Tópicos | HIV

O programa Plurarte desta semana, com apresentação da cantora Sandra Duailibe, entrevista o influenciador digital Francisco Garcia. O tema é a vida com o virus HIV. O Plurarte estará no ar sempre às sextas-feiras, na Rádio Unama FM (105.5), às 13h20, com reapresentação aos sábados, às 10 horas. Também será exibido no Espaço Universitário da TV Unama, na TV RBA, no sábado de manhã, e no portal LeiaJá. 

Acesse aqui o Plurarte no Youtube.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

O desenvolvimento de uma vacina contra Covid-19 na Austrália foi abandonado nesta sexta-feira (10) depois que os estudos clínicos produziram um falso resultado positivo para HIV entre os participantes de testes em estágio inicial.

O resultado levou o governo a suspender os planos de comprar milhões de doses da vacina candidata e, em vez disso, aumentar os pedidos de alternativas da AstraZeneca e da Novax, disse o primeiro-ministro Scott Morrison.

##RECOMENDA##

"A vacina da Universidade de Queensland não será capaz de avançar, com base no parecer científico, e não fará mais parte do plano de vacinação da Austrália", afirmou Morrison.

A potencial vacina, que ainda estava em fase um de testes na Universidade de Queensland, usou uma pequena quantidade de proteína do HIV como um "grampo molecular", mas desencadeou uma resposta de anticorpos que pode interferir na detecção do HIV, explicou o ministro da Saúde, Greg Hunt.

Embora a vacina tenha se mostrado promissora na supressão da Covid-19 e não houvesse chance de transmissão do HIV, seu desenvolvimento foi abandonado por temores de a confiança do público nas vacinas fosse prejudicada, disse o secretário do Departamento de Saúde, Brendan Murphy.

"Provavelmente teria funcionado muito bem como vacina, mas não podemos ter problemas de confiança", declarou Murphy.

O professor Paul Young, da Universidade de Queensland, insistiu que a proteína do HIV usada na vacina era "completamente inofensiva" e não representava nenhum risco para a saúde daqueles envolvidos nos ensaios.

Segundo o governo australiano, o anúncio não altera o plano de vacinação previsto para começar em março.

Com a Austrália registrando apenas um pequeno número de infecções por dia, o governo disse que poderia se dar ao luxo de adotar uma abordagem relativamente cautelosa em relação às vacinas em comparação com países que sofrem grandes surtos.

A Austrália teve 28 mil casos confirmados de Covid-19 entre uma população de 25 milhões de pessoas, com cerca de 900 mortes.

Christian Chávez, que ficou bem conhecido por participar da novela mexicana Rebelde está, envolvido em uma grande polêmica onde até um garoto de programa está no meio. O rapaz, que se identifica com o nome de Josh, deu uma entrevista à um canal mexicano chamado TV Notas, e durante o bate-papo acusou o ex-RBD de ter lhe transmitido o vírus HIV.

Segundo o próprio depoimento de Josh, o garoto de programa, os dois rapazes se conheceram por meio de um aplicativo de relacionamentos em 2012.

##RECOMENDA##

"Em Outubro de 2012, ele me escreveu pelo aplicativo e me pediu que lhe mandasse fotos do meu 'membro'. Ele se apresentava como Antuan e se descrevia como versátil, mas cobria o próprio rosto nas fotos", disse.

Mas até então Josh não sabia o que lhe esperava e nem o que estava acontecendo porque em nenhum momento Christian comentou sobre o assunto. Segundo o próprio garoto de programa foi Maico Kemper, ex-namorado do cantor que confirmou que ele era portador do vírus HIV.

"Ele me contou que ia ao Seguro Social para buscar os medicamentos do Christian porque ele não queria que a imprensa descobrisse. Nesse momento senti o mundo desabar sobre mim, e confirmei que ele me contagiou", contou.

Josh revelou durante a entrevista que estava abandonando a vida de profissional do sexo e que foi abandonado por sua ex-esposa ao testar positivo para o vírus, e que está processando Christian por tê-lo contagiado de propósito.

"No começo sim [começaram a relação com camisinha], mas depois ele me convenceu a tirar a camisinha. Perguntei se ele estava limpo se não tinha HIV ou nenhuma DST, mas ele ficou ofendido e respondeu que não havia nada com que se preocupar. Ele me ofereceu 500 pesos extra para eu fazer isso e aceitei", disse.

O Ministério da Saúde deixou vencer um contrato e suspendeu os exames de genotipagem no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas que vivem com HIV, aids (a doença causada pelo vírus) e hepatites virais. O teste é essencial para definir o tratamento mais adequado para quem desenvolve resistência a algum medicamento.

O contrato com a empresa que realizava este exame venceu em novembro passado. Apenas um mês antes, em 7 de outubro, o ministério realizou um pregão para buscar nova fornecedora do serviço. O processo, porém, fracassou após a empresa vencedora não anexar todos os documentos exigidos pelo edital. O ministério prevê realizar novo pregão nesta terça-feira, 8. Se houver vencedor no certame, a expectativa é retomar o serviço apenas em janeiro.

##RECOMENDA##

Em nota distribuída a serviços de saúde no último dia 3, o ministério afirma que fará este exame apenas para crianças com menos de 12 anos e gestantes que vivem com HIV e aids. Já os pacientes de hepatite C devem receber os medicamentos velpatasvir e sofosbuvir, que são mais eficazes e dispensam a genotipagem. O HIV é o vírus causador da aids, doença que ataca células do sistema imunológicos. Ter HIV, porém, não significa que a pessoa desenvolverá aids.

Grupo avalia ir ao Ministério Público

Conselheiro Nacional de Saúde e representante da Articulação Nacional de Luta contra a aids (Anaids), Moysés Toniolo afirma que foi pego de surpresa pela interrupção dos exames de genotipagem. Ele disse que a pasta não informou quantos pacientes precisam hoje deste serviço.

A Anaids estuda levar o caso ao Ministério Público Federal (MPF), segundo Toniolo. "Temos um contingente de pessoas que há anos usam a terapia e pode precisar desse exame para continuar a viver", afirmou ele.

Toniolo avalia que há um "desmonte" de políticas para pessoas que vivem com HIV, aids e hepatites virais no governo Jair Bolsonaro. Ele lembra que, quando ainda era deputado, Bolsonaro disse ser contra o custeio do tratamento destas doenças pelo SUS. "Problema é dele (o paciente)", declarou o atual presidente em entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirante, em 2010.

Professor titular de medicina na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Simão Ferreira afirma que o prejuízo não será grande para pacientes de hepatites virais, pois há medicamentos que servem para todos os genótipos da doença, ou seja, dispensam o exame que o SUS interrompeu. "Agora, para o HIV vai fazer falta. A genotipagem do HIV avalia a sensibilidade do vírus às várias drogas que nós temos", disse ele.

Professor de infectologia da Universidade Federal de São Paulo (USP) e membro da SBI, Paulo Abrão afirma que a falta do exame pode comprometer "gravemente" a saúde dos pacientes de HIV. Ele afirma que é preciso planejamento para evitar a descontinuidade de serviços deste tipo, além da perda de direitos conquistados pelos pacientes. Abrão afirma, porém, que é "razoável" a solução do ministério para o tratamento de hepatite C.

Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou até a publicação deste texto.

A taxa de mortalidade causada pelo vírus HIV, causador da Aids, teve queda de 39% nos últimos dez anos em São Paulo. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o registro de diagnósticos também teve redução de 33%.

Embora tenha havido queda nos números de registros da doença em homens e mulheres, a incidência segue sendo menor entre as pessoas do sexo feminino. O levantamento da pasta da Saúde paulista aponta que, em 2010, o estado teve 3.023 mortes causadas pelo vírus da Aids. Já no ano passado, o número foi de 1.840 óbitos.

##RECOMENDA##

Em relação à incidência dos casos, que era de 20,5 casos por 100 mil habitantes (no ano) em 2010, passou a ser de 13,7 no estudo concluído com base nos dados de 2019.

Embora haja uma redução considerável, a estimativa é de que a doença faça cinco vítimas por dia em São Paulo.

A baixa mais animadora da pesquisa foi verificada na baixa de incidência de Aids entre a população feminina . Na última década, o número de casos entre as mulheres caiu mais da metade. Os casos que eram 13,0 a cada 100 mil pessoas do sexo feminino (por ano), reduziram para 6,2.

Já a população masculina, que também registrou queda, teve redução de 28,5 para 21,7 por 100 mil homens. Segundo as autoridades de saúde, os dados mais preocupantes estão entre o público jovem masculino. No levantamento da Secretaria, de 2010 a 2019, foram diagnosticadas 8.462 pessoas entre 15 e 24 anos com o HIV.

Os homens na faixa etária entre 15 e 19 anos tiveram alta de 1,8 casos em 2010 para 5,2 em cada 100 mil até 2019. A alta entre eles também foi registrada no público de 20 a 24 anos de idade que saltou de 25,4 para 34,9.

Diagnóstico e acompanhamento

A Aids é uma doença infectocontagiosa que, na grande maioria dos casos, é transmitida por relações sexuais sem uso de preservativo, contágio vertical da mãe para o feto, além do compartilhamento de seringas e agulhas para uso de drogas.

Em São Paulo, o Programa Estadual IST/Aids-SP oferece testes de diagnóstico clínico e faz o acompanhamento dos casos positivos. É possível encontrar as diretirzes do tratamento no site do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids www.crt.saude.sp.gov.br ou por meio do telefone 0800-16-25-50.

Em São Paulo, o primeiro diagnóstico de Aids foi no ano de 1980. Dados atualizados no último mês de junho mostram que, em 40 anos, 281.093 casos da doença foram registrados e 120.371 pessoas morreram em decorrência do vírus HIV.

Os novos casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) na América Latina, causador da aids, aumentaram 21% na última década, passando de 100.000 em 2010 a 120.000 em 2019, revelou nesta segunda-feira (30) a Organização Pan-americana da Saúde (Opas).

No mesmo período, o número de mortes anuais relacionadas ao HIV caiu ligeiramente, de 41.000 em 2010 para 37.000 em 2019, informou a Opas, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Estes dados destacam que, sem dúvida, a infecção pelo HIV ainda representa um grave problema de saúde pública na América Latina", afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, ao destacar que "se prevê que a covid-19 exacerbe esta situação", dado o impacto da pandemia nos serviços de saúde.

Desde que a pandemia global foi declarada em meados de março, o número de pessoas que fizeram o teste de infecção pelo HIV diminuiu "drasticamente" tanto no Caribe quanto na América Latina, revelou a Opas no comunicado.

No primeiro semestre de 2020, em oito países da América Latina e do Caribe - Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia - houve cerca de 4.000 diagnósticos de infecção pelo HIV a menos do que no mesmo período de 2019, de acordo com dados oficiais.

Sem o diagnóstico, as pessoas infectadas pelo HIV não têm acesso a antirretrovirais que podem salvar suas vidas e também correm o risco de infectar outras pessoas.

Cerca de 2,1 milhões de pessoas na América Latina e 330.000 no Caribe viviam com HIV em 2019, de acordo com dados do UNAIDS, a agência da ONU de luta contra o HIV.

O americano Timothy Ray Brown, conhecido como o "paciente de Berlim", que em 2008 se tornou a primeira pessoa a ser curada do HIV, faleceu aos 54 anos, vítima de câncer, anunciou nesta quarta-feira (30) a Sociedade Internacional de AIDS (IAS).

"Nos últimos seis meses, Timothy viveu uma recaída da leucemia, que afetou sobretudo o cérebro, mas permaneceu protegido do vírus HIV", destacou a IAS em um comunicado.

Seu companheiro havia anunciado na semana passada que Timothy estava em fase terminal. "Timothy não está morrendo de HIV, só para ficar claro", disse Tim Hoeffgen ao blog do escritor e ativista Mark King.

Ray Brown escreveu uma página da história médica da aids. Em 1995, quando morava em Berlim, ele soube que havia sido contaminado com o vírus HIV. Em 2006 foi diagnosticado com leucemia.

Para tratar a leucemia, seu médico da Universidade Livre de Berlim usou um transplante de células-tronco de um doador que tinha uma mutação genética rara que lhe deu uma resistência natural ao HIV, na esperança de curar as duas doenças.

Foram necessários dois procedimentos dolorosos e de alto risco, mas o resultado foi um sucesso: em 2008, Brown foi declarado livre da aids e do câncer.

Quando o marco médico foi anunciado, ele foi apresentado como o "paciente de Berlim" em uma conferência médica para preservar seu anonimato. Dois anos mais tarde, Timothy decidiu quebrar o silêncio e se tornar uma figura pública, concedendo entrevistas e participando em conferências.

"Sou a prova viva de que pode haver cura para a aids", disse à AFP em 2012. Desde então, apenas outra cura, em março de 2019, foi anunciada graças ao mesmo método: o "paciente de Londres", que também acabou revelando sua identidade, Adam Castillejo.

A complexidade e os riscos associados ao tratamento com o transplante de células-tronco impedem a generalização, sobretudo porque os antirretrovirais permitem em geral que o paciente tenha uma vida normal com o HIV.

O Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+) divulga, nesta quinta-feira (27), o resultado de uma pesquisa sobre a população LGBT e pessoas vivendo com HIV e Aids nas unidades prisionais da Região Metropolitana do Recife (RMR). Foram levantados dados socioeconômicos de 110 presos, identificando que a população LGBT em restrição de liberdade é, no geral, negra, de baixa renda, com baixa escolaridade, distante da família e vivencia preconceitos no cotidiano.

Segundo a pesquisa, 56,2% dos entrevistados não têm uma referência familiar, ou seja, contato ou proximidade com algum parente. Segundo o advogado Lucas Enock, coordenador da pesquisa, há um afastamento muito grande da família, principalmente com relação às mulheres. "É uma porcentagem maior porque tem a quebra daquele papel social da mulher. É muito menos aceitável a mulher que está presa. E ela é presa muitas vezes por causa do vínculo amoroso com o companheiro", resume. Proporcionalmente, quase 80% das mulheres cis não identificaram referência familiar. De acordo com Enock, o distanciamento familiar de pessoas LGBT costuma ter início antes mesmo da prisão.

##RECOMENDA##

O estudo traz que 80% dos entrevistados são pessoas negras e pardas, mais da metade possuem de 19 a 29 anos (52,8%), não havendo ninguém acima dos 46 anos de idade - o que pode significar um indício de baixa expectativa de vida. Mais da metade possui ensino fundamental incompleto (54,7%) e renda familiar de até um salário mínimo (63,2%).

A Secretaria Executiva de Ressocialização contabiliza na RMR 104 pessoas reconhecidas como integrantes da população LGBT e 13 soropositivas. Apesar dos dados oficiais, o GTP+ identificou 110 pessoas e acredita que o quantitativo não corresponde à quantidade exata de pessoas que se enquadram no grupo populacional, porque nem todas que se enquadram foram entrevistadas, pois a participação era opcional, e por causa de subnotificação, visto ser comum elas não revelarem a orientação sexual e identidade de gênero abertamente.

O recorte aponta que 27% dos entrevistados respondem por tráfico, enquanto 28,9% estão na prisão por causa de crimes como patrimônio (roubo e furto). Ainda 17,1% respondem por homicídio e tentativa de homicídio, 5,2% por estupro e tentativa de estupro, 3,9% por agressão e 6,5%, outros tipos de crime.

A porcentagem de reeducandos LGBT que ainda não foram julgados é de 38,1%. Na pesquisa anterior, feita com base em entrevistas de 2018, essa taxa estava em 35%. Segundo Enock, o número da pesquisa não representa a realidade. Um mutirão mais recente feito com a Defensoria Pública indicou que 52,4% dos avaliados não possuíam condenação. "O acesso à justiça e o direito a assistência judiciária são um dos principais anseios da população pesquisada. Diante da notória vulnerabilidade socioeconômica das pessoas entrevistadas, muitas delas não possuem condições de contratar advogado particular para acompanhar os seus processos judiciais. Diante disso, é necessário o acompanhamento da Defensoria que possui um quadro reduzido de profissionais à disposição diante de um número excessivo de pessoas a serem assistidas", assinala texto do GTP+. Quase 80% das pessoas entrevistadas manifestaram necessidade de atendimento jurídico.

A pesquisa também indica que 35,5% dos presos LGBT sofreram algum tipo de violência, que as mulheres trans e travestis e homossexuais estão mais suscetíveis a serem vítimas de violência e que as agressões mais comuns são física e sexual, superando a verbal. O GTP+ ressalta que algumas circunstâncias podem ter influenciado na resposta, como a presença de agente no momento da pesquisa, execução de oficinas prévias sobre o tema e confiança na equipe do projeto. 

"O entrevistado nem sempre vai dizer abertamente sobre essa a situação vivenciada de violência ou até mesmo não reconhece essa violência, achando que determinados comportamentos são comuns", diz o coordenador a pesquisa. "Em 2018, Pernambuco foi considerado o estado que menos repassar informações ao Ministério da Justiça. Essa situação se agrava agora diante da pandemia. Inclusive, o CNJ considera que houve um decréscimo de 83% dos casos relatados de tortura e maus tratos", completa.

O GTP+ contabilizou que 55,4% da população LGBT identificada consome maconha. "Tais substâncias se inserem por diversos meios nas unidades prisionais, como por meio das visitas de familiares", diz o grupo. Na pesquisa, pessoas afirmaram usar loló (9%), crack (18,1%), cola (7,2%), cocaína (12,7%) e nenhuma droga (23,6%). O grupo destaca que esses números devem ser refletidos, pois além de estarem associados às condições de vulnerabilidade social, estão diretamente relacionados com o tipo de sustento da população LGBT na sociedade.

O GTP+ esteve no Centro de Observação e Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (COTEL), Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima e do Recife (CPFAL e CPFR), Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), Penitenciária Agro-industrial São João (PAISJ), Presídio ASP. Marcelo Francisco Araújo (PAMFA), Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), Presídio de Igarassu (PIG), Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB) e Penitenciária Professor Barreto Campelo (PPBC)

A Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO) manteve sentença que condenou a lanchonete Burger King a pagar a um ex-funcionário portador de HIV o valor dos tickets alimentação referente aos dias trabalhados para a empresa, além de indenização por danos morais no valor de R$ 4 mil. De acordo com o relator do caso, desembargador Ricardo Alencar Machado, a alimentação fornecida pela empregadora era especialmente nociva à saúde do trabalhador.

Na reclamação, ele contou que, apesar de ter ciência de que era portador de HIV e que, em razão da medicação que tomava, precisava mais ainda de uma alimentação balanceada, a empresa fornecia somente lanches como alimentação. Com isso, pediu a condenação da empresa ao pagamento de ticket alimentação no valor diário de R$ 20 e indenização por danos morais.

##RECOMENDA##

Nutrição

A juíza de primeiro grau acolheu o pleito, reconhecendo que a alimentação oferecida pela empresa não atendia aos padrões nutricionais. Quanto ao pedido de danos morais, a magistrada ressaltou que a nocividade dos lanches de fast food é fato público e notório, ainda mais considerando o estado de saúde do autor da reclamação, portador de HIV.

A empresa recorreu ao TRT-10 contra a sentença, argumentando que o trabalhador podia escolher qualquer opção disponível no cardápio, que possui alternativas saudáveis que não fast food. E que ele podia, ainda, levar de casa seu próprio alimento.

Precedente

Em seu voto, o relator do caso citou precedente da Terceira Turma que, ao julgar processo envolvendo a mesma lanchonete, entendeu que o consumo diário de sanduíches não pode ser considerado alimentação saudável ou, ao menos, recomendável. O acórdão desse precedente apontou que a norma convencional da categoria descreve que "as empresas que não possuírem restaurantes nos locais de trabalho, fornecerão aos seus empregados tíquetes-refeição". 

Para os desembargadores, o termo utilizado foi restaurante e não lanchonete, “levando a crer que a alimentação ofertada deveria compreender um cardápio, se não variado, ao menos que garanta qualidade nutricional para manutenção e garantia da saúde do trabalhador”.

O termo refeição, disse o relator daquele caso, desembargador José Leone Cordeiro Leite, deve ser analisado de acordo com os hábitos alimentares do brasileiro. “É cediço que os brasileiros, ao longo dos anos, vêm alterando significativamente sua alimentação básica. Entretanto, a modificação alimentar não chegou ao ponto de o trabalhador substituir a alimentação tradicional por consumo de sanduíches ou hambúrgueres diariamente”.

Além disso, no caso em análise, frisou o desembargador Ricardo Alencar Machado, o próprio preposto da empresa confessou, em juízo, a inobservância da norma coletiva, ao afirmar "que a alimentação fornecida aos empregados na empresa é o próprio lanche vendido ou uma salada, com uma opção de proteína de carne ou de frango”.

Danos morais

Da mesma forma, o relator entendeu que deve ser mantida a indenização por danos morais. A alimentação fornecida, desequilibrada em termos nutricionais, é especialmente nociva ao autor da reclamação que, por ser portador do HIV, tem o seu sistema de defesa comprometido. “A dieta balanceada, embora essencial a qualquer ser humano, constitui-se, no caso, como verdadeira medida terapêutica. Portanto, a conduta patronal claramente atenta contra a saúde do trabalhador, comprometendo, em última análise, a dignidade da pessoa humana”, frisou.

Por fim, ao votar pela manutenção da sentença, o relator revelou que a empregadora não fez prova de suas alegações no sentido de que o profissional podia "levar de casa seu próprio alimento, refrigerá-lo e aquecê-lo na empresa para consumir em seu intervalo para refeição e descanso.

Da assessoria do TRT 10ª região

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizaram um estudo em escala global com pessoas infectadas pelo HIV e conseguiram eliminar o vírus do organismo de um paciente brasileiro de 35 anos que teve o diagnóstico em 2012. A estratégia foi intensificar o tratamento, e a pesquisa será apresentada nesta terça-feira, 7, na 23ª Conferência Internacional de Aids, o maior congresso sobre o tema do mundo. Apesar do resultado promissor, ainda não é possível falar em cura da aids.

De acordo com a universidade, os resultados representam mais um avanço nas pesquisas que, um dia, podem levar à descoberta da cura da aids. No mundo, três casos já são considerados como cura erradicativa, em que o HIV foi completamente removido: um paciente de Berlim, outro de Londres e um em Düsseldorf, também na Alemanha. Todos eles passaram por transplante de medula óssea, então este caso brasileiro seria o primeiro a conseguir um bom resultado apenas com tratamento medicamentoso.

##RECOMENDA##

Coordenada pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da instituição, a pesquisa da Unifesp contou inicialmente com 30 voluntários que apresentavam carga viral do HIV indetectável no organismo e faziam tratamento padrão com coquetéis antirretrovirais. Eles foram divididos em seis grupos e cada um recebeu uma combinação de medicamentos, além do tratamento padrão.

O grupo que apresentou melhor resultado recebeu dois antirretrovirais a mais que os outros: uma droga mais forte chamada dolutegravir e o maraviroc, que "força" o vírus a aparecer, fazendo com que ele saia do estado de latência, uma espécie de esconderijo no organismo. Com isso, ele pode ser destruído pelo medicamentos. Ainda segundo a Unifesp, outras duas substâncias prescritas potencializaram os efeitos das substâncias, a nicotinamida e a auranofina. Diaz constatou que os testes em células, em animais e em humanos confirmam a maior eficiência da nicotinamida contra a latência do que outros dois medicamentos usados para esse fim e testados conjuntamente.

O paciente brasileiro começou a se tratar com medicamentos antirretrovirais dois meses após o diagnóstico de HIV, em 2012. Quatro anos depois, ele participou da pesquisa da Unifesp e realizou o tratamento por 48 semanas. Depois de 14 meses, o vírus continua sem ser detectado o organismo dele. "Esse caso é extremamente interessante, e eu realmente espero que possa impulsionar mais pesquisas sobre a cura do HIV", disse Andrea Savarino, médica do Instituto de Saúde da Itália que co-liderou o estudo.

O infectologista José Valdez Ramalho Madruga, coordenador do Comitê de Aids da SBI, destaca que a grande vantagem desse estudo é que o resultado foi obtido apenas com medicamento oral. Os outros casos conhecidos na ciência tiveram o transplante de medula como princípio. "É uma pesquisa muito interessante e um dado extremamente promissor. A chance de reproduzir isso em larga escala e muito maior", diz o pesquisador do Centro de Referência e Tratamento DST/Aids.

Ele pondera, no entanto, que esse foi um estudo à prova de conceito, ou seja, com um número pequeno de participantes para ver se a metodologia funciona. "Cabe estudo maior. A perspectiva agora é reproduzir esse estudo com maior número de pacientes."

Andrea Savarino também alertou que os outros quatro pacientes do grupo que recebeu a mesma combinação medicamentosa não tiveram o vírus eliminado do organismo. "Pode ser que o resultado não seja passível de reprodução. Este é um primeiro estudo, que precisará ser ampliado." Na conferência em que o estudo foi apresentado, médicos discutiram os resultados e pediram cautela, segundo relata o jornal The New York Times.

Steve Deeks, pesquisador de HIV na Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF) disse que é muito cedo para dizer se o homem está realmente livre do vírus até que outros laboratórios independentes confirmem os resultados. Ainda assim, afirmou, não está claro se o status do paciente é resultado da combinação de tratamento que ele recebeu. "Essas são descobertas empolgantes, mas são muito preliminares", disse Monica Gandhi, especialista em HIV da UCSF.

Segundo ela, a nicotinamida tem sido usada em outros estudos sem esses resultados e nenhuma droga "funcionou até agora em termos de remissão a longo prazo". O fato de ser apenas um caso levanta dúvidas, apesar de ser promissor. Os pesquisadores do estudo devem testar o sangue do paciente para identificar se ele continuou ou não com os medicamentos antirretrovirais, o que poderia ter comprometido os resultados.

A pesquisa em torno de um tratamento eficaz contra o HIV também incluiu o desenvolvimento de uma espécie de vacina com as chamadas células dendríticas (células imunes), que conseguiu "ensinar" o organismo a encontrar as células infectadas e destrui-las.

Os desafios para a cura da aids

A infectologista Tania Vergara, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que, atualmente, dois tipos de cura são consideradas para a aids: uma erradicativa ou esterilização, em que o HIV é completamente removido, e outra funcional ou chamada remissão do HIV, cujo objetivo é atingir um controle da infecção que se sustente mesmo na ausência de terapia antirretroviral (TARV). Esse tratamento atua para impedir a replicação do vírus nas células ativas.

Porém, o maior desafio para a cura é atingir o reservatório de células inativas onde o vírus fica adormecido, ou latente, nas quais os medicamentos atuais não são capazes de agir. Porém, sabe-se que a latência viral é um processo reversível e o HIV volta a se multiplicar na ausência da terapia antirretroviral eficaz.

"No período de uso da TARV, esse pool latente de células diminui lentamente, mas pode levar em torno de 70 anos para ser extinto, embora haja evidências de que ocorra uma redução em quatro anos seguido por um platô, o que pode estar relacionado à capacidade das células infectadas de se proliferarem", diz Tania.

Segundo ela, outro entrave é que o reservatório latente pode se formar em compartimentos do corpo humano onde o sistema imunológico e a terapia não o reconhecem devido a barreiras físicas e celulares. "Para pensar em cura, o caminho parece ser de abordagens múltiplas. Quanto mais precoce o início da TARV e o controle da replicação viral, menor poderá ser o reservatório latente do HIV, melhor a imunidade inata e melhor a resposta imunológica", afirma a especialista da SBI. Para ela, o protocolo apresentado no evento pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz "parece representar um grande avanço no sentido da cura".

A Conferência Internacional de Aids é organizada pela Sociedade Internacional de Aids (International Aids Society, ou IAS, em inglês) a cada dois anos e tem apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). O evento, que debate descobertas científicas sobre o HIV no mundo todo, ocorreria neste ano em San Francisco, nos Estados Unidos, mas será realizado de maneira virtual por causa da pandemia.

A pandemia do coronavírus também está afetando a distribuição de medicamentos para pacientes do HIV ao redor do mundo. Nesta segunda-feira, 6, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que 73 países alertaram que correm o risco de ficar sem antirretrovirais. Vinte e quatro países relataram que estão com baixo estoque e sofrem com interrupções no fornecimento desses medicamentos que salvam vidas.

Até o fim de 2018, o mundo tinha 37,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, segundo a Unaids. De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2019, do Ministério da Saúde do Brasil, a taxa de detecção de aids vem caindo no País nos últimos anos. Em 2012, a taxa foi de 21,7 casos por 100 mil habitantes, passando para 20,6 em 2014 e 18,9 em 2016. Em 2018, a taxa chegou a 17,8. O documento informa, ainda, que de 1980 a junho de 2019, foram identificados 966.058 casos de aids no Brasil, sendo que a média anual é de 39 mil novos casos nos últimos cinco anos.

Casos descritos na ciência

Tania Vergara diz que existem três casos considerados como cura erradicativa. O pioneiro foi o do americano Timothy Ray Brown, hoje com 54 anos, que, além de HIV, também tinha leucemia. Para superar a doença, após sessões de quimioterapia sem grandes efeitos, a equipe médica realizou um transplante de medula. O HIV precisa de uma proteína presente no sangue para se reproduzir e algumas pessoas não a produzem, em razão de uma rara mutação genética que as deixam imunes ao vírus.

A estratégia - inédita e certeira - foi encontrar um doador que se encaixasse nesses parâmetros para destruir o sistema imunológico original e criar um novo mecanismo de defesa para eliminar o vírus. Após vencer o HIV, em 2007, Brown ficou conhecido como "paciente de Berlim", já que vivia na cidade alemã. Para combater a leucemia, o americano precisou de um novo transplante de medula, do mesmo doador.

Cerca de 12 anos depois, a estratégia da doação de medula voltou a dar certo, dessa vez em um paciente de Londres. Os cientistas descreveram o caso como "remissão em longo prazo".

O terceiro caso seria de uma pessoa conhecida por "paciente de Düsseldorf", cidade na Alemanha, que ainda está em acompanhamento após fazer tratamento para leucemia mieloide aguda. Ele também recebeu transplante de medula óssea, em fevereiro 2013, de um doador que não tinha o receptor ao qual o HIV se liga para penetrar nas células. A pessoa teve a terapia antirretroviral suspensa em novembro 2018 e continua com a carga viral do HIV indetectável.

Um estudo brasileiro, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenado pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, conseguiu eliminar o vírus HIV de um paciente que já era soropositivo há sete anos. Em entrevista à CNN Brasil, o paciente, que preferiu não se identificar, mostrou o teste para diagnóstico de HIV realizado este ano, atestando que ele não tem mais o vírus no organismo. “Eu me sinto livre”, declarou.

Iniciada em 2013, a pesquisa foi feita unicamente com pessoas que estavam com o vírus indetectável — ou seja, aquelas que têm a carga viral baixa e, por isso, não transmitem a doença, mesmo que sejam portadoras do vírus. Foram recrutadas pessoas que haviam iniciado o tratamento há pouco tempo e também pacientes em tratamento que apresentavam carga viral indetectável há mais de dois anos. 

##RECOMENDA##

Os estudos foram paralisados por causa da pandemia de coronavírus mas uma nova fase da pesquisa deverá ser realizada, abrangendo mais 60 participantes, incluindo mulheres. Na primeira fase foram selecionados apenas pacientes homens.

Até hoje, apenas dois casos de cura do HIV foram reconhecidos pela ciência: Timothy Ray Brown, o “paciente de Berlim”, e Adam Castillejo, o “paciente de Londres”. Ambos foram submetidos a um transplante de medula óssea. Por uma mutação rara, eles ficaram livres do vírus HIV.

A pandemia de coronavírus (Covid-19) é a primeira enfrentada pela sociedade contemporânea e entra para a lista de outras crises que assolaram o mundo, como a peste negra, que matou cerca de 60% da população europeia, a  cólera e o HIV. "Elas surgem e retrocedem para refletir sobre causas e consequências, sobre hábitos e costumes, sobre higiene, purificação e, principalmente, sobre excessos e falta de atenção para com a sociedade humana e o meio ambiente", comenta o sociólogo César José, formado pela Universidade de Santos.

Conheça as pandemias anteriores:

##RECOMENDA##

1 – Peste Bubônica

A Peste Bubônica ou Peste Negra é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida através de pulgas de ratos. O mundo enfrentou essa pandemia no final do século XIV, que matou cerca de 200 milhões de pessoas, segundo publicação da revista Galileu. Entre os sintomas da doença estão inchaço dos gânglios, dores de cabeça, fadiga e dores musculares.

2 – Varíola

A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido por meio das vias respiratórias. Tinha como sintomas febre alta, erupções na garganta, na boca e no rosto. Foi erradicada na década de 1980, após campanha de vacinação em massa.  

3 – Cólera

A doença surgiu em 1817 e matou milhares por meio de sua transmissão, que acontece a partir de alimentos e água contaminados. "Há uma tendência em vários lugares a não se observar regras de saneamento, desinfecção e medidas preventivas, não por maldade ou desinteresse, e sim por falta de informação. O cólera ainda é uma doença global que mata milhares", diz o sociólogo José. Um dos países mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010. O Brasil já teve vários surtos da doença, principalmente em áreas mais pobres do Nordeste.

4 – Gripe Espanhola

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia que procedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Mais de um quarto da população mundial na época foi infectada e até o presidente do Brasil na época, Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919. O vírus veio da Europa, a bordo do navio Demerara. O transatlântico desembarcou passageiros infectados no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Os sintomas eram parecidos com o do atual coronavírus e não possuia cura.

5 – HIV

O vírus da imunodeficiência humana é considerado por alguns autores uma pandemia global. No entanto, a OMS atualmente usa o termo epidemia. Dados de 2018, apontam que 37,9 milhões de pessoas estão infectadas com o HIV em todo o mundo.

 

Participante da edição de 2014 do reality musical The Voice Brasil o cantor Leandro Buenno revelou que tem HIV. A informação foi dada por Leandro em uma live com o influenciador digital João Vivas.

Leandro tem 27 anos e é noivo do sobrinho-neto do pastor Silas Malafaia, o modelo Rodrigo Malafaia, 29 anos. O relacionamento tem cerca de um ano e meio e Rodrigo não possui o vírus. 

##RECOMENDA##

Em entrevista ao Uol, Leandro contou que o diagnóstico foi recebido em 2017 "Já havia passado por algumas situações com pessoas próximas de mim. Eu era tão forte e sóbrio ao tratar esse assunto com eles que não consegui me colocar num lugar diferente quando a situação foi comigo mesmo", disse ele.

Leandro também contou que acha importante tratar o assunto com naturalidade, não só entre os amigos e familiares, e afirmou que a falta de informação sobre a doença alimenta o preconceito das pessoas “As pessoas não sabem, por exemplo, a diferença entre HIV e AIDS. E isso é realmente assustador”.

O cantor segue fazendo o tratamento, que é oferecido gratuitamente pelo Sistema ùnico de Saúde (SUS), e se conseguiu se manter indetectável, com carga viral próxima a 0%, tomando dois comprimidos antes de dormir. Leandro ainda contou que não sofreu reação ao medicamento. “Eles (a medicação) nunca me trouxeram nenhum efeito colateral”.

O casamento de Leandro com Rodrigo foi adiado por conta da quarentena, feita devido ao novo coronavírus. A festa estava marcada para março de 2020, com cerca de 250 convidados, e será remarcada assim que a situação no país normalizar.

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, na quarta-feira (22), um homem de 42 anos suspeito de estuprar um bebê de um ano em Ceilândia. Em conversa com o delegado, o suspeito afirmou que tinha o vírus do HIV.

 O homem era vizinho da família e teria aproveitado o momento em que a avó da criança estava fora de casa e a mãe tomando banho. Ele entrou na residência e levou o bebê para a casa dele. 

##RECOMENDA##

 Após ouvir os gritos do menino, a avó correu para a casa do suspeito e presenciou o crime. O homem foi preso em flagrante.

 A vítima está sob cuidados médicos e recebeu remédios contra HIV e outras doenças. A família do bebê está recebendo cuidados psicológicos.

Um estudo da Fiocruz constatou que o medicamento Atazanavir, utilizado no tratamento do HIV, foi capaz de inibir a replicação viral, além de reduzir a produção de proteínas que estão ligadas ao processo inflamatório nos pulmões e, portanto, ao agravamento do quadro clínico da doença. Os especialistas também investigaram o uso combinado do atazanavir com o ritonavir, outro medicamento utilizado para combater o HIV.

O estudo foi publicado na última segunda-feira (6) na plataforma internacional BiorXiv, em formato de pré-print (artigo científico que não foi ainda publicado em um periódico científico com revisão por pares), seguindo a tendência do estudo e do reposicionamento de medicamentos no enfrentamento da emergência sanitária. “A análise de fármacos já aprovados para outros usos é a estratégia mais rápida que a Ciência pode fornecer para ajudar no combate à Covid-19, juntamente com a adoção dos protocolos de distanciamento social já em curso”, aponta Thiago Moreno, pesquisador da Fiocruz, que lidera a iniciativa.

##RECOMENDA##

O pesquisador ressalta que os medicamentos propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estão mais próximos de se tornarem terapias para os pacientes com Covid-19. Ele observa que, no entanto, mais alternativas são necessárias, especialmente substâncias já em produção nacional e com perfil de segurança superior a algumas destas moléculas inicialmente propostas pela OMS.

Moreno reforça também o alerta sobre os riscos da automedicação, uma vez que cada paciente deve ser assistido por seu médico, que deverá acompanhar o tratamento, especialmente no caso de novas doenças e remédios reposicionados.

A pesquisa, coordenada pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), envolve cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) – incluindo os Laboratórios de Vírus Respiratórios e do Sarampo, de Imunofarmacologia, de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas, e de Pesquisas sobre o Timo – e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), além do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da Universidade Iguaçu.

Modelagem molecular e testes com células

Considerando que trabalhos científicos anteriores já haviam apontado a protease viral ‘Mpro’ – uma enzima capaz de permitir que as proteínas do vírus sejam fabricadas corretamente – como um alvo central na busca de medicamentos para o novo coronavírus, os pesquisadores voltaram seus olhos para o potencial de uso do atazanavir.

Além de possuir ação sobre a Mpro, também existiam indícios da atuação da medicação sobre o trato respiratório, o que chamou a atenção dos cientistas na fase de seleção das substâncias a serem investigadas.

Os pesquisadores realizaram três tipos de análises: observaram a interação molecular do atazanavir com a região específica de interesse do vírus Sars-CoV-2 (a Mpro), realizaram experimentos com esta enzima e testaram o medicamento in vitro, em células infectadas.

Também foram realizados experimentos comparativos com a cloroquina, que vem sendo incluída em diversos estudos clínicos mundialmente, neste caso os resultados obtidos apenas com o atazanavir e em associação com o ritonavir foram melhores que os observados com a cloroquina o que motiva a equipe a avançar nestes estudos.

Do ponto de vista da produção nacional do medicamento, em um cenário de possível adoção como estratégia clínica, vale destacar que a produção nacional do insumo é realizada pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz).

Financiamento

O estudo contou com recursos financeiros da Fiocruz, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (Capes). A iniciativa é realizada no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação em Doenças Negligenciadas, liderado pelo CTDS/Fiocruz e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e tecnologico (CNPq).

Do Portal Fiocruz

A PrEP, medicação utilizada na prevenção do risco de transmissão de HIV, será disponibilizada ‘’rotineiramente em toda a Inglaterra’’, de acordo com uma declaração dada ontem (15) pelo Departamento de Saúde Pública. O fornecimento da droga deve ser iniciado ainda este ano, após uma longa campanha de ativistas e apoiadores. 

As evidências mostram que a PrEP ‘’elimina quase completamente as chances de contrair o HIV”, diz o secretário de Saúde Matt Hancock, reduzindo o risco de transmissão em cerca de 99% quando tomado diariamente. "Isso beneficiará dezenas de milhares de vidas das pessoas e nos levará à nossa ambição de zero transmissão do HIV nesta década’’, completou o secretário.

##RECOMENDA##

O anúncio de hoje é "um momento real para parar e comemorar uma vitória árdua pelo acesso à PrEP na Inglaterra", diz Ian Green, diretor executivo do Terrence Higgins Trust - uma instituição de caridade que faz campanhas e fornece ajuda para acabar com a transmissão do HIV - no comunicado: ‘’Hoje chega o fim dos anos de luta, campanha e lobby para garantir o acesso adequado a esse fator decisivo na prevenção do HIV’’.

O governo pretende acabar com as novas transmissões, que já caíram drasticamente na última década, inteiramente até 2030.

 

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o Covid-19, primeiramente registrado em Wuhan, na China, se espalhou pelo mundo. Porém, antes da pandemia de coronavírus, a humanidade já enfrentou outras epidemias globais. Confira:

Gripe Espanhola

##RECOMENDA##

O primeiro caso da variação do vírus Influenza (normalmente associado aos vírus propagadores da H1N1), foi registrado em 1917, infectando 27% da população mundial, o que resultou na morte de milhões de pessoas, incluindo o presidente do Brasil, Rodrigues Alves (1848-1919), antes de assumir a presidência pela segunda vez. No mundo, a doença matou entre 17 e 100 milhões de pessoas.

Peste Bubônica

A peste bubônica pegou toda a Europa entre 1343 e 1353 e estima-se que tenha matado mais de 50 milhões de pessoas. A doença – que provoca febre, vômito e inchaço nos gânglios linfáticos – é causada por uma bactéria vinda dos ratos. As más condições sanitárias e higiênicas da Europa ajudaram a propagar a enfermidade.

Tifo

 O surto de tifo matou mais de 3 milhões entre 1918 e 1922. Diretamente relacionada com os resquícios da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ela se parece com a peste bubônica. A doença era transmitida através das pulgas, que mordiam os ratos que se proliferaram em um ambiente escasso de saneamento básico e higiene, principalmente na Rússia.

Tuberculose

A doença que ataca o sistema respiratório transitou entre 1850 e 1950. Acometeu milhares de pessoas no Brasil e acredita-se que ela tenha matado mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, durante o período.

HIV

Acredita-se que a doença, que surgiu nos anos 1980, tenha matado mais de 20 milhões de pessoas no mundo, devido à complicações causadas pela AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), vinda do vírus HIV.

Entre 2010 e 2018 a doença aumentou cerca de 21% no Brasil, mostrando a importância da atenção para os métodos preventivos, tendo como principal o uso de preservativos.

O cantor Leonardo, nesse domingo (15), resolveu falar sobre a pandemia do coronavírus. Durante um show na cidade de Catanduva, no interior de São Paulo, o artista comparou o COVID-19 com o HIV. "Trinta milhões de pessoas no Brasil têm HIV. Trinta milhões. Pra ser sincero… Ninguém usa camisinha", disse.

E emendou: "Agora 900 casos confirmados de [coronavírus]… Tem que usar máscara! Eu cheguei à conclusão de que a gente morrer fod**** é melhor que morrer tossindo". O vídeo logo viralizou na internet. Em diversas redes sociais, Leonardo foi bastante criticado.

##RECOMENDA##

"É triste ver o Leonardo usando da sua fama e popularidade para tratar do #Coronavirus como uma brincadeira. Mas pra uma pessoa que apoia um desgoverno, eu não esperava uma fala positiva. Revoltante essa situação. Enquanto isso, com a falta de informaçâo, o vírus se espalha", detonou um dos usuários do Twitter.

O ator Silvero Pereira, que interpretou o personagem Lunga no filme Bacurau, reprovou a postura do cantor. "Que piada ridícula", escreveu ele.

Confira o vídeo:

[@#video#@]

Um paciente portador do HIV que foi submetido a um transplante de células-tronco está agora "curado", tornando-se o segundo no mundo a se recuperar da aids - anunciaram seus médicos nesta terça-feira (10).

Quase dez anos após o primeiro caso confirmado de um paciente com HIV que conseguiu se livrar dele, este segundo caso, conhecido como "paciente de Londres", não apresenta sinais do vírus há 30 meses, segundo os resultados publicados na revista "The Lancet HIV".

Em março de 2019, o professor Ravindra Gupta, da Universidade de Cambridge, anunciou que este homem diagnosticado soropositivo em 2003 estava em remissão, não mostrando sinais do vírus há 18 meses.

O médico pediu cautela, porém, e insistiu no termo remissão - e não cura -, pedindo mais tempo. Um ano depois, sua equipe deu esse passo. "Sugerimos que nossos resultados representam uma cura do HIV", escrevem, depois de testarem amostras de sangue, tecido e esperma.

"Testamos um número considerável de lugares, onde o vírus gosta de se esconder e praticamente tudo deu negativo", fora alguns restos "fósseis" de vírus inativos, disse o dr. Gupta à AFP.

"É difícil imaginar que todos os vestígios de um vírus que infecta bilhões de células foram eliminados", comemorou.

Como o "paciente de Berlim", o americano Timothy Ray Brown considerado curado em 2011, esse "paciente de Londres" foi submetido a um transplante de medula óssea para tratar um câncer de sangue e, assim, recebeu células-tronco de doadores portadores de uma mutação genética rara que impede o HIV de se estabelecer, o CCR5.

O fato de a cura do paciente de Berlim ter permanecido única por quase dez anos sugeriu a alguns que era apenas um golpe de sorte.

"Nossas descobertas mostram que o sucesso do transplante de células-tronco como tratamento para o HIV, relatado pela primeira vez há nove anos para o paciente de Berlim, pode ser replicado", afirmam os pesquisadores, que agora esperam obter outros casos de sucesso.

"Outros pacientes receberam tratamento semelhante, mas nenhum está em remissão (...). Provavelmente haverá outros, mas isso levará tempo", comentou o professor Gupta.

- Procedimento arriscado -

Enquanto isso, o paciente de Londres decidiu revelar sua identidade esta semana em uma entrevista ao jornal "The New York Times". "Quero ser um embaixador da esperança", disse Adam Castillejo, de 40 anos, que cresceu em Caracas, na Venezuela.

Os pesquisadores reconhecem, contudo, que seu método ainda não é uma solução para as milhões de pessoas que vivem com a doença em todo mundo e que a controlam com antirretrovirais por toda vida.

O procedimento usado para os dois pacientes curados é muito pesado e arriscado, além de levantar questões "éticas", ressalta o professor Gupta.

"Temos que colocar na balança a taxa de mortalidade de 10% para um transplante de células-tronco e o risco de morte, se não fizermos nada", segundo ele.

"Um trabalho como esse é importante para o desenvolvimento de estratégias de tratamento que possam ser mais amplamente aplicáveis", comenta o dr. Andrew Freedman, da Universidade de Cardiff, que não está envolvido no estudo.

Outros cientistas são mais cautelosos. "O paciente de Londres está realmente curado?", questiona Sharon Lewin, da Universidade de Melbourne.

"Os dados (...) obviamente são empolgantes e encorajadores, mas, no final, apenas o tempo dirá", observou, estimando ser necessário "mais do que um punhado de pacientes curados do HIV para avaliar a probabilidade de um retorno tardio e inesperado da replicação do vírus".

O "paciente de Londres" também continuará a ser testado regularmente para monitorar um possível reaparecimento do vírus.

Quase 38 milhões de pessoas vivem com HIV em todo mundo, mas apenas 62% recebem terapia tripla. Quase 800.000 pessoas morreram em 2018 por doenças relacionadas à aids.

O surgimento de formas de HIV resistentes a medicamentos também é uma preocupação crescente.

Ao deixar o Palácio da Alvorada na tarde deste sábado para ir a um evento evangélico no Estádio Nacional de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro reclamou da repercussão negativa de sua declaração de que "pessoa com HIV é despesa para todo o Brasil". Ele acusou a imprensa de ter deturpado sua fala e por agora estar sendo alvo de críticas de grupos de pacientes soropositivos. O presidente disse que tenta ser amigo dos repórteres, mas encerrou sua fala dando "uma banana" (gesto feito com os braços) para os jornalistas.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Após cumprimentar apoiadores, Bolsonaro se dirigiu aos repórteres afirmando que não daria espaço para perguntas. Em seguida, passou a falar sobre o comentário que fez ao defender a ideia da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, de que a abstinência sexual deve ser apresentada como método contraceptivo.

"Na semana passada, falei de uma menina que deu à luz pela terceira vez aos 16 anos de idade sendo aidética. Isso que eu falei. O que faltou? Faltou uma mãe, uma avó, pra não começar a fazer sexo tão cedo. Qualquer pessoa com HIV, além do problema de saúde dela gravíssimo, que nós temos pena, é custoso para todo mundo. Vocês focaram no que o aidético é oneroso no Brasil. Tô levando porrada de tudo quando é grupo de pessoas que tem esse problema lamentavelmente", disse o presidente.

Bolsonaro disse que a imprensa "só faz fofocas". "Esse não é o papel da imprensa. Vocês não podem continuar agindo assim, destruindo reputações. Vê se vai ter alguma retificação no jornal de vocês amanhã? Não vai ter porque o editor não vai deixar ir pra frente. Eu quero conversar, ser amigo de vocês, mas não dá", disse.

Ele reclamou também da repercussão envolvendo suas declarações sobre o ICMS de combustível e sua briga com os governadores. "Não vi de vocês uma matéria decente sobre ICMS do combustível. Levaram apenas pra um lado, desafiou os governadores . É só fofoca, só intriga, fica ruim conversar com vocês. Sei que muitos de vocês não têm culpa, que passa pela mão do editor que está rindo."

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando