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De Paris a Berlim, Los Angeles ou Istambul, diretores e atores que fugiram da Rússia, após a invasão da Ucrânia, tentam reconstruir lentamente o cinema independente no exílio.

"Talvez eu já não pise mais nos tapetes vermelhos, mas pelo menos sou livre!", diz à AFP Maria Shalaeva, que fugiu "com seus dois filhos e três malas", após ser detida em uma manifestação contra a guerra em Moscou.

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A história desta atriz de 42 anos, que participava de várias filmagens na Rússia e conta com um filme dirigido por ela, é parecida com a de muitos outros.

Primeiro, fugiu para Istambul. Depois, viajou para a Geórgia, onde tem amigos, e, em seguida, instalou-se em Paris para reconstruir sua vida.

Na capital francesa, Maria Shalaeva faz cursos intensivos de francês, com a esperança de aprender bem o idioma e poder um dia voltar aos sets de filmagem, sem estar limitada a personagens russos.

Shalaeva se recusa a falar de seus problemas materiais, que "não são nada em comparação com o sofrimento dos ucranianos".

E sonha em dirigir um documentário sobre o exílio, mantendo contato com seus amigos cineastas que fugiram para Israel e Geórgia.

Uma primeira etapa importante será a projeção de um curta-metragem gravado em Moscou antes da guerra, nos Encontros de Cinema Russo de Paris, que apresenta, até terça-feira (28), diretores refugiados.

"É a última onda de filmes independentes" gravados antes do exílio, explica o delegado-geral da mostra, Marc Ruscart, que garante ter "rompido o contato" com as instituições russas, que antes apoiavam o festival.

A nível geral, "é complicado saber no que se transformará o cinema russo depois deste período de transição", analisa para a AFP o especialista Joël Chapron.

- 'Filmes do exterior' -

Alguns filmes rodados antes da guerra estão estreando em cinemas ocidentais, como "O Capitão Soviético", que começará a ser exibido nas salas francesas nesta quarta-feira.

O destino deste longa-metragem que critica o stalinismo resume bem a situação: foi rodado em uma época na qual os cineastas independentes ainda podiam obter financiamento público para projetos que se distanciavam da linha oficial.

Foi apresentado em Veneza em 2021, mas hoje não teria "nenhuma chance" de ser produzido ou distribuído na Rússia, explica seu produtor francês, Charles-Evrard Tchekhoff.

Seus diretores, Aleksey Chupov e Natalya Merkulova, que, naquele momento, disseram à AFP que esperavam "continuar sem ter problemas", se exilaram em Baku, a capital do Azerbaijão, onde tentam abrir uma escola de cinema.

Para imaginar esses "filmes do exterior", que talvez sejam o futuro do cinema independente russo, alguns realizadores querem recriar a Rússia em outros países do Leste Europeu, ou gravar com a comunidade russa no exterior, explica Chapron.

Entre os grandes nomes que optaram pelo exílio estão Andrey Zvyagintsev ("Leviatã", "Sem Amor"), instalado em Paris, e o casal de jovens talentos Kira Kovalenko e Kantemir Balagov, em Los Angeles.

"A cultura russa sempre conseguiu sobreviver historicamente, [inclusive] fora da Rússia. É uma força muito poderosa", diz à AFP Kirill Serebrennikov ("Verão", "A Febre de Petrov").

O cineasta e diretor de teatro, instalado em Berlim e convertido em símbolo dos artistas no exílio, admite que "não é um caso típico". Aos 53 anos, ele continua realizando projetos e apresentando suas criações em toda a Europa.

Serebrennikov espera acabar até o fim deste ano seu último longa-metragem, uma adaptação de Emmanuel Carrère. A filmagem de "Limonov" começou na Rússia e teve que continuar na Letônia.

Embora o cinema independente russo tenha sido vetado das instituições ocidentais nos primeiros meses da invasão da Ucrânia, a situação "se acalmou", estima Chapron.

O Festival de "Cannes deu o tom", ao selecionar "A Esposa de Tchaikovsky", precisamente de Serebrennikov, no ano passado, no momento em que apoiar um cineasta russo não era bem-visto, analisa.

Após três anos fora do Brasil, o ex-deputado federal Jean Wyllys sinalizou, em entrevista à revista Carta Capital, que poderá retornar ao Brasil, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença a eleição de outubro deste ano. Antes psolista, mas atualmente filiado ao Partido dos Trabalhadores, o ex-parlamentar abriu mão do seu terceiro mandato como deputado federal, para se exilar em Barcelona, na Espanha, após uma série de ameaças de morte por parte de opositores da extrema-direita. 

“O Lula vencendo, eu volto porque eu vou fazer parte da reconstrução. O Lula vai precisar de muitos braços, inclusive no Parlamento. Eu espero que sejam eleitos muitas deputadas e muitos deputados de esquerda, centro-esquerda e da direita civilizada. Então, pelo amor de Deus, figuras do naipe de Arthur Lira não podem ser reeleitas, sobretudo depois do papel que ele desempenhou nessa ruína. O Lula vai precisar de pessoas como eu e de gente que está disposta a reconstruir o País, cada um no seu papel”, revelou em entrevista. 

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Diferente de diversas figuras da esquerda, Wyllys acredita que, diante de uma derrota, o presidente Jair Bolsonaro (PT) não terá força suficiente para dar um golpe. Para ele, internacionalmente, não há ambiente para uma ruptura democrática no Brasil. “Eles podem até fazer porque são estúpidos, mas não vai durar muito tempo”, declarou. 

“Eu não diria que ele não tem força porque uma parte das Forças Armadas está com ele. Ele conta também com as milícias. Os generais palacianos estão todos com ele por dois motivos e, não por acaso, muitos são candidatos. Tanto eles quanto o Bolsonaro estão medo de serem responsabilizados pelos crimes que cometeram ao longo desses quatro anos. Os sigilos impostos têm uma função de blindar esses sujeitos que sabem que cometeram crimes”, disse o petista. 

E acrescentou, ainda no assunto: “Internacionalmente não há ambiente para esse golpe. O país que poderia apoiar o golpe, os Estados Unidos, não tem interesse. A América Latina também não apoia, principalmente depois da eleição do [Gabriel] Boric [no Chile], de [Gustavo] Petro [na Colômbia] e do Alberto Fernandes na Argentina. A União Europeia muito menos. O Brasil é um continente que abriga a maior floresta tropical do planeta. O destino do clima no mundo depende do Brasil. Para nossa sorte, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil”. 

No entanto, mesmo com o País de volta à normalidade com o revés do atual presidente, Wyllys pontua que o bolsonarismo continuará vivo na sociedade brasileira. “Como diz o Umberto Eco, esse fascismo é eterno”. 

“O fato das estruturas públicas saírem das mãos dessa quadrilha e irem para as mãos de pessoas comprometidas com a diversidade política e cultural já permite que a gente vá reconstruindo sobre a ruína, entre outras coisas, o cordão sanitário em torno do bolsonarismo. Mas ele não vai desaparecer”, concluiu. 

Personagem chave da Espanha do século XIX, o rei emérito Juan Carlos I desfrutou de décadas de popularidade ao liderar o país para a democracia e frear um golpe de Estado, mas os escândalos arruinaram sua reputação e o forçaram ao exílio.

Cercado por investigações judiciais na Espanha sobre sua suposta fortuna escondida no exterior, Juan Carlos I se exilou em agosto do ano passado em Abu Dhabi.

Uma decisão dolorosa com a qual buscou preservar a imagem da monarquia, representada pelo seu filho Felipe VI e da qual abdicou em 2014 depois de 38 anos de reinado.

A polêmica sobre suas finanças começou quando foi revelado que em 2008 ele recebeu 100 milhões de dólares da Arábia Saudita, depositados em uma conta secreta na Suíça. Somaram-se a isso novas informações sobre supostas estruturas em paraísos fiscais para sonegar impostos, e o suposto uso de cartões vinculados a contas bancárias de terceiros.

Nesta sexta-feira (26), seu advogado confirmou que o rei emérito pagou cerca de 4,4 milhões de euros (5,3 milhões de dólares) em impostos não pagos por voos em jatos particulares, com o financiamento de uma fundação com sede em Liechtenstein pertencente a um de seus primos.

Seus problemas não são novos. Começaram com a investigação por corrupção contra seu genro Iñaki Urdangarin, depois preso, e sua filha mais nova Cristina, acusada em 2014 e declarada inocente.

Juan Carlos parecia ainda mais cansado do que em 18 de abril de 2012, quando surpreendeu o país ao pronunciar um pedido de desculpas histórico na televisão: "Sinto muito. Eu errei e isso não acontecerá novamente".

Alguns dias antes, surgiram controvérsias sobre uma caçada a elefantes em Botsuana, de onde foi repatriado com uma fratura no quadril, acompanhado por sua então amante, a alemã Corinna Larsen, a quem teria presenteado com 65 milhões de euros, segundo a imprensa.

Outra aparição na televisão, 31 anos antes, marcou o auge de seu reinado: em 23 de fevereiro de 1981, o monarca em uniforme militar ordenou que os oficiais que ocupavam o Congresso retornassem ao quartel, tornando-se o salvador da jovem democracia espanhola.

Embaixador do luxo

O acidente em Botsuana marcou um antes e um depois para Juan Carlos, coroado aos 37 anos, em 22 de novembro de 1975, dois dias após a morte de Franco, que conduziu a Espanha em sua modernização.

A naturalidade do chefe de Estado, apreciador de esportes e discreto em sua vida pessoal, ganhou ao longo dos anos respeito dentro e fora de seu país.

O prestígio internacional não resistiu à crise econômica que, a partir de 2008, diminuiu repentinamente a prosperidade do país e provocou desconfiança dos cidadãos nas instituições.

Com sua reputação prejudicada, Juan Carlos cedeu a coroa a seu filho Felipe VI em 2014 e, em 2019, se aposentou da vida pública.

Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón nasceu em 5 de janeiro de 1938 em Roma, onde seu avô, rei Alfonso XIII, se exilou após a proclamação da Segunda República Espanhola em 1931.

Seu pai, Juan de Borbón, nunca assumiu o trono, afastado por Francisco Franco devido a opiniões que ele considerava muito liberais.

O ditador, que chegou ao poder com o fim sangrento do regime republicano após a Guerra Civil (1936-39), preferiu o jovem Juan Carlos, a quem chamou em 1948 a continuar seus estudos na Espanha, longe dos pais exilados em Portugal.

Aos seus 18 anos, ocorreu a morte de seu irmão mais novo Alfonso, de 14, pelo disparo acidental de uma arma, quando os dois estavam em um quarto da mansão familiar em Estoril.

"Ainda sinto muito a sua falta", disse o monarca, com os olhos marejados, em um documentário francês gravado no final de seu reinado.

Propulsor da democracia

O jovem monarca, nomeado sucessor do ditador em 1969 e coroado em 1975, rapidamente se livrou do pesado legado franquista e partiu para o caminho da transição democrática.

Juan Carlos definiu sua missão da seguinte maneira: "A ideia principal da minha política era garantir que os espanhóis nunca mais se dividissem em vencedores e perdedores".

Ao contrário do que os nostálgicos de Franco esperavam, em pouco tempo lançou as bases do Estado democrático: legalizou partidos políticos, nomeou um presidente de governo - o centrista Adolfo Suárez - a quem encarregou de organizar eleições e aprovar por referendo uma nova Constituição em 1978.

Sua intervenção histórica de 23 de fevereiro de 1981 confirmou seu papel como propulsor da transição.

"Eu sabia que os militares me aceitariam porque fui nomeado por Franco (...), porque havia passado por todas as academias militares e conquistado a amizade de muitos", afirmou.

E "acima de tudo, porque eu era o chefe supremo das Forças Armadas", disse ele.

Depois de completar seu treinamento militar e seus estudos em direito e economia, o futuro monarca casou-se em 1962 em Atenas com a princesa Sofia, filha mais velha do rei Paulo I da Grécia. O jovem casal se estabeleceu no Palácio Zarzuela, perto de Madri, onde vive desde então.

Do casamento nasceram a infanta Elena em 1963, Cristina em 1965 e Felipe, seu sucessor, em 1968.

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales disse nesta quarta-feira, 13, no México, onde está asilado, que voltaria para "pacificar" seu país se os bolivianos pedissem, após semanas de protestos violentos que levaram à sua demissão.

Morales falou com a imprensa pela primeira vez no exílio, e reiterou que sua demissão visou a conter a violência que sacudiu a Bolívia.

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"Se meu povo pedir, estamos dispostos a voltar para apaziguar, mas é importante o diálogo nacional", disse Morales, acrescentando: "vamos voltar cedo ou tarde. Quanto antes melhor para pacificar a Bolívia".

Ele reiterou seu chamado a um diálogo nacional, no qual poderiam participar "países amigos", em uma espécie de mediação entre as forças políticas.

"É importante o diálogo nacional. Sem diálogo nacional, estou vendo que vai ser difícil deter este confronto", acrescentou. Ele lançou um apelo à Polícia e às Forças Armadas, que o pressionaram para que apresentasse sua renúncia, a não "usar tiros contra o povo".

Até a terça-feira, eram sete os mortos na Bolívia em 23 dias de protestos, nas cidades de La Paz, Santa Cruz e Cochabamba, após as polêmicas eleições em que Morales foi reeleito para o quarto mandato consecutivo, pleito que foi tachado de fraudulento pela oposição e que uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) qualificou como repleto de "irregularidades".

Questionado se o governo americano poderia estar por trás do que ele e os países que o apoiam destacam como um golpe de Estado, respondeu que não tem informação.

"Mas sim, imaginarmos que certamente (os Estados Unidos) são os que aportam conceitos e estratégias", ressaltou. "A OEA tomou uma decisão política, não técnica ou legal. A OEA está a serviço do império norte americano".

Sobre a proclamação de Jeanine Áñez como presidente interina, Morales disse que é a confirmação do "golpe" contra ele e que foi um ato fora da legalidade, pois não foi celebrada a sessão em que o Legislativo aceita sua renúncia, como prevê a Constituição.

Morales chegou na terça-feira ao México na qualidade de asilado político em um avião militar mexicano. Nesta tarde, ele foi declarado hóspede honorário pela prefeitura da Cidade do México.

Tensão política

Em La Paz, Áñez enfrenta o desafio dos deputados do Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo, que estão em maioria na Câmara e ameaçam convocar uma sessão para anular sua proclamação como presidente. Ela reforçou nesta quarta-feira a intenção de convocar novas eleições o quanto antes.

Milhares de manifestantes apoiadores de Evo marcharam nesta quarta em La Paz, vindos da região de El Alto, carregando as bandeiras da Bolívia e de grupos indígenas regionais. A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo no centro da cidade para dispersar as multidões, que seguem com as manifestações.

O maior sindicato da Bolívia ameaçou entrar em greve geral, caso a classe política não consiga retomar a estabilidade no país, enquanto uma organização de fazendeiros de coca e um deputado próximo a Evo pediram mais protestos até que Evo retornasse à Bolívia para terminar seu mandato, em janeiro.

Áñez adentrou o palácio presidencial "Palacio Quemado" nesta quarta, cujo Evo havia parado de utilizar, considerando-o um símbolo de poder descreditado do passado. O ex-presidente foi o primeiro indígena a assumir o país. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 200.000 rohingyas se manifestaram neste domingo em um campo de refugiados de Bangladesh para marcar o aniversário do que chamaram de "Dia do Genocídio", no segundo ano de seu exílio de Mianmar.

Cerca de 740.000 integrantes desta etnia muçulmana fugiram do estado de Rakain (oeste de Mianmar) em agosto de 2017 após uma operação de repressão por parte do exército deste país de maioria budista.

Famílias inteiras se uniram em condições muito difíceis a cerca de 200.000 rohingyas vítimas diretas das perseguições, e já estão instaladas no outro lado da fronteira, em Bangladesh.

No total, cerca de um milhão de pessoas estão atualmente distribuídas em cerca de 30 campos de refugiados do distrito fronteiriço de Cox's Bazar, no sudeste do país.

Sob o sol, crianças, mulheres com véus e homens vestidos com panos coloridos marcharam neste domingo aos gritos de "Deus é grande, longa vida aos rohingyas", no aniversário do que denominam "Dia do Genocídio".

Os presentes cantaram uma música já popular cuja letra evidencia a falta de esperança de seu povo: "O mundo não presta atenção à desgraça dos rohingyas".

"Vim para exigir justiça pela morte dos meus dois filhos. Continuarei lutando até meu último suspiro", declarou à AFP Tayaba Khatun, de 50 anos.

- 'Queremos voltar' -

Os rohingyas não são reconhecidos oficialmente como minoria pelo governo de Mianmar, que os considera bengalis e lhes nega a nacionalidade apesar de que muitas famílias vivem em Rakain há gerações.

A ONU denunciou um "genocídio" deste coletivo, chamando à perseguição penal dos generais birmaneses. Mianmar nega estas acusações, afirmando que apenas se defendeu dos ataques de rebeldes rohingyas contra postos policiais.

Um líder comunitário, Mohib Ullah, declarou neste domingo que os refugiados desejam voltar a Mianmar, mas com três condições: ter garantias sobre sua segurança, obter a nacionalidade birmanesa e poder voltar a suas localidades de origem.

Segundo Ullah, tentaram dialogar com o governo birmanês, mas até agora não obtiveram resposta. "Fomos espancados, assassinados, estuprados em Rakain. Mas não importa, continua sendo nosso lar. E queremos voltar".

Os refugiados organizaram orações em homenagem às vítimas. Alguns balançavam bandeiras birmanesas reivindicando a nacionalidade.

- 'Repatriação perigosa e inviável' -

No sábado, a polícia de Bangladesh declarou que tinha abatido dois rohingyas suspeitos de matar um responsável do partido no poder.

A segurança havia sido reforçada em Kutupalong, o maior campo de refugiados do mundo, onde vivem atualmente mais de 600.000 rohingyas.

"Centenas de policiais, soldados e agentes da guarda fronteiriça foram mobilizados para impedir qualquer incidente violento", indicou à AFP um responsável policial local, Abul Monsur.

Bangladesh e Mianmar assinaram um acordo de repatriação de refugiados em 2017, mas duas tentativas, em novembro passado e nesta semana, fracassaram porque eles se negam a partir.

A Anistia Internacional afirmou que a violência atual no estado de Rakain "torna perigosa e inviável qualquer repatriação imediata".

Para quem está doidinho para matar a saudade de Tiago Iorc, é melhor começar a se acostumar com a distância do cantor. No site oficial de Tiago, sua agenda de shows está vazia. Ao jornal Extra, o empresário do artista, Felipe Simas, confirmou que até o momento não há trabalhos marcados: "Por ora, nada programado para esse ano", garantiu.

Afastado das redes sociais há mais de um mês, de acordo com o jornal, Tiago também deixou o Brasil e esta vivendo uma espécie de exílio em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde às vezes é fotografado ao lado de amigos.

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O cantor anunciou que deixaria o Instagram no dia 7 de janeiro, com uma mensagem aos seus seguidores, sem determinar por quanto tempo ficaria longe. Em um trecho, ele escreveu:

"Me ausentar dessa nossa vida instagrâmica que nos consome e me permitir viver sem calcular tanto, me descobrir em novos medos, voltar a ter certeza do que é improvável". Para quem é fã de Tiago, a saudade é tanto que criaram até um cartaz de Procura-se com a foto do cantor.

Entre as principais recordações que um dos netos de Arraes, o advogado Antônio Campos, tem do avô é quando na época do exílio, na Argélia. Ele tinha cerca de nove anos e o irmão, Eduardo Campos, 11, quando viajaram ao lado da mãe Ana Arraes e de sua avó dona Benigna, mãe de Arraes. Uma visita difícil já que, naquele tempo, as exigências eram muitas para conseguir um visto.

Apesar da pouca idade à época, Antônio Campos recorda do acontecimento. “Foi marcante porque quando descemos na Argélia, demorou um pouco a nossa liberação na alfândega e eu me lembro muito bem da cena da minha mãe porque meu avô avistava a gente ser liberado na alfândega e demorou cerca de 50 minutos. Eu via a emoção da minha mãe ao ver o seu pai alguns anos depois e me lembro, fortemente, a volta em um avião da TAP onde minha mãe chorava muito. Ela achava que nunca mais viria o pai novamente, mas, quis o destino e Deus que ela voltasse a ver o pai, em 79, quando ele retornou e teve um dos maiores comícios da história de Pernambuco”.

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“Meu avô foi um homem que dava um profundo valor à família, que teve 10 filhos e sempre teve uma ligação com todos, mas, teve uma ligação muito forte com a minha mãe Ana Arraes. Quando voltou do exílio, ele morou seis meses na casa de minha mãe e do meu pai Maximiano e depois foi morar na Rua do Santana, em Casa forte, onde residiu um tempo e depois foi morar na Rua do Chacon”, contou. 

Para o neto de Arraes, uma das grandes características de Arraes era sua humildade, apesar da força de seu nome. “Meu avô nunca contou uma vantagem na vida e se comunicava com o olhar. Essa era uma característica muito interessante de Arraes. Um homem de uma grande sensibilidade humana e marcado pelo sentimento de justiça, que deixou um legado político para o Brasil”. 

“Era uma pessoa de muita leitura e que teve uma experiência de vida muito grande. Conheceu da China a outros lugares do mundo. Conheceu profundamente o mundo árabe, inclusive, falava árabe, não profundamente, mas conhecia os problemas do mundo árabe por ter vivido um no Norte da África e que também pôde ajudar às lutas pela libertação de países como Moçambique, Cabo Verde e outros. Conviveu com pessoas interessantes, intelectuais, políticos, mas o meu avô era um homem muito simples”.

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O LEGADO DE ARRAES

Para Antônio, o grande legado de Arraes é a atualidade do seu pensamento e da sua ação política trabalhando os principais temas da atualidade como a educação e a questão da seca. “Ele criou o Movimento de Cultura Popular com Germano Coelho e Paulo Freire onde surgiu um método de alfabetização reconhecido pela Unesco, pelos pedagogos e educadores de todo o mundo. Foi um revolucionário, que trabalhou profundamente a democratização da água. Eu lembro dele dizendo uma vez que se elegeu três vezes governador de Pernambuco trabalhando o tema água, além de ter trabalhado a questão da reforma agrária não por uma questão ideológica, mas política importante presente em qualquer país do mundo. Arraes mostra, na sua ação política e no seu pensamento estratégico, uma grande atualidade. Ele tinha um projeto de nação como tinha um projeto para o Nordeste”.

                                                                            

 


Com estreia marcada para este sábado (11), o espetáculo 'Ossos' chega ao Teatro Apolo, no Centro do Recife. A peça conta a história do retorno do dramaturgo Heleno de Gusmão às suas lembranças e ao seu passado para entregar os restos mortais do seu amante aos familiares. A montagem do Coletivo Angu de Teatro aborda temas como a morte, o amor e o exílio, através da música, dança e representação, de 11 a 26 de junho e custa R$ 20 (inteira) e R$ 10. 

A montagem é mediada por interferência de um coro de urubus e os fatos são apresentados de modo não linear, embaralhando começo, meio e fim. A direção é de Marcondes Lima e o espetáculo é apresentado nas sextas, às 20h, nos sábados, às 18h e 21h, e nos domingos, às 19h.

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Na história, uma parte da peça se desenrola num submundo paulistano, povoado por diferentes classes de retirantes nordestinos. Outra se dá na estrada que leva o escritor até a cidade de Sertânia, no interior de Pernambuco.

Serviço

Estreia de "Ossos"

Sábado (11) | 21h

Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife)

R$20 (inteira) R$10 

Informações - 81 3355-3321

Classificação indicativa 16 anos

Bussaina Shaaban, principal assessora pessoal do presidente sírio, Bashar Assad, esteve secretamente em São Paulo, no Rio e em Buenos Aires, no fim de novembro. Não cumpriu nenhuma agenda oficial, nem com o governo brasileiro, nem com os diplomatas sírios, nem com as entidades que representam a comunidade síria no Brasil. Ela conversou com grandes empresários sírios no Brasil sobre a possibilidade de transferir pessoas e grandes quantidades de dinheiro da Síria para cá.

A missão secreta de Bussaina coincide com a notícia, publicada pelo jornal israelense Haaretz, de que o vice-chanceler sírio, Faiçal Mekdad, esteve na semana retrasada em Cuba, Venezuela e Equador, averiguando a possibilidade de Assad exilar-se em um desses países.

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Duas fontes, uma de oposição e outra favorável ao regime, confirmaram ao Grupo Estado a vinda secreta de Bussaina. De acordo com a fonte que apoia Assad, a assessora do presidente veio fazer tratamento médico em São Paulo. O que não explicaria por que ela esteve também no Rio e em Buenos Aires.

Os movimentos de Assad e aliados na direção de uma fuga da Síria coincidem com avanços do Exército Sírio Livre (ESL) sem precedentes em 21 meses de rebelião na Síria, que resultam numa asfixia econômica do governo e num cerco militar das forças leais. Segundo um economista sírio, resta a Assad apenas US$ 1 bilhão em reservas em moeda forte - ante US$ 22 bilhões, no início do conflito. Esse último bilhão poderia ser gasto em seu esforço de salvar a própria pele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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