diogo ressalta que o texto “serve de alusão para enriquecimento de repertório”. Confira, abaixo, a redação na íntegra:

INTRODUÇÃO

“Beija Eu” é o nome de uma famosa canção da cantora Marisa Monte. O verso que dá título à música é apropriado para ser recitado na voz de uma mulher cujo gênero durante séculos foi beijado pela herança da Bela Adormecida, a qual em sua condição não teve autonomia para escolher quem tocaria seus lábios. Letra e fantasia dizem muito hoje sobre a perspectiva do consentimento no Brasil, pois, de um lado, há mulheres empoderadas ressignificando posturas patriarcais, enquanto do outro uma sociedade carente de conteúdos feministas capazes de apoiar a causa delas em prol da independência de seus corpos.

DESENVOLVIMENTO I

Antes de tudo, o beijo sem consentimento hoje já é entendido como uma prática abusiva pela sociedade. É um ganho significativo quando se leva em consideração o legado machista, influenciado pela visão católica de outrora e agora dos evangélicos infiltrados na política, que formou a nação. Contudo, da primeira onda feminista nos anos 1970 com Simone de Beauvoir até as contribuições mais recentes de Judith Butler e Djamila Ribeiro, houve mudanças expressivas nesse panorama; de modo que as mulheres, silenciadas e objetificadas há tempos, passaram a ter voz para denunciar as violências que sofrem. De fato, beijar sem a autorização da pessoa era o cartão de visita que muitos homens mais atrevidos necessitavam para cometer assédios mais graves, e passar incólumes às vistas da sociedade. A intervenção do Feminismo para deflagrar essa realidade foi, e ainda é, crucial para entender que práticas de tal natureza são invasivas bem como destrutivas para a integridade física, mental e emocional das vítimas. Foi graças a isso também que a campanha “Chega de Fiu Fiu!” se tornou possível, porque há um empoderamento entre elas.

DESENVOLVIMENTO II

Em contrapartida, a sociedade está na contramão das conquistas femininas devido a inexistência de uma educação feminista voltada a desconstruir pensamentos retrógrados em torno da independência das mulheres. Isso se dá em uma pátria onde as salas de aula foram alicerçadas no mito fundante de Eva a qual, subserviente à figura de Adão, passou a ser reproduzida como modelo imperfeito de mulher; responsável inclusive pela tentação de seu parceiro. Após receber a alcunha de vilã, a elas se recaiu um recato sobremaneira, ao ponto de serem tolhidas do direito de escolher quem as tocassem, seja com um simples beijo ou algo mais íntimo. Seus corpos passaram a ser tutelados pelo sexo oposto, primeiro romanceado por uma literatura trovadoresca da qual cavaleiros seduziam moças indefesas ao som de belas canções e, depois, idealizadas em um Romantismo que as tinham como objeto de desejo. Essa carga de conteúdos invadiu o cinema, a TV, os saberes e, por tabela, toda a sociedade, a qual passou a naturalizar abusos teoricamente simples como o beijo para em seguida banalizar outras violências tão graves quanto.

CONCLUSÃO

Dessa forma, o duelo entre empoderamento e desinformação mantém a existência do beijo não consentido no país. Para que o primeiro saia vitorioso, é preciso que mais pessoas recebam orientações feministas. Isso deve ser feito pelo MEC, instância máxima da educação brasileira, por meio da inserção nos PCN’s,- Parâmetros Curriculares Nacionais-, da obra “Como Educar Crianças Feministas”, da escritora africana Chimamanda Ngozi Adichie. Apesar da intitulação, sua obra deverá ser incluída desde as turmas mais novas até o ensino médio, nas escolas públicas e particulares do Brasil, por professores capacitados em formações específicas para cada série; com aulas dinâmicas voltadas a contextualizar os tópicos do livro respeitando os contextos dos alunos. A medida visa extirpar práticas machistas já na tenra idade, com o fito de que haja uma versão no futuro da Bela Adormecida com a trilha de Marisa Monte. 

Agora, na segunda redação, Diogo pauta na produção textual “A problemática do desmatamento no Brasil”. "É necessário que os estudantes fiquem atentos a possível proposta de tema, pois há um “destaque [na pauta ambiental], devido às queimadas no Pantanal e a destruição da Amazônia, que já acontece há algum tempo”, afirma o docente. Nesse sentido, ele ainda explica que abordagens relacionadas a “sustentabilidade” ou “economia verde” não são feitas de forma objetiva no Enem desde 2008, em que a temática foi a Amazônia. Veja, abaixo, os argumentos utilizados nas etapas da produção do texto:

INTRODUÇÃO

Prometeu é um titã na mitologia grega conhecido por ser defensor da humanidade. Seu apreço aos humanos foi tamanho que ele roubou o fogo sagrado dos deuses para dá-lo aos homens, e como punição Zeus, temendo que os mortais ficassem mais poderosos que os seres divinos, acorrentou o benfeitor numa rocha enquanto tinha seu fígado comido por toda a eternidade por uma águia. Apesar da severidade de tal pena, a grande deidade helênica previu que as chamas em mãos erradas poderiam ser destrutivas. No Brasil de hoje, a natureza materializa esse mito mediante um desmatamento regido não por crenças míticas, mas pelo deus do dinheiro.

DESENVOLVIMENTO I

Como se sabe, desmatam-se florestas no país em prol do senhor Capitalismo, o qual encontra fies abnegados em alimentar a fé desse sistema econômico em governos cuja plataforma política visa lucros a todo o custo. O Brasil tem sucessivas referências de tal postura exploratória, da Colonização que ateou as primeiras labaredas a atual postura incongruente do Ministério do Meio ambiente, mas agrário que ecológico. A mídia televisiva, por sua vez, não colabora para preservar as riquezas ecológicas nacionais, com um discurso alienante em torno do “agro é tec, agro é pop, agro é tudo”. Com isso, a sociedade, desprovida de uma retórica sustentável pelo Estado, que avança sobre a natureza, não dá o devido valor a fauna e flora da nação. Logo, o desmatamento segue destruindo ecossistemas, antes à luz da clandestinidade, porém agora habitats preservados são incendiados em prol de um progresso neoliberalista voraz; legitimado por uma governança apática para as causas ambientais. Falta por aqui atitudes como a de Chico Mendes, grande nome em prol da natureza, e vozes como a de Leonardo DiCaprio, contra a tirania do desmatamento.

DESENVOLVIMENTO II

Enquanto não há esse levante social e político para conter a devastação das matas e, consequentemente as mortes de milhares de espécies, o desmatamento continua a reduzir a faixa verde que poderia tornar o Brasil referência para outras nações. Porém, o fogaréu criminoso que transformou em brasa o Pantanal, a ação cada vez mais ousada dos madeireiros ilegais na Amazônia bem como a desapropriação das terras indígenas são consequências de uma negligência política sem precedentes. Isso já afeta a realidade climática da nação, o ciclo das águas e resvala em fenômenos como a nuvem de gafanhotos que infestou plantações diversas pelo país recentemente. Outrossim, sem uma camada florestal protegida, terras prósperas à sobrevivência tornam-se inóspitas, tanto para animais e plantas, quanto para os humanos. A animação Wall-E faz essa previsão em um mundo devastado pelo homem onde apenas robôs cuidam dos dejetos deixados, em um ambiente de lixo consumista, mas sem vestígios de elementos naturais. A sociedade vigente, do slogan nacionalista mais incoerente da história, caminha para aquele panorama irreversível.

CONCLUSÃO

Portanto, o deus do dinheiro, vulgo Capitalismo, é o grande algoz da natureza que vem sendo desmatada no país. Por se tratar de um bem antes de tudo mundial, é preciso que o Greenpeace, organização voltada ao ecologismo, denuncie o governo brasileiro, em todas as instâncias responsáveis pela proteção ambiental, para as autoridades internacionais. Isso pode ser feito mediante dossiê enviado à ONU pontuando os descasos dos líderes nacionais com a manutenção da fauna e flora, as quais são subsidiadas por nações estrangeiras para serem cuidadas, de modo a punir os acusados com embargos, sanções econômicas e bloqueios diversos. A medida visa mexer naquilo que é mais valioso para os políticos do que o ecossistema, o bolso, com o fito de, sob pressão mundial, o Estado assuma algum compromisso de fato contra o desmatamento. Assim, fará sentido o sacrifício de Prometeu.  

Por fim, no terceiro exemplo, o professor de linguagens disserta sobre um outro tema que ele considera inédito, tratado por meio do assunto: “As dificuldades para o desenvolvimento tecnológico e científico no Brasil”. De acordo com Diogo, o tema faz alusão a um dos assuntos mais comentados da atualidade, levando em consideração que “o Brasil vive, infelizmente, uma fase de negação científica, devido ao Estado mais ultraconservador”, enfatiza. 

Nesse sentido, segundo o professor, o texto poderá transitar entre questões de investimentos e relevância da ciência para a sociedade em geral, dada a importância de discutir “as bases científicas, que começam na escola e vão até a faculdade”, conclui. Confira, abaixo, o texto completo com as argumentações aplicadas:

INTRODUÇÃO

O filme “O Menino que Descobriu o Vento”, de livro homônimo, narra a história real de um garoto africano que, para superar a seca da vila onde mora, desenvolve um cata-vento gigante a partir de materiais jogados no lixo. Tamanha inventividade mostra que é possível desenvolver tecnologias em benefício da humanidade, desde que haja incentivos políticos e, consequentemente, sociais para que garotos despertem o Einstein que há em si. Porém, no Brasil, o Estado não prioriza às pesquisas científicas no âmbito educacional, tão pouco contribui para que o desenvolvimento tecnológico faça do país uma potência internacional.

DESENVOLVIMENTO I

Como se sabe, a governança não direciona políticas públicas claras destinadas a formar, da base às universidades, uma educação científica de fato. O que há, na verdade, é o tecnicismo do saber impelido pelas demandas do Capitalismo, responsável por encurtar a vida acadêmica dos indivíduos, resvalando na involução científica do país. Essa conduta de ignorância foi vista com preocupação pelo cientista Carl Sagan, o qual problematizou que “é um suicídio viver numa sociedade dependente da ciência e tecnologia e que não sabe nada de ciência e tecnologia”. Isso porque, para estar ciente da importância de ambos, em um mundo inegavelmente hiperconectado, o Estado precisaria canalizar massivos investimentos nesses setores, igual ao que foi feito, por exemplo, pelo Japão depois de Hiroshima e Nagasaki e a Alemanha após o holocausto. Esses países, deteriorados pelas guerras, conseguiram se soerguer por meio de uma educação científica em todos os níveis de ensino, de modo a torna-los mais à frente potências tecnológicas mundiais. Por aqui, contudo, o saber científico é tolhido por uma política ultraconservadora e religiosa.

DESENVOLVIMENTO II

Devido a tais agravantes, a pátria está longe de se tornar uma potência internacional no setor tecnológico. Conforme o Índice Global de Inovação (IGI), o Brasil ocupa 62º posição no ranking de países avaliados, colocação abaixo do esperado para uma nação de grande porte. Mesmo diante de fatos tão desanimadores como esse, o país segue como forte candidato estrangeiro a se destacar no ramo das tecnologias no futuro, prova disso são os investimentos de grandes “Start Up’s” em território nacional, focadas na ideia de que o Brasil ainda tem muito a oferecer. No entanto, apesar da área de telecomunicações e “delivery” terem uma expressiva melhora nos últimos anos, sobretudo com os percalços causados pela pandemia do Covid-19, há o inimigo da inclusão tecnológica a ser vencido: a desigualdade social. Esse fenômeno, além de antigo, coaduna com a tese do sociólogo Jessé de Souza, a qual categoriza de “subcidadãos” aqueles que vivem à margem da sociedade. São, na realidade, pessoas convencidas a adquirir certas tecnologias que pouco mudarão sua condição econômica, tão pouco confere credibilidade ao aparato tecnológico que possuem.

CONCLUSÃO

Portanto, falta de uma educação científica resvala na ausência de desenvolvimento tecnológico no Brasil. Urge, então, que o MEC, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, faça um trabalho nas escolas públicas e privadas, a partir das séries mais elementares ao médio, voltado a oportunizar o contato com os conteúdos científicos e tecnológicos, de acordo com a turma e a idade dos alunos. Nas aulas, a cada ano o nível de aprendizagem naqueles campos seria intensificado, por meio de aulas teóricas e práticas, professadas por educadores capacitados e ajustadas à grade curricular dos estudantes. O intuito disso é desenvolver a ciência e a tecnologia no lugar apropriado para isso, as escolas, para que se manifeste na sociedade. Assim, outros feitos inigualáveis surgirão, não do lixo, mas de materiais que facilitariam a vida do “Menino que Descobriu o Vento”.

A crase caracteriza-se pela fusão de duas vogais idênticas, mais precisamente do artigo “a”, com o “a” preposição. Sempre que isso ocorrer, a contração será indicada pela presença do acento grave, ou o também chamado “acento indicador de crase”.

Em entrevista ao LeiaJá, a professora de língua portuguesa Fernanda Bérgamo dá dicas para os alunos que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 4 e 11 de novembro. As dicas são importantes, principalmente para a hora da redação.

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De acordo com a professora, para dominar o uso da crase os alunos devem ter em mente quais são os casos onde não se usa o acento indicador. “É proibido o uso de crase antes de palavras masculinas; com expressões de palavras repetidas; antes de verbo e quando o ‘a’ está no singular e a palavra seguinte está no plural. Um bom exercício para quem quer treinar é tirar a palavra feminina da frase, substituindo-a por qualquer palavra masculina. Exemplo: ele foi à festa; para saber se é necessário o uso da crase basta trocar a palavra festa, feminina, por baile, masculina. ‘Ele foi ao baile’; nota-se então, que na frase ‘ele foi à festa’ é necessário o uso da crase”, destacou.

A professora também ressaltou que em caso de dúvida sobre o uso da crase na construção do texto da redação, é indicado que o estudante não coloque o acento. “Durante a avaliação, o corretor da prova tende a considerar a pressa e o nível de nervosismo do aluno diante da prova. Nos critérios avaliativos, não são atribuídas ou retiradas grandes pontuações de acentos. Pense que a presença do erro pesa mais do que ausência do acerto”, cravou.

O LeiaJá também produziu uma matéria que mostra cinco erros de português que os candidatos devem evitar no Enem. Confira a reportagem.

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Canavial, alta tempratura e inchada nas mãos estão longe de fazer parte do cenário ideal para uma criança. Mas essa foi a realidade do jovem médico Jonas Lopes, durante sua infância e adolescência, no município de Joaquim Nabuco, Zona da Mata Sul de Pernambuco. 

Filho de pedreiro e agricultora, Jonas conheceu o trabalho da monocultura de cana de açúcar desde muito novo. A primeira vez que cortou cana foi aos sete anos de idade. Mas foi na adolescência, entre 14 e 15 anos, que começou a trabalhar de fato como cortador de cana para ajudar em casa. 

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“Desde pequeno Jonas sempre foi meu companheiro e também ia comigo para o canavial. Essa foi a forma que achei melhor para mostrar a realidade para ele e que se não estudasse aquilo seria o futuro. Eu tenho sete filhos e ele era o mais danado de todos, mas sempre foi muito inteligente. Eu tive que ser dura com ele para que pudesse entender e aprender o que era importante”, relata dona Edileusa Maria da Silva, mãe de Jonas.

 

Foi no esforço da sua mãe que Jonas encontrou inspiração para lutar pelo que queria. Por ser muito teimoso, chegou a parar de estudar por duas vezes durante a adolescência. Porém, um momento ficou marcado na memória do médico. “Eu era criança, mas lembro como se fosse ontem. Minha mãe precisava comprar a comida da semana e meu caderno da escola, mas o dinheiro que tinha na hora não dava. Ela então diminuiu na feira, mas não deixou de comprar o caderno. Aquilo me marcou muito. Ali eu vi o quanto ela queria que eu estudasse e desde então não parei mais”, detalha.   

O pai de Jonas, seu José Lopes da Silva, era pedreiro, mas nem sempre estava trabalhando, às vezes faltava trabalho e Edileusa tinha que se virar sozinha. “Mesmo com toda dificuldade eu fazia de tudo para que meus filhos permanecessem na escola. Eu queria que eles tivessem o que eu não tive, que foi a oportunidade de estudar. Infelizmente, eu tive que começar a trabalhar muito nova e não estudei, com 15 anos eu já atuava no campo. Gosto muito de trabalhar, dou valor ao serviço que fiz e ainda faço, mas sei que poderia ter vivido melhor se tivesse estudado”, conta dona Edleusa. 

Hoje, com 31 anos e formado em medicina pela Universidade de Pernambuco (UPE), Jonas faz residência no Hospital Maria Lucinda, no Recife, e sonha em ser cardiologista. O médico lembra com orgulho de toda sua trajetória até chegar o dia de receber o tão esperado diploma. Jonas prestou vestibular por quatro vezes até ser aprovado. A primeira em 2006, quando conheceu o sistema de cotas da UPE, porém, levou ponto de corte em química.

Após a primeira reprovação, Jonas passou em primeiro lugar numa seleção simplificada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para trabalhar por um período de seis meses, em Joaquim Nabuco. Com o salário de R$ 900, Jonas conseguiu, finalmente, juntar dinheiro e pagar o pré-vestibular que ele tanto queria. Foi quando se mudou para Recife e foi morar com sua irmã. 

“Eu já tinha colocado na cabeça que queria medicina e que não ia desistir. Às vezes batia a tristeza, principalmente em 2008, quando já não tinha mais condições porque estava sem trabalhar e o que tinha juntado já havia acabado. Eu dependia da ajuda da minha família. Passei muita dificuldade, cheguei a ficar sem dinheiro para pagar passagem de ônibus, mas não desisti. Foi quando fiz vestibular para medicina pela quarta vez e fiquei no remanejamento, em 2009”, relembra Jonas.

Em 2009, as esperanças se renovaram para o jovem de Joaquim Nabuco. Além de ganhar uma bolsa num curso de matérias isoladas, ele passou em um processo seletivo da Casa do Estudante de Pernambuco e passou a receber auxílio moradia, alimentação e odontológico. “Foi quando pude me dedicar ainda mais aos estudos e consegui a tão esperada aprovação. Como tinha colocado para a segunda entrada, ou seja, só começaria no segundo semestre de 2010, tentei outra seleção do IBGE para o censo de 2010 e novamente fui aprovado”, conta. Jonas trabalhou durante o primeiro semestre de 2010 e depois voltou a se dedicar exclusivamente aos estudos.

Embora já estivesse adaptado à vida na capital, Jonas passou por vários desafios antes e depois de entrar na universidade. “Eu sofri muito preconceito por causa da minha situação econômica. As pessoas criticavam as minhas roupas por não serem ‘boas como as delas’, por exemplo. Quando entrei na universidade eu perdi uma pessoa muito querida, um padrinho meu e tive que ter bastante força para continuar trilhando o caminho para a formação que eu tanto queria”, desabafou. 

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Foram anos de muito estudo e dedicação. Jonas vivia exclusivamente para sua graduação. Estudava por horas e horas todos os dias. “O início foi muito puxado, mas depois eu consegui me adaptar. O amor ao conhecimento foi o que me levou a chegar onde queria sem baixar a cabeça”, afirmou. 

Para Jonas, o ensino superior permite a você buscar cada vez mais o conhecimento, expandir a mente e dependendo da sua área ajudar as pessoas. O ensino superior te propõe se tornar um cidadão melhor, ter acesso ao conhecimento e mudar sua vida, além da recompensa financeira. Hoje, graças a Deus, eu consigo me manter aqui e ainda ajudar em casa.

Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascenção social por meio do ensino superior. A seguir, confira as demais matérias:  

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A família de Maurício Siqueira foi umas das primeiras a povoar o Sertão do Moxotó, microrregião do estado de Pernambuco, de clima semiárido, onde chove pouquíssimo. Ele próprio, com menos de 10 anos de idade, presenciou sua primeira grande estiagem. A seca entre 1997 e 1998 matou 100 cabeças de ovelhas do seu avô e mais algumas vacas da família. Nessa mesma época, era preciso utilizar um carro de boi para buscar água potável, há oito quilômetros do sítio no qual vivia com seus pais e 11 irmãos, na zona rural da cidade de Custódia, onde nasceu.

Essa foi a primeira crise hídrica que ele viu, mas não a última. O sofrimento, ao menos, trouxe conhecimento. “O gado sempre morre na seca, mas já tínhamos notado que o bode não, pois ele é mais resistente. A partir dos ensinamentos da minha mãe e do negócio da família, a gente sempre discutia que a atividade econômica mais viável para nossa localidade era a criação de caprinos”, explica. Sua tese de mestrado, concluída em 2016, aborda justamente esse tipo de pecuária, além da agricultura familiar, atividade também praticada por seus pais, e sua potencialidade para o desenvolvimento do Moxotó.

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Maurício, hoje com 27 anos, não tira o sertão da cabeça. Impossível. Deixou aquele no qual nasceu, mas vive em outro semiárido: o alagoano. Ele é professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na cidade de Santana do Ipanema, onde ensina três disciplinas no curso de economia. Realizado profissionalmente, depois de vivenciar todas as dificuldades comuns ao sertanejo pobre, ele briga pela melhoria do lugar de onde veio. “Quando a gente vai pra universidade tem uma função social importante. Voltei para o sertão, não foi o meu, infelizmente, mas voltei. Luto para no futuro voltar de vez para minha terra. Muitos estudam e vão embora, quero fazer o caminho reverso”, garante.


Pau de arara

João Ricardo, pai de Maurício, era agricultor. Além de criar bodes, plantava milho, feijão, hortaliças e frutas. Uma luta diária contra o clima da caatinga. Sua mãe, Marieta, era professora da escola básica. Ambos sempre incentivaram os filhos a estudar, sabendo que as dificuldades seriam maiores, caso contrário. “Lá não tinha perspectiva de mudança, a cidade não tinha nada. Minha mãe dizia que não queria que a gente permanecesse lá, queria que estudássemos”, conta Maurício.

Na zona rural, só existia até a 4ª série. Depois disso os alunos dos sítios tinham que estudar na Agrovila do Dnocs, onde cursavam até a 8ª série. Depois, só na área urbana de Custódia, distante 25 km do sítio de Maurício. O transporte era no pau de arara, caminhão adaptado para transportar pessoas na carroceria. “Era um F 4000 com bancos de madeira e uma lona. Lembro que era do meu primo, alugado pela Prefeitura para levar os estudantes. Pela manhã carregava água e à tarde e à noite, os alunos. Mas isso nunca foi fora da realidade. Nunca achamos ruim, porque era a conjuntura do local”, recorda-se. Isso tudo, ele lembra, sem deixar de cuidar dos negócios da família. Das 6h às 12h, o trabalho era na roça. 

Vestibular

No 3º ano, a engenharia ficou mais complicada ainda. “Eu fazia o ensino médio durante a semana e sábado e domingo, ia para o cursinho pré-vestibular na cidade de Iguaracy, a 70 km de distância. Na sexta-feira eu dormia em Custódia para no dia seguinte de manhã cedo ir para a aula. Passava o fim de semana na casa do meu tio avô que morava lá, voltava domingo e segunda ia pra roça”, afirma.


O sacrifício foi recompensado em 2007, quando passou em ciências econômicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), na unidade de Serra Talhada. Porém, a falta de estrutura do campus recém inaugurado deixava o local a desejar. “O prédio era ruim, não tinha estrutura, ônibus. Devido a tantas dificuldades e mesmo assim longe de Custódia, resolvi refazer o vestibular e fui pra Recife, em 2010. Lá já consegui estágio e dois anos depois fui contratado como assistente de pesquisa de uma empresa”, revela. 

No tempo em que viveu na capital, a casa da irmã, no bairro do Arruda, foi seu abrigo. Marleide Siqueira lembra do esforço do irmão que, até hoje, é um modelo para a família. “Eu falo direto que ele é um exemplo. É alguém para as pessoas se inspirarem. Conto a história dele para meus filhos. Eu sei o que é esse sofrimento, também andei de pau de arara e vivi sem água encanada e energia”, lembra. 

Próximo passo: doutorado

De 2012 a 2016, Maurício dedicou-se ao mestrado. Depois começou a estudar para concurso e passou para professor da UFAL. Ao recordar-se de toda trajetória difícil pela qual passou, o orgulho de ter vencido todos os obstáculos não fica escondido nem um pouco. “Tinha época que eu não tinha dinheiro para lanchar. O caminhão quebrou à noite várias vezes, na época de chuva atolava no meio do nada, às 23h. Mas eu faria tudo novamente. Eu me sinto feliz. Você vem do campo e faz uma universidade de qualidade, um curso excelente. Trabalho na minha área, luto pela melhoria do local que trabalho. A maioria dos alunos é da região, são cotistas. Estou realizado, politicamente e como pessoa”, comemora.


Reconhecer a terra de origem e buscar avanços para o local é ainda uma missão que ele pretende seguir. “A mídia vende que lá fora sempre é o melhor. Mas não é. Conheço gente que é dona da própria terra e vai para a cidade trabalhar em subempregos. Vai e volta pior. Hoje sou um ativista da manutenção do campesinato. Na minha tese de doutorado que estou escrevendo agora, vou dissertar sobre a falta de interesse desses jovens em permanecer no campo. Essa ausência de políticas públicas gera desemprego e problemas maiores. Além disso, a segurança alimentar do país entra em colapso, já que grande parte dos produtos são cultivados no interior”, esclarece.

O sítio na zona rural de Custódia não abriga mais nenhum membro da família Siqueira. Seu João Ricardo e dona Marieta faleceram e os filhos ganharam o mundo, mas a casa ainda permanece lá. “Tem um morador que cria animais e ainda produz. Não temos interesse de morar lá, mas também não temos de vender. Deixamos uma pessoa tomando conta para preservar nossa história”, diz. O lar de Maurício é como se fosse um marco zero de toda sua história. “Tive uma mãe ativista que lutava para o desenvolvimento do local, lutava para que a comunidade quilombola da cidade fosse reconhecida. O que sou hoje vem da educação doméstica”, explica.

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Nem mesmo as adversidades mais sérias impostas pela vida são capazes de destruir sonhos. Existem pessoas que buscam conquistar objetivos e mesmo quando caem diante de problemas, erguem-se e continuam a caminhada rumo às realizações. Capítulos de muitas dessas histórias estão atrelados aos trilhos da educação. O amor pelos livros e salas de aula, além do respeito com os professores que se dedicam a compartilhar conhecimento, são pilares de quem acreditou em um futuro regado por felicidade pessoal e profissional.

Educação é considerada um dos principais meios de ascensão social. Vidas, muitas vezes desacreditadas, se apegam aos livros e aos ensinamentos docentes por acreditarem que podem mudar suas realidades castigadas por desigualdades sociais. Comprovando a importância da formação educacional, existem exemplos de superação de estudantes que alçaram a universidade no topo de suas prioridades. Por meio do ensino superior, conquistaram melhorias para eles próprios e suas famílias, além de disseminar nas localidades onde nasceram o que aprenderam na academia.

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No novo trabalho jornalístico do LeiaJá, deleite-se em histórias em que a universidade foi a chave do sucesso. A série "Eles acreditaram na educação" mostra estudantes, antes vítimas da pobreza, que insistiram nos estudos, concluíram a graduação e hoje desfrutam das conquistas oriundas do ensino superior. A série também traz o panorama geral da atuação das instituições de ensino no Brasil e de que forma elas contribuem para o desenvolvimento do País. A seguir, confira um breve resumo das histórias dos nossos personagens e clique nos hiperlinks para conferir as reportagens completas.

Eles acreditaram na educação

Da busca por comida ao ensino superior - Do interior pernambucano, uma família saiu com destino ao Recife. Acabara de perder o patriarca e já sentia os efeitos de perdas financeiras que acarretariam em uma situação de pobreza. Na cidade grande, uma mãe e várias crianças sofreram sem o dinheiro necessário que pudesse garantir o mínimo de conforto. Na extrema necessidade, os pequenos saíam às ruas para pedir comida.

Na época, a pequena Maristela, aos seis anos de idade, aproveitava a compaixão dos moradores do bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Recebia pequenas doações de alimento e compartilhava com os irmãos pequenos. Mas a ânsia natural por comida não superou sua fome pela educação. Maristela acreditou nos livros, ingressou e concluiu o ensino superior e hoje trabalha para manter vivos os sonhos de muitos jovens. Na mesma localidade onde pedia comida quando criança, hoje ela é professora universitária e compartilha seu testemunho de vitória com os alunos.

A luta do canavial na memória de um jovem médico - O corte da cana de açúcar fez parte da vida de Jonas. Ao lado dos pais, mesmo na infância, se aventurava entre as plantações da pequena cidade de Joaquim Nabuco, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Em meio à dura rotina, inspirado no honesto e difícil trabalho dos pais, Jonas alimentava o sonho de estudar. Em sua memória, relembra quando a mãe se sacrificou para comprar comida e um simples caderno que serviu aos estudos.

Na juventude, somou inúmeras horas de estudo em busca da provação no vestibular. Se sacrificou, mas valeu a luta. Ingressou na graduação de medicina, concluiu com esforço e hoje é o grande orgulho dos pais que nunca desistiram de apoiar os filhos em nome da educação.

O sertanejo que não abandona as origens - Na castigada terra sertaneja, a seca faz vítimas. Plantação não cresce, o bicho desaparece. Faltam água e esperança. Mas o sertanejo é duro, não cai diante das adversidades, apoiado em uma fé tão firme quanto o terreno seco. Filho de uma agricultor e de uma professora, Maurício viveu essa realidade. Seus pais, sabedores que a educação seria a única forma de esperança profissional, sempre fizeram questão de alertá-lo quanto à necessidade de nunca desistir dos livros.

Maurício, esperançoso como todo bom sertanejo, persistiu e chegou à universidade. Seu percurso continuou firme e forte, até virar mestre em ciências econômicas na cidade grande. Mas o coração bateu forte ao lembrar o sofrido sertão, e hoje preza por compartilhar suas conquistas entre jovens sertanejos, disseminando conhecimento no próprio sertão.

"Meu sonho era entrar na faculdade" - Hoje, o acesso ao ensino superior possui várias possibilidades. Existem programas públicos e vestibulares privados de cursos com mensalidades acessíveis. Mas em épocas passadas, chegar à universidade era difícil para estudantes que não reuniam condições financeiras.

Mesmo em universidades gratuitas, os custos para a manutenção não eram cobertos por algumas famílias brasileiras. E as mensalidades em instituições de ensino privadas também se mostravam como obstáculos. Mas nos últimos anos, um processo de democratização de acesso ao ensino superior proporcionou a entrada de muitos jovens nos braços da universidade. Josivânia, natural do interior de Pernambuco, deixou o local onde nasceu e partiu rumo à cidade grande. Movida pelo sonho de ter nível superior, a jovem não se abalou diante das dificuldades e alcançou, depois de muito esforço, o tão sonhado diploma.

Dona Vera e uma veterinária que a enche de orgulho - É de impressionar a energia da empregada doméstica Vera. O sorriso cheio de brilho condiz com sua força perante os problemas impostos pela vida. Saiu do interior e criou, sozinha, os filhos no Recife. Por anos, trabalhou em mais de 20 casas para garantir conforto a sua família. Ela tinha o sonho de estudar, mas foi proibida por alguns patrões. Certo dia, encontrou um livro entre o lixo; Foi o sinal para que sua luta pela educação persistisse.

A vontade de estudar, sobretudo, reverberou entre suas crianças. Dona Vera era exigente e cobrava notas boas dos filhos. Um deles é Cristiane, que durante a infância acompanhou a luta diária da mãe e também começou a criar a mentalidade de que a educação era importante para a vida da família. Na adolescência, ao acompanhar o trabalho de dona Vera em uma universidade, se deparou com jovens estudando, assistindo aulas, enquanto sua mãe trabalhava duro para manter os espaços acadêmicos limpos. Segundo Cristiane, essa experiência cravou de vez em seu coração o gosto pelos estudos.

Vera, enfim, conseguiu estudar. Cristiane, por mais que tenha vivido situações que poderiam contribuir para sua desistência, concluiu uma formação universitária e continuou fazendo da educação a ponte para a felicidade da família. Hoje é mestre e está prestes a concluir o doutorado em veterinária. Por isso, não economiza agradecimentos para sua querida mãe.

