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O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, nesta segunda-feira (2), a investigação de improbidade administrativa contra o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o episódio que envolve a Casa da Moeda. A decisão de suspender a investigação é por tempo indeterminado, até que o STF defina quem ficará responsável pela apuração do caso.

Sobre a determinação, a Procuradoria Geral da República (PRG) divulgou nota a imprensa na noite desta segunda-feira, em que afirma: “O fato é que não houve ainda um só ato que se traduzisse em investigação do Ministro Guido Mantega e, em cumprimento à liminar do Supremo Tribunal Federal, os autos retornarão ao gabinete do Procurador-Geral da República”.

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O então presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, foi exonerado no dia 28 de fevereiro por supostamente ter recebido o equivalente a US$ 25 milhões em propina e ter enviado dinheiro a duas empresas que abriu no exterior em seu nome e de sua filha, Ana Gabriela.

Leia a nota do PRG, na íntegra.

"Em cumprimento à liminar do STF, os autos que estavam na PR/DF voltarão à PGR

Em face de representação contra o Ministro Guido Mantega, envolvendo questão relativa à Casa da Moeda, o Procurador-Geral da República determinou que o procedimento fosse encaminhado à Procuradoria da República no Distrito Federal, o que ocorreu em 16 de março último.

A Advocacia Geral da União impetrou mandado de segurança contra essa decisão, obtendo liminar para sustar a remessa do feito, sendo que o mandado respectivo foi cumprido em 27 de março.

Nessa mesma data, e sem ter ciência da liminar, o procurador da República no Distrito Federal Júlio Carlos Schwonke de Castro Júnior, a quem os autos foram distribuídos, baixou uma portaria instaurando procedimento de investigação, e que só veio a ser publicada em 29 de março seguinte.

O fato é que não houve ainda um só ato que se traduzisse em investigação do Ministro Guido Mantega e, em cumprimento à liminar do Supremo Tribunal Federal, os autos retornarão ao gabinete do Procurador-Geral da República.

Secretaria de Comunicação
Procuradoria Geral da República"

O Ministério da Fazenda estima que os valores de investimentos empenhados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) crescerão 20,3% em 2012, totalizando R$ 42,6 bilhões. As informações estão no documento Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado hoje pela pasta com as projeções econômicas atualizadas até 2 de fevereiro.

Em 2011, os investimentos do PAC empenhados somaram R$ 35,4 bilhões, quase 20% a mais do que em 2010. Para o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, a projeção é de desembolsos totais de R$ 41,3 bilhões neste ano, de acordo com dados da Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo o Ministério da Fazenda, dois milhões de novas moradias serão construídas entre 2011 e 2014, em um total investido da ordem de R$ 142,3 bilhões. Em 2011, foram construídas 480 mil moradias.

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Integrantes do MST da Base, dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST) em São Paulo, deram sequência hoje ao chamado "janeiro quente", invadindo uma fazenda em Pauliceia, no oeste do Estado. O nome da área não foi divulgado. A Polícia Militar confirmou a invasão, mas a equipe que se dirigira ao local não fizera contato com a base até as 16 horas. Na sexta-feira, um grupo de 300 militantes já tinha invadido a fazenda Rio Feio, em Bento de Abreu, na mesma região.

Nota creditada ao MST da Base, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Liga Sindical Operária e Camponesa, Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) e quatro outros grupos informa que oito mil acampados foram mobilizados para ocupar "pacificamente", até o final do mês, 30 propriedades rurais nas regiões do Pontal do Paranapanema, Alta Paulista e Araçatuba. Além da aceleração da reforma agrária, os grupos pedem "liberdade aos companheiros José Rainha Júnior, Claudemir Novaes e Antonio Carlos Silva", presos por perseguição política, segundo a nota. Esses líderes estão presos desde junho, acusados de desviar recursos da reforma agrária.

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Os movimentos se posicionam contra o projeto de lei do Governo do Estado enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo "que blinda a grilagem de terras do Pontal do Paranapanema com sua legalização".

Segundo a nota, uma área de 92 mil hectares do 15º Perímetro foi julgada devoluta pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). "O governo estadual precisa se entender com o governo federal e antecipar a obtenção dessas terras assentando nossas famílias", diz a nota, que pede ainda que a justiça seja rápida "não para criminalizar a luta dos trabalhadores do campo, mas para assentar as famílias".

Na tarde desta quarta-feira (7), representantes da Secretária Estadual da Fazenda (Sefaz) e da Polícia Civil de Pernambuco anunciaram um balanço geral da Operação Gipsita, realizada no Sertão do Araripe, em Pernambuco. A ação teve o objetivo de desarticular um esquema de sonegação tributária no Pólo Gesseiro do Estado e identificar os contribuintes que estariam se beneficiando com o crime.

A operação teve inicio no dia 5 de maio deste ano e contou com o apoio de 250 agentes, entre auditores fiscais, policiais civis e militares. A ação abrangeu os municípios de Araripina, Trindade, Ouricuri, Ipubi e Bodocó. Ao todo, foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, além de 11 mandados de prisão expedidos pela justiça.

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O delegado Francisco Rodrigues – da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deccot) – explicou como funcionava o esquema. “Depois da criação de uma empresa fictícia e em posse de certificados digitais que são exigidos para a emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) os autores vendiam as notas para terceiros. Como as empresas eram criadas para essa finalidade ou constituídas em nomes de pessoas que se diziam sócias (os laranjas), os tributos não eram recolhidos pela fazenda”, completou.

O diretor de Fiscalização Especial da Fazenda, Anderson Alencar, revelou que o esquema se estendia também para o transporte da carga, com a falsificação do Documento de Arrecadação Estadual (DAE). “As autenticações bancárias e até carimbos de auditores fiscais eram falsificados para fingir a passagem nos postos de fiscalização. Com isso, o ICMS devido sobre o frete não era recolhido”, disse o diretor.

Entre os envolvidos na fraude estão empresários, despachantes e também um contador. Durante as investidas nas regiões, os agentes conseguiram efetuar as prisões de dez envolvidos na quadrilha. Leomárcio Luiz de Oliveira e José Márcio Ferraz de Sá são apontados como chefe do grupo. Além deles, estão presos John Lennon, Neguim, Goiano, Neto, Fausto, D’assis, Fabiano e o contador do bando,  Francisco Alexsandro Alencar do Vale. O único que continua foragido é Olívio Francisco da Silva Júnior.

De acordo com o delegado, todos eles irão responder pelos crimes de falsidade ideológica, falsidade de documento público e sonegação de fiscal. Ele acrescentou ainda que existem outras empresas praticando a fraude. O prejuízo estimado é de R$ 10 milhões os cofres públicos todos os anos.


 

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse hoje que os indicadores apontam que o crescimento econômico brasileiro no terceiro trimestre de 2011 pode ser zero. No entanto, disse ele, que já há sinais de uma recuperação da economia no quarto trimestre.

Barbosa disse que, depois da divulgação oficial do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, o governo pode reavaliar suas projeções. Ele destacou que, por enquanto, as projeções para crescimento da economia no ano variam de 3,2%, na expectativa do mercado, a 3,8%, que é a previsão do governo.

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Segundo ele, a moderação do crescimento da economia ocorreu em função do cenário internacional e de medidas adotadas pelo governo para melhorar as contas públicas e conter a inflação.

2012

O secretário executivo da Fazenda avaliou que as medidas já tomadas pelo governo este ano garantem uma expansão do PIB em ao menos 4% no ano que vem. Segundo ele, porém, uma aceleração para até 5% de crescimento ainda dependeria de novas ações governamentais.

"Para chegar a 5% depende de ações do governo, cabe ao governo dar direção às expectativas. Para 2012, esperamos nova expansão do investimento público", afirmou Barbosa, durante apresentação em evento que fez um balanço do andamento da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

Entre as medidas já tomadas que teriam efeito em 2012, Barbosa citou o aumento previsto para o salário mínimo em janeiro, as desonerações do Simples e do plano Brasil Maior, além do impacto defasado das reduções na taxa básica de juros ocorridas no segundo semestre deste ano. Segundo ele, o crédito livre deve retomar a trajetória de crescimento.

"Já a política fiscal será neutra, não vai estimular nem puxar para baixo o crescimento. Vamos cumprir a meta cheia de superávit", completou Barbosa.

A taxa de investimento público e privado no Brasil deverá ficar entre 19,5% e 21% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, nas estimativas feitas pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Ela deverá ser maior do que a registrada em 2010, mesmo diante da cautela adotada pelo setor privado por causa da crise internacional.

Estímulos dados pelo governo federal, como o programa Minha Casa Minha Vida e os empréstimos subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deverão garantir esse desempenho favorável.

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O número é mais otimista do que a estimativa preliminar disponível no momento, que é de 18,8% do PIB. A melhora não se deve a um repentino surto de investimentos, mas a uma questão numérica. "Mudou a régua", resumiu o secretário para a reportagem.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou as contas nacionais de 2009 e concluiu que a taxa de investimento naquele ano foi de 18,1% do PIB, e não 16,9% do PIB, como divulgado anteriormente. Com isso, a taxa de 2010 também foi beneficiada, pois ela já partiu de uma base maior.

"A taxa de 2010 é pelo menos 1,2 ponto porcentual maior do que a gente achava antes", comentou Barbosa. Como em 2011 os investimentos foram maiores que no ano passado, o resultado também tende a ser maior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário-adjunto Executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, disse que a regulamentação das medidas de incentivo ao financiamento de longo prazo privado foi concluída ontem com a publicação de decreto que trata da redução do Imposto de Renda (IR) para debêntures. O secretário admitiu que as turbulências no mercado dificultam resultados mais rápidos das medidas, que foram anunciadas há um ano. "Assim que as coisas se acalmarem, teremos resultados bem expressivos. O investidor agora está querendo mais liquidez", disse ele. "Hoje, o mar não está calmo no mercado de capitais", acrescentou.

Ele disse esperar que com a regulamentação publicada ontem as empresas apresentem nos Ministérios o pedido para que as suas debêntures possam se beneficiar do incentivo tributário. "O processo está bastante azeitado. Os Ministérios vão disponibilizar nos sites os formulários. É basicamente o que falta", disse. Decreto publicado no Diário Oficial da União ontem regulamentou a redução do IR incidente nos rendimentos de debêntures emitidas por Sociedade de Propósito Específico (SPE) de projetos de infraestrutura, pesquisa, desenvolvimento e inovação.

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Para ter o benefício tributário, os projetos têm que ser considerados prioritários pelo governo federal. Caberá a cada Ministério setorial definir quais são os projetos prioritários para que as suas debêntures possam ser enquadradas no benefício fiscal.

O decreto regulamenta justamente as condições para a aprovação dos projetos de investimentos prioritários. Pelo decreto, são considerados prioritários os projetos de investimento que visem a implantação, ampliação, manutenção, recuperação, adequação ou modernização dos setores de logística e transporte; mobilidade urbana; energia; telecomunicações; radiodifusão; saneamento básico e irrigação.

Os projetos prioritários devem ser geridos e implementados pela SPE constituída para esse fim. A SPE pode assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado. Caberá à SPE interessada na implementação do projeto submetê-los à aprovação do ministério setorial responsável.

A submissão do projeto para análise setorial será realizada mediante apresentação de formulário próprio. Depois de aprovado o projeto, o ministério terá que publicar uma portaria disciplinando os requisitos mínimos para a aprovação do projeto como prioritário e a forma de acompanhamento de sua implementação. Pela nova legislação, nos casos das debêntures relativas a projetos de infraestrutura, o IR cai a zero para pessoa física e para 15% para pessoa jurídica. Para os estrangeiros, o IR é zero. As debêntures têm que ter prazo longo e taxa prefixada ou indexada a índices de preços.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou hoje à Agência Estado que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, com alta de 0,43%, e os números bem comportados para alimentos são resultados em linha com a avaliação do governo de que inflação está em declínio no acumulado em 12 meses e está também em processo de convergência ao centro da meta, de 4,5%, em 2012. "A trajetória da inflação, com uma marca próxima a 0,4% em outubro, está exatamente como o governo previa há três meses", afirmou. "O IPCA em 2011 deve ficar dentro do teto de tolerância, apesar de vários choques externos, como o de preços de commodities", disse.

Holland disse que devido ao processo de arrefecimento da inflação, no acumulado em 12 meses, as expectativas para o IPCA em 2012 "devem mudar mais" na virada do ano. "Alguns bons analistas, com bons modelos econométricos, me informaram que já estimam a inflação para o próximo ano em 5% e não nos 5,57% apontados pela mediana das expectativas da Pesquisa Focus."

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Em função da melhora do cenário inflacionário do País, que vai continuar nos próximos meses, o secretário espera que no primeiro trimestre de 2012 as expectativas para o IPCA relativas ao próximo ano convirjam para a previsão do governo, que espera o índice no centro da meta de 4,5% no ano que vem.

Economia sólida

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou também que, apesar do processo desinflacionário vivido pelo País - que conta com fatores externos, como a crise internacional, sobretudo na Europa e nos EUA -, o "Brasil está firme, a economia está sólida" e não há no cenário risco de forte desaceleração do nível de atividade. "Não há necessidade de mais estímulo fiscal. Vamos cumprir o superávit primário cheio em 2012, além de registrar um ótimo resultado em 2011. O rigor fiscal será mantido", afirmou.

PIB

Holland disse, na entrevista, que a evolução da economia brasileira nos próximos trimestres será favorável, o que levará o Produto Interno Bruto (PIB) a apresentar uma expansão entre 3,5% e 4% neste ano e 5% em 2012. "Apesar de um quadro externo adverso, em função da crise internacional e da deterioração fiscal de países europeus, sendo que alguns deles dão sinais de estarem em recessão, temos condições de manter um bom ritmo de expansão em 2011 e continuar avançando no ano que vem", destacou.

Holland ressaltou que a crise econômica nos EUA e na Europa é muito séria e é agravada pela deterioração fiscal de vários países nos últimos três anos, entre eles Portugal e Itália.

O Ministério da Fazenda já trabalha na elaboração de medidas que poderão ser adotadas para garantir um crescimento econômico mais forte em 2012. Na avaliação da equipe do ministro Guido Mantega, o cenário internacional continuará negativo por um período prolongado, o que irá comprometer a capacidade de expansão das economias mundial e brasileira.

Por isso, os técnicos começaram a estudar ações para impulsionar o mercado interno, numa estratégia semelhante à utilizada em 2009, depois do agravamento da crise financeira iniciada nos Estados Unidos, que teve seu ápice com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers.

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Entre o rol de medidas em estudo está a retirada de parte das travas impostas entre o final de 2010 e o início deste ano ao crédito. A fixação de normas mais duras para a concessão de empréstimos foi importante para o governo conseguir uma moderação no ritmo de expansão dos financiamentos.

O reforço do caixa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é outra medida que será lançada, conforme revelou o `Estado' na semana passada. O banco de fomento ainda tem R$ 25 bilhões a receber de uma linha de financiamento de R$ 55 bilhões. A Fazenda ainda não definiu, entretanto, o volume que será liberado este ano.

Além da situação na Europa, o cenário da economia dos Estados Unidos é outro fator que preocupa a Fazenda e justifica o início do trabalho de coordenação de expectativas para o acionamento de medidas de estímulo.

Para os integrantes da equipe de Mantega, as perspectivas para a economia americana também pioraram. O aviso dado pelo presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, sobre o ritmo "lento e frustrante" do ritmo de progresso econômico nos Estados Unidos contribuiu para espalhar mais pessimismo em torno das perspectivas para a atividade global em 2012.

"É preciso evitar um tombo maior no crescimento", resumiu uma fonte do governo ao `Estado'. "Temos que acelerar", completou. Para a Fazenda, os dados sobre o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre, que serão divulgados no início de dezembro, devem sustentar a decisão de adotar as medidas de estímulo. Isso porque a expectativa é de um trimestre muito mais fraco do que o estimado inicialmente pelo governo.

A maior preocupação continua, no entanto, sendo o comportamento da inflação. "Tudo será feito para não comprometer o trabalho de controle da inflação", afirmou a fonte. No mercado financeiro, alguns analistas consideram precipitada a ideia de reverter as chamadas medidas macroprudenciais. "Agora que as coisas estão ficando ruins, o governo deveria sinalizar um corte maior da Selic e não o fim das medidas macroprudenciais", afirmou o economista Aloiso Teles, da Nomura Securities, em relatório para clientes. "É claro que eles sempre têm a opção de fazer isso se as coisas piorarem, mas eles devem primeiro colocar a Selic num patamar muito menor antes de usar crédito ou política fiscal", acrescentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, disse hoje que a inflação deve ficar bem perto do centro da meta em 2012, pois deve variar entre 4,5% e 5%. Ele ressaltou que tal marca será atingida inclusive com o crescimento da economia no próximo ano, que deverá ser de 5%. Para 2011, ele afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar entre 3,5% e 4%.

"Pelo que estamos vendo, o PIB em 2012 deve crescer pelo menos 4%, inclusive por conta de vários fatores, entre eles o aumento do salário mínimo", comentou. O salário mínimo deve subir no próximo ano ao redor de 14% (nominal) e o governo acredita que este incremento será importante para dar continuidade para o estímulo da renda e consumo da população. "O PIB potencial do Brasil, para mim, é maior do que o patamar estimado por economistas de mercado, que vai de 4,5% a 5%."

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Com a perspectiva do governo de crescimento da economia de 5% no próximo ano, o ministro interino ressaltou que o governo vai cumprir o superávit primário cheio também em 2012. "Vamos fazê-lo a exemplo de 2011. Neste ano, vamos cumprir o superávit primário programado (no início do ano) e até elevamos este patamar", comentou Barbosa. No dia 29 de agosto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que a meta de R$ 117,89 bilhões de superávit primário para 2011 foi elevada em R$ 10 bilhões e passou para R$ 127,89 bilhões.

Barbosa participou hoje de fórum promovido por The Economist Group e pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), em São Paulo. Ele substitui o ministro Guido Mantega, que participa da reunião de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), em Cannes, na França.

O governo tinha indicações que as variações do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro e no quarto trimestres deste ano poderiam vir negativas, evidenciando um "mergulho" da atividade econômica. Integrantes da área econômica acreditam que isso pode ter precipitado a ação do Banco Central, que decidiu cortar a taxa de juros em 0,5 ponto porcentual, para 12% ao ano, surpreendendo o mercado financeiro.

O corte nos juros foi feito esta semana para evitar que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em outubro, a redução necessária fosse ainda mais drástica. As evidências de esfriamento interno e externo são tão contundentes que o Banco Central já se prepara para cortar de 4% para 3,5% a taxa de expansão do PIB em 2011 no Relatório de Inflação que será divulgado no fim deste mês. O número pode ser modificado, a depender dos dados econômicos que serão divulgados ao longo dos próximos 20 dias.

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Com a redução da estimativa, o BC tenta transmitir a mensagem de que não trabalha com meta de crescimento do PIB. Ou seja, havia espaço para corte nos juros porque a economia cresceria menos, colocando menor pressão sobre a inflação.

Por enquanto, o Ministério da Fazenda mantém sua projeção de 4,5% de crescimento, mas o ministro Guido Mantega admitiu que o resultado deve ser mais próximo de 4%. A divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre na sexta-feira, mostrando desaceleração, confirmou o que a área econômica já sabia. Os técnicos esperavam crescimento entre 0,5% e 1%. O resultado divulgado pelo IBGE foi uma expansão de 0,8% sobre o trimestre anterior, o que aponta para uma taxa anualizada de 3,2%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A China é a locomotiva do crescimento mundial, conforme enfatizou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública no Senado, e o Brasil tem saldo comercial positivo com esse país. "Se a China balançar, vai balançar muita gente", previu o ministro, salientando que a trajetória de crescimento daquele país vem sendo trilhada há mais de 30 anos. "Mas se a China balançar, o preço das commodities pode cair. Vamos ver se baixam o nível de atividade sem nos prejudicar", analisou.

Ainda sobre o mercado internacional, o ministro salientou que os Estados Unidos poderão "apelar" para a terceira fase do afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês) e que não há mais espaço naquele país para redução dos juros. "A meu ver, a saída é fazer política fiscal para recuperar a economia", disse.

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O reflexo dessa situação mundial sobre o Brasil, segundo Mantega, é que o País terá de "pagar o preço" de ter de trabalhar com uma enxurrada de dólar no mundo. Por isso, segundo ele, medidas de controle de capital continuarão a ser tomadas se for identificada a necessidade dessa ação. "Medidas não se anunciam, se fazem", voltou a dizer.

Na avaliação de Mantega, desde 2008, o governo está adotando medidas ligadas ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e que têm mostrado efeito. "Sem elas, o câmbio estaria em R$ 1,20, em R$ 1,30 há muito tempo e isso teria quebrado a indústria lá atrás, com a entrada de produtos estrangeiros", considerou.

O ministro disse ainda que os juros brasileiros, mais elevados do que na maior parte do mundo, são "atrativos fantásticos", principalmente quando vistos a partir de países que não ganham nada com juros. "No Japão, por exemplo, aplicar o dinheiro no Brasil é uma maravilha." Mesmo assim, conforme Mantega, ao decidir sobre o rumo da política monetária, o Banco Central não pode se ater apenas para questões de arbitragem. "É preciso olhar para outros pontos também, principalmente a inflação", considerou.

PIB

Mantega afirmou que, se houver piora do cenário internacional, o governo adotará medidas para evitar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB). "Se o PIB estiver abaixo do que estamos trabalhando, temos muitas armas monetárias. Os juros e os compulsórios podem ser usados para não deixarmos a economia cair abaixo do que estamos trabalhando", afirmou.

O ministro previu que a economia brasileira dará sinais de menor aceleração no terceiro trimestre e voltará a acelerar no período de outubro a dezembro. "De fato, a economia vem se desacelerando. O próprio governo promoveu isso", disse. Mantega salientou que, no ano passado, a economia estava muito acelerada e a inflação, em elevação. "Por isso, o governo tomou várias medidas para desaceleração, mas sem derrubar economia", enfatizou.

Esta trajetória já era esperada pelo governo, conforme o ministro. Segundo ele, a expansão no ano passado era de 7,5% e, agora, a trajetória é de 4,5%. "Um PIB de 4% não é mau para um ano de transição e para história do Brasil", avaliou.

Apesar dessa estimativa de desaquecimento, Mantega não enxerga impactos sobre a arrecadação. "Não haverá impacto na arrecadação. Ela é consequência do que aconteceu em 2010 e tem a ver também com o fato de o Refis de 2009 ter começado a funcionar agora." Tampouco, o ministro vê problemas nas contas públicas. Para ele, as despesas estão equilibradas.

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