Com ventos de 179 a 207 Km/h, o furacão Irma atingiu o Estado da Flórida, nos Estados Unidos, no domingo (10). Os ventos derrubaram guindastes, árvores, placas e danificaram prédios na cidade. Provocaram inundações e deixaram um milhão de pessoas sem energia elétrica e um rastro de destruição pelo arquipélago de Florida Keys. Morador de Miami, um casal de empresários paraenses presenciou a catástrofe na cidade e relatou aos familiares de Belém, por um aplicativo de mensagem, os preparativos para a chegada das tempestades e as medidas tomadas depois da passagem do furacão.
Marcio Maia Sousa e Alessandra Peretti Sousa definiram em duas palavras o sentimento da população de Miami: empatia e solidariedade. Eles se surpreenderam com o apoio recebido do governo. Destacaram a suspensão da cobrança de pedágios nas estradas e aplicação de lei que proíbe aumento de preços de passagens em situações de calamidade pública em todas as cidades da Flórida.
##RECOMENDA##Também disseram que as cidades foram evacuadas e que vários caminhões militares de outros Estados seguiram para o sul da Flórida para ajudar após a passagem do furacão. Veículos da companhia de energia de vários Estados americanos ajudaram nos reparos depois da passagem do Irma.
O governo da Flórida, informou o casal de paraenses, colocou à disposição dos moradores das regiões afetadas pelo furacão inúmeros grandes centros de abrigos para proteger aqueles que não saíram da cidade, com alimento, água, cama etc., totalmente de graça. Marcio e Alessandra informaram, ainda, que nenhuma companhia aérea ou site de viagem cobrou taxa por mudança de voo ou qualquer tipo de reserva e o governo, assinalaram, pediu para liberar sinal wi-fi sem senha e sem custo para todas as empresas de internet.
O governador da Flórida, Richard Lynn Scott, passou 24 horas na TV falando com a população e dando apoio. Segundo o relato dos paraenses, uma de suas últimas falas foi: "Se você não saiu de casa por algum problema, sendo ele financeiro, ligue para o nosso número e iremos te buscar agora. Não precisamos de heróis!”. Quando questionado sobre a necessidade de documentos, o governador respondeu: “Queremos salvar vidas, não estamos preocupados com documentos”.
Nas estradas, informaram Marcio e Alessandra, as pessoas doavam água e comida a quem estivesse fugindo do furacão. "Todas as redes de hotéis baixaram os preços para ajudar quem saiu de casa, as escolas publicas mandaram mensagens diariamente orientando sobre as aulas e procedimentos. Se estiver viajando e entrar em qualquer estabelecimento falando que está fugindo do furacão, que está sem dinheiro e precisa de comida e água, o estabelecimento oferece tudo de graça. O Publix (rede de supermercados de Miami) deu um pack (pacote) de água por família e colocou todos os produtos necessários na promoção: compra 1 e ganha 1", escreveram os paraenses.
A solidariedade impressionou o casal que reside em Miami com a filha de 12 anos, Sarah Peretti Sousa. “A sensação de solidariedade foi algo que nunca vivi na vida”, afirmaram os empresários. O furacão Irma foi rebaixado para a categoria 1 na segunda-feira (11), se tornando uma tempestade tropical.
Com apuração de Laura Lemos.