Ensino superior abre portas para o mercado de trabalho - Depois de histórias que emocionam pela perseverança dos personagens em nome da educação, nossa série traz um panorama das instituições de ensino superior, públicas e privadas, no Brasil. Números apontam que houve um crescimento na presença de estudantes de baixa renda em cursos de graduação. Entre os especialistas entrevistados, há a certeza de que a educação universitára, sem dúvidas, pode contribuir bastante para o sucesso pessoal e principalmente profissional dos brasileiros.

Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascenção social por meio do ensino superior. 

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O ensino superior brasileiro tem quase cinco vezes mais estudantes da camada mais rica da população do que alunos com renda mais baixa. Porém, o número de universitários que estão entre os 20% com menor renda mensal familiar per capita cresceu mais de seis vezes, entre 2004 e 2014. A porcentagem passou de 1,2% para 7,6%. Os números são da última Síntese de Indicadores Sociais (SIS), publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reúne várias informações, entre elas, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Essa proporção aumentou ainda na rede privada. Em 2004, alunos de baixa renda representavam 0,6% do total de matriculados. Uma década depois, subiu para 3,4%, quase 6 vezes mais. “A busca pela educação ainda é o melhor escape para a condição de precariedade. As pessoas começaram a sentir dificuldade por não ter curso superior, pois quem tinha passou a ocupar as vagas de emprego. Como mais gente tem 3º grau agora, o diploma passou a ser um pré-requisito quase básico”, diz Gustavo Sampaio, professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No contexto geral, mais de 8 milhões de estudantes cursam nível superior, segundo dados do Censo de Educação Superior.

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Em sua tese de doutorado, na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Gustavo escreveu três artigos em que analisa o protagonismo dos alunos de baixa renda no momento do vestibular, o seu desempenho dentro da universidade e o que motivaria uma casual evasão. “O vestibular sempre foi injusto, pois selecionava quem entrava pela renda. O estudantes das melhores escolas eram favorecidos e isso perpetuava a desigualdade intergeracional”, conta.

Porém, segundo ele, dentro da faculdade, a expectativa se reverte. “O aluno que vem do ensino público é o melhor dos melhores da sua escola. Então, geralmente, ele é um dos que mais se destacam”, garante. Um fator importante para essa abertura foi a interiorização da universidades. “O menino da área rural que sai do lugar onde nasceu para cursar o ensino superior quase sempre não volta, ele fica na capital ou em outra cidade. Não gera riqueza para seu lugar de origem. A faculdade no interior diminuiu essa desigualdade”, fala.

Essa opinião é compartilhada pela pró-reitora para Assuntos Estudantis da UFPE, Ana Cabral. “Em Pernambuco, as universidades eram viradas para o mar. Eu ouvia muito isso”, conta. “Existe o antes e o depois da interiorização. Uma faculdade no interior mexe com a economia, com a autoestima do lugar e com a sensação de pertencimento do aluno. Lembro de estar recebendo os estudantes no campus de Caruaru, em 2008. A maioria dos cursos era à noite e eu estava recepcionando eles, junto com o reitor, e um aluno já de meia idade sai do ônibus e diz 'O Brasil olhou para o interior'. Nunca esquecerei”, diz.

A atual gestão do Ministério da Educação (MEC) garante que a interiorização será mantida. “Reafirmamos o compromisso com a manutenção e consolidação do processo de expansão da rede de educação superior, incluindo tanto os espaços físicos quanto o aumento do número de vagas. O MEC regularizou os repasses de custeio para as universidades federais, quitou os atrasados e está retomando as obras paralisadas nas universidades, algumas há cinco anos”, informa o diretor de Políticas e Programas da Educação Superior, Vicente Almeida Junior.

Cotas para alunos de escola pública

A Lei de Cotas, nº 12.711, sancionada em agosto de 2012, garante a reserva de, no mínimo, 50% das vagas por curso e turno nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. “Metade dessas vagas ficou garantida para a inclusão de estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio, sendo que metade dessas vagas é destinada a autodeclarados negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência”, esclarece Vicente.

Usando a UFPE como exemplo, Ana Cabral confirma que a medida gerou mudanças significativas. “Temos muitos alunos que são os primeiros da família a ter acesso ao ensino superior. É o resgate de uma cidadania atrasada”, conta, porém sem fazer crítica à medida. “As cotas surgiram como uma transição, enquanto o ensino médio fosse melhorado e todos tivessem a mesma condição de igualdade em um vestibular. Não pode ser permanente”, opina.

Ensino privado

O levantamento intitulado “A relação entre o Fies e o Ensino Superior no Brasil”, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em parceria com a empresa Educa Insights, identificou que 83% dos egressos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) são oriundos de escolas públicas e 73% têm renda familiar mensal inferior a 4,5 salários mínimos. "Assim como o ProUni, o Fies é um instrumento importantíssimo para o acesso de milhares de pessoas de baixa renda ao ensino superior. O crescimento de qualquer país tem como principal premissa a educação, e no Brasil não poderia ser diferente. A manutenção desses programas estudantis são, certamente, um dos fatores que tem contribuído para o grande salto que a formação de profissionais vive nos últimos dez anos”, afirma o diretor de programas estudantis do Grupo Ser Educacional, Emerson Lavor.

Em 2015, o custo médio de um estudante em uma instituição federal foi de R$ 20 mil por ano, enquanto, no mesmo período, o custo com o estudante do Fies foi de aproximadamente R$ 10 mil anuais. “Em meados dos anos 2000, as instituições privadas começaram a crescer e assim houve mais abertura de vagas. Isso aliado aos programas de financiamento estudantil oferecidos, com baixos juros, deram impulso ao setor e, por consequência, na qualificação da mão de obra do país. É de conhecimento público que as instituições estaduais e federais não têm capacidade para atender toda a demanda de acesso e o papel das instituições particulares é primordial para suprir essa necessidade”, explica o fundador e presidente do Conselho do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz.

Nascido em Santana dos Garrotes, interior da Paraíba, Janguiê inaugurou, este ano, em sua cidade natal, um instituto que leva seu nome que oferece, pela primeira vez, cursos de graduação no local. “Algumas pessoas dizem que sou exemplo para os jovens. Mas, gosto muito de ressaltar que tudo que conquistei foi porque, em primeiro lugar, eu sonhei e acreditei. Os estudos eram a minha esperança de dias melhores e aquilo era e é o que me motivava. Se eu tivesse que aconselhar outras pessoas, esse seria meu conselho: estudem e nunca desistam dos seus sonhos. Mas, saibam que no meio do percurso vão existir desafios e que é preciso enfrentá-los para conquistar seus objetivos”, conta.

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Uma família retirava da terra o sustento necessário. Da plantação, um pai e uma mãe garantiam a alimentação de 15 filhos, na cidade interiorana de Belém de Maria, na Mata Sul de Pernambuco. Mas quis o destino que a morte levasse o patriarca. Banhadas pelas lágrimas do luto, a mãe e as crianças largaram tudo e decidiram migrar para a cidade grande em busca de uma vida melhor.

Há 40 anos, Maristela Maria Moura Silva, na época aos seis anos de idade, presenciou a triste mudança que acontecera em sua família. Após a morte do pai, embarcou junto com a mãe e os irmãos rumo ao Recife, guiada pela esperança da sua genitora por uma situação digna, em um local onde a geração de empregos, teoricamente, representaria a salvação econômica para as famílias que viveram o êxodo rural. Mas da fartura em alimentos de Belém de Maria restaram apenas lembranças. Na capital pernambucana, a falta de recursos financeiros castigou Maristela e seus familiares.

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"Meu pai plantava, era abundância. Só que meu pai morreu e minha mãe não entendia nada de finanças. A gente teve que ir para Recife, o dinheiro acabou muito rápido. Mãe foi vender livros, mas era um trabalho muito difícil e ainda tinha que pagar aluguel, em uma humilde residência no bairro de Casa Amarela. A situação apertou e uma feira realizada próximo à nossa casa era a salvação, porque a gente aproveitava os alimentos que sobravam para fazer comida. Quando minha mãe saía, pedíamos comida na rua, mesmo contra a vontade dela. Era a necessidade que nos fazia sair às ruas. O limite é a fome, eu brincava com as crianças da rua na esperança de sair comida nas casas delas", relembra Maristela.

As dificuldades, no entanto, não foram capazes de afastar Maristela do universo escolar. A princípio, acompanhava a irmã, já matriculada em uma escola pública do Recife, para receber merenda. Depois, uma professora resolveu matricular Maristela. Era o início de uma caminhada pelos trilhos da educação. "Minha mãe nunca foi em uma escola fazer uma matrícula minha. Foi a professora quem fez a matrícula. Na formatura da oitava série, não tinha a roupa adequada. Tive que pegar emprestado com uma família que nos ajudava muito. Isso ficou registrado na minha memória", relata.

"Foi um sonho essa formatura e eu sabia que aquilo era um passo para a salvação da minha vida. Aprendi com os professores que trabalhar com uma caneta é muito mais fácil. Minha mãe, depois de vender livro, foi trabalhar de serviços gerais no Hospital da Restauração. E foi difícil, ela trabalhava bastante. Eu queria uma vida diferente para mim. A vida me fez entender que a educação é a saída", complementa Maristela.

O tempo passou, as dificuldades persistiram e Maristela não caiu diante das faces da pobreza. Terminou o ensino médio aos 14 anos, período em que começou a trabalhar como garçonete em um bar da área central do Recife. De acordo com ela, o serviço ajudava a garantir recursos financeiros para sua sobrevivência, além do dinheiro ser repartido com a família. Durante o nível médio, também prestou um curso técnico de contabilidade. "Trabalhei de garçonete porque eu precisava de dinheiro para pagar um cursinho de vestibular. Eu precisava passar no vestibular, queria entrar na faculdade. No bar, sexta, sábado e domingo eu virava trabalhando. Até hoje não sei como tive tanta força de vontade", diz.

O sacrifício foi válido. Há 20 anos, Maristela ingressou na graduação de contabilidade em uma instituição de ensino privada do Recife, cuja mensalidade foi bancada com muita dificuldade. Logo depois de atuar como garçonete, ela trabalhou em uma empresa da área contábil, o que melhorou consideravelmente sua condição financeira. "Entrar na universidade, primeiramente, foi um sonho. Era difícil pagar a faculdade, na época universidade era para ricos. Pagava quase R$ 500, era muito dinheiro pra mim. Tive que me virar, estudando sozinha por várias horas, sobrevivendo com dificuldade. Recordo também, na época do curso técnico, que ia andando para aula, da Zona Norte ao Centro do Recife", recorda, emocionada.

Depois da formação universitária, Maristela continuou acreditando na educação e se qualificou em várias pós-graduações. Chegou a cursos de mestrados e está prestes a ingressar no doutorado. O fato mais marcante da sua história, sobretudo, é o fato de que, em frente ao mesmo local onde ela e seus irmãos pediam comida para sobreviver, funciona uma unidade da Facipe, instituição de ensino superior localizada no Recife. E é lá que Maristela, aos 46 anos de idade, ministra aulas de graduação em contabilidade para jovens que, assim como ela, acreditam em um futuro melhor por meio da educação. As aulas de Maristela, por razões louváveis, não se limitam apenas ao conteúdo acadêmico, pois ela se dispõe a conhecer de perto ânsias e as amarguras de seus alunos, para ajudá-los por meio da sua história de vida.

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Hoje, a mãe de Maristela, aos 78 anos, reside de forma confortável, em uma casa bem estruturada, graças à ajuda da filha. Os irmãos da professora casaram, construíram suas famílias e têm a irmã como exemplo de superação. Entre os alunos da docente, é grande a admiração diante de toda história que, aos olhos dos que não acreditam na força da educação, dificilmente resultaria em um final feliz.

Estudante de administração, Thaís Ferreira enxerga várias virtudes na professora Maristela. De acordo com a estudante, a história da professora serve como um exemplo inspirador. "Ela é um exemplo, está sempre conversando com a gente, perguntando se estamos estudando, procurando estágio, emprego ou concurso. Nos motiva com sua linda história, de fato um exemplo para todos. Até mesmo para os jovens que estão desanimados, a história da professora Maristela traz uma esperança muito grande, porque apesar das dificuldades, até mesmos de alimentação, ela motiva", diz a aluna.

Micael Barros, também do curso de administração, exalta o amor da professora pela educação. Para ele, a história o motiva durante a graduação. "A história de vida dela é muito motivacional. Nos faz ver que podemos lutar e vencer apesar das adversidades. Ela chegou a um patamar profissional graças à universidade", conta o estudante.

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É de contagiar a energia positiva da senhora Vera Lúcia da Silva, de 54 anos. O sorriso firme condiz com suas conquistas, atreladas ao sucesso profissional da filha Cristiane Maria da Silva Sérvio, 31 anos. Mas antes de toda essa felicidade que impera na família, há uma história de luta e superação, em que os “nãos” da vida jamais ofuscaram o brilho de duas mulheres que nunca caíram diante das dificuldades. O que existe em comum entre mãe e filha é que a educação sempre esteve no topo das prioridades. Acertadamente, elas acreditaram na força dos livros.

Desde a adolescência, Vera precisou trabalhar. Era de família humilde. Sem ter a oportunidade de estudar quando criança, aos 12 anos de idade começou a prestar serviço de doméstica. Saiu de Ribeirão, no interior de Pernambuco, e se lançou no Recife, pois a cidade grande seria, na teoria, a oportunidade ideal de ascensão econômica. Por muito tempo, trabalhou em residências de famílias com forte poder aquisitivo, e praticamente não tinha espaço para se dedicar à educação. 

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Na fase adulta, teve três filhos. Um deles é Cristiane, personagem importante da dura história de dona Vera. Para manter o bem estar das crianças, a mãe dedicava todo seu tempo aos serviços de doméstica, enquanto os filhos ficaram em Ribeirão sob os cuidados da avó. Era na cidade interiorana que Vera compartilhava seu suado dinheiro. “Minha mãe tomava conta deles lá em Ribeirão e todos os meses eu levava as despesas”, relembra dona Vera.

 

A saudade apertou e Vera resolveu levar os filhos para o Recife. Ela recorda que nunca contou com a ajuda do pai das crianças, precisando tocar a vida sozinha, a base de muito trabalho. Quando Cristiane tinha apenas dois anos de idade, a doméstica construiu um barraco de madeira no bairro de Roda de Fogo, Zona Oeste do Recife, e passou a morar com os três filhos. A situação era crítica, mas Vera não desistia de trabalhar para garantir um futuro digno aos pequenos. “Na época, a pobreza era triste. No trabalho, eu só sabia que tinha hora para pegar. Largava muito tarde”, conta. 

Depois da casa no bairro de Roda de Fogo, a família se mudou para uma residência na comunidade do Detran, também na Zona Oeste do Recife. Foi nessa casa onde Vera reforçou sua visão de que a educação é a única alternativa de mudança social para ela e sua família. Cristiane, aos cinco anos de idade, começou a estudar. Tanto ela quanto os irmãos eram cobrados veemente por bons resultados na escola. A mãe, exigente, não queria que os filhos trabalhassem, apenas deveriam se dedicar aos estudos. 

Enquanto as crianças tinham a oportunidade de conviver com a formação educacional, dona Vera continuava sua luta como doméstica. Relembra de pelo menos 20 casas onde trabalhou de forma honesta e mantendo a esperança por um futuro promissor. No contexto dessa rica história, ela recorda tristes capítulos. “Algumas casas não deixavam eu estudar, era analfabeta. As patroas diziam que eu não podia. Uma vez, no lixo, achei um livro de biologia. Achava um nome interessante e sempre dizia que tinha que arrumar um jeito de estudar. Quando fiz 21 anos, em uma das casas que trabalhava, resolvi estudar, mesmo contra a vontade da minha patroa”, conta dona Vera.

Depois de insistir e continuar acreditando na educação, Vera Lúcia conseguiu conciliar a profissão de doméstica com os livros. Completou o ensino médio – época em que, enfim, conseguiu estudar biologia e desvendar os assuntos da disciplina - e seguiu acompanhando de perto os filhos na escola. Aprendeu a ler, participou de capacitações e ainda sonha em cursar uma graduação. No vídeo a seguir, ela relembra detalhes da sua história:

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Rumo ao doutorado

Cristiane dedica sua felicidade à força de vontade da mãe. Tem orgulho da doméstica que enfrentou a pobreza em prol da educação dos filhos. Se emociona ao lembrar das cobranças e das extensas horas da mãe limpando casas, mas disposta a derrubar o cansaço para responder às atividades escolares junto com os filhos. Era comum Vera acordar Cristiane e os irmãos, todos os dias, por volta das 5h, para resolver os quesitos passados pelos professores, pois não queria pendências nas atividades. Só depois ela seguia sua dura rotina como doméstica.

