Tópicos | falas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, na terça-feira, 20, manter a veiculação da propaganda de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) que utiliza falas do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) com ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora aliado e cabeça de chapa na candidatura pela qual concorrem ao Palácio da Planalto nas eleições deste ano. A Corte ainda negou um pedido de resposta apresentado por Alckmin.

A campanha de Bolsonaro tem veiculado no horário eleitoral gratuito em rádio e TV e nas redes sociais falas de Alckmin durante a corrida eleitoral de 2018 - quando foi candidato à Presidência pelo PSDB e se apresentou como opositor do PT --, que acusam Lula de querer "voltar à cena do crime". Após transmitir as declarações do ex-governador, a propaganda bolsonarista termina com a seguinte mensagem: "Se até o vice do Lula pensa assim, como é que eu vou confiar nele?".

##RECOMENDA##

"Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ele quer voltar à cena do crime. Está também em suas mãos evitar que a corrupção e a roubalheira voltem a comandar o País. Evitar a volta do petrolão. Evitar o fim da Lava Jato. É você que pode evitar que um preso condenado por corrupção seja solto", disse Alckmin, em 2018.

À época, o petista se encontrava preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba após condenações por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato. Embora estivesse preso, Lula prosseguiu com a sua candidatura até setembro daquele ano, quando foi substituído pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) depois de o TSE ter impugnado seu registro de candidatura por esbarrar na Lei da Ficha Limpa. Passados três anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações de Lula por considerar a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgá-lo e o ex-juiz Sergio Moro parcial na condução do processo.

Agora aliado de Lula, Alckmin recorreu ao TSE acusando Bolsonaro de veicular propaganda irregular contendo "falas descontextualizadas", com "trucagem e montagem", "no intuito de "incutir falsas ideias na mente do eleitor e desequilibrar" as eleições. A relatora do caso, ministra Maria Claudia Bucchianeri, negou o pedido do ex-governador de remoção das inserções e de concessão de direito de resposta à campanha bolsonarista.

Para Bucchianeri, a exploração de posicionamentos antigos dos candidatos por seus adversários faz parte da disputa política. Segundo ela, os juízes não podem interferir nas estratégias das campanhas, "sob pena de criminalização da própria atividade política". Os demais ministros acompanharam integralmente seu voto, que ainda destacou caber ao candidato explicar a mudança de posicionamento e ao eleitor cobrar justificativas sobre a mudança.

"Eventuais mudanças de posicionamento político, seja quanto a temas de interesse coletivo, seja quanto à formação de alianças, são legítimas e inerentes à própria dinâmica da política, sendo direito do eleitor, considerada sua liberdade de informação, ter amplo conhecimento dessas movimentações e ponderar sobre os motivos que as justificaram. Motivos que devem ser declinados pelos interessados, dentro do próprio espaço de debate político", afirmou.

Corrupção

Mais cedo, o ministro substituto do TSE Paulo Sanseverino também negou pedido de urgência da coligação do ex-presidente Lula para remover propaganda de Bolsonaro com alusão à suposta corrupção de governos petistas.

A inserção bolsonarista expõe imagens de copos de vidro sendo preenchidos com moedas de forma proporcionalmente; posteriormente, todas as moedas são despejadas em um copo que estampa a estrela vermelha símbolo do PT.

Segundo a coligação de Lula, a propaganda tinha como único propósito desinformar e ferir a honra do PT. Para o ministro Sanseverino, porém, a peça publicitária se manteve nos limites da liberdade de expressão.

Whoopi Goldberg se desculpou depois de ser criticada por dizer que o genocídio nazista de seis milhões de judeus não foi "uma questão de raça".

A atriz americana vencedora de Oscar disse no programa "The View", do canal ABC, que o Holocausto envolveu "dois grupos de pessoas brancas".

##RECOMENDA##

"No programa de hoje disse que o Holocausto 'não é uma questão de raça e sim da desumanidade do homem com o homem'. Deveria ter dito que são os dois", escreveu Goldberg no Twitter na segunda-feira à noite.

"O povo judeu de todo o mundo sempre contou com meu apoio e isso nunca vai mudar. Lamento o dano que causei", acrescentou a atriz de 66 anos.

Após os comentários de Goldberg, críticos responderam que a raça foi determinante para o genocídio, já que os nazistas acreditavam que eram uma raça superior.

"Não @WhoopiGoldberg, o #Holocausto foi a aniquilação sistemática do povo judeu por parte dos nazistas, que os consideravam uma raça inferior", tuitou Jonathan Greenblatt, diretor da Liga Antidifamação.

"Foram desumanizados e usaram essa propaganda racista para justificar o assassinato de seis milhões de judeus. A distorsão do Holocausto é perigosa", acrescentou.

Por sua vez, o Museu do Holocausto dos Estados Unidos escreveu no Twitter que "o racismo foi fundamental para a ideologia nazista".

"Os judeus não se definiam pela religião e sim pela raça. As crenças racistas nazistas alimentaram o genocídio e o assassinato em massa", declarou essa instituição sem fazer referência aos comentários de Goldberg.

Goldberg, que protagonizou filmes que denunciaram o racismo contra os negros como "A Cor Púrpura", falou durante uma discussão sobre a proibição em uma escola de Tennessee da novela gráfica de 1986 "Maus I: História de um sobrevivente", sobre a vida no campo de concentração nazista de Auschwitz.

Após um dia agitado para a política e economia do País, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu no Twitter às falas do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que mexeram com o cenário nacional nesta terça-feira, 10.

"Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no País, uma economia frágil e um Estado às escuras. Em nome da Câmara dos Deputados, reafirmo o nosso compromisso com a vacina, a independência dos órgãos reguladores e com a responsabilidade fiscal. E a todos os parentes e amigos de vítimas da covid-19 a nossa solidariedade", escreveu ele em duas postagens no Twitter.

##RECOMENDA##

As duas primeiras palavras de Maia se referem a falas de Bolsonaro feitas em uma cerimônia no Palácio do Planalto na tarde de hoje. Diante da ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, de aplicar sanções econômicas ao Brasil, caso não haja atuação mais firme para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia, Bolsonaro reagiu e disse que "apenas pela diplomacia" não daria. "Depois que acabar a saliva, tem que ter pólvora. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem", disse Bolsonaro mais cedo.

Depois, ao se referir à pandemia de covid-19, o presidente disse que o Brasil precisa deixar de ser "um país de maricas" e enfrentar a doença. "Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas", disse em cerimônia no Palácio do Planalto. Para completar, chamou a imprensa de "urubuzada".

Já o ministro da Economia disse, pela manhã, que o Brasil pode "ir para uma hiperinflação muito rápido" se não rolar a dívida satisfatoriamente. Houve reação à declaração, com alta do dólar.

Salles ainda disse que o governo deveria "ignorar" o congresso. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

##RECOMENDA##

As falas do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre aproveitar a “tranquilidade no aspecto da cobertura da imprensa” para flexibilizar as normas de proteção ao meio ambiente, na reunião ministerial do dia 22 de abril, liberadas pelo Supremo Tribunal Federal na última sexta (22), repercutiram negativamente na imprensa internacional. "Enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, (podemos) ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De Iphan, Ministério da Agricultura, Ministério de Meio Ambiente”, declarou o ministro.

A agência Reuters lembrou que, nos últimos 11 anos, o desmatamento no Brasil atingiu sua maior alta em 2019, quando cresceu 55% nos primeiros quatro meses do ano em comparação com 2018. “O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, pediu ao governo que adote maior desregulamentação da política ambiental, enquanto as pessoas se distraem com a pandemia do coronavírus”, publicou a agência. Já o britânico The Guardian destacou a proposição do ministro de desconsiderar o congresso nacional, onde o governo não teria mais forças para aprovar suas demandas. “No vídeo, Salles reclamou dos desafios legais às mudanças propostas nas regras ambientais, de que o governo precisava de ‘artilharia’ legal para defender as mudanças e deveria ignorar o Congresso”, divulgou o veículo.

A também inglesa BBC pontuou que “o vídeo também revelou atitudes de seu ministério, como o ministro do Meio Ambiente sugerindo que o coronavírus seria uma boa oportunidade- com a imprensa olhando para o outro lado- para simplificar regulamentações na Amazônia".

J.K. Rowling se envolveu em mais uma polêmica. A autora de Harry Potter está sendo criticada nas redes sociais após fazer um comentário considerado transfóbico. Ela apoiou a pesquisadora Maya Forstater que, segundo a CNN, foi demitida após dizer que pessoas trans não podem trocar o sexo biológico delas e que existem apenas dois sexos, argumentos que vão contra o que o movimento LGBTQ+ defende.

No Twitter, a escritora escreveu: "Vista-se como quiser. Chame-se da maneira que gostar. Durma com consentimento com qualquer adulto que te quiser. Viva a melhor vida com paz e segurança. Mas forças mulheres a serem demitidas por afirmarem que sexo é real?".

##RECOMENDA##

A fala dela causou muito polêmica e teve grande repercussão. Diversos fãs e personalidades responderam o comentário da autora, entre elas a modelo e atriz Indya Moore, que é trans e replicou o que J.K. 

"Maya não disse que sexo era real. Ela disse que mulheres trans são homens e você está reafirmando ela. A existência de sexo não significa que mulheres trans não são mulheres e e homens trans não são homens. A determinação de sexo não é binária e pode ser determinada de muitos jeitos diferentes usando ciência! Mas novamente, se você necessita de ciência para respeitar e acreditar em homens e mulheres trans, você nunca respeitará pessoas trans. Nossas identidades não são opcionais e nos debater nos causa um prejuízo irreparável", escreveu a estrela da série Pose.

Além da atriz, muitas outras pessoas criticaram o posicionamento da autora, como uma internauta que disse: "Eu cresci como uma criança trans lendo os seus livros como um escape. Eu constantemente pegava os nomes dos personagens para mim, antes de eu me sentir confortável com quem eu era. Essa decisão, de apoiar pessoas que me odeiam e que querem me prejudicar. Ela me leva às lágrimas... Por que?".

Já um seguidor da autora foi um pouco mais direto: "Nunca pensei que eu diria isso, mas aqui vamos nós... F**a-se, J.K".

O presidente Jair Bolsonaro se tornou nas últimas semanas uma metralhadora giratória de declarações que geraram críticas inclusive de seus aliados, mas sem comprometer seu governo, nem fragilizar sua base eleitoral, afirmam analistas.

Em declarações a jornalistas, Bolsonaro questionou em particular os dados sobre o desmatamento na Amazônia e a ocorrência de tortura durante a ditadura militar (1964-1985), obrigando a redobrar os esforços dos portais de identificação de informações falsas.

Este comparecimento quase diário perante jornalistas que o aguardam na saída de sua residência oficial representa uma mudança em relação aos primeiros meses de seu mandato, quando o capitão da reserva se comunicava quase exclusivamente pelo Twitter.

"Eu sou assim", disse na semana passada a uma jornalista de O Globo que o questionava sobre sua nova estratégia, vista pelo escritor e jornalista Antonio Prata como uma forma de "controlar a narrativa" sobre seu governo.

Prata adverte, ainda, para o risco de que estas declarações sejam tomadas como meras provocações contra o "politicamente correto", quando se trata de "mentiras" perigosas.

Ao negar os dados sobre o desmatamento, "não é ser politicamente correto: é o fim da Amazônia, e isso significa o fim da neve nos Andes, é um problema grave para o Peru, Argentina ou Chile", afirma.

As posturas do capitão não são novidade. Em quase três décadas como deputado, destacou-se por sua defesa da tortura durante a ditadura (1964-1985) e por declarações machistas, racistas e homofóbicas.

Parte de seus eleitores e dos políticos que o apoiaram viram nele a única alternativa para impedir que a esquerda voltasse ao poder e relativizaram seu discurso, qualificando-o de "polêmico".

Um adjetivo que Prata recusa. "Pinochio não é uma história de um boneco polêmico de madeira, é de um boneco de mentira", afirma.

Aos Fatos, um portal de checagem de informações, detectou 232 declarações falsas ou distorcidas de Bolsonaro desde que seu governo começou, em janeiro.

- "Um ato de fé" -

Mas diga o que disser - assim como o presidente americano, Donald Trump, seu modelo -, Bolsonaro manteve até agora um núcleo sólido de apoio, refletido em consistentes 30% de aprovação em pesquisas de opinião.

Medições em redes sociais revelaram que sua popularidade cresceu na última semana.

Márcio Santos, taxista de São Paulo de 48 anos, garante que voltaria a votar nele. "É verdade que às vezes fala demais, mas está asfaltando estradas e vai aumentar o limite de pontos na carteira de motorista", defende.

"O povo quer acreditar nele como um ato de fé", afirma o cientista político Christian Lynch.

Desde a volta da democracia em 1985, "foi tabu ser conservador no Brasil", razão pela qual essa base constitui "uma espécie de reação ao que foi percebido como uma longa hegemonia de esquerda", acrescenta o acadêmico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Segundo Lynch, Bolsonaro quer se tornar "o líder indiscutível da direita", equivalente ao que seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), representou para a esquerda.

- Mercados inalterados -

Bolsonaro deixa os temas econômicos nas mãos de seu ministro ultraliberal Paulo Guedes, com a expectativa, segundo Lynch, de que o crescimento volte e possa mostrar resultados suficientes para colher frutos em 2022.

E também resistir a qualquer tentativa de impeachment por ruptura do decoro presidencial.

"Se não houver um ambiente de grande crise econômica e mantiver o apoio de 30%, um impeachment seria difícil", afirma.

"Por enquanto, a governabilidade não está ameaçada, entre outros motivos porque não há um plano de governo, mas um plano de poder", concluiu.

No ambiente de negócios, "o principal receio era que o comportamento de Bolsonaro afetasse seu capital político e, consequentemente, a agenda de reformas. Mas isto não ocorreu e a agenda econômica está avançando" no Congresso, afirma Rafael Passos, da consultoria Guide Investimentos.

Na entrevista improvisada com a jornalista de O Globo, Bolsonaro afirmou: "Eu sou assim, sem estratégia", voltando a ocupar as manchetes.

Mas, segundo Lynch, precisamente essa é a estratégia: "ele é assim, fica fazendo o que sempre fez - Um homem sem papas na língua", que agora "o projeto dele é se enraizar" no poder.

E "se não conseguir, terá os culpados de sempre" à mão.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando