Tópicos | Kléber Mendonça Filho

A edição do VI Janela Internacional do Cinema do Recife abre nesta terça-feira (14), as inscrições para a mostra competitiva de curtas-metragens da edição de 2013, que acontece entre 11 e 20 de outubro. A lista dos filmes selecionados será divulgada até o dia 4 de setembro de 2013. A sexta edição do festival  é organizada pela CinemaScópio Produções Cinematográficas e Artísticas e tem patrocínio da Petrobras.

Janela Internacional do Cinema do Recife que tem direção artística do cineasta Kleber Mendonça Filho, exibe cerca de 150 filmes do mundo inteiro, em formatos HD, DCP e 35mm, entre sessões de grandes clássicos do cinema e mostras não-competitivas, além da competitiva de curtas,  dividida em  brasileira e internacional.  Em 2013, poderão concorrer filmes produzidos em qualquer formato de captação de imagem, até 35 minutos de duração, e realizados a partir de janeiro de 2012.

##RECOMENDA##

As inscrições são feitas através do site do festival e segue até o dia 8 de julho. Para se inscrever, os realizadores/produtores deverão preencher o formulário online no site e  informar um link do curta, protegido com senha, para assistir na internet (Vimeo ou Youtube). Pela primeira vez, o festival não aceita mídias físicas para a inscrição (CD, DVD, Blu-ray). Cada realizador poderá concorrer com quantos filmes desejar e não será cobrada nenhuma taxa de inscrição.

A Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj exibe uma mostra dos vídeos vencedores do V Concurso de Videoarte, promovido em 2011 pela instituição. As obras que fazem parte da mostra são dos artistas Regina Parra e Marcelo Coutinho. A exposição acontece até o dia 28 de abril com exibição de vídeos em diferentes salas da galeria Vicente do Rego Monteiro. Os vídeos foram escolhidos por uma comissão formada por Angela Prysthon, Kleber Mendonça Filho e Moacir dos Anjos.

Em 7.536 passos (uma geografia da proximidade), vídeo de Regina Parra, a artista paulistana registra no filme seu percurso, no qual anda da região central de São Paulo até algum lugar da região leste, munida apenas de um rádio ligado. No caminho, uma espécie de engajamento afetivo, as mudanças graduais na paisagem paulistana são perceptíveis: modificações econômicas, sociais e políticas.

##RECOMENDA##

Já em Soarsso, o pernambucano Marcelo Coutinho busca expressar (provocando reações a partir de objetos, instalações ou imagens construídas) o que em palavras conhecidas não é suficiente. O vídeo é composto por cenas em que não são claras as razões ou desdobramentos, mantendo assim o significado de um conceito vago e subjetivo, sendo esse aspecto uma das características da obra.

Serviço



Regina Parra e Marcelo Coutinho



Até 28 de abril | terça a domingo, das 15h às 20h



Galeria Vicente do Rêgo Monteiro, na Fundação Joaquim Nabuco (Rua Henrique Dias, 609, Derby)



Gratuito

As redes sociais estão repercutindo com força uma polêmica entre o diretor-executivo da Globo Filmes, Cadu Rodrigues, e o cineasta e crítico de cinema Kléber Mendonça Filho, diretor do longa-metragem O som ao redor. São muitos os posicionamentos, compartilhamentos e comentários a favor de um lado e outro, inflamando o embate.

Tudo começou com uma declaração de Kléber em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, na qual afirmou: "Se meu vizinho lançar o vídeo do churrasco dele no esquema da Globo Filmes, ele fará 200 mil espectadores no primeiro final de semana", fazendo uma crítica à discrepância entre a megaestrutura e aporte financeiro dos filmes da Globo e as produções ditas independentes, como as dele próprio. Para Kléber, a distribuidora faz mal à cultura cinematográfica brasileira e pasteuriza a fruição de filmes pelo público que muitas vezes "não sabe nem exatamente o porquê de ter ido ver aquilo".

##RECOMENDA##

As declarações do cineata pernambucano causaram uma reação forte do diretor-executivo da Globo Filmes, Cadu Rodrigues. Ele lançou um desafio público a Kléber: "produzir e dirigir um filme e fazer 200 mil espectadores com todo o apoio da Globo Filmes! Se fizer, nada do nosso trabalho será cobrado do filme dele", disparou Rodrigues, completando que "Se não fizer os 200 mil, assume publicamente que, como diretor, ele talvez seja um bom crítico".

As farpas não pararam por aí. Kléber respondeu ao desafio afirmando que "O valor de um filme, ou de um artista, não deveria residir única e exclusivamente nos número$", e foi além nas críticas iniciais, ao escrever no facebook que "O sistema Globo Filmes faz mal à idéia de cultura no Brasil, atrofia o conceito de diversidade no cinema brasileiro e adestra um público cada vez mais dopado para reagir a um cinema institucional e morto". O pernambucano ainda resolveu lançar um desafio em resposta ao representante da Globo: que a disribuidora use seu alcance e poder para investir em cineastas e projetos novos, que não se resumam a bilheterias expressivas.

Todo o debate personificado pelo diretor-executivo e pelo cineasta traz uma discussão mais profunda e, certamente mais importante do que os egos e pessoas envolvidos. A polêmica trouxe à tona um tema exaustivamente citado e debatido entre os envolvidos com o cinema brasileiro, quiçá mundial. O suposto antagonismo entre o "cinema de arte", feito em sua maioria por produtores independentes ou de pequeno e médio porte, e os "blockbusters", focados no retorno financeiro e número de espectadores.

A indústria cinematográfica é a que mais movimenta dinheiro no mundo das artes. A onipresença de Hollywood atesta o poder e a influência que essa indústria tem. Neste embate do cinema brasileiro, explicitam-se os dois lados da produção audiovisual do país e, algo raro, chocam-se as duas vertentes de forma clara, em vez dos muxoxos geralmente proferidos pelos cineastas que não contam com a estrutura de distribuição e propaganda de uma Globo Filmes, bem como da ignorância solene da distribuidora para com produções que não atendem o seu perfil.

Importante ressaltar que ambos têm algo em comum, inescapável nos dias de hoje no Brasil: o aporte de dinheiro público. Sem ele, nem um nem outro estaria onde está. Se cinema é só negócio, o que aconteceu com a "sétima arte"? E se é só arte, como viabilizá-lo financeiramente?

Ao levantar o desafio, o gerente-executivo da Globo Filmes, Cadu Rodrigues, deixou claro qual a régua com que mede os filmes e cinestas. E deu um belo tiro no pé, ao dar uma publicidade gratuita ao filme de Kléber Mendonça Filho, certamente proporcional ao tamanho da própria distribuidora. Já Kléber, em seu contra-desafio, deixou claro que não é a megaestrutura da Globo em si o problema. Afinal, que cineasta não gostaria de ter seu filmes exibidos em centenas de salas em todo o Brasil e com uma intensa campanha publicitária?

Filme de Michael Haneke, A M O R é uma produção francesa, alemã e austríaca, filmado em 2012 e com Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert no elenco. A película conta a história de um casal que depois de mais de cinquenta anos juntos chegam a uma fase onde um deles precisa de mais cuidados que o outro, exigindo assim a entrega de mais amor e carinho por parte do cônjuge. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2012, o drama também levou para casa a estatueta de melhor filme estrangeiro na edição deste ano do Globo de Ouro.

A M O R entra em cartaz na próxima sexta (25), e será exibido de terça a domingo. Para quem ainda não viu, O som ao redor continua em cartaz nas telas do Cinema da Fundação. De Kleber Mendonça Filho, o filme arrebatou diversos prêmios nacionais e internacionais. Mais de cinco milo pessoas já foram conferir a produção pernambucana só na Fundação Joaquim Nabuco.

##RECOMENDA##

Serviço:

Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Rua Henrique Dias, 609 - Recife)

R$ 8,00 (inteira)  R$ 4,00  (meia) (Terça-feira com valor promocional R$ 4 para todos)

3073 6689

A M O R

Sexta e Domingo: 17h50 - 20h20

Sábado e Terça : 15h20 – 20h20

Quarta: 17h50 – 20h20

Quinta: 15h20 – 17h50

 O som ao redor

Sexta e Domingo: 15h20

Sábado e Terça : 17h40

Quarta: 16h

Quinta: 20h20

O filme brasileiro mais premiado do último ano continua sua carreira vitoriosa em festivais ao redor do mundo. Desta vez, O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, venceu o 3º Prêmio Cinema Tropical, festival dedicado a produções latinoamericanas que acontece em Nova York.