No ensino fundamental, Cristiane recorda que sua mãe, com muito sacrifício, bancou uma escola privada. “Nunca soube o que era trabalhar. Minha vida foi só estudar graças à minha mãe”, comenta a jovem. Na adolescência, entretanto, acompanhou a mãe durante um serviço que foi responsável por despertar de vez seu gosto pelos estudos. A experiência marcou sua vida.

“O que me fez querer estudar foi quanto fui fazer uma faxina com minha mãe. Ela me levou para eu entender o que ela passava, para dar valor a cada centavo que ela ganhava. Lembro como hoje que a faxina era em uma sala da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A gente deveria limpar os livros de um professor. De repente, vi aquele monte de alunos estudando, entrando nas salas, enquanto minha mãe trabalhava muito duro. Aquilo deu uma angústia no meu coração e a partir daí coloquei como foco na vida que eu deveria estudar”, relembra Cristiane.

De acordo com Cristiane, sua convivência foi intensa com os filhos dos patrões da mãe. Ela recorda que todos admiravam sua sede pelos livros e sempre apoiavam sua vontade de vencer. A jovem voltou a acompanhar a mãe em algumas faxinas em salas de professores da UFPE, aproveitando a oportunidade para conhecer de perto as experiências dos docentes e ler obras que as inspiravam nos estudos.

No decorrer da vida escolar, Cristiane finalizou o ensino médio em escolas públicas e conseguiu ingressar em um curso técnico de agropecuária. Porém, seu grande sonho era ingressar no ensino superior. Para isso, horas e horas foram dedicadas aos estudos, além do enfretamento das dificuldades financeiras que cercavam a família. Aos 20 anos de idade, Cristiane foi aprovada no curso de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e extravasou em alegria junto à dona Vera. Era só o início de mais uma dura caminhada nos trilhos da educação.

“A única pobre da sala era eu. Quando cheguei na universidade tive muita dificuldade financeira para bancar a passagem. Teve momento em que passei o dia todo na universidade só com um lanche, porque não tinha dinheiro para comer direito. Nunca comprei livro, tive que me virar com cópias. Mãe nunca me negou, sempre dava a quantia que podia, mas ainda não era suficiente. Houve uma época que faltei aulas sem minha mãe saber, porque não tinha mais dinheiro para pagar passagem. Até que um professor descobriu a situação e me ajudou financeiramente, também não esqueço dos amigos que, por várias vezes, pagavam comida e cópias”, relata a veterinária.

As barreiras insistiram, tentaram impedir a caminhada de Cristiane, mas ela sabia que a educação era sua única alternativa de ascensão social. Superou todos os empecilhos e concluiu a graduação. Depois ingressou e finalizou o mestrado, passando a integrar pesquisas científicas do segmento veterinário. Ela relembra ainda, na época da graduação, que até pulou a grade da universidade em um dia de folga, porque precisava dar continuidade a um experimento que exigia prática contínua. Essas e outras histórias são o motivo de orgulho de dona Vera e de professores que acompanharam a caminhada de luta da veterinária. Agora, ela está prestes a concluir o doutorado, mas não cessa de acreditar nos benefícios da educação.

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Por todos os caminhos que existem rumo a uma graduação, as dificuldades diminuíram para os que sonham em entrar em uma faculdade e ter formação superior. Mas nem sempre foi assim. A pernambucana Josivânia Phillipini, 31 anos, lutou muito até conseguir o tão desejado diploma. “Meu sonho era entrar em uma faculdade”, relembra. Hoje, formada em logística pela Faculdade Joaquim Nabuco, unidade Recife, atua em uma empresa do segmento há quatro anos. Segundo a profissional, a universidade teve um papel fundamental para a realização do seu sonho. 

Josivânia nasceu no município de Camocim de São Félix, no Agreste de Pernambuco. Filha de agricultores, precisou aprender a ter responsabilidade desde muito nova. Cuidava dos seis irmãos enquanto a mãe trabalhava durante o dia, e à tarde Josivânia ia para a escola. “Eu não tive infância. Nunca brinquei de boneca, nunca tive um brinquedo. Por ser uma das filhas mais velhas, cuidava da casa e dos meus irmãos. Lembro que minha mãe deixava um ‘banquinho’ perto do fogão para eu preparar o mingau deles. Só depois me dei conta do quão arriscado isso era”, conta. 

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Diante daquela dura realidade, Josivânia viu que só iria mudar de vida se fosse em busca de conhecimento. “Aos 15 anos eu ‘fugi’ para Recife e fui morar com uma tia. Ouvi muito da minha mãe, ela não concordava, mas era o que eu queria. Por outro lado, minha tia disse que eu só poderia ficar se eu trabalhasse e foi isso que eu fiz”, relembra. Na capital pernambucana, começou a trabalhar como doméstica em uma residência. “No começo foi muito difícil, era outra realidade. Mas eu sou muito determinada e não desisti”, relata Josivânia.

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O esforço foi válido. Josivânia finalizou o período escolar e em 2012 ingressou no curso superior de logística. Bancou as mensalidades com o dinheiro oriundo do trabalho como doméstica e dedicou horas e horas da sua vida aos livros e trabalhos universitários. 

Para conciliar o trabalho puxado dos afazeres domésticos com os estudos, Josivânia teve que se desdobrar. Além de organizar a casa onde trabalhava, ainda cuidava de duas crianças, filhas de sua patroa. Em alguns momentos, chegou a desanimar, mas nunca pensou em desistir. Para estudar, ela usava as brechas de tempo que tinha durante o dia, já que aulas eram realizadas à noite. “Era muito complicado. Eu saía muito cedo de casa para trabalhar e voltava tarde da noite. Então qualquer ‘tempinho’ que eu tinha era para estudar. Muitas vezes quando eu conseguia sair cedo do trabalho, ia direto para faculdade ficar na biblioteca estudando, aproveitando aquele tempo antes do início das aulas”, ressalta.  

Embora tenha recebido o apoio da família, em alguns momentos a sua mãe, dona Severina Maria da Conceição, questionava se realmente todo aquele esforço valeria a pena. A agricultora chegou a chamar Josivânia várias vezes para voltar à casa em Camocim de São Félix. “Ela me perguntava sempre porque eu estudava tanto e se eu acreditava que minha vida mudaria com o estudo. Por muitas vezes eu deixei de ir visitar minha família em Camocim para ficar estudando e por continuar trabalhando como doméstica. Hoje eu sou a única filha formada e ela se orgulha demais por isso”.

A graduação foi o ponto transformador na vida de Josivânia. “Além de eu conhecer muitas pessoas, tive muitos professores que me incentivaram e me apoiaram. Isso abriu portas para minha vida profissional. Hoje eu trabalho no Grupo TPC, uma empresa nacional de logística, onde sou reconhecida. Tenho minha própria casa, sou casada e tenho uma filha, e ainda posso ajudar minha família no interior. Não foi fácil, mas tenho certeza que foi a melhor escolha que fiz na vida”, conta, emocionada.  A conclusão do curso ocorreu em 2014.

 

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Ultrapassar a barreira do tempo e do espaço pode estar entre os grandes desafios da humanidade. Mas não para aquela que é considerada por muitos a maior banda de todos os tempos: os Beatles. Com 13 discos de estúdios lançados ao longo de oito anos – há mais de 50 anos – John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr são até os dias atuais fonte de influência musical e comportamental para todas as gerações, nos quatro cantos do mundo. O ex-integrante da banda Paul está no Brasil com a turnê Out There para apresentações em Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro e, pela primeira vez, na capital, Brasília.

“Os Beatles não são apenas atuais. Em termos musicais, eles são eternos”, resume o professor do Departamento de Música da Universidade de Brasília, Sérgio Nogueira – há tempos um estudioso do quarteto de Liverpool. “E, na medida em que foram ultrapassando fronteiras, caindo como bomba nos EUA e invadindo tanto o Ocidente como o Oriente, obtiveram, como polemizou Lennon, uma popularidade maior que a de Jesus”, acrescentou. De acordo com a professora de Teoria e Tecnologia da Comunicação da Universidade Católica de Brasília, Rafiza Varão, além de ser a primeira banda cujo sucesso atingiu proporções mundiais, os Beatles estão entre os primeiros músicos responsáveis por fazer com que o culto às personalidades passasse a permear o imaginário do público, utilizando os meios de comunicação como poderosos aliados.

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Segundo Sérgio Nogueira, uma sequência de acasos fez dos Beatles a maior banda da história: “em primeiro lugar, o acaso da natureza, que juntou pelo menos duas pessoas com genialidade muito acima do normal”, disse referindo-se aos aspectos “diferentes e complementares” de Lennon e McCartney. “Lennon era rebelde, sofrido e com problemas familiares; Paul vinha de uma família equilibrada e tinha um pai que era músico amador e ouvia boa música. Cada um trouxe elementos diferentes que resultaram em uma terceira coisa, que ia além do simples somatório dessas duas partes”, explicou Nogueira à Agência Brasil. “E, para melhorar ainda mais, tinha George Harrison com seus arranjos e, posteriormente, boas composições”.

O outro acaso citado pelo professor está relacionado ao momento histórico em que os Beatles surgiram. “Foi um momento primordial da história da música, com quebras de paradigmas em relação à música do passado e com a música pop ascendendo e superando barreiras”. Por meio dos Beatles a indústria fonográfica descobriu, nesse estilo musical, um novo e lucrativo filão.

Rafiza Varão explica que a banda representou, para a indústria fonográfica, o início da fase de ouro da comercialização de discos de vinis e compactos, vendendo bilhões mesmo depois de seu fim. “A banda acabou virando um patrimônio da cultura mundial e hoje é impossível pensar a cultura do século 20 sem pensarmos nos Beatles”, disse ela. “A banda trouxe uma revolução cultural, em que jovens da classe média baixa inglesa começaram a se expressar mais comumente por meio da música popular que aparecia naquele período, construindo valores para uma juventude que não mais consumia apenas a cultura local. Com isso, ajudaram a difundir valores comuns para jovens de diversas nacionalidades: formas de dançar, vestuário, relação com os músicos, sentimentos em relação ao amor”, acrescentou a professora.

Para Sérgio Nogueira, a banda não foi exatamente o catalisador de uma nova forma de comportamento, mas o símbolo que deu dimensão a uma forma de comportamento que já vinha se estabelecendo. “A cena já vinha acontecendo. Mas com toda a certeza eles deram uma dimensão muito maior para elementos da cultura da época. A principal postura influenciada por eles, que perdura até hoje, está relacionada à crítica às fórmulas de relações hierárquicas na família e no governo”.

Se na época os Beatles representavam uma afronta aos pais, atualmente o gosto pelas músicas da banda passa de pai para filho. Principalmente quando se tem a chance de assistir ao show de um deles. Apelidado de John Lennon, devido à semelhança entre os nomes, João Lino, de 27 anos, vai ao show de Paul McCartney, dia 23 em Brasília. "Aprendi a ouvir Beatles com o meu pai. Sempre fui muito fã deles. Simplesmente não dava pra deixar de ver um deles de perto”, disse o consultor de seguros à Agência Brasil. “Vi o primeiro show da turnê [Out There] pela televisão e posso dizer: é imperdível tanto em termos de repertório quanto de organização”.

Até a escolha de profissões foram influenciadas pela música dos Beatles. “Eles representaram um estouro na minha vida. Cheguei profissionalmente onde cheguei graças ao impulso dado por eles”, disse o professor do Departamento de Música da UnB. “Eu não tinha envolvimento com música até meu irmão comprar dois discos deles. Na primeira vez que ouvi, me veio uma sensação visceral de força muito intensa. Ao sentir isso, me despertei. Aos poucos fui crescendo musicalmente, seguindo o que eles estavam fazendo. Evolui junto com eles e sou fruto de uma semente plantada por eles. E segui o caminho deles para aprender junto. Só depois fui me interessando por outras coisas, como jazz erudito. Mas os Beatles continuam me tocando profundamente. A mim e a muitos como eu”, disse Nogueira.

História similar tem o músico profissional Fábio Pereira, 44. “Foram eles que fizeram com que eu me tornasse um músico profissional”, disse o músico e professor de bateria. Para dar vazão à paixão que tem pelo quarteto, ele integra a banda Friends, que faz covers do grupo. “Os Beatles representam uma química perfeita entre quatro seres humanos, juntando dois baitas compositores com um guitarrista técnico que, influenciado pelos companheiros, se tornou também um grande compositor. Completando o time, um baterista que apesar das limitações deu identidade própria à música do grupo. Aquela era a bateria da música”, disse Fábio à Agência Brasil.

O que mais o impressiona na música dos Beatles é a quantidade de músicas boas, tanto no aspecto melódico como nas letras e arranjos harmônicos. “Eram muito avançados para a época”, disse ele. “Os Beatles conseguiram gravar uma quantidade enorme de músicas boas, tendo apenas oito anos de discografia [13 discos, entre 1962 e1970]. Eles inovaram para além do iê-iê-iê que os lançou. McCartney disse em livro que, no início, eles faziam música pensando em vender, mas depois começaram a sair dessa inocência e explorar letras mais introspectivas. Com isso, após um amadurecimento grande e rápido, os Beatles consagraram e tiveram seu auge criativo entre 1965 e 1967", completou.

Um dos momentos mais esperados no evento “As Marcas mais Valiosas do Brasil”, realizado na manhã desta terça-feira (16), no empresarial JCPM, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, foi a palestra do diretor da WPP Group, David Roth. Sob a temática “Aprendendo com a China – como a China entende a importância das marcas”, o diretor falou como as marcas chinesas ganham destaque em âmbito global e tratou da expansão tecnológica chinesa, fator de total relevância para a atuação publicitária. “É o maior mercado do mundo para telefones celulares. A China digital está explodindo e a internet móvel já utilizada por mais de 1 bilhão de usuários”, disse.

Sobre a atuação das marcas chinesas, o diretor da WPP Group declarou que “elas estão cada vez mais fortes”. De acordo com ele, a China está investindo na construção de marcas. “Vemos o posicionamento interessante dessas marcas. As empresas estão investindo na fortificação publicitária, atingindo o que o consumidor quer. As marcas não querem apenas vencer no país de origem, elas também querem o mercado global. Outro momento importante da palestra foi a exibição de um vídeo sobre as 50 marcas mais importantes da China. Além disso, foi mostrado o desempenho dessas empresas em termos econômicos nos últimos anos.

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A juventude dessas brandings é um fato curioso, uma vez que, 6 das mais importantes não existiam há alguns anos. Também foi destacado que 13 das marcas chinesa estão entre as top´s no âmbito mundial, confirmando a força do país no contexto publicitário.

Consumidores exigentes

Ter destaque como marca na China não é tarefa fácil. De acordo com David Roth, além da grande competitividade entre as empresas, os consumidores chineses estão muito mais desconfiados e exigentes. “Vários fatores causaram esta desconfiança. Alguns deles são a expansão da internet, democratização da informação, e, ainda por cima, não há mais espaço para as marcas esconderem erros. Isso eleva a competição entre os marqueteiros”, explicou o diretor da WPP Group.

Casos de sucesso

O palestrante também destacou o bom trabalho realizado por três marcas chinesas e como elas se consolidaram no mercado. A Bai Du, segunda maior de tecnologia da China, é uma delas. A Tencente, considerado o maior portal de internet chinês, ganhou destaque com seu serviço de envio instantâneo de mensagens. Essa empresa já possui em torno de 700 milhões de usuários.

Outra empresa apresentada foi a Ctrip. Trata-se de uma agência de viagem que ocupa a liderança desse segmento na China. Foram criadas instalações direcionadas para a classe média, que está em plena expansão. Nas Olimpíadas de Londres, realizada no ano passado, as marcas chinesas também procuraram ser conhecidas. Aproveitando a relevância do evento esportivo e a quantidade de pessoas oriundas de diferentes países que participou, os marqueteiros procuraram dar visibilidade as suas marcas. “A competição não foi só por medalhas. Existiu uma concorrência paralela dos marqueteiros. Eles utilizaram suas marcas em Londres para torná-las globais”, falou Roth. Ainda nesta manhã será divulgado o ranking das marcas mais valiosas e mais fortes do Brasil neste ano. Também será realizado um debate sobre “Como construir marcas valiosas”.

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