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O Congresso Nacional aprovou, nesta quarta-feira (26), o PLN 01, que recompõe integralmente o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que poderá dispor de R$ 9,6 bilhões para investimentos em projetos estruturantes em ciência, tecnologia e inovação. O projeto ainda será sancionado pelo presidente da República. 

“Com a aprovação, estamos próximos de resgatar R$ 4,18 bilhões deste Fundo, que é a maior fonte de financiamento da ciência brasileira e instrumento fundamental para o desenvolvimento do país. É uma conquista importantíssima e uma pauta prioritária do MCTI”, afirmou a ministra Luciana Santos. 

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Segundo a ministra, os recursos serão investidos em projetos estruturantes nas áreas de reindustrialização, saúde, transição energética e transformação digital que tenham impacto no desenvolvimento nacional. 

TR -  Na segunda-feira (24), o presidente Lula sancionou a lei que reduz o custo dos empréstimos do FNDCT. Ao definir a Taxa Referencial como indexador nas operações da Finep com recursos do FNDCT, a Lei 14.554 reduziu para os juros dos empréstimos para 2% ao ano. A expectativa da ministra Luciana Santos é que a medida provoque um forte aumento da demanda por crédito. Ela lembra que o volume de recursos liberados pela Finep em operações de crédito até 14 de abril ultrapassou R$ 1,1 bilhão – mais do que o dobro do valor desembolsado no mesmo período de 2022. “Com a mudança para a TR, a demanda deve aumentar ainda mais”, disse a ministra.

*Da assessoria 

 

 

O corte de R$ 4,2 bilhões no orçamento para pesquisas em universidades pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana causou polêmica nas redes sociais e levantou questionamentos sobre uma quebra de promessa de campanha do petista. O governo alegou que não tinha outra saída. O que ocorreu de fato?

Em agosto, o então presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória estabelecendo um teto para a verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O que ultrapassasse esse limite não poderia ser gasto com ciência e seria direcionado para o orçamento secreto, um esquema de distribuição de recursos para parlamentares aliados direcionarem as suas bases eleitorais sem transparência.

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A MP tem validade até o dia 5 de fevereiro. Antes disso, qualquer recurso que o novo governo alocasse no fundo seria bloqueado pelas regras da medida provisória. Segundo técnicos do Congresso, Lula não teria outra alternativa a não ser vetar o aporte e aguardar a perda de validade da MP. A recomposição dos recursos poderá ser feita a partir de fevereiro. por meio de projeto de lei de autoria do Executivo.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) confirmou ao Estadão que esse será o caminho. "A MP 1.136/2022, que estabeleceu limites à aplicação do FNDCT, perderá validade no dia 5 de fevereiro, o que permitirá o encaminhamento da demanda de recomposição", informou o ministério. "O valor estimado para o Fundo será de R$ 9,96 bilhões ainda em 2023."

Procurado, o Ministério do Planejamento afirmou que, quando a MP caducar, a reserva de contingência é eliminada e "seu valor é transferido às demais programações do FNDCT". Segundo a pasta, "a forma de incorporação vai se dar mediante projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso".

Na última semana, Lula se reuniu com reitores ao lado da ministra Luciana Santos, que se comprometeu com a verba. Na ocasião, diante de Lula e da plateia de reitores a ministra afirmou que afirmou que vai trabalhar para assegurar a destinação de recursos públicos para o financiamento da ciência brasileira e para universidades e institutos federais, responsáveis por parte significativa da produção científica do país.

Ao Estadão, a ministra do MCTI, Luciana Santos, informou que o governo já se comprometeu a recompor a verba do fundo assim que a MP caducar.

O orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que já foi reduzido em 50% para este ano, pode cair pela metade novamente em 2017, eliminando a capacidade da Finep - empresa pública que administra o fundo - de fazer novos investimentos em pesquisa no País.

O limite de empenho previsto para o FNDCT no Projeto de Lei Orçamentária Anual 2017, segundo a Finep, é de R$ 982 milhões, comparado a R$ 1,9 bilhão neste ano e R$ 4 bilhões, em 2015, em valores corrigidos. Isso, apesar de a arrecadação anual do FNDCT permanecer constante, na casa dos R$ 3,7 bilhões, e de a Finep ter restos a pagar da ordem de R$ 2 bilhões, referente a editais já contratados nos últimos anos.

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O orçamento atual "não dá nem para cobrir os restos a pagar dos anos anteriores", disse o presidente da Finep, Wanderley de Souza, em palestra na reunião anual da SBPC, em julho, em Porto Seguro (BA). "Permite continuar o que estamos fazendo, mas não lançar coisas novas." Procurado novamente para esta reportagem, Souza preferiu não dar entrevista.

"O orçamento de 2016 e a proposta orçamentária para 2017 não são suficientes para fazer frente aos compromissos já assumidos", informou a assessoria de comunicação da Finep. "No entanto, o presidente (Wanderley de Souza) está otimista quanto às ações do ministro Kassab no sentido de ampliar o orçamento."

O FNDCT é abastecido anualmente com recursos oriundos de vários setores da indústria - por exemplo, de impostos sobre a exploração de recursos hídricos e minerais -, e seus recursos deveriam, por lei, ser investidos integralmente em ciência e tecnologia. Mas não é o que acontece. Nos últimos anos, os recursos do FNDCT foram sistematicamente contingenciados para manutenção do superávit primário. "Estão coletando impostos para uma finalidade e aplicando em outra", diz o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich. "É um tipo de pedalada. Tenho até dúvidas sobre a legalidade disso."

Várias entidades da comunidade científica acadêmica e empresarial enviaram uma carta conjunta ao Congresso Nacional na semana passada, solicitando que o fundo não seja mais contingenciado. "É fundamental que o orçamento do FNDCT para 2017 permita a utilização plena dos recursos que serão arrecadados, de modo a se reverter o grave quadro atual", diz o documento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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