Os setores ambulatoriais de hospitais filantrópicos como o Tricentenário, em Olinda, a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Infantil Maria Lucinda, no Recife, paralisaram suas atividades durante esta quinta-feira (25). Apesar de as áreas emergenciais estarem funcionando normalmente, a marcação de consultas e o internamento de pacientes para cirurgias estará suspenso até a sexta (26), data de início da remarcação de consultas. Ao todo, 14 unidades filantrópicas de saúde aderiram à greve no Estado.
As consultas que estavam marcadas para hoje estão sendo reagendadas pelas instituições. Apesar da incompreensão de alguns pacientes, a causa tem sido apoiada pela maioria dos que precisam dos serviços das unidades. “Nós estamos explicando a razão do adiamento. Alguns pacientes realmente ficam insatisfeitos, mas entendem que é um movimento de alerta porque, a médio prazo, eles podem ficar sem o serviço permanentemente”, pontua Fernando Costa. superintendente executivo da Santa Casa de Misericóridia. A greve dos setores ocorre devido à baixa remuneração dos profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS). O pagamento dos funcionários é feito com base numa tabela que, há praticamente 10 anos, não sofre reajustes.
##RECOMENDA##
Segundo a Federação dos Hospitais Filantrópicos de Pernambuco, um estudo a nível nacional constatou que, a cada 100 reais gastos pelas unidades de saúde, somente R$ 60 são repassados pelo Governo. “Isso ocasionou um endividamento de boa parte das 2.100 entidades filantrópicas do país. Ao todo, o passivo bancário gira em torno dos R$ 15 milhões”, explica Fernando Costa.
Nas instituições da RMR, os atendimentos emergenciais estão ocorrendo normalmente. “Os funcionários que atuam no setor ambulatorial estão trabalhando, mas foram realocados para outros setores. O serviço ficará fechado até amanhã”, segundo a Federação.