Desde o seu surgimento, a imprensa é usada para anunciar os fatos relacionados ao dia a dia de pessoas colunáveis. Nobres e integrantes da realeza usavam os canais existentes para divulgar seus casamentos, noivados, aniversários e até mesmo falecimento de parentes, atitudes que perduram até os dias de hoje.
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A partir da década de 1950, revistas semanais começaram a ganhar destaque no país e, com elas, um séquito de celebridades, subcelebridades, modelos, artistas e colunáveis passaram a desfilar cada vez mais nas páginas. Com o lançamento de publicações como Manchete e O Cruzeiro, que inauguraram no Brasil um estilo de jornalismo com grande destaque para as fotografias, ver e ser visto se tornou um desejo de muitos.
O anseio pela fama conseguiu uma válvula de escape ainda no começo dos anos 2000, quando as redes sociais surgem. Aos poucos elas tomaram seu espaço, e se transformaram em meios de comunicação cada vez mais frequentes. Se antes os jornais, revistas e portais eram as principais fontes de informação sobre famosos e colunáveis, hoje os interessados em se tornar colunáveis encontram nas mídias a oportunidade que faltava para se transformar de vez em uma celebridade.
O interesse do público existe. Tanto que, em uma pesquisa realizada durante os dias 10 e 11 de junho de 2013 pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, foi apontado que 39,4% dos entrevistados usa as redes sociais e, dentre os assuntos que mais interessavam, constam fofocas e notícias empatadas em terceiro lugar, com 5,8% cada. Atrás de "conversa com amigos" e "novos amigos", ambas ficam a frente, inclusive, de empregos e concursos.
Apesar dos dados levantados, algumas pessoas ainda possuem dificuldades em assumir que buscam informações da vida alheia através de suas redes sociais. Ao contrário destas, o estudante Sérgio Oliveira não tem medo de afirmar que busca informações de artistas e pessoas "célebres" diariamente. "Acompanho o burburinho através do feed de notícias mesmo (das redes), e daí vou na página que compartilharam o fato ou então que vejo que é o assunto mais repercutido", diz.
Oliveira conta que usa principalmente o Facebook para se informar, especialmente as páginas oficiais dos famosos. Ele passa grande parte de seu dia logado no site de Zuckerberg, por este motivo está sempre antenado e por dentro dos fatos que acontecem. Questionado sobre a relevância destas informações, ele foi direto: "Nem tudo que a gente faz na vida é relevante. Mas, acho válido para se distrair".
Sobre o preconceito sofrido por ler - e assumir publicamente o feito - este tipo de notícias, Sérgio diz não se importar. "Muitas vezes gostamos de um ator ou atriz por determinado personagem e procuramos saber mais sobre sua vida pessoal, seus gostos, suas manias cotidianas. É como se estivéssemos presentes no seu dia-a-dia".
E é com essa sensação de proximidade que os vínculos entre os seguidores e os seguidos vão criando laços e se fortalecendo. Hoje, a notícia é feita e divulgada pelo próprio noticiado, facilitando assim sua pulverização. Em contrapartida, os fatos vêm se tornando cada vez mais banais, logo, padecem rápido e dão lugar a um próximo escândalo provocado por algum candidato à subcelebridade do mês.
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