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Você já presenciou um júri? Caso tenha curiosidade em conhecer o procedimento jurídico, o curso de direito da Faculdade Maurício de Nassau, unidade de Campina Grande, realizará, na próxima segunda-feira (11), o “Júri Simulado”, que reproduzirá o protocolo de um tribunal, contando com a participação de alunos do primeiro e do sexto período da graduação. O evento é gratuito e aberto ao público.

Sob orientação do professor Artur da Gama França, o ato tratará o livro “O Caso dos Exploradores de Caverna”, de Lon L. Fuller. Instigar a participação dos estudantes no júri é um dos objetivos do evento, segundo o professor. “O intuito do Júri é mais uma vez incentivar a participação do aluno em atividades lúdicas e integrativas quando se alimentará o desejo de destacar-se diante de seus adversários e, com isto, fomentará a competitividade e a busca pelo saber”, declara o docente, conforme informações da assessoria de imprensa.

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O júri iniciará às 19h e o público não precisa realizar inscrição para participar. A Maurício de Nassau fica na Rua Antônio Carvalho de Souza, 295, no bairro da Estação Velha, em Campina Grande. Outras informações sobre o evento podem ser conseguidas pelo telefone (83) 2101-8924.  

A redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos foi condenada pelo corpo de jurados que participou, nesta segunda-feira (13), do júri simulado promovido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no Centro de Convenções, em Olinda. Dos onze representantes de entidades da sociedade civil que julgaram ficticiamente a matéria, oito votaram contra e três se colocaram favoráveis. A exposição do voto dos jurados aconteceu ao fim do debate, que durou quase três horas, e após a explanação dos argumentos de dois grupos: um em defesa da proposta e outro contra.  

Expondo os posicionamentos de forma intercalada, os dois grupos traçaram um paralelo entre a Proposta de Emenda à Constituição 171/93 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que completa 25 anos nesta segunda. Galgado pela justificativa de que apesar da idade o ECA “nunca foi utilizado”, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) defendeu não só a redução da maioridade penal, mas a civil. Para ele, os assuntos são consoantes e devem ser aprovados pelo Congresso Nacional. 

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“Estamos discutindo um problema que envolve a pessoa e a vida, por isso sou a favor da redução da maioridade penal e, mais ainda, da maioridade civil. PEC 37/2015 que faz a redução geral. Por que só a redução penal? O jovem de 16 anos já vota, então porque ele não pode ser votado, não pode dirigir, nem fazer concursos públicos?”, indagou, defendendo a PEC 37/2015, de sua autoria, que versa sobre o tema.  

Defensor da queda da matéria no Congresso, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) compôs a bancada dos que argumentaram contra a redução. Reforçando argumentos já expostos por ele desde que o assunto veio à tona, o pessebista defendeu que é necessário “olhar para a segurança pública” quando se fala em maioridade penal e pontuou a necessidade de alterações na legislação, mas sem “o espírito de vingança” que, segundo ele, ronda os parlamentares em exercício do mandato. 

“O jovem brasileiro mais que autor de violência, ele é vítima de violência. No Brasil, morrem 10 jovens por dia. Somos o terceiro (no ranking da juventude), perdendo apenas para o México e El Salvador”, observou Tadeu Alencar. “Se é necessário discutir alterações no ECA, vamos fazê-lo. Se a consciência crítica recomendar uma alteração, sei que muitos discordam, mas vamos discutir. Para que respostas sejam dadas não para saciar a sede de pessoas sedentas por justiçamento, mas para aqueles que tem sede de justiça”, acrescentou, pontuando como solução a ampliação do tempo de internação para jovens que cometem crimes hediondos. 

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Voltando aos argumentos favoráveis à redução, o desembargador do TJPE Bartolomeu Bueno observou que apesar de todos os contextos punitivos, até agora ainda não se descobriu nenhuma outra forma de reduzir as infrações sem a aplicabilidade de penas que oferecem a reclusão. “A pena tem dupla finalidade. A primeira de ressocialização e a segunda tem o caráter de prevenção e inibição para que não se volte a diniquir (cometer crimes). Por isso, sempre defendi a redução por entender que basta um crime para justificar a sanção (pena)”, justificou o magistrado.

Sob a ótica do desembargador, o atual sistema “é falido” e a solução seria um modelo misto, onde se tenha uma idade mínima para a maioridade penal e outra para a imputabilidade, quando as pessoas podem ser punidas por crimes. Analisando os posicionamentos dos que são contrários ao texto por conta da situação carcerária no país, Bueno observou não ser este o problema. “Falta de cadeia não é o problema. Não se ressocializa os jovens, nem os adultos hoje neste país. Vamos deixar as pessoas analfabetas por falta de boas escolas? A mesma coisa é com o delinquente. Temos que construir presididos e casas de internação adequadas e suficientes para atender a população carcerária e assim proteger a sociedade”, frisou. “Temos um falso pudor, dizemos que não podemos prender os jovens, mas já prendemos. A internação é uma prisão”, cravou, acrescentando. 

Organizador do debate e integrante da bancada contrária à redução, o desembargador do TJPE Luiz Carlos Figueiredo justificou seus argumentos a postura de diversas entidades judiciais e da sociedade que trabalham com a faixa etária infanto-juvenil e são contra a PEC 171. “Todos os especialistas dizem não. São todos loucos ou masoquistas? Devemos procurar sempre quem sabe mais e eles sempre dizem não. (...) O dano que vai ser causado no convívio social caso este texto seja aprovado é da mais larga escala. E como fica o povo então?”, indagou. “A PEC 171 quebra a Constituição e quando isso acontece também se quebra um pacto político”, acrescentou. 

Além do corpo de jurado e do posicionamento das duas bancadas favorável e contra, o público que participava do júri também se posicionou em relação ao texto da PEC. O resultado da votação deve ser divulgado ainda nesta segunda pelo TJPE.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realiza, na próxima segunda (13), um júri simulado para debater a redução da maioridade penal no país. Organizado pela Coordenadoria da Infância e Juventude, o evento será realizado no Centro de Convenções de Pernambuco, a partir das 8h. 

Magistrados, servidores públicos, estudantes e demais interessados no tema podem se inscrever, gratuitamente, para assistir à atividade, através de formulário eletrônico no site do TJPE. Ao término do júri, o público poderá registrar seu posicionamento por meio de voto em urna eletrônica. Adeptos do “sim” e do “não” à redução da maioridade penal farão parte do júri.

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Diversas entidades serão representadas no evento, como a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco, Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Regional de Medicina, Arquidiocese de Olinda e Recife e Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, entre outros. 

A Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) vai realizar, nesta terça-feira (1º), uma ação para lembrar o Golpe Militar ocorrido no Brasil em 1964. No ato, o presidente da Ordem em Pernambuco, Pedro Henrique Reynaldo Alves, coordenará um júri simulado com a temática “Justiça de Transição X Anistia”. O caso fictício que será julgado é o de um torturador confesso.  A simulação vai acontecer na Faculdade de Direito do Recife, no bairro da Boa Vista, área Central do Recife, a partir das 19h. 

A iniciativa, que abre o “Programa OAB nas Faculdades”, visa ressaltar o estado democrático de direito, onde não cabem atos autoritários extremistas desencadeados em 1964 e também difundir a importância e beleza da advocacia como opção de carreira jurídica aos futuros bacharéis em Direito. Os advogados de acusação serão Henrique Mariano e Bruno Galindo. Já a defesa do réu será feita pelos advogados João Olímpio e Antônio Tide.

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Além do júri simulado a OAB-PE também irá divulgar o manifesto “Para não repetir”, denominação dada pelo Conselho Federal da OAB (CFOAB), às ações que marcam os 50 anos do golpe militar.

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