Tópicos | Cinema Pernambucano

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) abriu inscrições para o curso “ O Cinema Pernambucano na Escola: Uma Formação para Formadores”. Ministrado pelo professor Paulo Cunha, a capacitação irá ofertar 100 vagas para o público em geral entre os dias 13 e 17 de dezembro, das 15h às 17h.

Os interessados na capacitação podem fazer as inscrições até o dia 10 de dezembro, pela internet. As aulas serão realizadas no campus Derby, na área central do Recife. No último dia e curso, em 17 deste mês, o encontro será no Cinema do Museu, em Casa Forte, Zona Norte da capital pernambucana.

##RECOMENDA##

O professor Paulo Cunha aponta que a iniciativa surgiu a partir da experiência com estudantes de ensino público na Cinemateca Pernambucana. “O curso surgiu a partir da experiência da Cinemateca Pernambucana: recebemos muitos estudantes do ensino público com seus professores e achamos interessantes preparar uma formação que tivesse a ver com esse público. Nosso objetivo é melhorar o nível de informação desses professores de educação de jovens para que eles possam, a partir de filmes do acervo da Cinemateca, fazer uma experiência em sala de aula produtiva para eles e para os alunos”, explicou, em texto enviado pela assessoria. 

Com carga horária de 10h, a programação do curso traz a importância do cinema local para que os alunos possam aprofundar os seus conhecimentos em temas como gênero, etnia e juventude no cinema do estado e entendam de que forma a sétima arte retrata a cultura popular e até o crescimento da vida urbana no Recife.

A formação compõe a programação de férias da Escola de Inovação e Políticas Públicas (EIPP), que é realizada nos meses de dezembro e janeiro. “Vamos ofertar esse curso no formato presencial, retomando a oferta de cursos presenciais no Campus Derby, onde temos o Cinema da Fundação, para que os alunos também possam frequentar e assistir ao cinema na nossa programação de fim de ano, início de ano e férias", destacou o diretor de Formação Profissional e Inovação, Wagner Maciel, segundo a assessoria de imprensa da Fundaj.

A Cinemateca Pernambucana, da Fundação Joaquim Nabuco, divulgou o balanço de acessos ao site onde estão disponíveis 261 produções cinematográficas do Estado. Em 2020, o portal contabilizou 286.693 visitas. No ano anterior, a marca foi de 38.928. Ou seja, um aumento de 736,46% nos acessos. Para a coordenadora do Cinema da Fundação e Cinemateca Pernambucana, Ana Farache, os números atestam a importância de disponibilizar as produções para o acesso virtual, sobretudo na pandemia. “Com o distanciamento social e fechamento das salas de cinema, os acessos diários foram tão grandes que dobramos nosso link para melhor atender ao público”, revela.

De acordo com Ana Farache, novos títulos foram adicionados à plataforma no último ano. “Muitos diretores chegaram a disponibilizar mais filmes para serem assistidos online no portal.” Depois de Pernambuco, onde houve a concentração de 59% dos acessos, São Paulo (10,53%), Rio de Janeiro (5,57%), Bahia (3,40%), Minas Gerais (2,94%), Ceará (2,70%), Paraíba (2,43%), Rio Grande do Norte (2,31%), Distrito Federal (1,99%) e Rio Grande do Sul (1,40%)  foram os estados brasileiros com o maior percentual de engajamento. O balanço revelou ainda que 1,98% dos acessos foram realizados dos Estados Unidos. Portugal (0,71%), França (0,43%) e Argentina (0,31%) também visitaram o acervo do cinema pernambucano.

##RECOMENDA##

Recorde, o dia 31 de março reservou 21.376 dos acessos totais. Na data, obras que até então só poderiam ser conferidas no espaço foram liberadas para o acesso remoto. Em seguida, os períodos de 20 de maio a 19 de junho, 26 a 30 de julho e 4 a 6 de novembro conservam uma média de mais de mil acessos diários. Para os monitores da Cinemateca Pernambucana, o reforço das mídias sociais e o monitoramento do sistema de streaming contribuíram para a marca. “Toda a cadeia produtiva sai mais fortalecida com essa propagação ampla de um cinema que já é reconhecido mundialmente como de grande valor estético e sócio-cultural, além de ser inspiração para novos realizadores”, celebra a coordenadora da Cinemateca Pernambucana.

Dentre as produções, os sucessos de audiência tratam de aspectos profundos desses Brasis, como os dramas A História da Eternidade (7.203 acessos), de Camilo Cavalcante, ambientado no Sertão; e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (2.688), de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, que fala das solidões. Mas não foram apenas as ficções que renderam cliques, o documental O Silêncio da Noite É Que Tem Sido Testemunha das Minhas Amarguras (4.092), de Petrônio Lorena, investiga a poesia do Pajeú e também foi campeão de acessos. O remake da comédia O Auto da Compadecida (2.770), de Guel Arraes, adaptado para o público surdo, e o curta-metragem A Arte de Ser Profano (3.079), de Fernando Spencer, completam o ranking.

Cinemateca Pernambucana

Inaugurada em 2018, a Cinemateca Pernambucana funciona no Campus Gilberto Freyre, da Fundaj, em Casa Forte, na Zona Norte do Recife. Quase 300 filmes, entre curtas e longas-metragem, podem ser conferidos no acervo do espaço. São produções que datam desde 1924 até os dias atuais.

A Cinemateca se constitui, também, como centro avançado de estudos e pesquisas na área do cinema. “Coletar, catalogar, preservar, difundir, estudar, pesquisar e ressignificar as obras. Essas são as responsabilidades de uma cinemateca. Sem esquecer que a história dos filmes do passado fortalece e expande a nova produção audiovisual”, defende Ana Farache. Confira as produções em cinematecapernambucana.com.br

 

*Via assessoria de imprensa

O cinema pernambucano está cada vez mais presente em salas de exibição e festivais por todo o país. Depois da passagem de Dea Ferraz na 50ª edição do Festival de Brasília, no último domingo (17), agora é a vez de Fernando Weller e Tuca Siqueira mostrarem suas produções no Festival do Rio, em outubro. 

Dea Ferraz participou do Festival de Brasília com o documentário longa-metragem Modo de Produção. O filme reflete sobre a possibilidade de um olhar sobre instâncias como trabalho, Estado, Justiça, sindicato e trabalhadores submetidos a mecanismos burocráticos que acabam por transformar suas vidas.

##RECOMENDA##

Já Fernando Weller leva para o Festival do Rio, que acontece na capital carioca entre os dias 5 e 15 de outubro, o longa Em Nome da América. Vinda de uma estreia no VIII Festival de Documentários Cachoeira Doc, na Bahia, a produção retrata a experiência no Brasil de jovens norte-americanos voluntários da agência governamental Corpos da Paz nos anos de 1960 e 1970, que vieram ao país para participar de projetos comunitários nas áreas de sáude, educação e em cooperativas agrícolas.

Tuca Siqueira apresenta Amores de Chumbo, um drama no qual um triângulo amoroso discute a capacidade do ser humano de cometer erros.  

[@#relacionadas#@]

Na última quinta-feira (23) o cinema São Luiz foi palco da estreia nacional de “Todas as Cores da Noite”,  primeiro longa-metragem do cineasta pernambucano Pedro Severien. O diretor é conhecido pelo público cinéfilo por seus curtas, premiados em festivais nacionais e internacionais. Filmes como “Loja de Répteis”, “Canção para Minha Irmã” e também o recém-lançado “Todas as Cores da Noite” demonstram o olhar de alguém que extrapola o real para falar de conflitos da mente humana, seus arranjos e desarranjos, individuais e/ou sociais.

Simultaneamente, os conflitos sociais, urbanos, tomam a dianteira de uma outra esfera da produção de Severien - ou na realidade complementam a pujança artística do cineasta, também ativista do movimento “Ocupe Estelita” com o qual, inclusive, produziu diversos vídeo sobre a especulação imobiliária no Recife.

##RECOMENDA##

E é sobre esse universo de cores, arte e resistência que Pedro Severien bate um papo com o jornalista Rodrigo Rigaud. Confira a entrevista completa no vídeo a seguir.

[@#video#@]

Memórias são ferramentas para que o amanhã não seja, simplesmente, uma versão corrompida do hoje e este, por sua vez, uma variação nonsense do ontem. A vida é contínua porém finita, assim as pessoas, suas memórias e os instrumentos que as despertam. Conservá-los - pessoas, memórias, instrumentos… - pode custar fortunas, ou partir para níveis em que o capital é apenas o primeiro empecilho à resistência.

Em “Aquarius”, Sônia Braga é Clara, que resiste a um câncer, à perda do marido, à distância dos filhos, ao passar dos anos. Conserva amigos, parentes, discos, livros, quadros, essência. No passado e presente, vive no prédio que dá nome ao filme. Nem todos, entretanto, estão interessados na conservação do Aquarius. Na verdade, só Clara se mantém como moradora do local, enfrentando as ardilosas estratégias da construtora que, após comprar os apartamentos de todos os demais inquilinos, vê em Clara a resistência solitária à construção do “Novo Aquarius” e, assim, à derribada do “velho”.

##RECOMENDA##

Kléber Mendonça Filho novamente mira nas agruras do desenvolvimento urbano, desigual e desumano, enquanto sua câmera foca em primeiro plano uma personagem universal e sua vicissitudes. Em tela, Clara é a locomotiva que move toda a narrativa. A tensão é deflagrada por sua posição ante os atentados ao maior patrimônio material de sua memória. Suas reações não são previsíveis. Seus embates com Diego (Humberto Carrão, surpreendentemente bem em cena), pupilo da construtora, carregados de ideologia, são apenas reflexos do chamado à resistência que lhe salta a pele. Do vociferar às lágrimas, dos olhares suspeitos aos gemidos de tesão, Sônia Braga enche a tela de um talento embasbacante. Isso sob o olhar sensível de Kléber, que fotografa a atriz com farto deslumbre, transposto nas imagens por Pedro Sotero e Fabricio Tadeu.

E se em “O Som ao Redor” os fotógrafos exalaram o acinzentado da cidade empoeirada pelas máculas do passado, neste os mergulhos são mais profundos, principalmente no azul que, de antemão, toma de assalto os olhos do público no próprio Aquarius. O prédio também revela o excelente trabalho de direção de arte no longa. O apartamento de Clara é projetado em duas épocas diferentes e a sutileza e precisão na passagem do tempo acontece justo pela verossimilhança dos cenários construídos e da acuidade na representação da personagem: que objetos específicos ainda guarda, do passado? Como se veste depois de tudo o que viveu? Quais cicatrizes carrega? 

Grande parte das demais peças do elenco que orbitam em torno de Sônia, em linhas gerais, representam esteriótipos e tem funções de escada para a personagem. Alguns são extremamente acessórios, como Roberval (Irandhir Santos), o salva-vidas, e o jornalista Geraldo Bonfim (Fernando Teixeira). Encantadora, porém, mostra-se a relação entre Clara o sobrinho Tomás (Pedro Queiroz). Mais próximo a ela do que seus próprios filhos, Tomás ativa as memórias da tia com seu interesse no que ela viveu, ouviu, ouve e produz. Julia (Julia Berna) parece ser uma exata mescla entre os dois personagens e, turista do Rio de férias em Recife, surge como um espectador desavisado, encantado e consternado com o que vê e ciente de que o passado guarda o sentido de quem se é no presente.

O roteiro de Kléber é sinônimo de como se comporta o olhar de sua câmera. Constantemente viva, sejam em planos que se encerram ou começam em zoom, movimentos laterais ou planos aéreos, a imagem em Aquarius estuda a personagem ou a desenvolve a partir do ambiente - há muitos plongées no filme, mergulhos profundos nos cenários e situações. As diferentes facetas de Recife também invadem a tela na captura das peculiaridades de cada novo local apresentado (Brasília Teimosa, Pina, Boa Viagem são apenas alguns destes). Assim, a narrativa se descola da personagem de Clara ao passo em que ela se afasta de quaisquer padrões impostos, ou lugares comuns, para crescer como voz que “clama no deserto” (ou no/por Aquarius, metáfora de toda uma nação), política, denunciativa, voraz.

E se o filme é do diretor de “O Som ao Redor”, mais uma vez este garante um trabalho especial à trilha sonora e aos efeitos de som do filme. As músicas são responsáveis ainda por embalar ou preludiar os estados de humor da protagonista. Entre estas estão composições do Gilberto Gil, Roberto Carlos, Ave Sangria, Alcione, Queen, dentre (muitas e boas) outras.

“Aquarius” consegue ser, ao mesmo tempo, seco e sensível, como um bom representante do neorrealismo italiano, com elementos discursivos e imagéticos do cinema da nouvelle vague. E se há passagens do roteiro nas quais os diálogos parecem se alongar demais, não há nada “errado” em tela, muito pelo contrário, sobrepõe-se uma rica leitura (absurda de tão real) de um povo que, lentamente, atenta contra a memória de si mesmo e estranha quem renega tal dissabor. Mas Kléber Mendonça Filho resiste. Clara resiste. Sônia Braga resiste. Nós resistimos.

Nota: 4 / 5

O Festival de Cinema de Triunfo chega a sua nona edição com a proposta de contemplar a diversa e recente produção audiovisual pernambucana. Entre 8 e 13 de agosto, 33 curtas e longas serão exibidos em competição e, dentre outras atividades, estarão seminários e oficinas. Este ano, serão homenageados o ator Germano Haiut e a atriz Maeve Jinkings. 

Uma novidade desta edição serão as ações descentralizadas que levam o festival para cidades próximas como Serra Talhada e Afogados da Ingazeira, com exibições e oficinas intinerantes. Além disso, os seminários visam colocar em debate a arte de fazer cinema com temas pertinentes como Inclusão no Audiovisual e A importância dos arquivos regionais. 

##RECOMENDA##

As ações formativas também têm grande espaço na prorgamação do evento. Serão quatro cursos rápidos - Documentando (Afogados da Ingazeira) e as inéditas Experimentando Animação (Serra Talhada), Videoclipe Experimental (Triunfo) e Oficinas criativas: as maiores historinhas brasileiras de todos os tempos (Triunfo) - cujas inscrições já estão encerradas. E o Cinema de Rua terá destaque com programação especial e a presença de Osvaldo Emery, arquiteto vinculado à Cinemateca Brasileira. O profissional realizará uma Master Class aberta ao público.

Confira a programação completa da 9ª edição do Festival de Cinema de Triunfo

Local: Cine Theatro Guarany

Gratuito

Cidade: Triunfo

SEGUNDA-FEIRA – 08/8

19h – Cerimônia de Abertura

Mostra Competitiva de Curta-metragem Nacional

Classificação: 14 anos

Cumieira (Documentário, 13 minutos, 2015, PB), de Diego Benevides

E o galo cantou (Ficção, 23 minutos, 2016, GO), de Daniel Calil

Em defesa da família (Documentário, 24 minutos, 2016, DF), de Daniella Cronemberger

Retrato de Dora (Documentário, 15 minutos, 2014, SP), de Bruna Callegari 

Mostra Competitiva de Longa-metragem Nacional

Classificação: Livre

Danado de Bom (Documentário, 74 minutos, 2015, PE), de Deby Brennand

TERÇA-FEIRA – 09/8

10h – Mostra Especial Festival Stopmotion

Classificação: Livre

14h - Mostra Especial Festival de Cinema de Belo Jardim

Classificação: Livre

19h – Mostra Competitiva de Curta-metragem Nacional

Classificação: 16 anos

Abissal (Documentário, 17 minutos, 2016, CE), de Arthur Leite

Sobre Nós (Ficção, 15, 2016, RJ), de Miguel Moura

Quem matou Eloá? (Documentário, 24 minutos, 2015, SP), de Lívia Perez

Cuscuz Peitinho (Ficção, 20 minutos, 2016, RN), de Rodrigo Sena 

Mostra Competitiva de Longa-metragem Nacional

Classificação: 16 anos

Clarisse ou alguma coisa sobre nós dois (Ficção, 80 minutos, 2015, CE), de Petrus Cariry

Homenagem ao ator Germano Haiut

QUARTA-FEIRA - 10/08

10h – Mostra Especial Dia da Animação

Classificação: Livre

14h – Mostra Especial Criancine

Classificação: Livre 

19h – Mostra Competitiva de Curta-metragem Pernambucano

Classificação: 14 anos

Black Out (Documentário, 13 minutos, 2016), de Felipe Peres, Adalmir da Silva, Francisco Mendes, Jocicleide Oliveira, Sérgio Santos e Paulo Sano.

Clave dos Pregões (Documentário, 15 minutos, 2015), de Pablo Nóbrega

Ainda me sobra eu (Documentário, 15 minutos, 2016), de Taciano Valério

Domingos (Ficção, 11 minutos, 2015), de Jota Bosco 

Mostra Competitiva de Longa-metragem Nacional

Classificação: 10 anos

Para minha amada morta (Ficção, 113 minutos, 2015, PR), de Aly Muritiba

QUINTA-FEIRA - 11/08

10h – Mostra Especial Sesc

Classificação: Livre

O Menino e o mundo (Animação, 2013, 79 minutos, DF), De Alê Abreu

14h – Mostra Especial Sesc

Classificação: Livre

As férias do pequeno Nicolau (Ficção, 2014, 117 minutos , França), de Laurent Tirard

19h – Mostra Competitiva de Curta-metragem Pernambucano

Classificação: 14 anos

Exília (Documentário, 24 minutos, 2015), de Renata Claus

Um Brinde (Ficção, 16 minutos, 2016), de João Vigo

Tarja Preta (Documentário, 24 minutos, 2015), de Márcio Farias

Elogio do tremor (Ficção, 17 minutos, 2016), de André ValençaMostra Competitiva de Longa-metragem Nacional

Classificação: 16 anos

Todas as Cores da Noite (Ficção, 70 minutos, 2015, PE), de Pedro Severien

SEXTA-FEIRA 12/08

14h - Mostra Competitiva de Curta-metragem Infanto-Juvenil

Classificação: 12 anos

Ana e a Borboleta (Animação, 8 minutos, 2015, GO), de Isabela Veiga

A culpa é do Neymar (Ficção, 11 minutos, 2015, RJ), de João Ademir

DaliVinCasso (Animação, 11 minutos, 2014, SP), de Marcelo Castro e Marlon Tenório

Ilha das crianças (Documentário, 12 minutos, 2016, RJ), de Zeca Ferreira

Coração Azul (Ficção, 25 minutos, 2015, PR), de Wellington Sari

Dente por Dente (Ficção, 8 minutos, 2015, SP), de Nildo Ferreira e Kauê Nunes

19h – Mostra Competitiva de Curta-metragem dos Sertões

Classificação: 16 anos

Praça de Guerra (Documentário, 19 minuto, 2015, PB), de Ed. Júnior

Descaminhos (Ficção, 8 minutos, 2015, PE), Coletivo Cinema no Interior

Catimbau (Documentário, 23 minutos, 2015, PE), de Lucas Caminha

Joaquim Bralhador (Ficção, 20 minutos, 2014, CE), de Márcio Câmara

Aroeira (Ficção, 20 minutos, 2016, PB), de Ramon Batista

O Forasteiro (Ficção, 25 minutos, 2014, BH), de Diogo Cronemberger

Mostra Competitiva de Longa-metragem Nacional

Classificação: Livre

Umbigo (Documentário, 70 minutos, 2016, BA), de Cauê Santana

SÁBADO –13/08

14h – Exibição Especial

Bom dia, Poeta (Documentário, 52 minutos, 2016, PE), de Alexandre Alencar

Classificação: Livre

16h – Exibição Especial

Big Jato (Ficção, 90 minutos, 2015, PE), de Cláudio Assis

Classificação: 16 anos

20h – Cerimônia de Premiação

Homenagem à atriz Maeve Jinkings

ENCONTROS DE CINEMA

Debates com os realizadores do Festival

Todos os dias, sempre às 10h

Com mediação de Tiago Montenegro, jornalista e editor do Portal Cultura.PE

Local: Pousada Alpes (Triunfo)

11/08 – Seminário: Diálogos da ABPA – a importância dos arquivos regionais

Organizado pela Fundação Joaquim Nabuco

Participantes: Carlos Roberto de Souza - Presidente da Associação Nacional de Preservação Audiovisual (ABPA)

Fabricio Felice dos Santos - Profissional de Preservação Audiovisual

Fernando Weller – Cineasta e professor da UFPE.

Geraldo Pinho – Gestor do Mispe e Programador do Cinema São Luiz

Mediação: Albertina Lacerda Malta – Historiadora da Fundação Joaquim Nabuco

Horário: 15h30

Local: Salão Nobre da Prefeitura de Triunfo.

Cidade: Triunfo

12/08 – Reunião do Grupo de Trabalho Cinema de Rua

Horário: 9h às 12h

Participantes: Osvaldo Emery – Representação Regional  do Minc/RJ

Gestores de Cinemas de Rua - Arcoverde, Afogados da Ingazeira, Goiana, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Palmares, Recife, Triunfo.

Local: Salão Nobre da Prefeitura de Triunfo.

Cidade: Triunfo 

12/08 – Cine Educador: A  utilização do cinema em sala de aula

Participantes: Andréa Mota, Gilvan Noblat e Silvana Marpoara

Horário: 8h às 12h

Local: CEU das Artes (Bairro Caxixola)

Cidade: Serra Talhada/PE. 

12/08 - Seminário: A Inclusão no Audiovisual

Parceria com a ABD/PE e a FEPEC.

Participantes: Anna Andrade, Gabriel Muniz, Igor Travassos, Iris 

Regina Gomes, Juliana Lima, Natália Lopes, Raquel Santana. 

Mediação: Milena Evangelista – Secult/PE

Horário: 15h30

Local: Salão Nobre da Prefeitura de Triunfo.

Cidade: Triunfo

13/08 -Master Class – Cinemas de Rua na Era Digital: Desafios e Perspectivas

Realização: Secult/Fundarpe/Fundaj 

Osvaldo Emery – Arquiteto, mestre em Conforto Ambiental e especialista em Acústica Arquitetônica e Audiovisual consultor em projetos voltados à exibição cinematográfica.  Vinculado à Representação Regional do MINC/RJ.

Horário: 15h30

Local: Salão Nobre da Prefeitura de Triunfo.

Cidade: Triunfo

Exibições Itinerantes

Afogados da Ingazeira

Data: 11 e 12 de agosto

Local: Cinema São José

Horário: 20h

Serra Talhada

Data: 09 a 12 de agosto

Local: CEU das Artes (Bairro Caxixola)

Horário: 19h

Nesta quinta-feira (14), a organização do Festival de Cannes divulgou a lista dos filmes selecionados para a edição de número 69 do evento, um dos mais importantes do cinema mundial. Dentre os 20 longa-metragens escolhidos para a disputa da Palma de Ouro na competição oficial, as mais novas produções de nomes como Pedro Almodóvar (A Pele que Habito), Xavier Dolan (Mommy), Jim Jarmusch (Amantes Eternos), Jeff Nichols (O Abrigo), Nicolas Winding Refn (Drive), Paul Verhoeven (RoboCop) e  Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor).

Após o sucesso internacional de seu último filme, rendendo-lhe o direito de representar o Brasil na corrida do Oscar, muita expectativa foi criada quanto a nova obra do cineasta pernambucano. “Aquarius” foi gravado em Recife entre agosto e setembro do ano passado e conta com a atriz Sônia Braga como protagonista. No filme ela vive a jornalista e escritora “Clara”, que sofre com as investidas de uma construtora que deseja erguer um edifício de 40 andares no lugar do prédio em que vive (Aquarius), único de estilo antigo na Av. Boa Viagem.

##RECOMENDA##

Segundo Kléber Mendonça, a boa notícia foi recebida com alegria, surpresa e satisfação. O diretor comemorou a oportunidade de ver um filme seu competindo com obras de cineastas que sempre admirou. “Eu já fui várias vezes a Cannes para cobrir o evento como crítico e agora me sinto honrado em ter um filme meu na disputa pela primeira vez. É incrível ver ‘Aquarius’ na disputa com um filme do Verhoeven, por exemplo, cineasta que sempre tive enorme admiração”, afirmou em conversa por telefone com a equipe do Portal LeiaJá.

Em seu perfil no Facebook, o diretor pernambucano comemorou a escolha do filme com o mesmo espírito crítico que o levou ao Festival de Cannes pela primeira vez em 1999: “FILME FEITO COM DINHEIRO PÚBLICO REPRESENTA O BRASIL NA COMPETIÇÃO DO FESTIVAL DE CANNES”. Ao LeiaJá o cineasta afirmou que é cabível comemorar a seleção, sem, todavia, esquecer que o Brasil vive atualmente sob a alcunha de pensamentos retrógrados. “Existe, hoje, um movimento retrógrado de pensar o Brasil, um crítica por parte de segmentos da sociedade que chega até a combater o incentivo à cultura. Precisamos nos opor a esse tipo de pensamento. A arte precisa ser defendida e não atacada”, desabafou.

Sobre o filme, KMF afirmou que um trailer deve sair nos próximos dias e que o lançamento em território nacional deve acontecer ainda este ano. O Festival de Cannes acontece entre 11 e 22 de maio e “Aquarius” representa o Brasil como um retrato do próprio país. “O filme tem, sim, um forte cunho político. Ele não só fala sobre o momento em que o Brasil passa, mas lança um olhar sobre o país, como um todo”, concluiu o cineasta.    

 

Estreia, na próxima quinta (14), nos cinemas de 14 cidades brasileiras - entre elas o Recife - o longa Boi Neon, do diretor pernambucano, Gabriel Mascaro. A produção já rodou mais de 30 festivais, em todo o mundo, e acumulou 14 prêmios, incluindo 3 de melhor filme. 

Protagonizado pelo ator global Juliano Cazarré, Boi Neon apreenta a história do vaqueiro Iremar, preparador dos bois que correm vaquejadas, durante o dia, e costureiro dos figurinos da colega Galega (Maeve Jinkings), à noite. O longa desconstrói o ideário de um interior nordestino primitivo ao mostrar uma realidade em constante mutação econômica, social e cultural. 

##RECOMENDA##

Boi Neon teve sua estreia mundial em setembro de 2015, no Festival de Veneza e será distribuído em 15 países ainda no início de 2016. Entre os prêmios já conquistados pelo longa estão os de melhor filme nos festivais de cinema do Rio, Adelaide (Austrália) e Warsaw (Polônia) e o de melhor atriz, para Maeve Jinkings, no 8º Janela Internacional de Cinema, no Recife.

LeiaJá também

--> 'Boi Neon' é destaque na abertura do Janela de Cinema

--> 'Boi Neon' leva quatro prêmios no Festival do Rio

Reunindo 100 críticos e jornalistas especialistas em cinema de todo o país, a Associação Brasileira de críticos de cinema (Abraccine) concebeu uma lista com os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Entre obras mais atuais e outras mais antigas cinco filmes pernambucanos se destacam entre as produções: O Som ao Redor (2012), de Kléber Mendonça Filho; Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda; Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes; Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira; e Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis. Limite, de Mário Peixoto, um longa de 1931, foi eleito o melhor filme.

Limite narra a história de duas mulheres e um homem que estão em um barco à deriva e lá relembram seus passados. Uma escapou da prisão, outra estava desesperada e o homem havia perdido a amante. Cansados de remar eles passam a aceitar a morte, recordando acontecimentos da sua vida. Esse foi o único filme dirigido por Mário Peixoto durante sua carreira. A obra é considerada um mito, já que depois das suas primeiras exibições, que provocaram polêmica entre os espectadores, deixou de ser exibido por um extenso período, sendo recuperado apenas nos anos 70.

##RECOMENDA##

Todos os longas são voltados para uma temática mais regional, mas foram recebidos muito bem pela crítica em todo o país. Entre os citados, como exemplo, pode ser visto o Som ao Redor que por pouco não concorreu ao Oscar como melhor filme em língua estrangeira e Tatuagem o mais recente de todos, porém que passou um grande período em exibição devido ao sucesso que fez. “A seleção de filmes como O Som ao Redor e Tatuagem demonstram a força do cinema pernambucano, mas não é uma novidade para quem acompanha o circuito de festivais”, comentou Lucas Salgado, crítico do site AdoroCinema e que participou dessa eleição. 

Além de Tatuagem, outra obra recente presente na lista foi Que horas ela volta?, de Anna Muylaert. Filmes, que apesar do pouco tempo presentes no cenário audiovisual brasileiro já merecem destaque por sua qualidade, segundo Lucas.  “A presença de Tatuagem, como de Que Horas Ela Volta?, representaram uma surpresa. Não esperava pela presença de obras tão recentes. Mas são lembranças justas, são dois grandes filmes”, afirma.

A iniciativa também não deixou de fora filmes com uma importância histórica, a exemplo de Baile Perfumado e Amarelo Manga que marcaram a retomada das produções em Pernambuco após um período em que poucos filmes foram feitos.  Além do movimento regional outros vários são abordados dentro da lista, entre eles o Cinema Novo, a Chanchada e o Udigrudi. “Foi gerada uma lista realmente abrangente e representativa. Tem Cinema Novo, mas também tem Chanchada. Tem Humberto Mauro, mas também tem Os Trapalhões. Boca do Lixo, Retomada, cinema contemporâneo, entre outros. Foi tudo abordado, sem prejuízo de gênero ou formato”, analisa o crítico.

A primeira posição da lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos ficou com Limite, de 1931, de Mário Peixoto, que também é o mais antigo de todos os citados. “Acho Limite realmente uma obra emblemática e seu posicionamento é merecido. É um filme de 1931. E desde então, ninguém inovou ou arriscou tanto em termos de técnicas de linguagem como Mario Peixoto”, diz Lucas Salgado.

Entre os diretores mais citados o nome de Glauber Rocha aparece no topo com cinco obras indicadas: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967), O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), A Idade da Terra (1980) e Di (1977). A lista originará o livro “Os 100 melhores filmes brasileiros”, que será lançado em 2016.

Confira a lista completa dos 100 melhores filmes:

1. Limite (1931), de Mario Peixoto

2. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha

3. Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos

4. Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho

5. Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha

6. O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla

7. São Paulo S/A (1965), de Luís Sérgio Person

8. Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles

9. O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte

10. Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade

11. Central do Brasil (1998), de Walter Salles

12. Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco

13. Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado

14. Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman

15. O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho

16. Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho

17. Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho

18. Bye Bye, Brasil (1979), de Carlos Diegues

19. Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias

20. São Bernardo (1974), de Leon Hirszman

21. Iracema, uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna

22. Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri

23. Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra

24. Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro

25. Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci

26. A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968), de Roberto Santos

27. Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos

28. Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho

29. Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos

30. Tropa de Elite (2007), de José Padilha

31. O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade

32. Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci

33. Santiago (2007), de João Moreira Salles

34. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha

35. Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha

36. O Invasor (2002), de Beto Brant

37. Todas as Mulheres do Mundo (1967), de Domingos Oliveira

38. Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Julio Bressane

39. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto

40. Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra

41. O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga

42. A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral

43. Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla

44. SuperOutro (1989), de Edgard Navarro

45. Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach

46. À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins

47. Terra Estrangeira (1996), de Walter Salles e Daniela Thomas

48. A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla

49. Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos

50. Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach

51. A Margem (1967), de Ozualdo Candeias

52. Toda Nudez Será Castigada (1973), de Arnaldo Jabor

53. Madame Satã (2000), de Karim Ainouz

54. A Falecida (1965), de Leon Hirzman

55. O Despertar da Besta – Ritual dos Sádicos (1969), de José Mojica Marins

56. Tudo Bem (1978), de Arnaldo Jabor (1978)

57. A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha

58. Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles

59. O Grande Momento (1958), de Roberto Santos

60. O Lobo Atrás da Porta (2014), de Fernando Coimbra

61. O Beijo da Mulher-Aranha (1985), de Hector Babenco

62. O Homem que Virou Suco (1980), de João Batista de Andrade

63. O Auto da Compadecida (1999), de Guel Arraes

64. O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto

65. A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Junior

66. O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luís Sérgio Person

67. Ônibus 174 (2002), de José Padilha

68. O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane

69. Meu Nome é… Tonho (1969), de Ozualdo Candeias

70. O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz

71. Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert

72. Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bondanzky

73. Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda

74. Estômago (2010), de Marcos Jorge

75. Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes

76. Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira

77. Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias

78. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1976), de Hector Babenco

79. O Viajante (1999), de Paulo Cezar Saraceni

80. Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach

81. Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina

82. O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho

83. A Marvada Carne (1985), de André Klotzel

84. Sargento Getúlio (1983), de Hermano Penna

85. Inocência (1983), de Walter Lima Jr.

86. Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis

87. Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko

88. Di (1977), de Glauber Rocha

89. Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade

90. Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), de José Mojica Marins

91. Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia

92. Chuvas de Verão (1977), de Carlos Diegues

93. Dois Córregos (1999), de Carlos Reichenbach

94. Aruanda (1960), de Linduarte Noronha

95. Carandiru (2003), de Hector Babenco

96. Blá Blá Blá (1968), de Andrea Tonacci

97. O Signo do Caos (2003), de Rogério Sganzerla

98. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger

99. Meteorango Kid, Herói Intergaláctico (1969), de Andre Luis Oliveira

100. Guerra Conjugal (1975), de Joaquim Pedro de Andrade (*)

101. Bar Esperança, o Último que Fecha (1983), de Hugo Carvana (*)

(*) Empatados na última colocação, com o mesmo número de pontos.

Com informações de Rodrigo Rigaud

LeiaJá também

--> O Som ao Redor recebe mais um prêmio

--> Longa 'Tatuagem' é o indicado brasileiro ao Goya

--> Cláudio Assis é consagrado no Festival de Brasília

*Com Felipe Mendes

Era um tempo remoto na capital pernambucana, quando a presença de veículos motorizados era escassa e os bondes dominavam. Foi no início do século 20 que o Ciclo do Recife, movimento cinematográfico considerado uma das expressões artísticas mais importantes do Brasil, marcou época no audiovisual brasileiro.

##RECOMENDA##

O Ciclo tomou fôlego e ganhou visibilidade nos cinemas de bairro da cidade do Recife. O grupo era formado por quatro rapazes e uma moça. Na época, a participação dela não era vista com bons olhos pela sociedade conservadora e machista. Conhecida como Almery Steves, a atriz participou de várias películas. Almery assumiu o protagonismo feminino e deixou de ser espectadora para tomar as telonas.

O início da sua carreira foi difícil. A sociedade não via com bons olhos o traballho de uma mulher nos cinemas. Derrubando preconceitos da época, Almery aceitou o convite de Ary Severo (ator) para compor a equipe e, posteriormente, ela se casou com Severo. Principal atriz dos filmes Retribuição, Aitaré da Praia, Destino das Rosas e Dança, Amor e Ventura e se tornou o ícone feminino do Ciclo Pernambucano.

O protagonismo e a força feminina sempre estiveram presentes no cenário cinematográfico do Estado. Com o passar do tempo, as mulheres assumiram outros papéis. Hoje, é possível encontrar pernambucanas que trazem na bagagem o amor pela arte e a luta para fazer cinema. A tecnologia evoluiu, alguns códigos morais mudaram, mas outros aspectos pouco se modificaram.

Outra pioneira a área, Kátia Mesel destaca as dificuldades e relembra como foi sua trajetória. "Não é fácil trabalhar como cinesata. São problemas de produção, circulação e principalmente de incentivo. Isso nos abala, mas não deixamos de fazer cinema, por que está no sangue, nas veias. Se deixarmos de fazer, ficamos em crise de abstinência, precisamos produzir", desabafa a cineasta.  

Falando um pouco sobre a sua atuação como diretora e sobre suas premiações, Mesel demonstra satisfação e amor pelos trabalhos realizados. Mas também aponta insatisfações. "Comecei da década de 1960. Tudo era muito difícil, era tão dispendioso fazer cinema que não se via tanto machismo, ou pelo menos não era levado em consideração diante de tantas outras problemáticas", lembra. Durante esse período, Kátia produziu inúmeros curtas, longas e documentários. Segundo ela, em 2008 ela concluiu 45 curtas, e hoje não consegue atingir a mesma produção devido a falta de incentivo.

Quanto às premiações, Kátia é modesta e relata que o filme mais premiado para ela não é o elogiado pela crítica. "Tenho um amor especial pelos documentários que produzi através do Super 8, que infelizmente estão se perdendo. A crítica destaca o filme Recife de Dentro pra Fora, que traz o poema de João Cabral de Melo Neto, mas possuo uma carinho especial pelas minhas produções no Super", conclui.

Sobre o machismo do ambiente cinematográfico pernambucano, a cineasta aborda o episódio envolvendo Cláudio Assis e Lírio Ferreira na Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj, que culminou na proibição da entrada deles e da exibição de seus filmes nos cinemas da fundação. Para ela, o comportamento deles foi lamentável, mas infelizmente é comum ver esse tipo de comportamento.

Outra cineasta do Pernambuco é Luci Ancântara. A diretora, que saiu das artes cênicas para atuar na produção cinematográfica, galgou um caminho longo. Durante anos trabalhou no Rio de Janeiro e em São Paulo e passou um tempo no exterior, possuindo uma vasta experiência no universo audiovisual. "Trabalhei na direção, produção e roteiro de vários filmes, além disso também comecei atuando como assistente de figurino", fala.

A cineasta dirigiu vários documentários, sendo dois longas, três curtas e dois filmes de ficção e participou de diversos festivais, entre eles o XI Festival Internacional de Documentários 2010, realizado em Cuba, concorrendo com o filme Geração 65: aquela coisa toda. Além de três prêmios com o curta-metragem Quarto de Empregada. Em relação as dificuldades, ela elenca, principalmente, a falta de incentivo e critica com ênfase, a dicotomia da capital e pernambucana.

"Faz mais de cinco anos que estou tentando finalizar o documentário O Melhor Documentário do Mundo, que fala sobre a tão conhecida megalomania dos pernambucanos, e é lamentável e frustrante não conseguir incentivo cultural", lamenta. Com esses percalços, ela ainda conta que o pior é alguém perguntar como está a finalização do trabalho. "É como enfiar uma faca no meu peito. Faça tudo, mas não pergunte como está a finalização de filme para um cineasta", fala descontente.  

Em entrevista, Luci externa o descontentamento com o cenário cinematográfico. "Recife é considerado a produção das comadres e compadres. As coisas só funcionam bem se você é amigo de fulano e de cicrano ou entre casais, sinceramente não entendo isso. É uma dicotomia recifense que me irrita", externa. Ainda durante conversa, a cineasta falou sobre o machismo. Confira no vídeo.

[@#video#@]

O cinema pernambucano não é feito apenas por homens. Além de Kátia e Luci, outras mulheres também se destacam. A jovem Nara Normande, diretora artística do Animage, festival internacional dedicado à animação, é uma delas. Nara dirigiu, com Tião, o curta-metragem Sem coração, que venceu o prêmio de melhor da Quinzena dos Realizadores do festival de Cannes, em 2014.

Outra cineasta com prestígio em terras pernambucanas é Adelina Pontual. Ela tem uma participação importante na retomada do cinema pernambucano na década de 1990, e foi assistente de direção de O baile perfumado, de Lírio Ferreira, marco nesta retomada. Adelina dirigiu o premiado e elogiado curta Cachaça e exerce várias funções no universo cinematográfico. É roteirista, diretora e também tem uma longa lista de filmes em que fez a continuidade, com destaque para a Ostra e o vento, de Walter Lima.

Em 2014, Adelina Pontual lançou seu primeiro longa-metragem, o documentário Rio Doce/CDU. O filme foi exibido em vários locais ao ar livre e fala de uma linha de ônibus da Região Metropoliatana do Recife que percorre mais de 30 quilômetros em seu percurso.

O curta pernambucano João Heleno dos Brito, do diretor Neco Tabosa, conquistou na última sexta (27) o prêmio SIGNIS do Festival Cinelatino de Toulose, na França. O filme de ficção foi lançado nacionalmente em outubro de 2014.

João Heleno dos Brito foi rodado no interior pernambucano, nas cidades de Lagoa dos Gatos, Brejo da Madre de Deus e São Caetano. O curta conta a história de um boato surgido em Caruaru após a morte do beatle John Lennon, em 1980, e como isto alterou o cotidiano do interior de Pernambuco na época. No elenco estão o cantor e compositor Tagore Suassuna, Harumi Harada, o artista plástico Daniel Araujo e Sóstenes Lennon Fonseca. 

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

O Cinema São Luiz foi palco para a abertura da 7ª edição do Festival Internacional Janela de Cinema, evento que exibe até 2 de novembro mais de 130 produções do Brasil e do Mundo, nesta sexta-feira (24). Pernambuco, como de costume, abriu oficialmente o festival com dois representantes: Sem Coração, parceria de Nara Normande com Tião, e Brasil S/A, do cineasta Marcelo Pedroso. Em anos anteriores a programação do evento foi aberta por filmes como Febre do Rato e Tatuagem.

##RECOMENDA##

“Os filmes do Estado não estão no festival porque eles precisam de uma forcinha para serem conhecidos pelo público. Eles estão aqui porque são bons e o público entende a presença dessas produções ao assisti-las”, comentou Kleber Mendonça Filho, curador do festival, ao LeiaJá. O discurso da qualidade do cinema de Pernambuco continuou na fala do cineasta ao abrir oficialmente o Janela.

Janela Internacional de Cinema anuncia programação completa

O curta Sem Coração, feito por Nara Normande e Tião, foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem na Quinzena dos Realizadores de Cannes e trouxe ao público pernambucano uma história sobre liberdades e descobertas. O elenco, formado por não-atores, veio conferir na telona a produção, motivo de satisfação para Nara. “Para mim é emocionante exibir o filme no Recife, principalmente em um festival que acompanho desde a primeira edição”, contou a cineasta. 

O elenco veio de Maceió e Porto das Pedras e para muitos era a primeira vez num cinema. “Achei muito legal participar do filme. Nunca pensei que ia fazer algo do tipo, mas apareceu a oportunidade e eu aproveitei”, disse Marcos Lopes, de 15 anos. Segundo o jovem, assistir a si mesmo na tela grande pela primeira vez será uma experiência muito legal. “Minha mãe vai adorar”, comentou.

Kleber Mendonça Filho, criador do festival, diz que a escolha dos filmes para abrir a programação não deu trabalho. “Os dois filmes são ótimos. Sem Coração é belíssimo, nunca exibido por aqui. Já Brasil S/A é político, mesmo sem levantar bandeiras”, comentou o cineasta. 

A fila no cinema para assistir a abertura do festival foi grande, mas longe do stress da longa espera para conseguir ingressos antecipados. Brasil S/A foi um dos mais esperados e conta uma história barulhenta, dura e cruel do que se entende por progresso. O som do desenvolvimento dói nos ouvidos e nos olhos e é isso que o longa de Pedroso realça, com planos longos, acústica pesada e uma história irônica, bem aos moldes dos trabalhos anteriores do cineasta.

“O filme foi gestado no Recife, mas fala de todo o Brasil e mostra o dia a dia e as contradições que existem. Esse trabalho dialoga com Em Trânsito (curta anterior do cineasta, lançado em 2013), mas numa escala maior”, contou Pedroso. Segundo o cineasta, participar da abertura do festival é a oportunidade de dividir. “Estar no festival hoje é compartilhar com o público as inquietações que me fizeram criar o filme. Aqui (no São Luiz) há pessoas que também ajudaram a construir o filme, de maneira prática e ideológica”, afirmou o pernambucano, que levou para casa cinco prêmios no Festival do Rio, incluindo melhor diretor.

Para muitos, é a oportunidade de finalmente ver filmes do Estado que vem se destacando nacionalmente e em outros países. “Eu sempre venho ao festival. Gostei bastante da programação deste ano. Pra mim é legal poder ver Brasil S/A, filme que despertou meu interesse desde o ano passado”, contou a historiadora Veruska Lima. Entre os outros filmes na lista dela, Paris/Texas e Sangue Azul. “Acho importante o festival como um todo, principalmente por trazer tantas opções de filmes e pela contextualização de movimentos e estilos cinematográficos diferentes”, afirmou Veruska.

Para muitos cineastas, exibir seu filme no festival também pesa no lado afetivo. Leonardo Lacca, que exibe seu primeiro longa-metragem (Permanência) no Janela, participa do festival desde a primeira edição. “Eu acho fenomenal passar meu longa aqui. É exatamente onde queria exibir, na minha cidade e no Cinema São Luiz”, afirmou o cineasta. O filme conta a história de um fotógrafo pernambucano que vai participar da abertura de sua exposição na cidade de São Paulo e precisa ficar hospedado na casa de um antigo amor. A ideia do filme surgiu há cerca de 8 anos e começa sua carreira nos festivais agora, depois de ser exibido no Festival do Rio.

Para os interessados em conferir a produção local de cinema, o Janela de Cinema ainda exibe Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro; Prometo um dia deixar essa cidade, de Daniel Aragão; Sangue Azul, de Lírio Ferreira e A História da Eternidade, de Camilo Cavalcanti.

Confira a programação da mostra competitiva do festival e também das mostras convidadas.

O longa-metragem Brasil S/A, do diretor pernambucano Marcelo Pedroso, participa de mostra competitiva no '47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro', nesta quinta (18), no Cine Brasília. Para a exibição, estarão presentes, além de Pedroso, Lívia de Melo (produtora), Ivo Lopes (diretor de fotografia), Daniel Bandeira (montador), Juliano Dornelles (diretor de arte), Pablo Lamar (som), Rita Azevedo (figurino) e Mateus Alves (música original). O filme narra a história de um cortador de cana que se engaja numa missão especial com o advento da chegada das máquinas, transformando um pequeno passo pessoal num grande passo para o país. 

Marcelo Pedroso é mestre em cinema e educador. Em seu currículo, somam-se a diversos curtas premiados, os longas KFZ-1348, em parceria com Gabriel Mascaro e Pacific, lançado em 2009. Esse último, circulou por mais de 30 festivais nacionais e estrangeiros e integrou espaços como a Bienal de São Paulo e o Panorama Contemporâneo de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo. A obra recebeu oito prêmios de melhor filme e foi considerado, pela crítica especializada, como um dos mais importantes documentários brasileiros da época. 

##RECOMENDA##

O filme de Alceu Valença, Luneta do Tempo, será exibido durante o Festival de Cinema de Gramado nesta quarta-feira (13), às 21h30, na Serra Gaúcha (RS). O festival será realizado até o dia 16 de agosto. O longa tem roteiro e direção do cantor pernambucano. 

Nesta trama, a qual Alceu revisita suas influências e as destrincha em versos e imagens, amor e cangaço se reúnem ao lado de aboiadores, violeiros, emboladores, grupos de forró e cavalo-marinho, cinema e circo.

##RECOMENDA##

O artista lança um olhar contemporâneo e afetivo sobre os elementos que formam a identidade cultural do Nordeste e propõe um regresso a suas origens como quem observa o mundo por uma luneta em eterna transformação, assim como o próprio tempo.

Provavelmente Hilton Lacerda, diretor do filme Tatuagem e roteirista de uma série de filmes pernambucanos, já perdeu as contas de quantos prêmios já recebeu com seu último trabalho. A coleção de canecos ficou ainda maior com os seis prêmios recebidos durante a sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo, realizado no Sertão de Pernambuco, todos dedicados ao filme inspirado no grupo recifense Vivencial Diversiones, que fez sucesso na década de 70. Recentemente, Tatuagem também foi indicado ao Grande Prêmio da Academia Brasileira de Cinema em várias categorias, incluindo melhor longa de ficção, ao lado do também pernambucano 'O Som ao Redor', de Kleber Mendonça Filho. Tanta repercussão sobre o filme ainda impressiona Hilton, sem dúvidas um dos nomes mais importantes do atual cinema de Pernambuco, um cinéfilo cheio de projetos em curso. Um deles é o papel de roteirista no filme Big Jato, de Cláudio Assis, cujas gravações começaram nesta quinta-feira (8). Há também um projeto aprovado no Funcultura, intitulado Contos que Vejo, série televisiva que terá participação de outros cinco diretores conterrâneos, além da opinião do cineasta sobre o legado deixado por Fernando Spencer. O LeiaJá conversou com Lacerda em Triunfo, durante o festival, encerrado neste sábado (9).

Tatuagem foi o filme mais premiado do 7° Festival de Cinema de Triunfo, com seis troféus. Como você recebe essa honraria?

##RECOMENDA##

É a primeira vez que apresento um filme no festival de Triunfo e ser recebido dessa forma, dentro de casa, é muito especial. É bastante excitante na verdade, na minha cabeça. Eu não sou uma pessoa muito preocupada se vai ganhar prêmio ou não, mas quando ganho fico muito contente. Tem uma coisa de vaidade que fica satisfeita e o ego ser massageado de vez em quando não faz mal a ninguém.

Na conversa que o LeiaJá teve contigo na Fundaj, em novembro do ano passado, você falou da surpresa que estava tendo com a repercussão do filme, mas de lá pra cá essa repercussão positiva tem se repetido a cada festival. Como é lidar com essa situação de sempre encontrar as salas lotadas?

Eu fico muito impressionado com isso de mesmo depois de um ano o filme estar vivo ainda. A experiência do (Cinema) São Luiz é muito engraçada, porque Tatuagem está em exibição por lá há oito meses. A gente fica seguindo como as pessoas acompanham o trabalho, mas também realimentamos o público.  Recentemente lançamos numa edição do Som na Rural o CD da trilha sonora do filme, feita pelo DJ Dolores. Seria bom que os filmes tivessem essa repercussão, principalmente os de Pernambuco. A gente não faz nosso trabalho pra agradar o público, mas é sensacional quando você consegue manter um diálogo.

Tatuagem foi recentemente indicado ao prêmio de melhor longa-metragem de ficção pela Academia Brasileira de Cinema, além de outras categorias, ao lado do também pernambucano O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho. Como foi que você recebeu essa notícia e com que expectativa você vai lidar com ela?

Desde que saiu esse resultado que eu estou em viagem. Estava no Sertão com o Cláudio (Assis) dando uma revisão geral no roteiro de Big Jato, conversando com os atores. Mas essa notícia é muito bacana e mostra o impacto que o cinema pernambucano vem tendo. Sou muito feliz de estar o tempo inteiro ao lado de O Som ao Redor, e isso tem se repetido direto. Teve um prêmio que eu gosto bastante, chamado Carlão, feito pelas pessoas que escrevem críticas em blogs de cinema, cineastas bem bacanas, e de todas as categorias que tinha por lá O Som ao Redor e Tatuagem só não levaram o de melhor atriz e alguma outra que não me lembro. Toda as outras foram pra gente. E isso é bom porque dá uma revigorada. A gente teve muita pouca janela de exibição e essas coisas são muito importantes pra gente ir enchendo o papo de grão em grão. 

'Tatuagem' marcada na pele do cinema de Triunfo

Você falou das gravações de Big Jato, novo longa de Cláudio Assis. Como está a produção do filme?

Eles começaram a filmar nesta última quinta-feira (7). Eu adoro ficar em set, mas dessa vez só fui pra conversar com os atores, ver o texto com eles, as locações, tudo com base no roteiro que fiz com Renata Pinheiros. E é um filme de Cláudio Assis, o que o torna incrível e vai marcar uma nova fase no cinema feito por ele. Uma coisa engraçada que ocorreu foi essa junção entre eu, Cláudio e Xico Sá. Faz tempo que a gente queria se juntar pra trabalhar e tivemos um ensaio no Febre (do Rato). Será o maior prazer estar ao lado desse pessoal de novo.

Como é estar num set de filmagens com Cláudio Assis? E a relação entre vocês?

Minha relação com ele é muito longa. Cláudio se desenha uma pessoa, mas na verdade ele é muito diferente. Os sets de Cláudio são incríveis e muito divertidos, não é aquela coisa pesada e carregada. Cada diretor tem sua forma de trabalhar, algumas pessoas são imperiosa, outras carrascas, mas Cláudio é muito engraçado. Recentemente eu estava com o Matheus Nachtergaele lá em Pesqueira lembrando-se de quando Cláudio era produtor do Amarelo Manga e, diante de uma cena, falou ‘Matheus, você desce aquela escada, faz a sua ‘munganga’ e sai’. A gente ficou rindo daquela situação. É mais ou menos por ai a energia de trabalhar com ele.

Triunfo propicia networking espontâneo entre cinéfilos

Falando em parceria, como é trabalhar com o DJ Dolores, que há um tempo tem se especializado cada vez mais em trilhas para cinema?

Eu escrevi o roteiro e eu indicava todas as músicas, dizia o que gostaria de ter em cada cena. Mas depois o Dolores pegou o roteiro e refez as músicas em cima dele. Então eu costumo dizer que ele é quase um roteirista também. Se fosse dar um gênero pra Tatuagem, provavelmente seria um ‘melodrama musical’, porque a ideia foi muito pautada nesse sentido.

As marcas deixadas pelo Festival de Cinema de Triunfo 

Tem um projeto seu aprovado no Funcultura Audiovisual que vai ter a participação dele e de outros diretores, chamado Contos que Vejo. Você pode falar mais sobre essa proposta?

Esse projeto pega cinco contos nordestinos e um que eu escrevi pra amarrar. A gente vai narrar toda história a partir de uma linha que a gente vai dar, e a unidade da série será onde se passa a narrativa, que é na cidade de Desterro, estamos pensando seriamente também em fazer aqui em Triunfo. A ideia é que cada episódio seja dirigido por um diretor diferente. Já tem Cláudio (Assis), Lírio (Ferreira), Marcelo Gomes, Paulo Caldas. A gente está vendo ainda alguns nomes e pode ser que role também Adelina Pontual, mas é um projeto que estamos apostando muito. Uma coisa que discutimos entre nós é o porquê de não conseguirmos levar para a televisão a realidade do cinema que Pernambuco faz. Não falo de qualidade técnica, mas de impacto e informação. Acho que está na hora de ocupar esses espaços, senão vamos perder de vez.

Feedbacks constantes no Festival de Cinema de Triunfo

No que diz respeito aos espaços de exibição de filmes em Pernambuco, O LeiaJá publicou no mês passado uma matéria que explica como o Recife vai mais que duplicar sua quantidade de cinemas não comerciais até o final de 2015, com a chegada dos Cinemas da UFPE, Cinema do Museu (Fundaj) e Cinema do Porto (Porto Digital). Como você enxerga esse novo cenário?

Eu acho que isso é meio urgente, porque as janelas que são oficiais estão fechadas pra produção da gente. Não é justo que você tenha uma produção tão interessante como a que temos em Pernambucano e não ter quórum. E as janelas daqui são comandadas por um grupo só que estão interessados em resultados imediatos. Quando você trabalha num cinema que é mais alternativo e menos dependente dessa situação, o resultado é ótimo. Um exemplo foi uma sessão de Amarelo Manga que fizemos na Fundaj Derby e que deu muita gente. Não é o mesmo resultado que você tem quando exibe num cinema comercial. E tem muita coisa por traz disso, é como se existisse uma guerra surda de amantes do cinema que não querem ir pra shopping pra ver filme. Eu mesmo acho chato e desgastante essa condição. Acho que isso deve fazer parte da política do Estado. Do mesmo jeito que tem política pra fazer filme, tem que ter pro olhar, e isso é bem urgente.

A sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo fez uma homenagem a Fernando Spencer, cineasta pernambucano que faleceu recentemente e que marcou a história da sétima arte no Estado. Fala um pouco sobre a influência e o legado que esse personagem deixou para as próximas gerações de cineastas.

Na minha fala de abertura da sessão de Tatuagem durante o festival eu devia ter falado sobre o Spencer, mas eu sou muito tímido e na hora travo e esqueço tudo. Mas Spencer tem uma coisa muito engraçada. Eu fiquei amigo dele principalmente durante as gravações de Baile Perfumado, de Lírio (Ferreira e Paulo Caldas). Ele era muito apaixonado pelo o que fazia, mas ao mesmo tempo ele tinha ideias de umas coisas que eram muito bacanas. Eu me lembro que ele tinha a sacada de fazer um encontro entre John Wayne (ator americano que fez vários filmes de faroeste) e Lampião. Era uma pessoa adorável e conversar com ele sobre cinema era dividir uma grande aula. Acho essa homenagem mais que justa. A perda dele só não é maior do que o legado que ele deixou aqui.

Na próxima segunda-feira (14) o artista plástico e professor de Artes na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcelo Coutinho, fará uma projeção do seu novo trabalho de cinema, intitulado O Lugar de Todos os Lugares. A sessão será realizada no Cinema São Luiz, Boa Vista, às 19h. A entrada é gratuita.

Após a exibição do filme, haverá um bate-papo com Marcelo Coutinho. O evento faz parte do projeto Grande Área em Recife, do Ministério da Cultura (MinC), que expõe, além da obra de Coutinho, trabalhos de Paulo Meira, José Rufino e Maria Helena Magalhães, de 17 de julho a 9 de agosto, na Sala Nordeste Artes Visuais da Funarte/MinC, no Bairro do Recife.

##RECOMENDA##

Serviço

Sessão do filme O Lugar de Todos os Lugares

Segunda (14) | 19h

Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175 – Boa Vista)

Gratuito

 

A Secretaria de Cultura de Pernambuco divulgou na manhã desta segunda-feira (16), no Teatro Arraial, área central do Recife, o resultado do 7º Edital do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco (Funcultura Audiovisual), cujo montante de investimentos chega a R$ 11,5 milhões. Ao todo, 119 projetos foram contemplados, selecionados de um total de 370 propostas inscritas. 

Dentre os projetos contemplados, além dos novos realizadores, cineastas com mais anos de estrada também integram a lista. Alguns exemplos são Lírio Ferreira, com Sangue Azul; Renata Pinheiro, com Amor, Plástico e Barulho; Cláudio Assis, com Piedade; Marcelo Pedroso, com Brasil S/A; Gabriel Mascaro, com Ventos de Agosto; e Prometo Um Dia Deixar Essa Cidade, de Daniel Aragão. Confira a lista completa aqui.

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

Foi realizada na noite desta terça-feira (29), no Teatro Guararapes, a primeira solenidade de premiação do 18º Cine PE 2014. Na ocasião foram premiados os melhores profissionais envolvidos e filmes que fizeram parte da Mostra PE, Mostra Nacional de Curtas e Mostra de Documentários, além de menções honrosas e premiações especiais. E mais uma vez poucas pessoas compareceram ao local, mas em maior número em comparação à noite desta segunda (28).

##RECOMENDA##

"A gente reuniu as Mostras PE e Nacional nesta primeira etapa que se iniciou nesta terça, dia 29. Começamos hoje também a Mostra Internacional de Longas de Ficção. A segunda etapa será na próxima sexta (2). E em relação à Mostra PE, começamos lá atrás com ela acontecendo na Fundação Joaquim Nabuco, pequenininha. Com o tempo e em função do crescimento do cinema pernambucano, decidimos trazê-la para a programação principal e vamos manter essa decisão durante os próximos anos", revela Alfredo Bertini, um dos organizadores do festival.

 

O grande vencedor da Mostra PE foi o filme Au Revoir, de Milena Times, que levou os troféus de Melhor Direção e Melhor Filme, além de um prêmio especial entregue pela Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC). “Milena não pode vir receber os prêmios, mas é uma satisfação muito grande receber essa honrarias”, comemorou Gigi Bandler, uma das atrizes do elenco do curta. 

Terceiro dia do Cine PE com muitas cadeiras vazias

Na Mostra Nacional, destaque para O Filho Pródigo (SP), de Felipe Arrojo, que levou os troféus de Melhor Ator (com Danilo Grangel), Melhor Atriz (com Jorgete Grangel) e Melhor Roteiro (do próprio Felipe Arrojo). “É muito estranho você estar em casa, pensar numa ideia legal e original e de repente estar numa premiação de um festival como o Cine PE. Muito obrigado pelo reconhecimento”, agradeceu o diretor do filme. 

Segundo dia do Cine PE é melhor que o primeiro

Ainda na Mostra Nacional, o curta pernambucano Tubarão, de Leo Tarbosa, foi outro filme bastante premiado, com Melhor Fotografia, Melhor Direção e Melhor Filme. “Participei deste festival pela primeira vez há quatro anos, com um projeto que foi meu trabalho de conclusão de curso na UNICAP. Ganhar esses troféus significa muito para mim”, revela Leo Tarbosa. A programação da noite contou ainda com uma homenagem à atriz Laura Cardoso e exibição Mostra Competitiva Internacional.

Primeiro dia do Cine PE atrai bom público

Na Mostra de Documentários, quem levou o prêmio de Júri Popular e Melhor Filme foi O Mercado de Notícias (RS), de Jorge Furtado, que não pode comparecer ao festival para receber os prêmios.

Confira os vencedores da primeira noite de premiações do Cine PE 2014:

Prêmio da Federaoção Pernambucana de Cineclubes

Au Revoir (PE), de Milena Times

Prêmio da Associação Brasileira de Cinema Abracine

Tubarão (PE), de Leo Tabosa

Prêmio Canal Brasil

Linguagem – Luiz Rosemberg Filho

Mostra PE

Melhor Direção – Milena Times, com Au Revoir

Júri Popular – Severo. Danilo Baracho

Melhor Filme – Au Revoir

Mostra Nacional

Melhor Atriz – Jorgete Grangel – O Filho Pródigo (SP)

Melhor Ator – Danilo Grangel – O Filho Pródigo (SP)

Melhor Direção de Arte – Notícias da Rainha (PR)

Melhor Direção de Som – Notícias da Rainha (PR)

Melhor Montagem – No Movimento da Fé (PA)

Melhor Fotografia – Tubarão (PE) 

Melhor Roteiro – O Filho Pródigo (SP)

Melhor Direção – Tubarão (PÈ) 

Melhor Júri Popular – Ecce Homo (RJ) e No Movimento da Fé (PA)

Melhor Filme – Tubarão (PE)

Mostra Documentários

Júri Popular e Melhor Filme – O Mercado de Notícias (RS), de Jorge Furtado

 

No último sábado (7), durante o encerramento do 15º FestCine, realizado no Cinema São Luiz, o Governo de Pernambuco lançou o 7º Edital do Programa de Desenvolvimento do Audiovisual de Pernambuco – Funcultura Independente 2013/2014. Neste edital, um total de R$ 11,5 milhões foi destinado para o incentivo da produção, difusão, formação e pesquisa na área audiovisual. As inscrições vão poder ser feitas de 21 de janeiro a dia 21 de fevereiro de 2014.

Para inscrever um projeto no Funcultura Audiovisual, o proponente deve ter residência em Pernambuco há, no mínimo, um ano e ter Cadastro de Produtor Cultural (CPC) atualizado. Aqueles que não tiverem cadastro ou que estão com o cadastro desatualizado devem procurar o setor de Atendimento do Funcultura até 16 de janeiro de 2014 para inscrição ou renovação do CPC, que pode ser feita presencialmente ou com envio de formulário e documentação pelos Correios.

##RECOMENDA##

Desde 2007, quando foi lançado o primeiro Funcultura Audiovisual, já foram investidos R$ 43,1 milhões no setor em Pernambuco.

Baixe o Edital aqui.

Baixe os Anexos aqui.

O premiado filme Tatuagem, de Hilton Lacerda, terá pré-estreia no Recife neste sábado (9) no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby, com sessão às 20h30. Os ingressos custam R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira). O longa estreia nacionalmente no dia 15 de novembro.

O Cinema da Fundaj recebeu no mês passado uma exibição do longa metragem durante a 6ª Janela Internacional de Cinema do Recife

##RECOMENDA##

O roteiro do filme é do próprio Hilton, que conta no elenco com a participação de Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo Garcia, Silvio Restiffe e Sylvia Prado. Tatuagem se passa no Recife em 1978 e fala dos confrontos e reflexões de uma geração vistos a partir da periferia. Ao mesmo tempo, acompanha o romance entre um soldado de 18 anos e um agitador cultural.

Serviço

Pré-estreia de Tatuagem no Cinema da Fundaj

Sábado (9) | 20h30

Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Rua Henrique Dias, 609 – Derby)

R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira) 

(81) 3073 6712

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando