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Um tribunal de Teerã condenou o diretor iraniano Saeed Roustaee, de 34 anos, a seis meses de prisão por ter apresentado seu filme "Leila's Brother's" no Festival de Cannes em 2022, anunciou o jornal reformista Etemad nesta terça-feira (15).

O longa-metragem conta a história de uma família pobre no Irã, no contexto de uma crise econômica grave. O filme foi proibido no país desde o seu lançamento, no ano passado, por ter "violado as regras ao participar, sem permissão, de [os festivais de] Cannes e Munique", segundo autoridades.

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"O tribunal revolucionário de Teerã condenou Saeed Roustaee e Javad Norouzbeigui, diretor e produtor do filme, a seis meses de prisão", informou o jornal em seu site. Os dois foram acusados de "contribuir para a propaganda da oposição contra o sistema islâmico" no Irã.

O tribunal, no entanto, determinou que os realizadores irão cumprir apenas um vigésimo da pena, ou seja, nove dias, enquanto o restante "ficará em suspenso por cinco anos", período em que eles não poderão exercer "atividades ligadas ao crime cometido, nem se comunicar com pessoas que atuam no setor do cinema", descreveu o jornal. Os acusados têm 20 dias para recorrer da decisão.

O filme Leila's Brothers concorreu à Palma de Ouro em Cannes no ano passado. Perdeu a honraria principal, mas foi premiado pela Federação Internacional de Críticos de Cinema.

O Festival de Cannes se prepara para receber nesta terça-feira (23) várias estrelas do cinema com a exibição de "Asteroid City", o novo filme do diretor americano Wes Anderson, um cineasta que consegue atrair os principais astros de Hollywood para suas produções.

Tom Hanks, Scarlett Johansson, Margot Robbie, Tilda Swinton, Jeff Goldblum, Adrien Brody, Willem Dafoe: com um grande elenco, Anderson disputa a Palma de Ouro pela terceira vez.

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Como em outros filmes do cineasta, "Asteroid City" tem uma direção de arte muito cuidadosa, detalhista, repleta de cores, tão importante quanto a história do filme.

"Asteroid City" é uma cidade fictícia no deserto, local de encontro de pais e estudantes para uma convenção sobre o espaço, a "Junior Stargazer", que é interrompida por diversos eventos dramáticos.

Wes Anderson compareceu pela primeira vez a Cannes em 2012 com "Moonrise Kingdom" e retornou em 2021 com "A Crônica Francesa".

Em 2014, o cineasta americano venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim com "O Grande Hotel Budapeste". Em 2018, ele recebeu o Urso de Prata de melhor direção, também em Berlim, por "Ilha dos Cachorros".

- Uma conversão forçada -

O outro candidato da mostra competitiva nesta terça-feira é o italiano Marco Bellocchio, de 83 anos, com "Rapito", baseado na história real de Edgardo Mortara, um menino judeu de seis anos sequestrado e convertido à força ao catolicismo pela Igreja no século XIX.

Bellocchio recebeu uma Palma de Ouro honorária em 2021 e é diretor de filmes como "O Traidor" e "Bom dia, noite".

O italiano já foi premiado duas vezes no Festival de Veneza (prêmio do júri da crítica internacional em 1967 e melhor roteiro em 2003). Também recebeu o Urso de Prata em Berlim por "A Condenação", em 1991.

Nas mostras paralelas, dois filmes brasileiros serão exibidos nesta terça-feira.

"Crowra/ A Flor do Buriti", do português João Salaviza e da brasileira Renée Nader Messora, que retrata a vida da tribo krahô e sua luta pela sobrevivência na aldeia Pedra Branca, Tocantins, será exibido na mostra Um Certo Olhar.

Na Semana da Crítica, a ítalo-brasileira Lillah Halla apresenta seu primeiro longa-metragem, "Levante", que mostra o dilema de Sofia, uma jovem jogadora de vôlei que descobre que está grávida, em um país onde o aborto é ilegal.

'Amo envelhecer", declarou nesta sexta-feira (19) o ator Harrison Ford, de 80 anos, em Cannes, onde apresentou o quinto filme da saga "Indiana Jones", no qual ele aparece em algumas cenas, um pouco mais jovem, graças a efeitos especiais.

O astro de Hollywood encarna pela última vez o aventureiro. "Não olho para trás e digo: 'Gostaria de ser aquele cara de novo'. Eu amo envelhecer. Foi muito bom ser jovem, mas eu poderia estar morto, estou apenas mais velho", brincou, em entrevista coletiva.

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O ator recebeu uma Palma de Ouro honorífica ontem, na estreia mundial do filme. Ele não deixará de trabalhar, porém não voltará a interpretar "Indiana Jones".

Ford confirmou que fará uma nova temporada das séries "1923" (Paramount+) e "Shrinking" (Apple TV).

O Festival de Cannes terá nesta quinta-feira (18) um de seus grandes momentos com a estreia do quinto filme da saga Indiana Jones, personagem que o astro Harrison Ford interpreta pela última vez.

"Indiana Jones e a Relíquia do Destino" será exibido fora de competição em Cannes.

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Aos 80 anos, Ford retorna ao personagem, com direito ao chapéu emblemático, sob a direção de James Mangold, ("Johnny & June", "Ford vs Ferrari").

Ford e Disney, estúdio que comprou os direitos da saga Indiana Jones, garantem que este é o último filme da saga.

Os primeiros quatro filmes foram dirigidos por Steven Spielberg, que compareceu a Cannes para a exibição em 2008 de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal".

A nova produção é ambientada no fim dos anos 1960, mas os roteiristas incluíram um "flashback" que exigiu o uso de inteligência artificial para "rejuvenescer" o rosto de Ford para várias cenas, em mais um exemplo das mudanças recentes no setor audiovisual.

O espanhol Antonio Banderas, a britânica Phoebe Waller-Bridge e o dinamarquês Mads Mikkelsen estão no elenco da megaprodução, rodada em vários países, incluindo o Marrocos.

- Documentário de 3 horas e 40 minutos -

Cannes costuma alternar os grandes momentos hollywoodianos com propostas mais profundas. E nesta quinta-feira a missão será representada pelo documentário "Youth Spring", de 3 horas e 40 minutos de duração, do chinês Wang Bing.

Bing é um diretor que leva o tempo que considera necessário (cinco anos desta vez) para registrar um testemunho em filme das profundas mudanças sociais que seu país vive sob o governo rigoroso do regime comunista.

Em "Youth Spring", o cineasta acompanha com sua câmera os milhões de jovens que abandonam seus vilarejos no interior do país para trabalhar em fábricas têxteis de cidades como Xangai.

Filmadas de forma discreta, às vezes até clandestinamente, as obras de Bing já foram premiadas em diversos eventos, como os festivais de Veneza ou de Locarno.

Um dos destaques de sua filmografia é "The Ditch" ("A Vala", 2010), que denuncia os campos de trabalhos forçados para prisioneiros políticos no deserto de Gobi, nos anos 1960, sob o regime de terror de Mao Tsé-Tung.

O diretor chinês apresentará outro documentário em Cannes, "Man in black", filmado em um teatro de Paris e com apenas um personagem, o compositor exilado Wang Xilin.

Outro aspirante à Palma de Ouro, o alemão Wim Wenders, também apresenta dois filmes em Cannes: um longa-metragem de ficção, "Perfect Days", na mostra oficial, e "Anselm", um documentário sobre o artista Anselm Kiefer.

Também nesta quinta-feira, o francês Jean-Stéphane Sauvaire exibe na mostra competitiva "Black Flies", um thriller que acompanha os passos de Sean Penn yeTye Sheridan, que interpretam dois médicos que enfrentam a violência nas ruas de Nova York. O astro do boxe Mike Tyson também está no elenco.

A 76ª edição do Festival de Cannes foi aberta oficialmente na noite desta terça-feira (16), pela atriz francesa Catherine Deneuve, durante uma cerimônia apresentada por sua filha, a também atriz Chiara Mastroianni.

"Declaro aberto o 76º Festival de Cannes", disse Deneuve, uma das lendas vivas do cinema francês, ao lado do ator americano Michael Douglas, que disse a mesma frase em inglês, minutos antes de receber a Palma de Ouro honorária por sua carreira.

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"Eu me pergunto como pude durar tanto tempo", disse Douglas ao receber o prêmio, enquanto era ovacionado pela plateia. "Que abraço!", disse ele ao público, que não parava de aplaudi-lo.

"Isso conta muito para mim, pois há centenas de festivais de cinema no mundo, mas só há um Cannes (...) É uma honra incrível", acrescentou.

"A idade pesa", brincou o ator, de 78 anos. Este festival "nos faz lembrar (...) que o cinema transcende os limites e aproxima as fronteiras", acrescentou.

"Queria abraçar Cannes e toda a França do fundo do meu coração", disse em francês, antes de receber a honraria das mãos de Uma Thurman.

"Jeanne du Barry", da diretora francesa Maïwenn, com Johnny Depp no papel do rei Luís XV, será exibido como filme de abertura do festival.

A mostra competitiva começa na quarta-feira, com dois longa-metragens, "Monster", do japonês Hirokazu Kore-Eda, e "Le Retour", da francesa Catherine Corsini.

No total, 21 cineastas disputam a Palma de Ouro, entre os quais sete mulheres - um recorde para o maior festival de cinema do mundo. Um júri de nove integrantes, presidido pelo sueco Ruben Östlund, premiado em 2022 por "Triângulo da Tristeza", irá escolher os ganhadores desta edição.

A 76ª edição do Festival de Cannes começa nesta terça-feira (16) com o polêmico ator americano Johnny Depp em "Jeanne du Barry", um filme francês que retrata a Versalhes do século XVII e que abre um evento repleto de estrelas.

Aos 59 anos, o astro de "Piratas do Caribe" deseja virar a página das acusações de violência conjugal de sua ex-esposa Amber Heard, que resultaram em um julgamento por difamação que o ator venceu.

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Para alcançar seu objetivo, Depp tem o apoio do festival cinematográfico, um dos mais importantes do mundo, ante a hostilidade de Hollywood.

"Johnny Depp me interessa como ator", declarou na segunda-feira o diretor-geral do evento, Thierry Frémaux, ao ser questionado sobre o tema.

Depp interpreta o rei Luís XV no filme, rodado em cenários espetaculares pela diretora francesa Maïwenn, que interpreta a protagonista, Jeanne du Barry, cortesã e amante favorita do rei.

Após o filme de abertura, a edição de Cannes em 2023 atuará como uma ponte entre uma grande geração de cineastas e atores, alguns deles já octogenários, e seus sucessores.

- Uma geração de octogenários -

O tapete vermelho do festival receberá Harrison Ford (80 anos), que apresentará o quinto e possivelmente último filme como Indiana Jones ("Indiana Jones e o Chamado do Destino").

O diretor Martin Scorsese, da mesma geração, exibirá em Cannes seu filme mais recente, "Killers of the flower moon", sobre uma série de assassinatos de indígenas nos Estados Unidos nos anos 1920, com Leonardo DiCaprio e Robert De Niro.

O espanhol Pedro Almodóvar apresentará o curta-metragem "Strange Way of Life", western e LGBT, com os atores Ethan Hawke e Pedro Pascal.

O ator Michael Douglas (78 anos) receberá uma Palma de Ouro honorária por sua carreira.

Este ano as produções de longa duração dominam Cannes, também na mostra oficial, com 21 filmes, sete deles dirigidos por mulheres, um recorde.

"About dry grasses", do turco Nuri Bilge Ceylan, dura 3h17; o documentário chinês "Youth Spring" tem 3h40. As duas produções denunciam a atmosfera de países submetidos a regimes opressivos.

A lenda do cinema britânico Ken Loach (86 anos) tentará conquistar sua terceira Palma de Ouro com "The old oak", também de forte teor social.

O italiano Marco Bellocchio (83 anos) exibirá "Rapito", filme que mostra o sequestro de um menino judeu para que receba educação como cristão em meados do século XIX na Itália.

E o espanhol Víctor Erice (82 anos), que apresentou seu longa-metragem anterior em Cannes há três décadas, retorna à mostra com "Cerrar los ojos", em uma mostra paralela.

Cannes também pode registrar protestos, como na famosa edição de 1968: os sindicatos, contrários ao governo do presidente Emmanuel Macron por sua reforma da Previdência, estão dispostos a perturbar o festival, com direito a cortes de energia elétrica, de acordo com a central CGT.

"Temos um bom diálogo com a CGT. Até o momento, nada do que está anunciado nos afeta", disse Frémaux.

- ... e a próxima geração -

Além dos veteranos, Cannes também abre espaço para a próxima geração, como o diretor americano Wes Anderson, que recorreu a um elenco de astros para "Asteroid City": Tom Hanks, Scarlett Johansson, Willem Dafoe, Margot Robbie...

Ou também com "Le retour", da francesa Catherine Corsini, filme que já provocou polêmica antes da exibição por sua abordagem da sexualidade adolescente.

Outro destaque é a jovem franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy, que disputa a Palma de Ouro com "Banel e Adama", seu primeiro longa-metragem.

Cannes também exibirá pela primeira vez um filme da Mongólia e um do Sudão.

A 76ª edição do Festival de Cinema de Cannes acontece de 16 a 27 de maio, com 21 filmes na disputa pela Palma de Ouro.

A seguir a lista de produções na mostra oficial:

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. "Club Zero" de Jessica Hausner

A diretora austríaca de "Little Joe" conta a história de uma professora que aceita um emprego em uma escola de elite e estabelece um forte vínculo com cinco estudantes.

. "The zone of interest" de Jonathan Glazer

O cineasta britânico adapta um romance do autor inglês Martin Amis, que narra uma história ambientada em Auschwitz.

. "Fallen Leaves" de Aki Kaurismaki

O finlandês, diretor de "O Porto", conta a relação entre uma balconista e um funcionário do serviço de limpeza.

- "Les filles d'Olfa" de Kaouther Ben Hania

A tunisiana apresenta um filme "no limite do ensaio", de acordo com o diretor geral do festival, Thierry Frémaux. Em 2017, sua produção "Beauty and the dogs", sobre a violência machista, foi exibida na mostra Un Certain Regard.

"Asteroid City" de Wes Anderson

O diretor americano levará várias estrelas ao tapete vermelho de Cannes. Adrien Brody, Jason Schwartzman, Tilda Swinton, Margot Robbie e Tom Hanks, entre outros, estão no filme, em que pais e estudantes se reúnem em uma cidade enigmática.

- "Anatomie d'une chute" de Justine Triet

A francesa Triet ("Sibyl") conta a história de uma mulher acusada pelo assassinato de seu marido. A alemã Sandra Hüller, que surpreendeu Cannes em 2016 com "Toni Erdmann", é protagonista.

. "Monster" de Hirokazu Kore-eda

O diretor de "Assunto de Família" volta a filmar em seu país natal, depois de rodar longas-metragens na França e na Coreia do Sul ("Broker", exibido em Cannes ano passado). Desta vez relata a história de crianças em uma escola marcada por um incidente.

. "Il sol dell'avvenire" de Nanni Moretti

O veterano cineasta italiano volta a Croisette com um filme sobre "cinema, circo e os anos 1950".

. "La Chimera" de Alice Rohrwacher

Depois de exibir "Lazzaro Felice" em 2018, a cineata italiana dirige um Josh O'Connor quase irreconhecível no papel de um jovem arqueólogo relacionado com um grupo de saqueadores na Itália dos anos 1980.

. "About dry grasses" de Nuri Bilge Ceylan

O cineasta turco recebeu a Palma de Ouro em 2014 com "Sonho de Inverno". Seu novo filme narra a história de um professor que enfrenta acusações de assédio sexual.

. "L'été dernier" de Catherine Breillat

Dez anos depois de seu filme anterior, "Abus de faiblesse", e de enfrentar graves problemas de saúde, a polêmica diretora francesa volta com a história de uma mãe de família que vive uma história de amor com o genro.

. "Le pot-au-feu de Dodin Bouffant" de Tran Anh Hung

O diretor de origem vietnamita venceu a Caméra d'Or em em Cannes em 1993 com "O Cheiro do Papaia verde". Seu novo filme, ambientado no fim do século XIX, mostra a relação entre Eugenie, uma renomada cozinheira, e Dodin, o gourmet para quem trabalhou nos últimos 20 anos.

. "Rapito" de Marco Bellocchio

Palma de Ouro honorária em 2021, o diretor italiano de "O Traidor", tem a possibilidade, aos 83 anos, de disputar o prêmio máximo com "Rapito", basado na história real de Edgardo Mortora, um menino judeu de 6 anos sequestrado e convertido à força ao catolicismo pela Igreja no século XIX.

. "May December" de Todd Haynes

O americano volta a Cannes com um filme protagonizado por Julianne Moore e Natalie Portman, um drama sobre um casal com uma grande diferença de idade.

. "Firebrand" de Karim Aïnouz

O diretor brasileiro, que venceu a mostra Un Certain Regard em 2019 com "A Vida Invisível", apresenta um filme sobre o casamento do rei Henrique VIII com Catherine Parr, protagonizado por Alicia Vikander, Eddie Marsan e Jude Law.

. "The Old Oak" de Ken Loach

Aos 86 anos, o diretor britânico volta à competição oficial com um drama social e realista, fiel a seu estilo, ambientado no nordeste da Inglaterra, sobre o encontro entre o proprietário de um pub e uma refugiada síria.

. "Banel et Adama" de Ramata-Toulaye Sy

Jovem diretora senegalesa, Ramata-Toulaye Sy entra diretamente na disputa pela Palma de Ouro com seu primeiro filme, sobre um jovem casal que enfrenta as críticas em seu vilarejo.

. "Perfect days" de Win Wenders

O veterano cineasta alemão, vencedor da Palma de Ouro com "Paris, Texas" em 1984, apresenta um filme em três dimensões, ambientado nos banheiros públicos no Japão.

. "Jeunesse" de Wang Bing

O documentarista chinês está representado duas vezes em Cannes, com "Jeunesse" na disputa pela Palma de Ouro, e com "Man in black" nas sessões especiais.

. "Black flies" de Jean-Stéphane Sauvaire

O diretor francês conta a história de uma dupla de paramédicos que percorre as ruas de Nova York em uma ambulância. Sean Penn é um dos protagonistas.

. "Le retour" de Catherine Corsini

A cineasta francesa, que disputou a Palma de Ouro há dois anos com "La fracture", retorna com a história de uma mãe e as duas filhas adolescentes que voltam à ilha de Córsega, de onde foram obrigadas a fugir em circunstâncias trágicas.

O diretor Kleber Mendonça Filho anunciou, nesta quinta-feira (13), que seu próximo filme será lançado no Festival de Cannes. Desta vez sem participar da competição, o 5º Longa-metragem do cineasta se trata de um documentário ambientado no Centro do Recife. 

"Retratos Fantasmas" traz recortes entre o passado e o presente da cultura entorno dos cinemas Veneza e São Luiz, como explicou o diretor logo após o anúncio. O documentário será apresentado na Sessão Especial do festival e é a 4ª produção de Kleber Mendonça projetada em Cannes. 

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Antes, o pernambucano levou Vinil Verde, Aquarius e Bacurau à amostra. Os dois últimos participaram das competições de 2016 e 2019. 

Em sua 76ª edição, o tradicional Festival de Cannes, em Paris, começa no dia 16 de maio e vai até o dia 27. 

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"Elvis", a superprodução de Baz Luhrmann sobre o rei do rock, concentra nesta quarta-feira (25) as atenções no Festival de Cannes, enquanto a francesa Claire Denis concorre à Palma de Ouro com "Stars at Noon", ambientada na Nicarágua.

Sete dias depois da estreia espetacular de "Top Gun: Maverick", caberá ao jovem (30 anos) e pouco conhecido ator americano Austin Butler a difícil tarefa de competir com Tom Cruise.

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Butler interpreta Elvis Presley no longa de Luhrmann ("Moulin Rouge: Amor em Vermelho", "O Grande Gatsby"), que retrata, ao longo de duas décadas, o início, a glória e a decadência do rei do rock, que morreu em 1977 aos 42 anos.

Butler não está sozinho no tapete vermelho, pois tem como companhia o veterano Tom Hanks, ganhador de dois Oscars, que interpreta o empresário do "rei", o misterioso "coronel" Tom Parker.

O filme chegará em junho às salas de cinemas de diversos países. No Brasil, a estreia está prevista para o dia 14 de julho.

Além de um luxuoso teaser de aproximadamente três minutos, pouco se sabe de "Elvis", exceto que Butler se atreve a interpretar com a sua própria voz as canções do músico.

- Um ano de ensaios -

Californiano, com um tipo físico parecido com o do Elvis do fim dos anos 1950, Butler é um produto clássico dos estúdios Disney.

Participou em uma dezena de filmes, entre eles "Era Uma Vez... Em Hollywood", de Quentin Tarantino, e "Os Mortos Não Morrem", de Jim Jarmusch.

Foi o ator Denzel Washington quem recomendou ao australiano Luhrmann que desse uma oportunidade a Butler para este papel, segundo o site americano Entertainment Weekly.

"Recebi um vídeo deste jovem interpretando, cheio de lágrimas, 'Unchained Melody' [canção que Elvis fez uma versão] e perguntei a mim mesmo: o que é isso?", explicou Luhrmann.

"E logo recebi uma mensagem de Denzel Washington, a quem não conhecia. Ele me disse: 'acabo de trabalhar com esse rapaz, nunca vi alguém tão comprometido'."

Butler ensaiou durante um ano para imitar a voz aveludada de Elvis.

"Elvis" causa expectativa porque Luhrmann é um diretor que não costuma se intimidar diante de gigantes da história, seja Shakespeare, de quem se atreveu a fazer uma versão de "Romeu e Julieta", ou "O Grande Gatsby", uma das referências da literatura americana.

O longa-metragem, com 2h39 de duração, é "uma experiência intensa", garantiu em Cannes a neta de Elvis, Riley Keough. Sua avó, Priscilla Presley, viúva do cantor, também elogiou a cinebiografia.

- Suspense e romance durante a revolução sandinista -

Enquanto isso, a corrida pela Palma de Ouro está em seus metros finais.

"Stars at Noon", de Claire Denis, é um filme baseado em um romance de 1986 de Denis Johnson. A história segue os passos de uma mulher de negócios misteriosa, interpretada pela jovem Margaret Qualley, durante a revolução sandinista na Nicarágua.

A atriz é acompanhada por Joe Alwyn, que assume o papel de um repórter americano com quem ela mantém um romance.

Claire Denis é uma das cinco mulheres que concorrem este ano à Palma de Ouro, que será entregue no sábado pelo júri presidido por Vincent Lindon.

A cineasta francesa obteve na última Berlinale o prêmio de melhor direção com "Avec Amour et Acharnement".

Outro longa da mostra competitiva que será apresentado nesta quarta é "Leila's Brothers", do iraniano Saeed Roustayi.

O cinema sul-coreano entrou na disputa pela Palma de Ouro nesta segunda-feira (23) com “Decision to leave”, um complexo thriller que inclui um romance entre policial e suspeita, filmado com elegância pelo diretor Park Chan-wook.

Park deixa desta vez a violência de “Oldboy”, longa que marcou em Cannes em 2003, para propor uma história de amor entre um agente policial e uma imigrante chinesa na Coreia do Sul.

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Seo-rae (Tang Wei) não parece muito afetada pela morte de seu marido durante uma viagem. O investigador Jang Hae-joon (Park Hae-il), encarregado do caso, começa a suspeitar da mulher.

O caso logo se torna uma complicada história de amor para o policial, desconcertado com os avanços de Seo-rae.

“Não sou um romântico, mas estava muito interessado na expressão dos sentimentos" dos dois personagens, declarou Park em entrevista à AFP.

É um filme de planos muito cuidadosos, cheio de acertos visuais e um mise-en-scène impecável, que ajudam o espectador a navegar em uma história repleta de reviravoltas e pistas falsas.

Em 2019, o sul-coreano “Parasita”, de Bong Joon-ho, encantou Cannes e a crítica, e levou a Palma de Ouro. No ano seguinte, venceu o Oscar de melhor filme, a primeira vitória de uma produção de língua não-inglesa.

A série “Round 6”, por sua vez, se tornou um sucesso mundial no fim de 2021 graças à Netflix. E justamente seu protagonista, Lee Jung-jae, apresentou na semana passada em Cannes seu primeiro longa, “Hunt”, uma história de espionagem e guerra entre Seul, Washington e Bangkok.

“É uma espécie de era de ouro para o cinema sul-coreano, e está apenas começando”, explicou Lee na semana passada em entrevista à AFP.

Graças a uma modernização do país sustentada por décadas de crescimento econômico, a Coreia do Sul desenvolveu uma potente indústria cinematográfica. Mas esse ambiente que lembra Hollywood veio acompanhado de mudanças sociais polêmicas.

“A história contemporânea foi conturbada e isso mudou o caráter dos coreanos, passamos por muitos acontecimentos trágicos”, explicou Park.

O Festival de Cinema de Cannes estende nesta terça-feira (17) seu tapete vermelho para celebrar seu 75º aniversário, com o americano Forest Whitaker como o primeiro astro convidado e um filme de zumbis para abrir o evento.

O maior festival de cinema do mundo está de volta com desejo de diversão e de deixar as restrições sanitárias para trás, mas sem esquecer a tragédia na Ucrânia, país que terá várias oportunidades de levantar a voz.

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Tom Cruise subirá mais uma vez as escadas de Cannes de volta ao papel de piloto em "Top Gun: Maverick", um filme emblemático da década de 1980, o diretor Baz Luhrman revelará sua visão do rei do rock'n'roll com "Elvis" e David Cronenberg deliciará os fãs do cinema sangrento com "Crimes of the future".

Os 21 filmes selecionados para diisputar a Palma de Ouro são o reflexo de um equilíbrio entre cinema comercial e cinema autoral.

Um equilíbrio muito menos óbvio em termos de paridade, com apenas cinco diretoras competindo pelo prêmio, um recorde para Cannes de qualquer maneira.

"As instâncias do Festival, suas equipes, o júri... tudo é paritário", defendeu-se na segunda-feira o delegado-geral do festival, Thierry Frambux.

O júri, presidido pelo ator francês Vincent Landon, entregará a Palma de Ouro em 28 de maio.

- Whitaker, Palma de Ouro honoráriaro honorífica -

O ator afro-americano vencedor do Oscar Forest Whitaker receberá uma Palma de Ouro honorária aos 60 anos.

Protagonista de filmes emblemáticos como "O Último Rei da Escócia" ou "Bird" (com o qual ganhou o prêmio de melhor atuação no Festival de 1988), Whitaker receberá o prêmio após a cerimônia de abertura, marcada para as 19h (14h00 de Brasília).

O filme "Corten!", do francês Michel Hazanavicius, sobre zumbis, mas com um tom humorístico, abrirá a festa.

Quarta-feira será a hora de decolar com "Top Gun: Maverick", sequência de um filme de grande sucesso e que teve o lançamento adiado devido à covid-19.

Cruise, que interpretou um piloto da Força Aérea dos EUA na primeira parte (1986), retorna ao seu papel de personagem rebelde.

Então começará a festa do cinema internacional.

Do russo Kirill Serebrennikov à francesa Claire Denis, passando pelos veteranos irmãos belgas Dardenne, ou o espanhol Albert Serra - o único representante do cinema ibero-americano na corrida pela Palma de Ouro -, o evento dará voz aos criadores mais singulares.

O sul-coreano Park Chan-Wook compete ao lado do japonês Hirokazu Kore-eda, assim como do americano James Gray.

O ator americano Tom Hanks interpreta o empresário de Elvis Presley, Viggo Mortensen um artista que se deixa ser aberto até as tripas na companhia de Léa Seydoux e Kristen Stewart e o ator britânico Anthony Hopkins interpreta um magnata em Nova York na década de 1970.

Também estará presente o ator espanhol Javier Bardem, que participará de um encontro com o público.

Todos devem percorrer o famoso tapete vermelho, ao lado de cineastas, produtores, estrelas da música e até figuras de destaque das redes sociais.

- Aproximar-se do público jovem -

Cannes anunciou novos parceiros para seus eventos mais glamourosos e conversas com diretores e atores.

Entre os parceiros está o aplicativo chinês TikTok, que está na moda em todo o mundo. A ideia é se aproximar de um público jovem, que prefere usar o celular para filmar e ser filmado.

Cannes também abre suas portas aos criadores ucranianos, uma forma de mostrar sua solidariedade com o país em guerra.

O diretor lituano Mantas Kvedaravicius foi morto por tiros russos no mês passado na Ucrânia. Seu filme "Mariupolis 2", sobre a cidade martirizada, terá sua estreia póstuma em Cannes.

O festival conta com um grande mercado cinematográfico, que celebrará um dia especialmente dedicado a este país.

O diretor ucraniano Serguei Loznitsa apresentará "The natural history of destruction", sobre os bombardeio aliado às cidades alemãs durante a Segunda Guerra Mundial.

E do lado ibero-americano haverá, sobretudo, a participação de jovens, como a espanhola Elena López Riera ("El agua"), os colombianos Andrés Ramírez Pulido ("La jauría") e Fabián Hernández ( "Um homem") e a chilena Manuela Martelli ("1976").

A rede social TikTok, o reino dos vídeos ultracurtos para adolescentes, anunciou nesta terça-feira (15) que se tornará um "parceiro oficial" do Festival de Cannes, templo internacional do cinema, que será realizado de 17 a 28 de maio.

“O TikTok vai oferecer a este importante evento cultural, aos trabalhos apresentados e a todos os seus talentos, ampla visibilidade entre mais de um bilhão de usuários em todo o mundo”, detalhou a rede social, subsidiária do grupo chinês ByteDance, em um comunicado.

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Prometeu mostrar “de um ponto de vista único” os bastidores do festival, o tapete vermelho e os encontros com artistas. Também lançará um concurso de vídeos curtos cujos vencedores receberão seus prêmios durante o festival.

Esta associação “nos permitirá compartilhar a magia do festival com um público mais amplo e global, mas igualmente cinéfilo”, acrescentou o delegado geral do festival, Thierry Frambux, citado no comunicado.

O Tiktok junta-se, assim, à lista de parceiros oficiais da 75ª edição do festival, como a joalharia Chopard (que fabrica a Palma de Ouro), a BMW e a gigante de luxo Kering.

O curta-metragem "Céu de Agosto", da diretora brasileira Jasmin Tenucci, recebeu neste sábado a Menção Especial do Festival de Cinema de Cannes.

O filme "é uma reflexão sobre o que significa ser brasileiro no momento" e "um questionamento sobre o futuro", disse dias atrás à AFP a diretora, que concorria à Palma de Ouro da categoria com outra produção brasileira, "Sideral", de Carlos Segundo.

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Jasmin conta a história de uma jovem grávida, preocupada com a saúde de seu bebê, no dia em que uma grande nuvem de fumaça escureceu a cidade de São Paulo, em agosto de 2019. Horas depois, soube-se que a fumaça era procedente dos incêndios que ardiam havia mais de uma semana na Amazônia.

A diretora, 35, contou que presenciou o acontecimento, sem precedentes: "Era uma imagem apocalíptica, ninguém sabia direito do que se tratava." O curta, no entanto, não buscou ser uma denúncia contra o desmatamento na Amazônia. "Isso já é algo muito conhecido. É mais uma reflexão sobre como os brasileiros se sentem", explicou.

A diretora faz parte do coletivo artístico Irrelevant Media, que conta com membros de países como Colômbia, México, Estados Unidos e Alemanha. Graças a ele, pôde financiar parte do filme, assinalou Jasmin, que ganhou uma bolsa de mestrado em direção na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Atualmente, ela escreve uma série brasileira para a Netflix.

Estes são os 24 filmes na disputa pela Palma de Ouro na 74º edição do Festival de Cannes, cujo resultado será anunciado neste sábado (17).

- "Annette", do francês Leos Carax. Protagonizado por Adam Driver e Marion Cotillard, que personificam um casal de estrelas cuja vida muda com a chegada de sua primeira filha.

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- "Benedetta", do holandês Paul Verhoeven. Retrato de uma freira homossexual ambientado no século XV e baseado em fatos reais.

- "The French Dispatch", do americano Wes Anderson. Filmado no sudoeste da França e protagonizado por Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio del Toro e Adrien Brody.

- "Tout s'est bien passé", do francês François Ozon. Adaptado do romance homônimo de Emmanuèle Bernheim, sobre uma filha que ajuda o pai a morrer. Com Sophie Marceau, Charlotte Rampling e André Dussollier no elenco.

- "Tre piani", do italiano Nanni Moretti. Duas décadas depois de ganhar a Palma de Ouro, o diretor volta a Cannes com um filme sobre várias famílias que moram no mesmo prédio.

- "A Hero", do iraniano Asghar Farhadi. Um thriller psicológico com o qual o oscarizado cineasta voltou a filmar em seu país natal.

- "Flag day", do americano Sean Penn. Sobre a vida dupla de um pai de família.

- "Red Rocket", do americano Sean Baker. Um filme de cinema independente que narra o retorno de uma estrela pornô à sua pequena cidade no Texas.

- "Petrov's Flu", do russo Kirill Serebrennikov. Um filme entre o sonho e a realidade que retrata a vida de um quadrinista na Rússia pós-soviética.

- "Memoria", do tailandês Apichatpong Weerasethakul. Tilda Swinton interpreta uma orquidófila que viaja à Colômbia para visitar sua irmã e começa a ouvir sons estranhos.

- "Titane", da francesa Julia Ducournau. Protagonizado por Vincent Lindon, conta o retorno de um menino desaparecido há 10 anos e o reencontro com seu pai.

- ""Haut et fort", do marroquino Nabil Ayouch. Um filme ambientado no mundo do hip hop que descreve a criatividade da juventude de Marrocos.

- "Bergman Island", da francesa Mia Hansen-Love. Um casal de cineastas americanos se estabelece na ilha que inspirou o cineasta sueco. Tim Roth é o protagonista.

- "Drive my car", do japonês Ryusuke Hamaguchi. Um filme basado em uma obra de Haruki Murakami.

- "The story of my wife", da húngara Ildikó Enyedi. Um drama com os franceses Léa Seydoux e Louis Garrel.

- "Ahed’s knee", do israelense Nadav Lapid. Um cineasta enfrenta a morte de sua mãe.

- "Compartment N. 6", do finlandês Juho Kuosmanen. Um "road-movie" sobre uma mulher que pega um trem romo ao círculo polar ártico.

- "The worst person in the world", do norueguês Joachim Trier. Relata a história de uma mulher em Oslo que busca refazer sua vida.

- "La fracture", da francesa Catherine Corsini. Um filme ambientado em um hospital, com Valeria Bruni Tedeschi e Marina Foïs.

- "Les intranquilles", do belga Joachim Lafosse. Drama que explora os meandros do trastorno bipolar.

- "Les Olympiades", do francês Jacques Audiard. Filmado em um bairro multiétnico de Paris, conta com a premiada Céline Sciamma no roteiro.

- "Lingui", do chadiano Mahamat-Saleh Haroun. Drama sobre uma adolescente grávida no Chade, onde o aborto é proibido.

- "Nitram", do australiano Justin Kurzel. Um filme que através da lembrança de um massacre com dezenas de mortos em 1996 aborda a venda de armas.

- "France", do francês Bruno Dumont. Léa Seydoux encarna uma famosa jornalista cuja vida muda totalmente após um acidente.

O Festival de Cannes encerra sua maratona de estreias nesta sexta-feira (16), com uma crítica que parece caminhar para a coroação, pelo terceiro ano consecutivo, de um filme asiático, o japonês "Drive my car", embora as surpresas de última hora também sejam uma marca da maior competição do cinema mundial.

"Nitram", do australiano Justin Kurzel ("Assassin's Creed"), e "Les intranquilles", do belga Joachim Lafosse, são os últimos dos 24 filmes que competem este ano pela Palma de Ouro.

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O primeiro, um retrato do autor de um massacre que deixou 35 mortos na ilha da Tasmânia em 1996, gerou polêmica na Austrália antes mesmo de sua estreia, especialmente entre as famílias das vítimas.

"Les intranquilles", drama sobre transtorno bipolar baseado na própria experiência do diretor, vai baixar a cortina desta edição, que marcou o retorno do cinema mundial à Croisette. O evento foi cancelado no ano passado pela pandemia do coronavírus.

Os vencedores serão anunciados no sábado (17), após um dia de deliberações a portas fechadas pelo júri presidido pelo cineasta americano Spike Lee.

Murakami em competição

Com vários filmes ainda por pontuar, incluindo "Memoria", com a atriz Tilda Swinton, e o francês "Les Olympiades", ambos lançados nesta quinta-feira, a crítica internacional concorda até o momento que "Drive my car", do japonês Ryusuke Hamaguchi, merece a Palma de Ouro, de acordo com a revista Screendaily.

Baseado na história de Haruki Murakami, um dos mais célebres romancistas contemporâneos, o filme avança no tempo da mesma forma que seus protagonistas - um dramaturgo e sua jovem motorista - viajam dia após dia pela cidade de Hiroshima, onde o primeiro ensaia "Tio Vânia", o clássico de Anton Chekhov.

O mais longo de toda competição (2h59), o filme aproxima estes personagens atormentados pela morte de um ente querido, na medida em que quebram o silêncio em que estão mergulhados há anos.

"Absorvente", "profundamente comovente", com "profundezas poéticas"... Estes são alguns dos elogios da crítica internacional ao filme de Hamaguchi, que já competiu em Cannes, em 2018.

Se vencer, será a terceira Palma de Ouro consecutiva asiática, depois de "Assunto de Família", do também japonês Hirokazu Koreeda (2018), e de "Parasita", do sul-coreano Bong Joon-ho (2019).

Nessa última edição, o tragicômico "thriller" que mais tarde arrebatou o Oscar foi lançado perto do final da competição e mudou as apostas, em detrimento do até então favorito, "Dor e Glória", de Pedro Almodóvar.

Além das surpresas de última hora, a história do Festival de Cannes também mostra que crítica e júri não precisam andar de mãos dadas.

Este foi o caso, por exemplo, em 2010, quando ninguém viu a Palma de Ouro chegar a Apichatpong Weerasethakul, por "Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas".

Meditar com "Memoria"

E o realizador tailandês, que se caracteriza por uma filmografia alegórica admirada por seus colegas e pelos grandes cinéfilos, mas que é incompreendida pelo grande público, voltou este ano ao concurso com "Memoria".

Ambientado na Colômbia, com sequências filmadas na selva e poucos diálogos, o longa foi definido pela revista especializada IndieWire como "um exercício mais de meditação do que um filme, o que o torna magistral".

O musical "Annette", que abriu a competição, em 7 de julho, com Adam Driver e Marion Cotillard, "A Hero", do diretor iraniano vencedor do Oscar Asghar Farhadi, e o norueguês "The Worst Person in the World", um retrato da geração dos millennials, também conquistaram a crítica.

O Brasil não tem representante entre os longas-metragens na mostra oficial do Festival de Cannes em 2021, mas o diretor Kleber Mendonça Filho é um dos integrantes do júri que definirá a Palma de Ouro.

Além disso, curtas-metragens do país estão na mostra oficial e outras produções integram seções paralelas do evento.

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- Mostra oficial

Curtas-metragens:

- "Sideral", de Carlos Segundo

- "Céu de Agosto", de Jasmin Tenucci

Sessões especiais:

- "O Marinheiro das Montanhas", de Karim Ainouz, premiado há dois anos na mostra "Um Certo Olhar" de Cannes por "A Vida Invisível" e que desta vez viaja à Argélia para pesquisar as origens de seu pai.

- Quinzena dos Realizadores -

- "Medusa", de Anita Rocha da Silveira, um filme de terror que utiliza a mitologia grega para explicar a realidade do Brasil.

Cinco mulheres e quatro homens integram o júri do Festival de Cannes de 2021, que acontecerá de 6 a 17 de julho.

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- Spike Lee, o presidente -

O diretor americano, de 64 anos, será o primeiro afro-americano a desempenhar a função de presidente do júri.

Lee apresentou sete de seus filmes no Festival de Cannes, como "Ela Quer Tudo", "Faça a Coisa Certa" e "Febre da Selva".

Em 2018, ele foi premiado com o Grande Prêmio por "Infiltrado na Klan", baseado na história real de um policial negro que se infiltrou na Ku Klux Klan.

Lee é uma figura importante da luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos e apoiou a carreira de muitos cineastas afro-americanos.

- Kleber Mendonça Filho -

O diretor brasileiro, de 52 anos, disputou a Palma de Ouro pela primeira vez em 2016 com "Aquarius", protagonizado por Sonia Braga. Na ocasião, a equipe do filme protestou no tapete vermelho para denunciar um "golpe de Estado" contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.

Três anos mais tarde, seu filme "Bacurau", codirigido por Juliano Dornelles, venceu o Prêmio do Júri em um empate com o francês "Os Miseráveis".

O cineasta também integrou o júri do Festival de Berlim em 2020 e presidiu a Semana da Crítica de Cannes em 2017.

- Mati Diop -

A diretora franco-senegalesa, de 39 anos, disputou a Palma de Ouro em 2019 com seu primeiro longa-metragem "Atlantique", que venceu o Grande Prêmio.

Ela é sobrinha do grande diretor senegalês Djibril Diop Mambéty ("Touki Bouki") e se declara admiradora do cinema onírico do tailandês Apichatpong Weerasethakul, que retorna este ano a Cannes com "Memoria".

- Mylène Farmer -

Conhecida como a "Madonna francesa", Mylène Farmer, de 59 anos, é uma cantora que já vendeu 35 milhões de álbuns e se tornou um ícone entre a comunidade homossexual.

Em 2018, a artista, que já colaborou com grandes cineastas para seus videoclipes como Peter Lindbergh e Abel Ferrara, participou do filme de terror "Ghostland".

- Mélanie Laurent -

A atriz e diretora francesa, de 38 anos, trabalha na França e nos Estados Unidos, onde integrou o elenco do filme "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino.

Ela codirigiu o documentário "Demain", uma reflexão sobre os desafios do meio ambiente enfrentados pela humanidade. O trabalho se tornou uma referência no tema.

- Maggie Gyllenhaal -

Maggie Gyllenhaal, de 43 anos, foi revelada ao grande público com "Donnie Darko" (2001).

Ela foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por seu papel em "Coração Louco" (2009). Também atua no teatro e na série "The Deuce", da HBO, sobre a indústria do pornô na década de 1970 e 1980, do qual também é produtora. Atualmente, trabalha em seu primeiro filme como diretora, baseado em um dos livros da escritora italiana Elena Ferrante.

- Song Kang-ho -

Ator fetiche de Bong Joon-ho, o sul-coreano interpretou o pai da família de "Parasita", que venceu a Palma de Ouro em 2019 e o Oscar de melhor filme em 2020.

Em sua carreira, já atuou em 40 filmes, como "Memórias de um Assassino" e "O Hospedeiro".

Em 2020, o jornal americano The New York Times o incluiu na lista dos "25 melhores atores do século XXI".

- Tahar Rahim -

O ator francês, de 39 anos, foi indicado ao Globo de Ouro e ao Bafta por seu papel de detento na prisão de Guantánamo no filme "O Mauritano".

Ele foi revelado em 2009 com "O Profeta", de Jacques Audiard, drama recompensado com o Grande Prêmio do Festival de Cannes. Pelo filme, venceu as categorias de melhor ator e de ator revelação no César, a grande premiação do cinema francês.

- Jessica Hausner -

A diretora austríaca, de 48 anos, participou do Festival de Cannes em 2019 com o filme "Little Joe", que rendeu o prêmio de melhor atriz para Emily Beecham.

A ex-estudante de Psicologia fundou uma produtora, Coop 99, pela qual lançou filmes como "Lovely Rita" e "Lourdes".

Fotos: Ilya S. SAVENOK, Charly TRIBALLEAU, Jonathan BROWN, Anne-Christine POUJOULAT, Yohan BONNET, Christophe SIMON, John LAMPARSKI, Frazer HARRISON, Kazuhiro NOGI

Estes são os 24 filmes que vão disputar a Palma de Ouro na 74º edição do Festival de Cannes:

- "Annette", do francês Leos Carax. Protagonizado por Adam Driver e Marion Cotillard, que personificam um casal de estrelas cuja vida muda com a chegada de sua primeira filha.

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- "Benedetta", do holandês Paul Verhoeven. Retrato de uma freira homossexual ambientado no século XV e baseado em fatos reais.

- "A Crônica Francesa", do americano Wes Anderson. Filmado no sudoeste da França e protagonizado por Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio del Toro e Adrien Brody.

- "Tout s'est bien passé", do francês François Ozon. Adaptado do romance homônimo de Emmanuèle Bernheim, sobre uma filha que ajuda o pai a morrer. Com Sophie Marceau, Charlotte Rampling e André Dussollier no elenco.

- "Tre piani", do italiano Nanni Moretti. Duas décadas depois de ganhar a Palma de Ouro, o diretor volta a Cannes com um filme sobre várias famílias que moram no mesmo prédio.

- "A Hero", do iraniano Asghar Farhadi. Um thriller psicológico com o qual o oscarizado cineasta voltou a filmar em seu país natal.

- "Flag day", do americano Sean Penn. Sobre a vida dupla de um pai de família.

- "Red Rocket", do americano Sean Baker. Um filme de cinema independente que narra o retorno de uma estrela pornô à sua pequena cidade no Texas.

- "Petrov's Flu", do russo Kirill Serebrennikov. Um filme entre o sonho e a realidade que retrata a vida de um quadrinista na Rússia pós-soviética.

- "Memoria", do tailandês Apichatpong Weerasethakul. Tilda Swinton interpreta uma orquidófila que viaja à Colômbia para visitar sua irmã e começa a ouvir sons estranhos.

- "Titane", da francesa Julia Ducournau. Protagonizado por Vincent Lindon, conta o retorno de um menino desaparecido há 10 anos e o reencontro com seu pai.

- "Casablanca Beats", do marroquino Nabil Ayouch. Um filme ambientado no mundo do hip hop que descreve a criatividade da juventude de Marrocos.

- "Bergman Island", da francesa Mia Hansen-Love. Um casal de cineastas americanos se estabelece na ilha que inspirou o cineasta sueco. Tim Roth é o protagonista.

- "Drive my car", do japonês Ryusuke Hamaguchi. Um filme basado em uma obra de Haruki Murakami.

- "The story of my wife", da húngara Ildikó Enyedi. Um drama com os franceses Léa Seydoux e Louis Garrel.

- "Ahed’s knee", do israelense Nadav Lapid. Um cineasta enfrenta a morte de sua mãe.

- "Compartment N. 6", do finlandês Juho Kuosmanen. Um "road-movie" sobre uma mulher que pega um trem romo ao círculo polar ártico.

- "The worst person in the world", do norueguês Joachim Trier. Relata a história de uma mulher em Oslo que busca refazer sua vida.

- "La fracture", da francesa Catherine Corsini. Um filme ambientado em um hospital, com Valeria Bruni Tedeschi e Marina Foïs.

- "Les intranquilles", do belga Joachim Lafosse. Drama que explora os meandros do trastorno bipolar.

- "Les Olympiades", do francês Jacques Audiard. Filmado em um bairro multiétnico de Paris, conta com a premiada Céline Sciamma no roteiro.

- "Lingui", do chadiano Mahamat-Saleh Haroun. Drama sobre uma adolescente grávida no Chade, onde o aborto é proibido.

- "Nitram", do australiano Justin Kurzel. Um filme que através da lembrança de um massacre com dezenas de mortos em 1996 aborda a venda de armas.

- "France", do francês Bruno Dumont. Léa Seydoux encarna uma famosa jornalista cuja vida muda totalmente após um acidente.

O cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho, o sul-coreano Song Kang-ho, protagonista de "Parasita", e a atriz americana Maggie Gyllenhaal estão no júri do Festival de Cannes, anunciou a organização de evento nesta quinta-feira (24).

Cinco mulheres e quatro homens integrarão o júri que anunciará em 17 de julho o vencedor da Palma de Ouro a um dos 24 filmes em competição, que incluem os trabalhos mais recentes de Wes Anderson, Paul Verhoeven, Sean Penn e Nanni Moretti, entre outros.

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Até agora, o festival havia anunciado apenas o nome do presidente do júri, o cineasta Spike Lee, o primeiro afro-americano a ocupar o posto.

Lee exibiu sete de seus filmes no Festival de Cannes e foi premiado com o Grande Prêmio em 2018 por "Infiltrado na Klan".

O ator sul-coreano Song Kang-ho retorna a Cannes depois que "Parasita" venceu a Palma de Ouro em 2019, antes de vencer o Oscar no ano seguinte.

O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho também retorna ao festival. Ele competiu duas vezes pela Palma de Ouro: em 2016, com "Aquarius", e em 2019, com "Bacurau", codirigido por Juliano Dornelles. Este último venceu o Prêmio do Júri,, em um empate com o francês "Los Miserables".

Maggie Gyllenhaal, que atualmente trabalha em seu primeiro filme como diretora, também integrará o júri, assim como a diretora e atriz francesa Mélanie Laurent, que já atuou em vários filmes de Hollywood como "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino.

O júri é completado pelo ator francês Tahar Rahim, de "O Profeta" e "O Mauritano", a cantora francesa Mylène Farmer e duas cineastas que já disputaram a Palma de Ouro, a franco-senegalesa Mati Diop e a austríaca Jessica Hausner.

O maior festival de cinema do mundo, que não foi realizado no ano passado devido à pandemia, acontecerá de 6 a 17 de julho.

Estes são os 24 filmes que vão disputar a Palma de Ouro na 74º edição do Festival de Cannes:

- "Annette", do francês Leos Carax. Protagonizado por Adam Driver e Marion Cotillard, que personificam um casal de estrelas cuja vida muda com a chegada de sua primeira filha.

##RECOMENDA##

- "Benedetta", do holandês Paul Verhoeven. Retrato de uma freira homossexual ambientado no século XV e baseado em fatos reais.

- "A Crônica Francesa", do americano Wes Anderson. Filmado no sudoeste da França e protagonizado por Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio del Toro e Adrien Brody.

- "Tout s'est bien passé", do francês François Ozon. Adaptado do romance homônimo de Emmanuèle Bernheim, sobre uma filha que ajuda o pai a morrer. Com Sophie Marceau, Charlotte Rampling e André Dussollier no elenco.

- "Tre piani", do italiano Nanni Moretti. Duas décadas depois de ganhar a Palma de Ouro, o diretor volta a Cannes com um filme sobre várias famílias que moram no mesmo prédio.

- "A Hero", do iraniano Asghar Farhadi. Um thriller psicológico com o qual o oscarizado cineasta voltou a filmar em seu país natal.

- "Flag day", do americano Sean Penn. Sobre a vida dupla de um pai de família.

- "Red Rocket", do americano Sean Baker. Um filme de cinema independente que narra o retorno de uma estrela pornô à sua pequena cidade no Texas.

- "Petrov's Flu", do russo Kirill Serebrennikov. Um filme entre o sonho e a realidade que retrata a vida de um quadrinista na Rússia pós-soviética.

- "Memoria", do tailandês Apichatpong Weerasethakul. Tilda Swinton interpreta uma orquidófila que viaja à Colômbia para visitar sua irmã e começa a ouvir sons estranhos.

- "Titane", da francesa Julia Ducournau. Protagonizado por Vincent Lindon, conta o retorno de um menino desaparecido há 10 anos e o reencontro com seu pai.

- "Casablanca Beats", do marroquino Nabil Ayouch. Um filme ambientado no mundo do hip hop que descreve a criatividade da juventude de Marrocos.

- "Bergman Island", da francesa Mia Hansen-Love. Um casal de cineastas americanos se estabelece na ilha que inspirou o cineasta sueco. Tim Roth é o protagonista.

- "Drive my car", do japonês Ryusuke Hamaguchi. Um filme basado em uma obra de Haruki Murakami.

- "The story of my wife", da húngara Ildikó Enyedi. Um drama com os franceses Léa Seydoux e Louis Garrel.

- "Ahed’s knee", do israelense Nadav Lapid. Um cineasta enfrenta a morte de sua mãe.

- "Compartment N. 6", do finlandês Juho Kuosmanen. Um "road-movie" sobre uma mulher que pega um trem romo ao círculo polar ártico.

- "The worst person in the world", do norueguês Joachim Trier. Relata a história de uma mulher em Oslo que busca refazer sua vida.

- "La fracture", da francesa Catherine Corsini. Um filme ambientado em um hospital, com Valeria Bruni Tedeschi e Marina Foïs.

- "Les intranquilles", do belga Joachim Lafosse. Drama que explora os meandros do trastorno bipolar.

- "Les Olympiades", do francês Jacques Audiard. Filmado em um bairro multiétnico de Paris, conta com a premiada Céline Sciamma no roteiro.

- "Lingui", do chadiano Mahamat-Saleh Haroun. Drama sobre uma adolescente grávida no Chade, onde o aborto é proibido.

- "Nitram", do australiano Justin Kurzel. Um filme que através da lembrança de um massacre com dezenas de mortos em 1996 aborda a venda de armas.

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