##RECOMENDA##

O longa pernambucano concorreu com o brasileiro Heleno, de José Henrique Fonseca, além de filmes da Argentina (O estudante, de Santiago Mitre), México (Os últimos Cristeiros, de Matías Meyer) e Chile (Verão, de José Luis Torres).

O som ao redor está em cartaz há duas semanas em 20 salas brasileiras em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Maceió e Curitiba, e já foi visto por mais de 30 mil pessoas. O longa-metragem estreia na sexta (18) em Brasília, Florianópolis e Porto Alegre. 

[@#galeria#@]

Realizado nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, os recifenses estão tendo o prazer de presenciar o maior festival de cinema ao ar livre que o estado já recebeu, o Vivo Open Air. Quem “deu as boas vindas” ao evento nesta quarta-feira (28), foi o filme pernambucano, O Som ao Redor, de Kléber Mendonça Filho, exibido pela primeira vez em sua terra natal.

##RECOMENDA##

O palco e a tela de 250 metros quadrados encantaram os apaixonados por filmes que assistiram a abertura do evento com um cenário à margem do oceano, próximo ao Cais de Santa Rita, no Recife Antigo. O grande objetivo do evento é oferecer uma forma alternativa de encaixar shows, cinema e muita música em um só ambiente. “Já tínhamos o maior teatro ao ar livre do mundo, e hoje temos o maior cinema ao ar livre do mundo”, enfatiza o gerente regional da operadora Vivo, Sérgio Falcão.

O festival tem dez dias de duração e traz destaques como a estreia do filme de Kléber Mendonça, gravado no bairro de um Setúbal, zona sul do Recife. O Som ao Redor é um dos longas mais comentados do ano, devido aos prêmios que conquistou em festivais em diversos lugares do mundo como Holanda, Dinamarca, Sérvia, Polônia, além dos festivais nacionais como o de Gramado, Brasília e Rio de Janeiro. 

“Essa sessão de hoje é a mais importante do filme porque O Som ao Redor tem o sotaque de Recife, ele fala como a gente fala, ainda de mostrar a cidade”, explicou Kleber Mendonça Filho, “vai ser a melhor sensação dos tempo que viajei com filmes”, conclui.

Atrações como Seu Jorge e festas já consagradas em Recife, como Odara, Brega Naite e Selecta fazem parte da programação do festival. “A expectativa é de casa cheia para esse público cinéfilo”, enfatizou o organizador geral do evento, Renato Bayton. 

A venda dos ingressos para o evento começou desde segunda-feira (19), nas lojas Esposende e no site do Ingresso Rápido. Os preços dos ingressos de quarta, quinta e domingo custam R$ 36 (inteira) e R$ 18 (meia). Sextas e sábados, o valor passa para R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).

 

VEJA A PROGRAMAÇÃO:

Quarta, 28 de novembro

Filme O Som ao Redor e DJs

 

Quinta, 29 de novembro

Filme Pulp Fiction e DJs

 

Sexta, 30 de novembro

Filme Quatro Amigas e um Casamento e festa Selecta

 

Sábado, 1º de dezembro

Filme Curtindo a Vida Adoidado, curta Feijoada Completa, show de Baby do Brasil e festa Odara

 

Domingo, 2 de dezembro

Filme As Aventuras de Tintim e filme Uma História de Amor e Fúria

 

Quarta, 5 de dezembro

Filme Holy Motors, curta Linear e DJs

 

Quinta, 6 de dezembro

Filme O Poderoso Chefão, curta Passageiro e DJs

 

Sexta, 7 de dezembro

Filme Era uma Vez Eu, Verônica, curta A Onda Traz, o Vento Leva e show de Tio Preto com Seu Jorge e Karynna Spinelli

 

Sábado, 8 de dezembro

Filme De Volta para o Futuro e festa Brega Naite

 

Domingo, 9 de dezembro

Filme Baile Perfumado e DJs

A primeira edição do Vivo Open Air no Recife acontece de 28 de novembro a 9 de dezembro numa estrutura que já está sendo montada no Cais de Santa Rita, na descida do Viaduto das Cinco Pontas. A venda dos ingressos para o evento que promove exibições de filmes em telas de grandes proporções, shows e festas, começa nesta segunda-feira (19), nas lojas Esposende e no site do Ingresso Rápido. No primeiro lote, os preços dos ingressos de quarta, quinta e domingo custam R$ 36 (inteira) e R$ 18 (meia). Sextas e sábados, o valor passa para R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Além disso, um celular antigo vale um ingresso aos domingos.

O evento, que já acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo, traz para o Recife uma programação com alguns dos melhores filmes pernambucanos, entre eles o inédito Som ao Redor de Kléber Mendonça Filho - que abre o evento - Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes, e Baile Perfumado, de Paulo Caldas Lírio Ferreira. Também ganham a tela, que será de tecnologia suíça do tamanho de uma quadra de tênis, clássicos como Pul Fiction, de Tarantino, e O poderoso Chefã de Coppola.

Após a exibição dos filmes, haverá festas com DJs e  shows de Baby do Brasil, Seu Jorge e Karynna Spinelli.

Confira a programação divulgada até agora:

Quarta, 28 de novembro
Filme O Som ao Redor e DJs

Quinta, 29 de nevembro
Filme Pulp Fiction e DJs

Sexta, 30 de novembro
Filme Quatro Amigas e um Casamento e festa Selecta

Sábado, 1º de dezembro
Filme Curtindo a Vida Adoidado, curta Feijoada Completa, show de Baby do Brasil e festa Odara

Domingo, 2 de dezembro
Filme As Aventuras de Tintim e filme Uma História de Amor e Fúria

Quarta, 5 de dezembro
Filme Holy Motors, curta Linear e DJs

Quinta, 6 de dezembro
Filme O Poderoso Chefão, curta Passageiro e DJs

Sexta, 7 de dezembro
Filme Era uma Vez Eu, Verônica, curta A Onda Traz, o Vento Leva e show de Tio Preto com Seu Jorge e Karynna Spinelli

Sábado, 8 de dezembro
Filme De Volta para o Futuro e festa Brega Naite

Domingo, 9 de dezembro
Filme Baile Perfumado e DJs

Serviço:
Vivo Open Air Recife
De 28 de novembro a 9 de dezembro
Cais de Santa Rita (Av. Engenheiro José Estelita, 657, bairro de São José - próximo ao Catamarã)
R$ 36 (inteira) e R$ 18 (meia) nas quartas, quintas e domingos | R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) nas sextas e sábados - à venda nas lojas Esposende e no site do Ingresso Rápido | Celular antigo vale um ingresso aos domingos
Abertura do evento: de quarta a sábado às 19h, domingo às 16h
Informações: www.vivo.com.br/openair

##RECOMENDA##

Depois da repercussão impactante em mais de 30 festivais nacionais e internacionais, o longa-metragem O Som ao Redor do cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho recebeu, na última quinta (1º), simultaneamente, os prêmios de Melhor Filme, tanto na 36ª Mostra Internacional de Cinema de SP (Prêmio Itamaraty) como no 8º Panorama Coisa de Cinema, de Salvador (BA).

Com estreia marcada para 4 de janeiro nos cinemas brasileiros, O Som ao Redor mostra uma rua de classe média na Zona Sul do Recife, onde quase todos os imóveis pertencem a mesma família. No enredo, Francisco (W.J. Solha), o patriarca da família é praticamente um senhor de engenho urbano que abre espaço para a chegada de Clodoaldo (Irandhir Santos), um homem que vem oferecer serviços privados de segurança aos moradores.

##RECOMENDA##

Com um reconheciemento consolidado, o filme já acumula prêmiações e elogiadas críticas em festivais como o de Roterdã, onde fez sua estreia mundial, na Polônia, Dinamarca, Austrália, Suiça, Nova Zelândia, entre outros. No Brasil, saiu vencedor do Festival do Rio  de Gramado. Foi exibido em importantes mostras como Locarno (Suíça), Sydney (Australia) Viennale (Áustria), BFI London Film Festival (Inglaterra) e Vancouver (Canadá). Atualmente, está em cartaz nos cinemas americanos e holandês e impressionou a crítica de publicações como NY Times, Variety, Time Out, Hollywood Reporter, Art Forum e Film Comment.

Segundo o diretor Kléber Mendonça Filho, o novo desafio é exibir o longa em grande estilo no Recife, ainda este ano. Kléber espera que a exibição aconteça numa première especial a pouco mais de um mês da entrada no circuito, como forma de também celebrar a boa safra da produção recifense, que teve filmes como Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes, Boa sorte, meu amor, de Daniel Aragão, Eles Voltam, de Marcelo Lordello e Doméstica, de Gabriel Mascaro consagrados no Brasil e no Exterior.

Está tudo pronto para a realização da quinta edição do Janela Internacional de Cinema do Recife, que começa no dia 9 de novembro. O festival exibe, ao todo, cerca de 110 filmes, entre longas e curtas metragens nacionais e internacionais, em dois cinemas do Recife: o Cine São Luiz e o Cinema da Fundação, a preços simbólicos. São diversas programações temáticas, além da mostra competitiva de curtas-metragens, que conta com 28 filmes brasileiros e 24 estrangeiros.

Um dos atrativos do Janela - que ano passado lotou o Cine São Luiz com longas de Stanley Kubrick - é a exibição de versões restauradas de películas clássicas do cinema mundial. Este ano, o festival traz filmes como Psicose, Tubarão, Lawrence das Arábias, A noviça rebelde e Taxi Driver, em uma programação dedicada a homenagear os 60 anos do São Luiz, que exibiu estes filmes em suas épocas. "É uma espécie de festa de aniversário do São Luiz", explica Kléber Mendonça Filho, criador e curador do Janela de Cinema, acrescentando que "é uma seleção muito pessoal e descaradamente cinéfila no sentido de homenagear vários filmes".

##RECOMENDA##

Para Kléber Mendonça, o festival acontece em um momento especial para o cinema pernambucano: "2012 é um ano sem igual na celebração da produção cinematográfica pernambucana", afirma o também cineasta, co-responsável pela boa fase da produção local. É dele o longa-metragem O som ao redor, que já ganhou vários prêmios nacionais e internacionais. O filme, no entanto, não está na seleção do Janela.

O Janela Internacional de Cinema do Recife propõe um diálogo entre a produção local e internacional de cinema contemporâneo, trazendo filmes que são ignorados pelo circuito comercial de exibidores e atualizando os cinéfilos de plantão em relação ao que está sendo produzido no mundo. "Recife tem um público cinéfilo muito grande, mas um circuito exibidor para o cinéfilo muito pequeno", diagnostica Kléber Mendonça. Ano passado mais de 12 mil pessoas assistiram aos filmes exibidos no Janela e a expectativa é superar este número em 2012.

Competição

Focado apenas nos curtas-metragens, a mostra competitiva do Janela reúne 52 filmes, sendo 28 nacionais. Entre os estrangeiros estão produções de países como Holanda, Rússia, Estados Unidos, Itália, Suécia, Egito, Romênia e República Tcheca. Mais de 700 filmes foram inscritos para a mostra competitiva do festival.

Os selecionados serão julgados por duas comissões, formadas por Renata Pinheiro, Marcelo Caetano e Moacir dos Anjos (mostra internacional), e Sérgio Borges, André Dib e Marcelo Lordello (mostra nacional). A mostra inclui estreias de dois curtas: Sobre o abismo, de André Brasil, e O inverno de Rieljka, de Gustavo Beck, além de filmes premiados como Rafa, do português João Salaviza, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim.

Programas temáticos

Outra atração do festival são as programações temáticas, miutas assinadas por outros curadores. Destaque este ano para o Panorama Alemão, que exibe nove filmes da safra recente do cinema do país europeu. O programa, que também circulará pelas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Salvador, tem o apoio do Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA) e do Consulado da Alemanha.

Acontece ainda a mostra Quinzena dos realizadores, que traz cinco filmes selecionados da Quinzena de Realizadores do festival de Cannes, uma das mostras mais concorridas do mundo, com curadoria de Laurence Reymond. Outra mostra especial é a Câmera Cidadã, que compila diversos vídeos sobre o espaço urbano postados na internet, em que as pessoas vivem seus problemas, explicitados por cidadãos-repórteres munidos muitas vezes apenas de um celular.

Há ainda uma programação infantil com quatro curtas de três países (Brasil, Hungria e México) dedicada às crianças (o "Janelinha"), além da seleção do festival português Curtas Vila do Conde, o Cachaça Cinema Clube e uma programação do Cineclube Dissenso em homenagem ao cineasta Cícero Filho.

Homenagem

O Janela Internacional de Cinema do Recife homenageia, em sua quinta edição, o fotógrafo Alcir Lacerda, falecido recentemente. Apesar de não ter uma relação direta com o cinema, Alcir foi escolhido porque "Ele fotografou muito a cidade do Recife, e a gente usa muito a imagem do Recife no Janela. Aí surgiu a ideia de usar uma foto dele na arte do festival este ano", como explica Kléber Mendonça Filho. Na abertura do festival será exibido um teaser do documentário que está sendo produzido por ariana Lacerda sobre o fotógrafo.

[@#video#@]

Serviço
Janela Internacional de Cinema do Recife
9 a 18 de novembro
Cine São Luiz (Rua da Aurora, 175  Boa Vista)
Cinema da Fundação (Rua Henrique Dias, 609 Derby)
R$ 8 e R$ 4 (meia) -Cinema da Fundação
R$ 4 e R$ 2 (meia) - São Luiz
R$ 1 - Mostra de curtas

O V Janela Internacional de Cinema do Recife anunciou, nesta quinta, os 52 curtas-metragens selecionados para sua mostra competitiva. São 28 produções brasileiras e 24 estrangeiras, selecionadas pelo conselho curador do Janela, formado por Kleber Mendonça Filho - coordenador artístico do festival -, Emilie Lesclaux, Luiz Otávio Pereira, Rodrigo Almeida, Luís Fernando Moura e Fernando Vasconcelos.

Cerca de 700 filmes de todo o Brasil e de países como Rússia, Reino Unido, Suécia, EUA, Suíça, Canadá, Holanda, Romênia, Itália, França, Portugal. Egito e República Tcheca, foram inscritos para a quinta edição do Janela Internacional. Além das mostras competitivas nacional e internacional, o festival ainda promove programas especiais e a já tradicional seleção Clássicos do Janela, totalizando mais de cem filmes exibidos ao longo dos dez dias do festival.

##RECOMENDA##

Segundo o coordenador artístico Kléber Mendonça, o universo das relações humanas e da intimidade afetiva é um tema recorrente aos filmes da seleção deste ano, mesmo não havendo temas pré-determinados para a curadoria. O Janela Internacional abriga duas estreias: Sobre o Abismo, de André Brasil, e O Inverno de Rieljka, de Gustavo Beck, além de filmes premiados em diversos festivais internacionais.

Conheça os curtas selecionados:

COMPETIÇÃO BRASILEIRA

A Dama do Estácio, de Eduardo Ades (RJ, 2012, 19')
Sinopse: Zulmira é uma velha prostituta. Um dia ela acorda obcecada com a ideia de que vai morrer. Ela precisa de um caixão.

A Mão que Afaga, de Gabriela Amaral Almeida  (SP, 2011, 19')
Sinopse: No aniversário de 9 anos de seu único filho, Lucas, a operadora de telemarketing Estela planeja uma festa que tem poucas chances de dar certo.


A Menina da Boneca, de André Pinto (PE, 2012, 8')
Sinopse: A hora de dormir se aproxima. Os olhos se fecham e um mundo de sonhos se revela...ou de pesadelos.

A Onda Traz, O Vento Leva, de Gabriel Mascaro  (PE, 2012, 25')
Sinopse: Rodrigo é surdo e trabalha numa equipadora instalando som em carros. O filme é uma jornada sensorial sobre um cotidiano marcado por ruídos, vibrações, incomunicabilidade, ambigüidade e dúvidas.

A Vida Noturna das Igrejas de Olinda, de Mariana Lacerda (PE-SP, 2012, 19')
Sinopse: Quando anoitece em Olinda.

Animador, de Cainan Baladez, Fernanda Chicolet (SP, 2012, 20')
Sinopse: Ligia trabalha num parque de diversões. Fica suspensa num brinquedo de bolinhas, onde as crianças tentam acertar o alvo para derrubá-la. Seu uniforme é uma fantasia.

Dizem Que Os Cães Veem Coisas, de Guto Parente  (CE, 2012, 12')
Sinopse: Um presságio. Fragmento de tempo apenas, porque logo o homem gordo, de ventre imenso, saltou dentro da piscina com o copo de uísque na mão.

Desterro, Claudio marques e Marilia Hugues (BA, 2012, 14’)
Sinopse: As memorias de Dona Pequenita e Thereza Batalha sobre uma das mais fortes intervençoes do Estado brasileiro.

Dois, de Thiago Ricarte  (SP, 2012, 16')
Sinopse: Rafael e Thalita estudam para uma prova de matemática em um parque. Thalita descobre que precisa ir embora mais cedo.

Eu Nunca Deveria Ter Voltado, de Eduardo Morotó, Marcelo Martins Santiago e Renan Brandão (RJ, 2012, 15’)
Sinopse: A foto do jantar com seus pais e irmãos liga Dirceu ao amor e a morte.

IN, de Bruno Oliveira (PR, 2012, 10')
Sinopse: Lembranças do ano de 1997.

Ikó-Eté, de Torquato Joel (PB, 2012, 9')
Sinopse: O que acontece quando surta um remanescente dos potiguaras, um dos povos mais bravios da costa brasileira durante o primeiro períoda da ocupação européia.

Luna e Cinara, de Clara Linhart (RJ, 2012, 14’)
Sinopse: Luna e Cinara vão ao cinema.

Mauro em Caiena, de Leonardo Mouramateus (CE, 2012, 19')
Sinopse: Uma vez um instrutor de parapente me disse que flutuar no ar, em vôo livre, não é tão perigoso. O maior perigo é a partida, e a chegada. E isso faz bastante sentido. É, faz muito sentido.

Menino do Cinco, de Marcelo Matos de Oliveira, Wallace Nogueira (BA, 2012, 20')
Sinopse: Ricardo finalmente encontra um amigo, mas ele não pode ser seu.

Meu Amigo Mineiro, de Victor Furtado e Gabriel Martins  (CE, 2012, 23')
Sinopse: Gabito, Tô te esperando pra conhecer minha cidade. Chega aí, Vitim.

Monumento , de Gregório Grasiozi (SP, 2012, 10')
Sinopse: O Monumento às Bandeiras é uma escultura pública presente no cotidiano de milhares de paulistanos e um dos símbolos mais representativos da cidade de São Paulo. O documentário experimental “Monumento” pretende contemplar cuidadosamente os pormenores e a totalidade do conjunto da obra-prima de Brecheret.

O Duplo, de Juliana Rojas (SP, 2012, 25', cor)
Sinopse: Silvia é uma jovem professora do ensino fundamental. Certo dia, sua aula é interrompida quando um dos alunos vê o duplo da professora andando no outro lado da rua.

O Segredo de Salamaqats, de Andrés Schaffer (MG, 2012, 11')
Sinopse: As ruas e um mistério.

O Inverno de Rieljka , de Gustavo Beck (RJ, 2012, 19')
Sinopse: Incursões ao redor de Rieljka Suková.

Os Mortos Vivos, de Anita Rocha da Silveira (RJ, 2012, 20')
Sinopse: Bia está off-line. As mensagens enviadas serão entregues quando Bia estiver on-line.

Orwo forma , de Karen Black & Lia Letícia (RJ, 2012, 4')
Sinopse: Tudo é lindo em uma mulher.

Porcos Raivosos, de Isabel Penoni e Leonardo Sette (PE, 2012, 10')
Sinopse: Um grupo de mulheres decide fugir ao descobrir que seus maridos se transformaram misteriosamente em porcos furiosos.

Quem tem medo de Cris Negão?, de René Guerra  (SP, 2012, 24')
Sinopse: Cristiane Jordan, ou Cris Negão como era chamada, foi uma travesti cafetina do centro de São Paulo conhecida por seus métodos violentos de controle das outras travestis. Um mergulho no universo marginal das travestis, a partir dessa figura lendária do submundo de São Paulo.

Serra do Mar, de Iris Junges (SP, 2012, 15')
Sinopse: Jonas vigia as torres de energia da Serra do Mar. Um incêndio ocorre na mata.

Sobre o Abismo, de André Brasil (MG, 2012, 30')
Sinopse: Por essa tela já passou boa parte da história do cinema, mas a cada sessão é como se ela estivesse ainda virgem, antes do começo de tudo. A tela em branco é um imenso abismo feito de esquecimento.

Um Diálogo de Ballet, de Filipe Matzembacher, Márcio Reolon (RS, 2012, 8')
Sinopse: Um senhor e um jovem acordam. O tempo passa. E para.

Vestido de Laerte, de Claudia Priscilla e Pedro Marques  (SP, 2012, 13')
Sinopse: Laerte percorre um longo caminho pela cidade de São Paulo em busca de um certificado.

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

Barba / Beard, de Paulo Abreu
Portugal, 2012, 22'
Sinopse: Alegoria em Super 8 sobre Portugal e o comportamento coletivo do seu povo.

Café Regular, Cairo, de Ritesh Batra
Egito/Índia, 2011, 11'
Sinopse: Um jovem casal se encontra falando coisas sobre as quais nunca falaram antes enquanto tentam achar seu lugar num mundo em transformação.

Ce n'est pas un film de cow-boys / Este não é um filme de cowboys / This is Not a Cowboy Movie, de Benjamin Parent
França, 2012, 12'
Sinopse: Brokeback Mountain foi ao ar na TV noite passada. Vincent assistiu o filme e ficou completamente abalado. Durante o recreio, ele descreve o filme de forma comovente e naïve para seu colega de classe, Moussa. No banheiro feminino, Jessica também comovida pelo filme, bombardeia sua melhor amiga Nádia com perguntas sobre o seu pai gay.  

Chefu'/ Festinha Em Casa / House Party, de Adrian Sitaru 
Romênia, 2011, 18'
Sinopse: Neli viaja para Bucareste por alguns dias, deixando seu filho, Dan, de 17 anos sozinho em casa. Em seu retorno, seus vizinhos e amigos correm para lhe contar nos mínimos detalhes a festa que Dan organizou em sua ausência.

Dag / Adeus / Bye, de Tamar van den Dop
Holanda, 2012, 10'
Sinopse: Através do olho de sua câmera, Jonathan vê como os adultos lidam com a morte do seu pai e diz seu último adeus a ele. Talvez ele pudesse adiar essa despedida.
 
Fourplay: Tampa , de Kyle Henry
EUA, 2011, 16'
Sinopse: Um jovem latino vai ao shopping local para almoçar e dar uma rapidinha no banheiro público. Paranóico sobre o tamanho do seu "pacote" e claramente nervoso com a situação, ele procura possíveis parceiros e deixa seus nervos e imaginação tomarem conta.

Hermeneutics, de Alexei Dmitriev
Rússia, 2012, 3'
Sinopse: Uma ilustração visual do que é hermeneutica. Através da utilização habilidosa de uma seqüência de imagens da II Guerra Mundial, o público é levado a acreditar que está assistindo um filme de guerra comum.

Ina Litovski, de Anaïs Barbeau-Lavalette e André Turpin
Canadá, 2012, 11'
Sinopse: Sophie mora com a mãe em um bairro de classe operária. Esta noite ela vai tocar o violino em um concerto da escola. Sophie não é como as outras crianças e esta noite ela quer que a mãe a veja no palco. Ela gostaria, apenas por um momento, de brilhar.

Königsberg , de Philipp Mayrhofer
França, 2012, 18'
Sinopse: Sr Königsberg é o proprietário de uma pequena papelaria. Apesar de levar uma vida satisfatória, ele é assombrado por uma vaga melancolia e sofre devido à sua reputação de caçador terrível. Ao partir para a sua caçada semanal, ele decide reverter o seu destino.

L’Amour Bègue / O Amor Gago / Stammering Love , de Jan Czarlewski
Suíça, 2012, 20'
Sinopse: Tim tem 23 anos. Ele é inteligente, muito bonito, mas ele gagueja e tentar paquerar uma garota é uma tortura. Impelido por um amigo, ele se aventura em direção ao Santo Graal: Victoria. Mas ele não pode falar as palavras direito...

La Bifle / Surra de Peia / The Dickslap , de Jean-Baptiste Saurel
França, 2012, 25'
Sinopse: Francis administra uma videolocadora que deve o seu sucesso aos filmes com Ti-Kong, uma estrela do kung fu. Inseguro a respeito do seu pau, ele tem medo de revelar seus sentimentos para sua empregada, Sonia. Mas quando ela consegue um papel na última obra de Ti-Kong, Francis não tem escolha. Ele precisa protegê-la de um terrível perigo: uma surra de peia.

