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Se antes o empreendedorismo era um espaço majoritariamente masculino, agora, a presença feminina vem ganhando força nos últimos tempos. Cada vez mais as mulheres se posicionam como donas do seu próprio negócio. Estudo realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc) mostrou que após diminuir para um total de 8,6 milhões, no segundo trimestre de 2020, o número de mulheres à frente de um negócio no Brasil fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões.
##RECOMENDA##Dentre essas empreendedoras está Tiane Melo, que é pedagoga, produz conteúdo para as redes sociais e também empreende. Bastante conhecida pelo perfil no Instagram, o @mangapoética, ela compartilha com os mais de 115 mil seguidores várias frases com expressões tipicamente paraenses (veja galeria de fotos).
Atualmente, Tiane vende peças de vestuários e decoração com as conhecidas frases e conta como aconteceu o processo até conseguir empreender de fato. Segundo ela, a influência para o empreendedorismo sempre esteve presente em sua família. A mãe de Tiane vendia salgados e bolos, mesmo que não houvesse um profissionalismo. Quando as vendas em sua marca começaram de fato a demandarem mais dela, a pedagoga foi em busca de conhecimento. “Eu decidi entrar de cabeça na onda do empreendedorismo. Não tinha um conhecimento de fato, mas eu fui buscando através do próprio Instagram, seguindo e conhecendo pessoas que entendiam. Na prática eu fui aprendendo”, contou ela.
Como alguém que não possui toda a renda oriunda do empreendimento, Tiane afirma que uma de suas maiores dificuldades quando começou a empreender foi criar uma rede de fornecedores paraenses, nos quais ela tivesse maior confiança.
Tiane frisou que seu empreendimento diz muito sobre o paraense e a cultura do Estado. “A minha marca vende cultura paraense, não no sentido de um consumismo líquido, mas, sim, nessa questão de identidade e identificação com a marca”, afirmou.
Segundo informações da Junta Comercial do Estado do Pará (JUCEPA), 42,36% das empresas no Pará têm mulheres em seus quadros societários e de chefia, contra 57,64% formalizados por homens, em 2021. Somente em Belém, foi registrado o aumento de 29,63% em abertura de empresas neste ano. Já Ananindeua, na região metropolitana, registou um total de 11% em novos empreendimentos.
Os dados se confirmam na experiência da empreendedora, que afirma existir um companheirismo entre as demais mulheres do ramo. “Uma vai levantando a outra, vai dando dica, vai indicando fornecedor melhor de sacola de adesivo”, contou.
O empreendedorismo feminino ainda se mostra como uma porta para mulheres que vivem em submissão ou até uma forma de violência, analisou a empreendora. Para ela, o empreendedorismo feminino deveria ser uma política pública.
“Que existam incentivos, espaços, eventos. Tanto para mulheres que já empreendem quanto para mulheres que têm esse desejo”, destacou.
Por Painah Silva e Gabriel Pires (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).