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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) publicou no Diário Oficial, neste sábado (22), a instauração de um inquérito civil sobre a denúncia de uma servidora fantasma e de nepotismo no município de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Segundo a acusação, a servidora é irmã do secretário executivo da Secretaria de Saúde da cidade à época. 

O texto diz que a servidora, identificada apenas como A.M.O, foi mencionada no Portal da Transparência de Caruaru até o mês de junho de 2021 no cargo de auxiliar administrativa, com primeira admissão em 01/04/2019. A servidora A.M.O já foi lotada na Comissão Permanente de Licitação e na Gerência Geral de Atenção Especializada, recebendo, na segunda, a quantia mensal de R$1.178,50. No entanto, ela “não exerceria nenhuma função”. 

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Em nota enviada ao LeiaJá, a Secretaria de Saúde de Caruaru informou que a denúncia “não procede”, e que os servidores não fazem parte da atual gestão. “Toda a informação e documentos foram encaminhados para o Ministério Público de Pernambuco há mais de um ano, sem novos questionamentos desde então. De toda forma, nenhum dos servidores fazem parte do quadro funcional da atual gestão”, explicou. 

advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal, disse nesta quarta-feira (1) que não dá para afirmar que a ex-assessora parlamentar Walderice Santos da Conceição, que ficou conhecida como Wal do Açaí, deixava de atender os requisitos legais como funcionária do gabinete do então deputado Jair Bolsonaro.

Bianco compareceu à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para explicar a atuação do órgão na defesa de Walderice. 

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A ex-assessora foi denunciada pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa diante da suspeita de ter sido funcionária fantasma entre fevereiro de 2003 e agosto de 2018, quando foi exonerada.

A ação também envolve o presidente Jair Bolsonaro.  Bruno Bianco Leal explicou que cabe à AGU defender servidores, parlamentares, ex-servidores e ex-parlamentares, desde que a ação tenha relação com ato praticado no exercício do cargo ou mandato. 

“Há uma alegação do Ministério Público de que essa servidora não exercia suas funções como de fato deveria. Palavras do Ministério Público. E por que isso? Porque ela não estava trabalhando em Brasília. Ora, há necessidade de o assessor parlamentar trabalhar em Brasília?", observou Bruno Bianco.  Ainda segundo Bianco, a ficha de ponto de Walderice estava incorreta, mas não existem provas para comprovar isso. "Eu pergunto: é missão da Advocacia-Geral da União ou do Ministério Público analisar o que o parlamentar, legitimamente eleito representante do povo, demanda ou não do seu assessor parlamentar? Eu acho que não”, disse.  

Serviço doméstico

O deputado Elias Vaz (PSB-GO) foi quem pediu a audiência pública. Segundo ele, a questão em debate não é o fato da então assessora não vir a Brasília. "É que ela teria desempenhado, sim, uma função doméstica; portanto, um desvio claro", disse. 

Na visão do deputado, Jair Bolsonaro estaria utilizando o cargo na Câmara Federal para uma pessoa desempenhar serviço doméstico em uma de suas propriedades. "É isso que está sendo colocado, é isso que está sendo realmente, me parece, questionado pelo Ministério Público.” 

O deputado Leo de Brito (PT-AC) perguntou ao ministro se a Advocacia-Geral da União, ao ter tido conhecimento da denúncia feita em 2018, poderia ter atuado ativamente com uma ação. O ministro Bruno Bianco Leal respondeu. 

“Se eu fosse atuar proativamente aqui eu teria que pegar 512 deputados e todos os assessores de deputados e tentar verificar a folha de ponto de cada deputado e verificar o que cada assessor de deputado em suas bases fazem. E não temos condições de fazer isso", disse. 

O Ministério Público pede que Walderice e o presidente Bolsonaro sejam condenados por improbidade administrativa e devolvam os recursos públicos supostamente desviados. 

A audiência pública foi encerrada após uma discussão entre os deputados Jorge Solla (PT-BA) e Alê Silva (Republicanos-MG). 

*Da Agência Câmara de Notícias

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou nesta quarta-feira, 18, um convite para o advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal, explicar o envolvimento da Advocacia-Geral da União (AGU) na defesa da ex-assessora parlamentar Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, apontada como funcionária fantasma do presidente Jair Bolsonaro (PL) quando ele era deputado federal.

O requerimento foi apresentado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), para quem há desvio de finalidade no gasto dos recursos públicos. Ele havia sugerido a convocação de Bianco Leal, mas o colegiado concordou apenas com o convite, o que na prática desobriga o advogado-geral da União de comparecer.

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A AGU assumiu a defesa de Wal do Açaí na ação de improbidade movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o presidente e a ex-funcionária. A investigação apontou que Walderice nunca esteve em Brasília e não exerceu qualquer atribuição relacionada ao cargo. O órgão cobra a devolução de todos os salários pagados a ela entre fevereiro de 2003 e agosto de 2018, período em que constou como servidora no gabinete de Bolsonaro. O valor atualizado ultrapassa R$ 498 mil.

A pasta usou a reforma na Lei de Improbidade, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente, para defender a rejeição da ação. De acordo com a AGU, a atuação no processo ocorre porque Walderice era servidora pública no período investigado. A Advocacia-Geral da União é o órgão federal responsável por representar judicialmente os três poderes e por prestar consultoria jurídica ao Executivo.

A Advocacia-geral da União, órgão que representa o governo no sistema de Justiça, assumiu a defesa não só do presidente Jair Bolsonaro, mas também da ex-secretária parlamentar Walderice Santos da Conceição, a "Wal do Açaí", na ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal contra o chefe do Executivo e a suposta "funcionária fantasma".

Em manifestação apresentada à 6ª Vara Federal Cível da Justiça Federal em Brasília nesta quarta-feira, 11, a AGU pede que o processo movido pela Procuradoria seja rejeitado, sob a alegação de "inexistência de ato de improbidade administrativa".

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A ação do MPF, ajuizada em março, narrou que "Wal do Açaí" nunca esteve em Brasília e jamais exerceu qualquer função relacionada ao cargo de secretária parlamentar, tendo prestado serviços de "natureza particular". "Em especial nos cuidados com a casa e com os cachorros de Bolsonaro na Vila Histórica de Mambucaba. Além do mais, apesar de expressa vedação, Walderice cuidava de uma loja de açaí na região", afirmou o Ministério Público.

Ainda segundo a ação, Bolsonaro "tinha pleno conhecimento" de que ela não prestava os serviços correspondentes ao cargo e "atestou falsamente" a frequência ao trabalho. O processo ainda citou movimentação atípica nas contas bancárias da ex-secretária parlamentar, uma vez que 83,77% da remuneração recebida no período era sacada em espécie, segundo o MPF.

Ao pedir à Justiça que rejeite a ação do MPF, a Advocacia-Geral da União sustentou que o fato de Wal do Açaí nunca ter estado em Brasília durante os 15 anos em que esteve lotada no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados "não passa de indiferente jurídico".

O argumento é o de que há autorização para "prestação de serviços no Estado Federado de representação", inclusive sem "delimitação quanto à natureza dessas atividades, que devem ser apenas afins e inerentes ao respectivo gabinete".

Segundo a AGU, Bolsonaro tinha liberdade de orientar a atuação de seu pessoal tanto na capital federal quanto em seu estado de origem, "de modo a implementar o indispensável contato com a população representada".

O órgão sustenta que inexiste "qualquer ilegalidade" praticada por por Bolsonaro e sua ex-secretária parlamentar e ainda alega: "nessa linha, diante dessas permissões contidas expressamente na norma que rege o cargo de Secretário Parlamentar, não se poderia jamais falar em dolo de Bolsonaro e Walderice quanto ao cometimento de alguma irregularidade ou ilícito, muito menos no que tange à prática de um ato ímprobo ou mesmo um crime".

Com relação à representação de "Wal do Açaí", não mais servidora pública, perante à Justiça, a AGU argumenta que tem autorização para "representar judicialmente agentes públicos, no que se refere a atos praticados no exercício das suas atribuições".

"A AGU apenas está autorizada a representar judicialmente os agentes públicos federais quando os atos a ele imputados tenham sido praticados no exercício das atribuições constitucionais, legais ou regulamentares inerentes ao cargo, no interesse público, especialmente da UNIÃO, das suas respectivas autarquias ou fundações", registra a manifestação.

Nessa linha, o órgão diz que, para atuar como representante de um agente público é necessário que seja realizado um "requerimento administrativo de representação judicial". No caso de Bolsonaro e Wal, a AGU afirma que as solicitações foram deferidas "haja vista estarem presentes os pressupostos legais e regulamentares necessários a tanto".

Esclarecimentos

Em nota, a Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais afirmou esperar os "esclarecimentos devidos" sobre a representação de "Wal do Açaí" pela AGU. Segundo a entidade, as explicações são necessárias ao "necessários ao resguardo da integridade institucional da Advocacia Pública Federal e de seus membros".

A Anafe registra que entre as atribuições da AGU está a defesa pessoal de autoridades e gestores públicos, mas pondera que essa representação "não se dá no interesse privado do agente, exigindo a identificação concreta do interesse público envolvido na decisão ou ato praticado por ele realizado".

"Desconhecemos os fundamentos invocados pela AGU no deferimento, que devem ser formalizados em procedimento específico, cuja publicização aguardamos. Dito isso, e com base nos fatos narrados na imprensa, há dificuldade em identificar o interesse público na concessão da defesa à ex-servidora que é acusada de nunca ter exercido, de fato, as atribuições do cargo que ocupou por 15 anos", registra a nota da entidade.

Em áudio divulgado nesta sexta-feira (8) pelo jornal Folha de S. Paulo, a viúva do ex-miliciano Adriano da Nóbrega, Júlia Lotuffo, afirma que uma antiga companheira do militar foi funcionária fantasma no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A conversa foi gravada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, através da Operação Gárgula, e se refere a um registro de julho de 2019, quando Adriano estava foragido.

No áudio, Júlia se queixa das reclamações de Danielle Mendonça da Nóbrega, ex-mulher do PM executado, sobre as investigações do caso da "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando ele ainda era deputado. Ouça:

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“Aí vem a Danielle e dá ataque que bateram na porta da casa dela e ela não está mais casada com ele. Mas e aí? Não estava levando dinheiro lá? […] Ela sabia muito bem qual era o esquema”, disse Júlia.

A mulher completa: "Ela foi nomeada por 11 anos. Onze anos levando dinheiro, R$ 10 mil por mês para o bolso dela. E agora ela não quer que ninguém fale no nome dela? [...] Bateram na casa dela porque a funcionária fantasma era ela, não era eu".

O ex-PM ficou foragido de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, quando foi morto num suposto confronto durante uma operação policial na Bahia, onde estava escondido. Ele era acusado de comandar a principal milícia da zona oeste do Rio de Janeiro. Adriano também era investigado na ocasião sob suspeita de envolvimento no suposto esquema de "rachadinha'' no antigo gabinete de Flávio.

Danielle trabalhou entre setembro de 2007 e novembro 2018 no gabinete de Flávio, que na época era deputado estadual. O salário variou de R$ 3.000 a R$ 6.000 durante esse período.

Ela foi uma das denunciadas em dezembro de 2020 sob acusação de envolvimento no esquema, mas as provas da investigação foram anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Walderice Santos da Conceição, ex-assessora de Jair Bolsonaro (sem partido) no período em que o atual presidente da República era deputado federal, deve concorrer a uma vaga de vereadora de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, como Wal Bolsonaro, pelo Republicanos.

A ex-assessora ficou conhecida no Brasil como "Wal do Açaí" e é investigada por supostamente ter sido funcionária fantasma de Bolsonaro. 

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Wal, que deve sair candidata pelo Republicanos, ostenta em sua página do Facebook várias fotos ao lado da família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro (Republicanos), o filho mais velho do presidente, chegou a se encontrar com Wal no mês de julho em Angra e disse que a ex-assessora do seu pai era um referencial para Angra dos Reis e foi injustiçada por ser uma apoiadora do Jair Bolsonaro.

"Pessoa dedicada, trabalhadora, que a exemplo de várias pessoas que estão em torno do presidente Bolsonaro, leva pedrada por serem pessoas corretas, honestas", comentou Flávio. 

A candidatura de Wal Bolsonaro consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como "aguardando julgamento". 

Acusada de ser envolvida em um possível caso de funcionária fantasma do gabinete do antes deputado federal do Rio de Janeiro e agora atual presidente da República Jair Bolsonaro, Walderice Santos da Conceição, a "Wal do Açaí", como ficou conhecida, deverá ser candidata ao cargo de vereadora na cidade de Angra dos Reis. Ela se lançou na disputa com apoio do deputado federal e filho do presidente, Flávio Bolsonaro.  

O encontro entre Flávio e Walderice ocorreu durante a inauguração do novo posto da Polícia Rodoviária Federal em Angra dos Reis. Wal, segundo a acusação, seria paga pelo gabinete de Bolsonaro mesmo sem dar expediente. Ela tem um pequeno comércio de açaí, onde trabalhava. O estabelecimento fica próximo ao local onde o presidente possui uma casa de veraneio. 

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Ao lado da agora pré-candidata - o partido, porém, não foi anunciado -, Flávio Bolsonaro afirmou que a "Wal do Bolsonaro" era um referência para Angra dos Reis e disse que ela era injustiçada por apoiar o presidente: "Pessoa dedicada, trabalhadora, que a exemplo de várias pessoas que estão em torno do presidente Bolsonaro, leva pedrada por serem pessoas corretas, honestas", comentou Flávio. 

Nas redes sociais, o anúncio instigou comentários. "Adivinhem quem está se candidatando a vereadora de Angra dos Reis? Wal do Açaí, apontada como assessora fantasma de Bolsonaro quando ele era deputado. E o lançamento contou com a participação de Flávio", postou no Twitter o deputado federal Marcelo Freixo.

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Além das domésticas Mirtes Renata Santana de Souza e Marta Maria Santana Alves, mãe e avó, respectivamente, de Miguel, menino de cinco anos que morreu após cair do 9º andar de prédio de luxo no Recife, o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE) identificou uma terceira empregada do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), na folha de servidores do município. Luciene Raimundo Neves trabalha como empregada doméstica na casa de praia do prefeito, mas consta também como chefe de gabinete de secretário na Prefeitura de Tamandaré.

 O TCE confirmou que as análises iniciais de auditoria especial identificaram que Mirtes e Marta eram contratadas pela prefeitura da cidade nos cargos de gerente de divisão. Após conclusão dos trabalhos, o relatório será enviado ao conselheiro Carlos Porto, relator do processo, para ser levado a julgamento.

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 Caso sejam comprovadas que as três empregadas do prefeito eram funcionárias-fantasmas, os envolvidos podem ser responsabilizados com multas, rejeições das contas e imputação de débito, que é a devolução aos cofres públicos dos valores devidos. Sérgio Hacker também poderá responder por improbidade administrativa.

 Por nota, o prefeito de Tamandaré informou que foi instaurado procedimento administrativo interno para apurar o fato. Hacker disse que todas as informações foram prestadas ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público de Pernambuco, constando documentos que demonstram a inexistência de prejuízo ao erário municipal.

 Hacker ressaltou que prestará informações mais detalhadas e conclusivas quando os procedimentos instaurados forem encerrados.

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