Les Cheveux Courts, Ronde, Petite Taille / Cabelo Curto, Gordinha e Baixinha / Short Hair, Chubby and Small Frame , de Robin Harsch
Suíça, 2012, 29'
Sinopse: Uma manhã de primavera, Robin percebe, pela primeira vez, uma mulher na varanda, a sua vizinha que mora em frente. Ele fica chocado com a semelhança com sua própria mãe, que morreu no ano anterior. Obcecado pela sua presença, Robin começa a filmá-la compulsivamente.
 

Manhã de Santo Antônio / Morning of Saint Anthony's Day, de João Pedro Rodrigues
Portugal, 2012, 24'
Sinopse: Manda a tradição que no dia 13 de Junho, dia de Santo António, o padroeiro de Lisboa, os namorados ofereçam vasos de manjericão enfeitados com cravos de papel e bandeirolas com quadras populares como prova do seu amor.

Meaning of Robots / Os Robôs , de Matt Lenski
EUA, 2011, 4'
Sinopse: Mike Sullivan realiza um filme de sexo robô em stop-motion há 15 anos. Fazer este filme não só consumiu sua vida, mas também tomou conta do seu apartamento. Mike não pode trabalhar em sua obra-prima, porque ele está, literalmente, até o pescoço em robôs com salsichas.

Middag med familjen/ Jantar em Família / Family Dinner, de Stefan Constantinescu
Suécia, 2012, 14'
Sinopse: No apartamento da família Christiansson, coisas estranhas estão acontecendo. While father and daughter are preparing dinner, in the bathub, mother is exchanging kinky messages on her mobile phone. Even when her phone is out of battery, she cannot bring herself to stop.

O que arde cura / As the Flames Rose, de João Rui Guerra da Mata
Portugal, 2012, 26'
Sinopse: Na madrugada de 25 de Agosto de 1988, Lisboa acorda com o maior incêndio desde o Grande Terremoto de 1755. Do outro lado da cidade, longe do fumo e do fogo, Francisco recebe um telefonema inesperado e as chamas do passado irrompem pelo seu quarto.

 
Rafa, de João Salaviza
Portugal, 2011, 21’
Sinopse: Às seis da manhã, Rafa descobre que a mãe está detida pela Polícia. Na moto de um amigo, ele vai a uma delegacia no centro de Liboa esperar pela sua liberação.


Rodri, de Franco Lolli
França, 2012, 23'
Sinopse: Rodrigo não trabalhou nos últimos oito anos. Ele completará 47 em breve.

Sacha L'ours / Sacha o Urso / Sacha the Bear, de François Morisset
França, 2012, 12'
Sinopse: Um caçador está atrás de um urso na floresta. O urso se esconde na casa de Cachinhos Dourados, que lhe dá comida e brinca com ele. Mas, de repente, tudo muda.

The Great Rabbit , de Atsushi Wada
Japão / França, 2011, 7'
Sinopse: Uma vez chamávamos a nobre, profunda e misteriosa existência de Grande. Nós mudamos com o tempo; nossos pensamentos e consciência mudaram. E, no entanto, o que nos faz continuar a chamá-la de Grande?

Un Dimanche Matin / Uma manhã de domingo / A Sunday Morning , de Damien Manivel
França, 2012, 18'
Sinopse: Como em todas as manhãs de domingo, um homem passeia com o seu cachorro pelos subúrbios de Paris.

Un luogo a venire / Um Lugar para Estar / A place to come, Flatform
Itália, 2011, 7'
Sinopse: Um homem e dois cães atravessam um prado. Outro caminha por um cume e detém-se para olhar o horizonte. Outros correm, enquanto a paisagem recua para a ambiguidade. Neste filme, a paisagem se desenvolve de acordo com determinadas formas de atravessar um elemento meteorológico: o nevoeiro.

The Mass of Men / A Massa da Humanidade, de Gabriel Gauchet
Reino Unido, 2012, 16'
Sinopse: Richard, um desempregado de 55 anos, chega três minutos atrasado para sua entrevista em um centro de trabalho. A sua tutora, sufocada pelos limites do sistema em que ela trabalha, precisa penalizá-lo pelo atraso. Para nao mergulhar ainda mais na miséria, Richard toma medidas desesperadas.

Tram / Bonde, de Michaela Pavlátová
República Tcheca, 2012, 7’
Sinopse: É um dia rotineiro para a condutora do Bonde. Como em todas as manhãs, os homens entram e saem para trabalhar, um após o outro, todos parecidos, quietos, cinzentos. E, mesmo assim, a condutora fica terrivelmente excitada.

Serviço
V Janela Internacional de Cinema do Recife
9 a 18 de novembro
Cine São Luiz (Rua da Aurora, Boa Vista)
Cinema da Fundação (Rua Henrique Dias, 609 Derby)

O Janela Internacional de Cinema do Recife chega a sua quinta edição de 9 a 18 de novembro, consolidada como uma das mostras curatorias do cinema de autor mais importantes do País. Pelo terceiro ano consecutivo, a mostra - que tem como diretor artístico o cineasta Kléber Mendonça Filho - abre espaço para a seleção Clássicos do Janela, um dos carros chefe da programação. Clássicos do cinema mundial como Lawrence da Arábia, de David Lean, Tubarão, de Steven Spielberg, Taxi Driver, de Martin Scorsese, O Leopardo, de Luchinno Visconti, e Psicose, de Alfred Hitchcock serão exibidos para o público em cópias novas cintilantes trazidas do exterior.

Este ano, a seleção dos clássicos também comemora os 60 anos do Cinema São Luiz, uma das mais belas salas de projeção do Brasil. Para Kléber Mendonça Filho, um festival, além de mostrar e discutir novas produções audiovisuais, deve olhar com muito amor para o passado e nada mais propício para isso do que a sala do São Luiz. “A história dessa sala, a atmosfera única de cinema antigo e seu porte impressionante e raro hoje em dia sempre nos pareceu sugerir a programação de clássicos como parte importante da nossa programação”, explica.

Em 2010, o Janela apresentou a trilogia dos dólares de Sergio Leone em cópias 35mm trazidas da Austrália e Itália. Em 2011, foi a vez da retrospectiva Stanley Kubric, com sessões lotadas de filmes como O Iluminado, 2001- Uma Odisséia no Espaço e Laranja Mecânica. Este ano, o Janela faz homenagem ao fotógrafo Alcir Lacerda, falecido recentemente. O artista  retratou durante décadas a cidade do Recife em constante mutação. A Avenida Agamenon Magalhães fotografada por Alcir nos anos 1970 é a arte da quinta edição do Janela Internacional de Cinema do Recife. O fotógrafo tornou-se famoso por suas fotos em preto e branco, além de ter sido um dos protagonistas da profissionalização da fotografia no Estado, sendo o primeiro pernambucano a testar experiências na área.

##RECOMENDA##

Confira a lista dos dez clássicos escolhidos para a edição deste ano:

1- Rastros de Ódio (The Searchers - 1956, 119’), de John Ford 

[EUA, 1956, 119', cor, 35mm exibido em DCP - R: Frank S. Nugent, Alan Le May / P: Merian C. Cooper, Parick Ford, C. V. Whitney/ E: John Wayne, Jeffrey Hunter, Vera Miles]

Veterano do exército confederado tem sua vida transformada ao ver a família massacrada e a sobrinha raptada por Comanches. O Western por excelência, clássico absoluto que une as imagens de John Ford ao rosto de John Wayne. Exibido em DCP.

2- O Leopardo (Il Gattopardo - 1960, 187’), de Luchino Visconti - Versão restaurada

[Itália - cor, 35mm exibido em DCP - R: Suso Cecchi D’Amico, Pasquale Festa Campanile, Enrico Medioli, Massimo Franciosa, Luchino Visconti/ P: Giuseppe Rotunno/ E: Burt Lancaster, Claudia Cardinale, Alain Delon]

Sicília, durante o período do "Risorgimento", o conturbado processo de unificação italiana. O príncipe Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) testemunha a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia. Suntuoso, grandiloquente e intimista, as cores são espectaculares. Cópia restaurada 2011. Exibido em DCP.

3- Psicose (Psycho - 1960, 109’), de Alfred Hitchcock [EUA - P&B, 35mm exibido em DCP - R: Joseph Stefano/ P: Alfred Hitchcock/ E: Anthony Perkins, Vera Miles, John Gavin, Janet Leigh]

O mestre do suspense enriqueceu o vocabulário do medo e do terror com esse thriller que inspirou 1000 outros filmes. Secretária rouba 40 mil dólares para se casar. Durante a fuga, vai parar num velho motel onde é atendida pelo jovem dono, Norman Bates. Clássico hitchcockiano dispensa maiores apresentações. Cópia restaurada, exibido em DCP.

4- Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia - 1962, 222’), de David Lean [EUA - cor, 35mm exibido em DCP - R: Robert Bolt/ P: Sam Spiegel, David Lean/ E: Peter O'Toole, Anthony Quinn, José Ferrer, Omar Sharif, Alec Guinness]

Projeção especial de 50 anos. Reflexão de proporções épicas sobre o militar britânico de personalidade peculiar e suas andanças espectaculares nas Arábias. Um dos grandes clássicos da Tela Grande, recentemente restaurado e nunca visto antes com tamanha clareza. Para comemorar os 50o. aniversário do épico de David Lean, a Sony/Columbia Pictures restaurou os negativos 65mm do filme para uma nova versão cintilante com tecnologia 4K. Essa versão estreou no Festival de Cannes, esse ano.  Exibido em DCP.

5- A Noviça Rebelde (The Sound of Music - 1965, 172’), de Robert Wise [EUA - cor, 35mm exibido em DCP - R: Ernest Lehman/ P: Robert Wise, Saul Chaplin/ E: Julie Andrews, Christopher Plummer, Eleanor Parker]

Na Áustria dos anos 30, uma noviça que não consegue seguir as rígidas normas do convento, vai trabalhar como governanta na casa do capitão Von Trapp, que tem sete filhos. Sucesso popular sem precedentes teve carreira de meses no Cinema São Luiz, no ano de 1966. Em DCP.

6. Tubarão (Jaws - 1975, 124'), de Steven Spielberg [EUA - cor, exibido em DCP - R: Peter Benchley, Carl Gottlieb/ P: David Brown, Richard D. Zanuck/ E: Roy Scheider, Robert Shaw, Richard Dreyfuss]

Em comemoração aos 100 anos do estúdio Universal. Um grande tubarão branco começa a comer os turistas na praia de Amity. O xerife local pede ajuda a um ictiologista e a um velho pescador para caçar o animal. Outro exemplar sensacional do entretenimento bem filmado, atuado e montado, clássico do medo e do suspense e um dos grandes filmes de Spielberg. Exibição especial em cópia restaurada 4K que estreou esse ano no Festival de Cannes. DCP.

7- Taxi Driver (1976, 114’), de Martin Scorsese [EUA - cor, 35mm exibido em DCP - R: Paul Schrader/ P: Phillip M. Goldfarb, Julia Phillips, Michael Phillips/ E: Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd]

TTravis Bickle, um veterano da guerra do Vietnã, é taxista nas noites de Nova Iorque. Numa mistura de revolta e impotência, compra quatro armas e parte numa cruzada violenta pela cidade. Palma de Ouro em Cannes, Taxi Driver é um desses filmes míticos sobre viver numa cidade, e assinatura eterna de Scorsese, De Niro e do roteirista Paul Schrader.  Exibido em DCP.

8- O Enigma de Outro Mundo (The Thing - 1982, 109’), de John Carpenter [EUA - cor, 35mm exibido em DCP - R: Bill Lancaster/ P: David Foster, Larry Franco, Wilbur Stark, Lawrence Turman, Stuart Cohen/ E: Kurt Russell, Wilford Brimley, Keith David]

30 anos atrás, a melhor safra do cinema fantástico foi lançada no verão americano de 1982, com filmes marcantes no gênero como Blade Runner, Tron, Videodrome, E.T., Mad Max 2, Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan, Poltergeist e O Enigma do Outro Mundo. Destacamos esse último, talvez o menos visto, e um dos grandes filmes de John Carpenter. Um grupo de cientistas trabalha numa estação na Antártica e descobre restos alienígenas na neve. Descongelada, a criatura mutante descarrega sua fúria, espalhando o terror e tornando-se cada um deles. Um dos grandes filmes de horror do cinema, visto na tela grande a experiência é sem igual. Exibido em DCP.

9 - O Sacrifício (Offret - 1986, 149’), de Andrey Tarkovsky [FRA, SWE, UK - cor, 35mm - R:Andrey Tarkovsky/ P: Anna-Lena Wibom/ E: Erland Josephson, Susan Fleetwood, Allan Edwall]

Para celebrar os 80 anos de Andrei Trakovsky, uma sessão especial de O Sacrifício, o filme de adeus desse grande poeta do cinema.  Às vésperas da III Guerra Mundial, um homem acha uma forma de evitar o fim do mundo fazendo, ele mesmo, um sacrifício. Exibido em 35mm, cópia sueca.

10. Veludo Azul (Blue Velvet - 1986, 120’), de David Lynch [EUA - cor, exibido em DCP - R: David Lynch/ P: Fred Caruso, Richard Roth / E: Isabella Rossellini, Kyle MacLachlan, Dennis Hopper, Laura Dern]

Um jovem descobre aos poucos a existência de um submundo sinistro na sua idílica cidade do meio-oeste americano. David Lynch e seu mundo fascinante, num thriller também sem igual nos registros de cinema. Exibido em 35mm.

Serviço

V Janela Internacional de Cinema do Recife

De 9 a 18 de novembro

Cine São Luiz e Cinema da Fundação - Recife/PE



Depois de levar quatro Kikitos no Festival de Gramado deste ano, O Som ao Redor, primeiro longa-metragem de ficção do pernambucano Kléber Mendonça Filho, conquistou o Troféu Redentor de Melhor Filme pelo júri no Festival do Rio. A consagração pernambucana ainda se deu com o prêmio de Melhor Roteiro para Kléber Mendonça e o Troféu Novos Rumos de Melhor Curta-Metragem pelo júri para Canção para minha irmã de Pedro Severien. A cerimônia de encerramento aconteceu na última quinta-feira (13) no Cine Odeon. O título de Melhor Documentário de longa-metragem ficou com Hélio Oiticica, dirigido pelo sobrinho do artista plástico, César Oiticica.

O Som ao Redor mostra uma rua de classe média na Zona Sul do Recife, onde quase todos os imóveis pertencem a mesma família. No enredo, Francisco (W.J. Solha), o patriarca da família é praticamente um senhor de engenho urbano que abre espaço para a chegada de Clodoaldo (Irandhir Santos), um homem que vem oferecer serviços privados de segurança aos moradores. O filme já acumula prêmios e elogiadas críticas nos festivais de Roterdã, Polônia e Dinamarca.

Confira a lista dos premiados no Festival do Rio:

##RECOMENDA##

Troféu Redentor

Melhor Longa-Metragem de Ficção

O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho

Melhor Longa-Metragem Documentário

Hélio Oiticica,  de César Oiticica Filho

Melhor Curta-Metragem

Realejo, de Marcus Vinicius Vasconcelos

Melhor Direção

Eryk Rocha, por Jards

Melhor Ator

OTÁVIO Müller, por sua atuação em O Gorila

Melhor Atriz

Leandra Leal, por sua atuação em Éden

Melhor Atriz Coadjuvante

Alessandra Negrini, por sua atuação em O Gorila

Melhor Ator Coadjuvante

Caco Ciocler, por sua atuação em Disparos

Melhor Roteiro

Kléber Mendonça Filho, por O Som ao Redor

Melhor Montagem

Pedro Bronz e Marília Moraes por Disparos

Melhor Fotografia

Gustavo Hadba, por Disparos

Prêmio Especial de Júri

Antonio Venâncio, pelo trabalho de pesquisa nos filmes Hélio Oiticica, Dossiê Jango, Sobral O homem que não tinha preço e O dia que durou 21 anos, mas também pela extensa presença em documentários brasileiros recentes como Palavra Encantada, Vinícius, O homem que engarrafava nuvens, Raul, o início, o fim e o meio, Uma noite em 67, A música segundo Tom Jobim, entre muitos outros.
Júri Oficial: Lucy Barreto (produtora), Marcos Prado (produtor e diretor), Renato Falcão (diretor e cinematógrafo), Rajendra Roy (diretor do departamento de cinema do MoMA)

Novos Rumos

Melhor Longa-Metragem

Super Nada, de Rubens Rewald  e A Batalha do Passinho, de Emílio Domingos

Melhor Curta-Metragem

Canção para minha irmã, de Pedro Severien

Homenagem Especial do Juri para Jair Rodrigues, em Super nada e Gambá, em A Batalha do Passinho

Júri: Roberto Berliner (diretor e produtor), Eduardo Nunes (diretor) e Maria Ribeiro (atriz e diretora)

Premio Fipresci

Melhor filme da América Latina

A Beleza (Argentina)

Personalidades Latino Americanas do Ano

Lucy e Luiz Carlos Barreto

Voto popular

Os filmes escolhidos foram: A Busca, de Luciano Moura (longa ficção), Dossiê Jango, de Paulo Henrique Fontenelle (documentário longa) e Zéfiro Explícito, de Sergio Duran e Gabriela Temer (curta).

Mostra Geração

A Morte do Super Herói foi eleito o melhor filme pelo voto popular

Mais vistos

César Deve Morrer, dos irmãos Vittorio e Paolo Taviani, foi o campeão de bilheteria desta edição do Festival do Rio. Os dez mais foram: Moonrise Kingdom, Great Expectations, Holy Motors, Elefante Branco, Pietá, Nós e Eu, Indomável Sonhadora, Rub Sparks – A Namorada Perfeita e Magic Mike.

Acostumado a receber prêmios pelos seus filmes, o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho acaba de receber mais quatro honrarias no Festival de Cinema de Gramado. Os quatro Kikitos conquistados – entre eles o de melhor diretor – têm, porém, um significado diferente: foram concedidos ao primeiro longa-metragem de Kleber, O Som ao Redor. O filme já havia sido premiado em festivais internacionais e estreou no circuito brasileiro de festivais sendo extremamente bem recebido pelo público e pela crítica em Gramado. Kleber já havia recebido prêmios nacionais e internacionais por diferentes curtas-metragens, como Vinil Verde (2004), Eletrodoméstica (2005) e Recife Frio (2009).

Kleber Mendonça Filho é também jornalista e crítico de cinema, além de ser curador da programação do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e do Festival Janela Internacional de Cinema do Recife. Em conversa exclusiva com o LeiaJá, o cineasta fala dos prêmios, da dificuldade em se exibir filmes brasileiros independentes no circuito comercial e do cenário atual da produção audiovisual pernambucana. 

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

Um dos prêmios do longa O Som ao Redor no Festival de Gramado foi o de melhor diretor. Como é para você receber este prêmio de um dos festivais mais representativos do Brasil já com o seu primeiro longa-metragem?

É uma honra. Houve uma reação excelente a O Som ao Redor em Gramado e esses quatro prêmios registraram isso de alguma maneira. E o prêmio de melhor diretor é bem especial porque é um prêmio de prestígio. Eu nunca espero o prêmio, na verdade, mas quando ele vem é sempre simpático e em alguns casos pode ser até importante.

Quais foram os principais desafios para conceber, filmar e finalizar O Som ao Redor?

O principal desafio é ser um filme bem grande feito com um orçamento relativamente pequeno. Claro que, para os meus padrões, é um orçamento bem grande, eu venho do curta-metragem e meu filme mais caro tinha sido Eletrodoméstica, de 2005, que custou R$ 90 mil. O longa teve um orçamento de R$ 1,8 milhão, o que pra mim é grande, mas para o filme é pequeno. O filme seria para oito semanas de gravação e a gente fez em seis, e conseguir fazer tudo sem deixar nenhuma cena foi o maior desafio. Mas depois eu entrei no meu esquema habitual de trabalho, na montagem eu tive o tempo que foi necessário, não me apressei nem ninguém me apressou. Foi um trabalho bem longo de montagem, um ano e quatro meses. O desafio foi continuar fazendo meus filmes, mas agora em outro formato, o longa-metragem.

Você já tem planos para um próximo longa-metragem?

Existem várias ideias. Ainda estou analisando o que vou fazer porque estou muito ocupado com esse filme, que está me tomando todo o tempo, com viagens, etc. E agora vem um grande desafio: lançar o filme no Brasil, que é sempre uma questão complicada porque o mercado está muito ruim. E é um filme talvez um pouco diferente do padrão, acho que essa parte vai exigir bastante trabalho. Só depois disso é que eu volto para trabalhar em cima do que já estava trabalhando.

O Som ao Redor recebeu, em Gramado, tanto o prêmio do Júri da Crítica quanto o do Júri Popular. O que você considera que há no filme para cativar tanto a crítica quanto o espectador comum, o aficionado por cinema?

Eu fiquei muito feliz com isso, porque é rara essa combinação, ou se ganha crítica ou júri popular, a combinação dos dois é mais difícil. O filme tem sido apontado como extremamente bem cuidado, bem narrado e, por falar de uma maneira muito direta sobre a vida numa cidade grande brasileira, acho que as pessoas têm se identificado muito com ele. Isso é o que eu ouvi das pessoas até na rua, que o filme é muito verdadeiro em relação à forma que a gente vive. E isso parou no extremo sul do país. Eu acho que as cidades brasileiras têm peculiaridades, mas são brasileiras, pertencem a uma mesma sociedade e, mesmo que Recife tenha peculiaridades, acho que várias questões são as mesmas em São Paulo, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre. Acho que é isso que pega as pessoas, o filme é muito brasileiro neste sentido, muito realista. E este realismo parece impactar as pessoas. Tudo isso é teoria, porque a melhor pessoa para falar é alguém que viu o filme, ou do público ou da crítica.

Pernambuco está vivendo um bom momento em volume e qualidade da sua produção cinematográfica. Ganhar quatro Kikitos em Gramado – um festival que teve problemas recentemente, mas ainda é dos mais importantes do Brasil – faz com que você se sinta representando um pouco essa produção? Ou para você não há necessariamente essa vinculação?

Já faz um tempo que há uma admiração muito grande pelo cinema pernambucano em curtas e longas-metragens. Podemos voltar a 1996, quando O Baile Perfumado estava no Festival de Brasília. Ali talvez tenha sido o início dessa nova fase. Claro que, de lá pra cá, nós não tivemos – principalmente no norte-nordeste – filmes todos os anos, mas se você olhar para 1996, vê que é o início de uma curva ascendente. Na década passada a curva foi ficando mais acentuada com uma série de filmes como O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas, Amarelo Manga, Cinema, Aspirinas e Urubus, Arido movie, meus curtas Vinil Verde, Eletrodoméstica, Recife Frio, os curtas de Camilo Cavalcanti, o pessoal da Símio Filmes começou a fazer seus filmes, os curtas de Tião, da Trincheira Filmes, o Praça Walt Disney, o Super Barroco, o Viajo porque Preciso Volto porque Te Amo, são todos filmes que, juntos, fazem uma massa de produção muito interessante no recife.

Então a gente chega em 2012 com O Som ao Redor, que estreou em Roterdã; em Cannes, na Quinzena dos Realizadores, teve Porcos Raivosos, de Leonardo Sette; agora em Locarno teve o Boa Sorte Meu Amor, de Daniel Aragão. No Festival de Brasília tem sete filmes pernambucanos, quatro longas e três curtas. Talvez 2012 seja o ponto mais alto desta curva ascendente. E é claro que eu faço parte disso, todo mundo faz parte disso e é incrível o que está acontecendo, mas é porque de fato existe um reservatório de talentos aqui e, para completar, estes talentos estão sendo incentivados pelo governo. É uma combinação incrível e está todo mundo falando disso, em Gramado se falava muito disso, é realmente notável este momento histórico. E daqui a um mês, quando o Festival de Brasília estiver rolando, acho que vai se falar muito mais disso. Além do mais, os filmes se comunicam entre si, embora sejam muito diferentes, são filmes que se dão os braços tematicamente e falam de coisas muito próximas. A coisa só faz melhorar porque não são só filmes atirando a esmo, mas obras que compartilham uma certa visão de mundo. Então é um momento muito particular, que vai ser muito estudado, tenho certeza, porque estamos muito dentro dele agora, mas quando as pessoas começarem a ligar os pontos vão ter estudos, matérias sobre isso, tenho certeza.



E o cinema pernambucano tem cativado o público, O Som ao redor teve uma sessão concorrida em Gramado...

Existem maneiras diferentes de medir o sucesso no cinema. Uma coisa que eu acho muito interessante no cinema pernambucano é que ninguém aqui tem a pretensão de fazer um sucesso de bilheteria. Os filmes são muito pessoais, não têm concessões. Vejo muitos projetos daqui que participam do edital da Fundarpe (Funcultura) e não conheço nenhum projeto que tenha intenção de ser um sucesso de bilheteria, usar um ator da Globo ou ter a Globo Filmes distribuindo ou divulgando o filme. São filmes muitos pessoais e autorais, os cineastas querem simplesmente fazer um filme. Eu acho que essa é a melhor receita para o sucesso, porque quando você começa a planejar e arquitetar um sucesso, ele muito provavelmente não vai acontecer. Esses filmes acontecem numa esfera de festivais importantes, da crítica, e essa é uma maneira de medir o sucesso. Se as pessoas usam o formato da bilheteria para medir o sucesso do cinema pernambucano eu diria que não é um cinema bem-sucedido, mas ainda bem que esse não é o padrão aplicado aqui, então para mim nem vale isso. Sobre essa aceitação de O Som ao Redor em Gramado, talvez seja cedo para afirmar que eu tenho um filme popular nas mãos, porque o mercado separa de maneira muito fácil o perfil dos filmes,  só poderia chamar o filme de sucesso popular daqui a uns seis meses, depois de ele ser lançado – se ele for. O cinema pernambucano chama e atrai muita atenção, mas eu ainda seria conservador para afirmar que é um cinema popular. Dez anos atrás Amarelo Manga fez 150 mil espectadores, o que foi excelente, mas eu não sei se ele faria hoje porque o mercado mudou muito.

O que precisa acontecer para se romper essa barreira do mercado e fazer com que esses filmes, que são bem vistos, ganham festivais, possam se integrar ao circuito comercial e passem a ser parte deste universo também?



É muito difícil responder essa pergunta, porque o mercado está na mão dos exibidores, que cobram ingressos muito caros e têm estruturas bem dispendiosas, então querem sempre filmes de sucesso. E os filmes de sucesso geralmente são filmes brasileiros divulgados pela Globo ou filmes americanos que já vêm com todos os carimbos de Hollywood. Os filmes brasileiros pequenos, em geral, não têm nenhuma oportunidade de acontecer, então é uma situação realmente difícil. Em linhas bem gerais esse é o cenário atual, que é meio deprimente. Talvez os filmes pequenos brasileiros estejam com o perfil um pouco para baixo ou talvez apenas estejam sendo relegados a um espaço menor, é muito complexa a situação. O mercado está extremamente viciado, antes mesmo de O Som ao Redor ter sido visto por seja lá quem fosse no Brasil, vários distribuidores já o encaixaram neste escaninho do “um filme brasileiro que ninguém vai ver”, e eles nem tinham visto, estão tão viciados que já colocam o filme dentro de uma caixa antes de vê-lo. Espero que agora, com essa repercussão e depois de alguém ter de fato visto o filme, ele tenha uma oportunidade melhor do que a que o mercado normalmente daria para ele.

O longa-metragem pernambucano O Som ao Redor teve sua exibição interrompida nesta quinta (16), no Festival de Cinema de Gramado, por conta de problemas técnicos no sistema de som do Palácio dos Festivais. Durante a sessão, uma caixa de som estourou, prejudicando seriamente o entendimento dos diálogos do filme.

A organização do festival publicou uma nota oficial em que afirma que "A sessão de quinta à noite foi interrompida devido à queima do driver da caixa central, responsável pelas altas frequências do som do cinema”. Uma nova sessão foi marcada para esta sexta, às 10h, e o festival garante o acesso de todos os que estavam na sessão interrompida.

O Som ao Redor é o primeiro longa dirigido pelo cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho e já recebeu diferentes pr~emios internacionais. Chegou ao Festival de gramado como um dos favoritos para levar o troféu Kikito.

O Som ao Redor, longa-metragem de Kléber Mendonça Filho, é um dos selecionados do 40º Festival de Gramado, que teve início na última sexta-feira (10) e segue até o próximo sábado (18). A exibição do filme pernambucano - que acumula prêmios conquistados nos festivais New Horizons, na Polônia, Tiger Competition, em Roterdã e CPH PIX, na Dinamarca - acontece nesta quinta-feira (16).

O Festival, um dos mais tradicionais do Brasil, correu o risco de não acontecer este ano devido a problemas financeiros. A troca de curadoria, antes sob o comando da dupla carioca Sérgio Sanz e José Carlos Avellar marca uma nova fase na história do festival. Quem assume a direção a partir desta edição é o ator José Wilker e os críticos Rubens Ewald Filho, de São Paulo e Marcos Santuário do Rio Grande do Sul.  

O 40º Festival de Gramado começou com a primeira exibição nacional de 360, novo filme do cineasta Fernando Meirelles (Cidade de Deus e Ensaio sobre a cegueira) e Eu Não Tenho a Menor Ideia do que Eu To Fazendo Com a Minha Vida, de Matheus Souza.

##RECOMENDA##

No encontro com a imprensa durante o Festival, Fernando Meirelles confirmou seu próximo longa: Nemesis, sobre a tumultuada relação entre Aristóteles Onassi e Bobby Kennedy, com roteiro de Bráulio Mantovani. O filme é a relização de uma vontade antiga do diretor: “Antes de voltar a fazer cinema no Brasil, meu maior desejo é fazer um filme em que eu esteja envolvido desde o início. E esse é o caso. Depois, volto às minhas raízes”, declarou. Há 16 anos, Fernando Meirelles não participa do Festival. A estreia nacional de 360 acontece no dia 17 de agosto.

A mostra competitiva de longas-metragens - que teve início desde o último sábado (11) - são duas, uma brasileira e uma latina. Na categoria Internacional, foram selecionados longas do Chile, Argentina, Cuba e Uruguai.

Já a mostra de curtas-metragens gaúchos, grande novidade desta edição, aconteceu no último sábado e já teve a premiação divulgada no último domingo (12). Em sua 40ª edição, o Festival presta homenagens às atrizes Betty Faria e Eva Wilma, ao cineasta argentino Juan José Campanella (diretor do longa O segredo dos seus olhos) e a Arnaldo Jabor, vencedor do primeiro Festival de Gramado com o filme Toda nudez será castigada, de 1973. Para conferir a programação completa, acesse o site do Festival.

O cinema pernambucano levou para casa mais um prêmio para consagrar suas produções. O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, arrebatou, no último domingo (29), o prêmio de crítica do festival New Horizons, em Wroclaw, na Polônia.

Os críticos associados à Federação Internacional de Críticos de Cinema (FIPRESCI) elegeram a produção pernambucana que mostra uma rua de classe média na Zona Sul do Recife, onde quase todos os imóveis pertencem a mesma família. No enredo, o patriarca da família é praticamente um senhor de engenho urbano que abre espaço para a chegada de Irandhir Santos, um homem que vem oferecer serviços privados de segurança aos moradores.

##RECOMENDA##

O Som ao Redor já acumula os prêmios de crítica no festival de Roterdã (Tiger Competition) e melhor filme no festival CPH PIX, em Copenhague, Dinamarca. O filme estreia no Brasil na Mostra Competitiva do Festival de Gramado 2012, que acontece entre 10 e 18 de agosto.

Após correr o risco de não acontecer por problemas financeiros, o Festival de Cinema de Gramado 2012 está confirmado: será realizado entre os dias 10 e 18 de agosto. O anúncio foi feito em entrevista coletiva nesta quarta (4), em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Em sua 40ª edição, o festival presta homenagens às atrizes Betty Faria e Eva Wilma, ao cineasta argentino Juan José Campanella (diretor do longa O segredo dos seus olhos) e a Arnaldo Jabor, vencedor do primeiro Festival de Gramado com o filme Toda nudez será castigada, de 1973.

Entre os longas-metragens que participarão da mostra competitiva desta edição do festival, está o filme O som ao redor, do pernambucano Kléber Mendonça Filho, que já ganhou prêmios internacionais. O filme Jorge Mautner - o filho do holocausto, de Pedro Bial, que foi exibido na edição deste ano do Cine PE, também está na seleção. Na categoria Internacional, foram selecionados longas do Chile, Argentina, Cuba e Uruguai.

##RECOMENDA##

Uma das novidades do Festival de Cinema de Gramado deste ano é a realização da mostra de curtas-metragens gaúchos, com 21 filmes. 

Confira a lista completa de longas selecionados para a mostra competitiva do Festival de Gramado.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando