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A irrupção do lado selvagem do ser humano na vida cotidiana, contada com humor tipicamente argentino em seis episódios por Damián Szifrón e protagonizada num deles por Ricardo Darín, entrou neste sábado (17) na competição pela Palma de Ouro no Festival de Cannes.

"Relatos Salvajes", terceiro longa-metragem do diretor de "O fundo do mar" e "Tempo de valentes", arrancou risos e aplausos na exibição à imprensa nessa sexta-feira e terá sua estreia de gala neste sábado no Grande Teatro Lumière.

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O filme abre o jogo com uma delirante situação a bordo de um avião onde, por alguma estranha razão, todos se conhecem. A partir dali, o espectador é levado para um vertiginoso passeio numa montanha-russa emocional, episódio a episódio, ainda que com resultados desiguais, sobretudo no capítulo final - o menos eficaz.

Desde um sangrento encontro numa rodovia deserta até um casamento maluco em Buenos Aires, passando por um engenheiro - vivido por Darín - que perde a compostura com a implacável burocracia portenha. O decorrer imprevisível dos acontecimentos fez cair no riso a plateia de jornalistas internacionais credenciadas no Festival, onde a maior parte de filmes em competição tem temáticas sombrias.

O filme combina o trágico e o cômico num delicioso coquetel politicamente incorreto, em que os personagens são levados além dos limites onde normalmente ficam mantidos na vida em sociedade. "Esta sociedade e este sistema, o mundo ocidental capitalista, distorcem muito a natureza do homem", explicou Szifrón em Cannes. "Há uma enorme quantidade de pessoas, os pobres, que são nascidos e criados para produzir (...) e outra grande parcela de pessoas que são criadas para consumir, que são igualmente vítimas deste sistema (...) e que vive tensa e estressada".

Ao lado de Darín atuam Julieta Zylberberg, Leonardo Sbaraglia, Darío Grandinetti, Erica Rivas, Oscar Martínez, Rita Cortese, Osmar Núñez, Nacy Duplaa, Germán De Silva e María Marull. O filme tem música de Gustavo Santaolalla e foi co-produzido por Agustín Almodóvar, para quem a seleção em Cannes "ajuda a gerar interesse para a distribuição" mundial. A Sony anunciou que comprou os direitos de distribuição nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.

Alcance universal

Segundo Szifrón, o filme não pretende pintar uma realidade particular da sociedade argentina, já que tem alcance universal. "Eu não limitaria o que o filme reflete à Argentina". A julgar pelos aplausos arrancados em Cannes, o filme passa o recado.

O diretor também destacou o efeito de catarse que o filme provoca. "Não é que eu acredite que o mundo está a ponto de explodir, nem nada do tipo", garante.

Szifrón, de 38 anos, que alterna as atividades de direção com a produção de roteiros e a literatura, disse ter muita fé de que o ser humano "possa evoluir até zonas desconhecidas". "Nós somos muito involuídos com respeito a nosso potencial". E esta seria a mensagem que, segundo ele, "Relatos Salvajes" pretende passar, mesmo que por efeito de contraste. "Estamos destinados a viver muito melhor do que vivemos hoje".

O filme é a bandeirada do cinema argentino no Festival, onde entrou pela porta da frente do exclusivo clube dos 18 filmes que competem pela Palma de Ouro. A disputa conta com pesos-pesados do cinema mundial, de David Cronenberg a Mike Leigh, passando por Ken Loach e Jean-Luc Godard.

Mas a presença argentina na festa mundial da sétima arte, que ano após ano aposta num cinema de qualidade, não se limita a "Relatos Salvajes".

Em seleções paralelas, estreiam neste final de semana os filmes "Jauja" de Lisandro Alonso, com Viggo Mortensen, "Refugiado" de Diego Lerman e "El ardor" de Pablo Fendrik, protagonizado pelo mexicano Gael García Bernal.

Um dos filhos prediletos do Festival, o diretor argentino Pablo Trapero, "Leonera" (2008) e "Carancho" (2010), preside o júri da mostra Un Certain Regard.

A Argentina vem produzindo uma média de 150 filmes por ano desde 2010 e ostenta uma das populações mais altas de cineastas da América Latina e do mundo. Há cerca de 14.000 estudantes de cinema em todo o país, dos quais saem com o título universitário ou técnico entre 1.500 a 2.000 a cada ano.

O diretor britânico Mike Leigh foi aplaudido nesta quinta-feira em Cannes com a exibição de "Mr Turner", um filme sobre o "pintor da luz" inglês J.M.W. Turner, precursor dos impressionistas, interpretado por Timothy Spall.

Uma caprichada reconstituição de época do século XIX leva o espectador ao início da era vitoriana, cujos aspectos mais sombrios servem como elemento de contraste com a sublimação pela arte do famoso pintor.

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"Turner foi um grande artista, um dos maiores de todos os tempos, e um pintor revolucionário", disse à imprensa Mike Leigh, diretor de "Segredos e Mentiras", vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 1996 e um dos principais cineastas ingleses da atualidade.

Leigh monta o filme ao redor dos contrastes da personalidade de J.M.W. Turner (1775-1851), "um ser de aspecto tosco mas com grande coração e um grande gênio".

"O gênio nem sempre vem nas melhores embalagens", ironizou Timothy Spall ao explicar o trabalho de composição para encarnar um artista devorado pela própria obra.

Turner frequenta a aristocracia e os bordéis, recorre à governanta para satisfazer suas necessidades imediatas e termina instalado em uma pensão de família ao lado do mar, cuja proprietária (Marion Bailey) acaba virando sua grande companheira pelo resto da vida.

Mestre no momento de fixar a luz das paisagens marinhas na tela, Turner geralmente se expressa na vida cotidiana com um grunhido quase animal.

"Ele tem um milhão de coisas para dizer, mas sai este grunhido", explica Spall, conhecido pelos papéis de Peter Pettigrew dos filmes de Harry Potter e Winston Churchill em "O Discurso do Rei".

O filme aborda os últimos 25 anos da vida de Turner, consagrado como artista e adulado por seus colegas, mas também alvo de piadas e críticas, incluindo as da rainha Victoria e do príncipe Albert.

Ao mesmo tempo, a obra de Turner serve a Leigh como justificativa para criar um poema à luz — a essência do cinema — captada em todos os matizes pela câmera de Dick Pope, que trabalhou por vários anos ao lado do diretor para entender o universo do pintor.

"Investigamos a paleta de Turner e depois dividimos nossa própria paleta de cores em função disso", explicou Pope.

Para Timothy Spall, Turner era fundamentalmente "um pintor do sublime" e o filme tenta mostrar "a tensão entre a beleza e o horror da natureza, e a futilidade do ser humano no meio de tudo isto".

A julgar pelos aplausos recebidos na sessão para a crítica, o filme, que disputa a Palma de Ouro, alcançou a meta. As reclamações ficaram por conta da duração da produção, 2 horas e 29 minutos.

O crítico David Ketchum, da revista Variety, elogiou um filme "impecavelmente montado, com perfeição cinematográfica absoluta".

Com um vestido azul-celeste bordado com lantejoulas, a atriz Nicole Kidman subiu nesta quarta-feira (14) as escadas do Palácio dos Festivais para a cerimônia de abertura do Festival de Cinema de Cannes, que exibiu Grace de Mônaco. "Estou feliz de estar aqui", declarou a atriz australiana, que vive a ex-estrela de Hollywood Grace Kelly, que se tornou princesa de Mônaco ao casar com o príncipe Rainier.

A atriz subiu as escadas acompanhada da equipe do polêmico filme: o diretor francês Olivier Dahan, a atriz espanhola Paz Vega e o britânico Tim Roth, que faz o papel do príncipe. Eles foram recebidos no alto das escadas do Palácio pelos responsáveis pelo festival, Yves Jacob e Thierry Frémaux, e, depois, com aplausos de pé por uma sala repleta de convidados.

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O júri internacional, presidido pela neozelandesa Jane Campeon, também participa da cerimônia de abertura do Festival, que será inaugurado oficialmente pelo cineasta mexicano Alfonso Cuarón.

Luminosa e bela, a australiana Nicole Kidman se converteu nesta quarta-feira (14) na estrela da abertura do Festival de Cannes com "Grace de Mônaco", que provocou a ira da família e também dos críticos reunidos no balneário do sul da França.

Kidman, que carrega nos ombros o filme do francês Olivier Dahan, exibido em Cannes fora de competição, tentou apaziguar a tempestade causada na família Grimaldi pelo filme, ao afirmar que a produção está cheia "de afeto e amor" e convidando-os a assistir o longa-metragem.

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A família de Mônaco, que havia concordado com o roteiro, viu o trailer do longa-metragem - focado em seis meses da vida da ex-estrela de Hollywood Grace Kelly, que abandonou o cinema para se tornar esposa do príncipe Rainier III - e o classificou de farsa.

Em uma coletiva de imprensa no Palácio dos Festivais, após a primeira exibição do filme, Kidman expressou sua tristeza pela polêmica, reiterando que ele havia sido feito "com muito afeto".

"Sinto-me triste porque o filme não tem nenhuma maldade com a família ou com Grace", ressaltou a atriz.

"Mas se assistissem ao filme, veriam que há muito afeto em relação aos seus pais, e à história de amor entre os dois", declarou.

"E minha atuação foi com amor", acrescentou Kidman, horas antes de subir as escadas com a equipe do filme, entre eles a espanhola Paz Vega, que interpreta María Callas, que visitava Mônaco com o magnata grego Aristóteles Onassis, e o britânico Tim Roth, que dá vida a Rainier.

"Tive cinco meses para me preparar, e entrar lentamente em sua pele. Mas era muito importante não me sentir presa, e sim encontrar sua essência. Foi muito bonito", confessou a estrela.

Filme 'não é histórico'

Tanto Kidman quanto Dahan ressaltaram na coletiva de imprensa que o filme "não é histórico", "não é uma biografia", mas que toma licenças poéticas sobre a história de Grace e Rainier III.

A família Grimaldi, que divulgou que não estará presente nesta quarta-feira na cerimônia de abertura do 67º Festival de Cannes, afirma que o conflito que o filme mostra entre o pequeno Estado e o presidente Charles de Gaulle em 1962 - em cujo contexto Grace rejeita um convite do grande Alfred Hitchcock para retornar às telas - não tem nada a ver com a realidade e que Dahan "desvirtuou a história para seus próprios fins comerciais".

Mas Dahan, que se tornou conhecido com o premiado "La vie en rose" sobre a cantora francesa Edith Piaf, respondeu às acusações ao afirmar que o que lhe interessava não eram os fatos históricos, mas "tocar o coração".

"Não quis contar fatos, mas tocar o coração, servindo-me da intuição para retratar o que Grace poderia fazer em tal ou tal situação", afirmou Dahan, antes de ressaltar que seu filme "não é um encadeamento de fatos históricos", embora o contexto seja verídico.

A expectativa criada pelo filme abriu passagem, no entanto, a uma certa desilusão por parte dos críticos de Cannes.

"É uma telenovela", resumiu uma jornalista italiana.

"Cannes começa com um filme biográfico real pior que 'Diana'", afirma o jornal britânico The Guardian, ao mesmo tempo em que o Daily Telegraph o classifica de "melodrama idiota".

Já a publicação francesa Telerama considera o filme "à beira da tolice" e o Hollywood Reporter se pergunta "como é possível fazer um filme chato a partir de uma história tão cheia de fofocas?"

No entanto, apesar de seus defeitos, "Grace de Mônaco" atrai a Cannes algo que sempre seduz: dramas, estrelas cheias de glamour, luxo, escândalos e suntuosas festas.

O diretor mexicano Alfonso Cuarón, que recebeu um Oscar neste ano pelo filme Gravidade, e a atriz Chiara Mastroianni proclamarão nesta quarta-feira a abertura oficial do 67º Festival de Cannes, anunciaram à AFP os organizadores. A cerimônia de abertura começará às 17h15 GMT (14h15 de Brasília), com o ator francês Lambert Wilson como mestre de cerimônias.

Cuarón, de 52 anos, é considerado um dos cineastas mexicanos mais talentosos de sua geração, junto a Guillermo del Toro e Alejandro González Iñárritu. "Gravidade", grande sucesso mundial protagonizado por George Clooney e Sandra Bullock, recebeu no início de março sete prêmios Oscar.

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Mastroianni, de 41 anos, é filha do ator italiano Marcello Mastroianni, falecido em 1996, e da atriz francesa Catherine Deneuve. O pôster oficial do Festival presta homenagem neste ano a Marcello Mastroianni, com uma foto do protagonista de "8 ½", de Fellini.

Chiara e Marcello Mastroianni subiram juntos as escadas do Palácio dos Festivais de Cannes em 1996 para a apresentação do filme "Tres vidas y una sola muerte", do chileno Raúl Ruiz.

Na primeira vez que foi ao Festival de Cannes, Nicole Kidman era somente a mulher de Tom Cruise. Até onde o repórter se lembra, ninguém se dignou a fazer-lhe perguntas na coletiva após a exibição de Um Sonho Distante, de Ron Howard. Foi o próprio mediador, Henri Behar, quem lhe perguntou como era estar casada e contracenar com o maior astro de Hollywood - o que Cruise era no começo dos anos 1990. O tempo e o casamento passaram, Cruise entrou para a Cientologia, ganhou a antipatia da imprensa, Nicole firmou-se como atriz. Em Cannes, é uma estrela de primeira grandeza - desde Dogville, de Lars Von Trier.

O festival estende para ela seu tapete vermelho. Metamorfoseada em princesa de Hollywood, que virou princesa de verdade - ao se casar com Rainier, de Mônaco -, Nicole faz nesta quarta-feira, 14, a montée des marches de Grace: A Princesa de Mônaco, na abertura do 67.º Festival de Cannes. Na recente entrevista que deu para o jornal O Estado de São Paulo, Gilles Jacob falou de tudo. De como imprimiu sua marca ao maior festival do mundo, daquilo que inovou - Caméra d’Or, Cinéfondation, etc. - e, claro, de seus preferidos.

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Críticos já andaram escrevendo que a última seleção de Gilles Jacob como diretor-geral de Cannes (mesmo que a seleção seja assinada por seu delfim - Tierry Frémaux) promete mais do mesmo. Muitos abonados - até os novos diretores, como Xavier Dolan - já são veteranos na Croisette. David Cronenberg, Ken Loach, que também anuncia que Jimmy’s Hall será seu último filme, os irmãos Dardenne, Olivier Assayas, Nuri Bilge Ceylan, Mike Leigh, Naomi Kawase, Jean-Luc Godard, Atom Egoyan, Bertrand Bonello. Só atira a primeira pedra quem desistir de ser cinéfilo.

Um fato é certo - a escolha de Grace não terá sido acidental, somente para proporcionar pompa e circunstância à abertura solene. Durante os 12 dias que transformarão Cannes - até dia 25 - em capital mundial do cinema, Mônaco, ali perto, estará sediando o Grand Prix de Fórmula Um. Glamour, glamour, glamour - e algo mais. Assim como em 2001 promoveu um seminário visionário para discutir as novas tecnologias que já mudaram tudo - o suporte, a produção e a exibição -, Gilles Jacob despede-se com uma tomada de posição. Nesse novo mundo digital em que os filmes vão direto para o YouTube, a simples exibição de Grace desencadeia um debate - em defesa do direito de autor.

O filme está no centro de uma acirrada disputa. Olivier Dahan, que já biografou Edith Piaf, fez o filme que quis, mas não agradou aos produtores, os irmãos Weinstein, que querem remontá-lo. A França reconhece o direito de montagem do diretor. Cannes talvez seja o único foro para que o mundo veja Grace/Nicole como Dahan a idealizou. Os Weinstein ameaçam não lançar o filme se forem pressionados a aceitar o corte do diretor. É um bom começo, e logo virá a disputa pela Palma de Ouro. A seleção oficial inclui os filmes da competição e os da mostra Un Certain Regard. E existem as demais seções - Quinzena dos Realizadores, Semana da Crítica, Cannes Classics. E o mercado.

Jane Campion, única mulher a vencer a Palma - por O Piano, em 1995 -, vai presidir o júri. Nicole Garcia presidirá outro, o da Caméra d’Or, e o argentino Pablo Trapero, o da seção Un Certain Regard. Abbas Kiarostami estará à frente do júri da Cinéfondation. O Brasil não participa da competição nem das mostras paralelas, exceto por curtas como Sem Coração, de Nara Normande e Tião, na Quinzena. Walter Salles vai coordenar a Fábrica dos Cinemas do Mundo, programação que ajudará jovens cineastas a concretizar seus projetos. Sophia Loren será a convidada de honra de Cannes Classics e vai ministrar uma master class. Algumas pérolas que foram restauradas para este ano - Paris Texas, de Wim Wenders; Por Um Punhado de Dólares, de Sergio Leone; O Último Metrô, de François Truffaut; e O Medo, de Roberto Rossellini.

O ator e diretor mexicano Gael García Bernal, o ator americano Willem Dafoe e a cineasta americana Sofía Coppola integram o júri da 67ª edição do Festival de Cannes, que acontecerá de 14 a 25 de maio, anunciou a organização do evento. O júri, presidido pela cineasta neozelandesa Jane Campion, contará ainda com as presenças da atriz francesa Carole Bouquet, da atriz iraniana Leila Hatami, da atriz sul-coreana Jeon Do-yeon, do diretor, produtor e roteirista chinês Jia Zhangke, além do cineasta, produtor e roteirista dinamarquês Nicolas Winding Refn.

Gael García Bernal retorna aos 35 anos a Cannes, onde exibiu seu primeiro longa-metragem como diretor, "Déficit", em 2007, e onde o filme "No", do diretor chileno Pablo Larraín e do qual é protagonista, venceu um prêmio na mostra Quinzena dos Realizadores em 2012. Sofia Coppola completará 43 anos durante o festival, no qual tem uma longa história. Seu primeiro longa-metragem, "As Virgens Suicidas" (1999), foi exibido na Quinzena dos Realizadores e quatro anos depois ela recebeu o prêmio de roteiro por "Encontros e Desencontros. Também exibiu em Cannes seu terceiro filme, "Maria Antonieta", em 2006.

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Indicado duas vezes ao Oscar, Willem Dafoe já atuou em quase 80 filmes, com diretores consagrados como Martin Scorsese, Lars Von Trier, Paul Schrader, Wes Anderson, entre outros. Os filmes mais recentes do francês Jean-Luc Godard, do canadense David Cronenberg, do britânico Ken Loach e dos irmãos belgas Dardenne estão na lista de 18 filmes que disputam a Palma de Ouro.

O curta-metragem Sem Coração (PE), que contou com direção, montagem e roteiro dos jovens pernambucanos Nara Normande e Tião, participará da mostra Quinzena dos Realizadores, que acontece simultaneamente com o Festival de Cannes. O filme, produzido pela Trincheira, Garça Torta e CinemaScópio, é o único representante do Brasil da ocasião e foi rodado em sua maior parte no Litoral Norte de Alagoas, entre as cidades de São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras. O LeiaJá conversou com Nara Normande sobre a realização deste trabalho e a indicação para participar do Festival de Cannes. Confira o bate-papo:

O que vocês fizeram para participar do festival?

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A organização do Quinzena dos Realizadores abre anualmente o período de inscrição, e assim que soubemos que as inscrições estavam abertas nós fizemos a nossa. Quando enviamos o curta Sem Coração ele ainda não estava na versão final. As imagens, por exemplo, ainda estavam em baixa qualidade. Mas resolvemos enviar o nosso trabalho mesmo assim e fomos convidados para participar da mostra.

Você já esteve em Cannes antes?

Já fui a Cannes duas vezes. A primeira foi em 2008, acompanhando o Tião, que também é diretor do Sem Coração. Na ocasião ele ganhou um prêmio (troféu Regard Neuf) com Muro. Já a segunda vez que fui pra lá foi por conta própria mesmo, só para participar do evento. Desta vez, indo com um filme concorrendo, é outra história, outro gostinho, até porque o Festival de Cannes traz bastante prestigio e reconhecimento às obras, independente de qualquer coisa.

Como foi a produção do curta?

Sem Coração foi gravado em película 16mm em algumas áreas do litoral norte de Alagoas. Algumas cenas também foram gravadas em Maceió e no Recife. Em março do ano passado começamos o trabalho e só as filmagens duraram três semanas, mas tem toda a parte da pré-produção e montagem, entre outros pontos que fazem parte da elaboração de um filme. Agora estamos no Rio de Janeiro para finalizar este trabalho, que passará por alguns retoques como correção da cor, por exemplo.

 

                                                                  PROGRAMAR PARA 12H15

O curta-metragem pernambucano Sem Coração é o único representante do Brasil no Festival de Cannes 2014. Dirigido por Nara Normande e Tião, o filme participa da mostra Quinzena dos Realizadores.

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Festival de Cannes divulga indicados deste ano

Sem Coração conta a história de Léo, um adolescente de classe média urbana que vai passar férias na casa de um primo, numa pequena vila pesqueira. Durante sua estadia, o rapaz conhece uma menina chamada "Sem Coração".

Os dias na praia proporcionam a Léo novas descobertas, abordando no curta a importância de experiências ainda não vividas. Os atores principais são todos estreantes no cinema: Eduarda Samara (Sem Coração), de 14 anos; Rafael Nicácio (Léo), 15; e Ricardo Lavenère (Vitinho, o primo), de 14. A preparação dos atores foi realizada por Maeve Jinkings (O Som ao Redor).

O curta-metragem foi rodado em sua maior parte no litoral norte de Alagoas, entre as cidades de São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras. Os atores principais foram selecionados em testes realizados nesse Estado.

O Festival de Cannes escolheu uma foto do italiano Marcello Mastroianni, ator predileto do cineasta Federico Fellini, para o cartaz oficial da 67ª edição do evento, que acontecerá de 14 a 25 de maio.

Marcello Mastroianni ocupa assim o lugar do casal Paul Newman-Joanne Woodward, escolhidos ano passado para o cartaz.

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"Com Marcello Mastroianni e Federico Fellini, celebramos um cinema livre e aberto ao mundo, manifestando a importância artística do cinema italiano e europeu por meio de suas figuras mais solares", anunciou a organização do festival.

O cartaz de cor sépia é um retrato do ator aos 40 anos, praticamente um close, no qual Mastroiani olha por sobre os óculos escuros.

O cartaz foi produzido a partir de uma imagem do filme "Fellini 8 1/2", um clássico absoluto exibido em Cannes em 1963.

A filha do ator, Chiara Mastroianni, disse que está "muito orgulhosa e comovida" com a homenagem ao pai".

"O cartaz é muito belo e muito moderno", disse, antes de completar que expressa "uma doce ironia e a arte do desapego".

"Totalmente ele!", afirmou.

Marcello Mastroianni, que faleceu em 1996 aos 72 anos, trabalhou com os grandes diretores do cinema italianos (Risi, De Sica, Comencini, Scola, entre outros) e internacionais (Malle, Angelopoulos, Oliveira, Altman).

O júri do 67º Festival de Cannes será presidido pela diretora neozelandesa Jane Campion, que recebeu a Palma de Ouro em 1993 por "O Piano".

"Grace de Mônaco", filme biográfico do francês Olivier Dahan, com Nicole Kidman no papel principal, abrirá o Festival de Cannes em pré-estreia mundial, anunciaram os organizadores. O filme será exibido no dia 14 de maio dentro da seleção oficial fora de competição e estreará no mesmo dia em vários países.

O filme de Olivier Dahan está centrado num momento da vida da atriz americana Grace Kelly, que virou Grace de Mônaco depois de casar com o príncipe Rainier III em 1956. Seis anos mais tarde, num período em que tinha dificuldades para assumir suas funções de princesa, Alfred Hitchcock propôs que ela voltasse a Hollywood para atuar em seu filme "Marnie - Confissões de uma ladra".

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No elenco também estão Frank Langella, Parker Posey, Jeanne Balibar, Sir Derek Jacobi e Paz Vega, no papel de Maria Callas.

A diretora neozelandesa Jane Campion, única mulher a receber uma Palma de Ouro por O Piano, presidirá o júri do 67º Festival de Cannes, que acontecerá entre os dias 14 e 25 de maio, anunciaram os organizadores. "É uma grande honra para mim ter sido eleita para presidir o júri. E, para dizer a verdade, estou muito ansiosa", declarou em um comunicado a cineasta de 59 anos, que substitui o produtor e diretor americano Steven Spielberg.

Jane Campion é um caso único na história do festival francês, tendo recebido duas Palmas de Ouro, a primeira em 1986 por seu curta-metragem Peel, quando ainda era uma desconhecida, e a segunda em 1993 por O Piano. Este mesmo filme foi premiado com o Oscar de melhor roteiro e sua estrela, a atriz Holly Hunter, premiada no Festival de Cannes e com o Oscar de interpretação.

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Jane Campion também será a primeira diretora genuína a presidir o júri do Festival de Cannes. As presidentes anteriores eram atrizes, como as francesas Isabelle Huppert em 2009 e Isabelle Adjani em 1997, embora a musa de Ingmar Bergman, a norueguesa Liv Ullmann, presidente em 2001, também tenha dirigido vários filmes.

Nascida em uma família de artistas, Campion estudou antropologia e pintura antes de dedicar-se ao cinema. A cineasta acaba de emplacar um grande sucesso comercial e de crítica com a série de televisão Top of the lake, co-produção entre Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha filmada na Nova Zelândia.

O cinema da Fundação volta do recesso com a exibição de Azul é a cor mais quente. O filme estreou no início de dezembro e agora ganha uma semana de exibição do cinema da Fundaj. 

Azul é a cor mais quente terá duas sessões por dia, de sexa-feira (3) a quinta (9), nos horários de 16h e 19h30, com exceção da segunda (6) já que o cinema da Fundação não funciona neste dia. 

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O filme venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2013 e conta a história da vida de Adéle, que conhece Emma com a qual terá sua primeira paixão por uma mulher. A classificação do filme é para maiores de 18 anos.  

O filme coroado em Cannes com a Palma de Ouro, La vie d'Adèle, uma história de amor entre duas mulheres, foi vendido para dezenas de países, incluindo Brasil, México, Colômbia e Espanha, indicou nesta terça-feira (29) a produtora. Dirigido pelo franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, o filme contém imagens explícitas de amor lésbico jamais vistas no Festival de Cannes.

Apesar de suas três horas de duração, La vie d'Adèle, que já havia sido vendido para muitos países, principalmente da Europa, atraiu o interesse de outros distribuidores em todo o mundo "graças a crítica favorável" recebida em Cannes, declarou à AFP Brahim Chioua, diretor-geral da Wild Bunch, que produziu o filme. O filme será distribuído no Canadá, Hong Kong, Coreia, Nova Zelândia e Rússia, e há negociações em curso na Venezuela, Peru, Bolívia, Equador e Argentina, indicou.

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A Tunísia, onde Kechiche nasceu, também comprou os direitos do longa. O diretor afirmou que os distribuidores no Oriente Médio ainda não viram o filme, que é inspirado no HQ Le Bleu Est une Couleur Chaude, de Julie Maroh, sobre o amor de uma adolescente e uma artista de cabelo azul. Os distribuidores de países do Oriente Médio "vão assistir o filme, mas principalmente para exibi-lo em festivais, mais do que nos cinemas", considerou.

O diretor reconheceu em Cannes que, "provavelmente", receberá pedidos de cortes de cenas de sexo entre as duas mulheres. "Nós vamos estudar" estes pedidos, disse Kechiche, lembrando que "são coisas a serem discutidas com os distribuidores estrangeiros."

La Palme (de)culotée - A Palma sem calcinhas de Abdellatif Kechiche virou manchete dos principais jornais franceses, dividindo as capas com as manifestações de anteontem em Paris, contra e a favor o casamento gay. Os franceses ainda não se recuperaram do choque que foi ver Dominique Strauss-Kahn, o ex-presidente do Banco Mundial - que protagonizou escândalo de assédio sexual -, fazer a montée des marches do maior festival do mundo.

Na terça (27) ainda se comentava como DSK conseguiu seu convite sem que ninguém da imprensa soubesse, mas o assunto dominante era a audaciosa decisão de Steven Spielberg e seus jurados, avaliando as gráficas cenas de sexo entre Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux. Elas parecem tão reais - na entrevista que deu à reportagem, Adèle repetiu com alguma exasperação que c'était faux, era falso. Ela faz questão de dar seu apoio ao casamento entre iguais, mas também de deixar claro que não é sua praia.

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Adèle, de resto, dedicou o prêmio a seu amor - e ele estava na plateia, sentado com os pais dela. Le Figaro, Libération, Nice Matin. A vitória da França foi saudada com uma revanche do cinema e da juventude franceses. No palco do Grand Theatre Lumière, Kechiche já havia dedicado seu filme aos jovens, ao seu "espírito de liberdade e vivre ensemble", que deveria servir de farol para a sociedade inteira.

Velhas histórias foram lembradas, como a de que, anos atrás, o diretor artístico de Cannes Thierry Frémaux recusara La Graine et le Moulet, O Segredo do Grão, também de Kechiche, e desta vez, como para se redimir, aceitou A Vida de Adèle praticamente na véspera do anúncio da seleção oficial. Como se resumindo o sentimento geral, Philippe Dupruy escreveu, em Le Nice Matin, que era preciso agradecer a Spielberg não apenas por essa lição de cinema, mas também de civilidade. "Thank you, Mr. Spielberg, este belo filme mostra a importância de viver livremente, de se expressar e amar livremente."

Para Le Figaro, foi um Palmarès "de cortar o fôlego" e o enviado do jornal à Croisette, Eric Neuhoff, disse que o presidente do júri, suspeito de puritanismo, surpreendeu todo mundo com sua Palma erótica e passional. Na coletiva do júri, após a premiação, ao mesmo tempo que minimizava a dimensão política da escolha, M. le Président deixou claro que todos os jurados são artistas e, como tal, têm sensibilidade para entender e aceitar a carga de paixão que Kechiche e suas atrizes colocam na tela. Júri, aliás, fez história outorgando uma Palma tríplice. Em anos anteriores, o prêmio atribuído algumas vezes ex-aequo, ou seja, dividido em dois, mas Spielberg e seus jurados dividiram a Palma em três, entre Kechiche e suas atrizes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na coletiva de apresentação do júri, seu presidente, o cineasta norte-americano Steven Spielberg, disse que Cannes é o lugar perfeito para se celebrar o cinema do mundo. Neste domingo (26), após a premiação, ele reafirmou o que havia dito antes. Spielberg e seus jurados podem ter feito algumas escolhas discutíveis, ou se esquecido de filmes importantes, mas foram corajosos, ousados - e no geral fizeram a coisa certa.

A Palma de Ouro para A Vida de Adèle, do tunisiano Abdellatif Kechiche, não apenas premiou o indiscutível melhor filme da seleção oficial - referendado pelo prêmio da crítica, no sábado -, como se estendeu a duas atrizes, Adèle Axerchopoulos e Lea Seydoux, que receberam diplomas e subiram ao palco com o diretor.

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Monsieur le president (Spielberg) justificou a tríplice escolha. "A colaboração entre o diretor e suas atrizes é tão intensa e radical que só se pode pensar nesse filme como uma coisa orgânica. Se a escolha do elenco fosse apenas 3% errada, A Vida de Adèle não teria causado a intensa emoção que provocou."

O filme conta a historia da descoberta da homossexualidade por uma garota, que vive uma forte relação com outra mulher. Adèle Axerchopoulos e Lea Seydoux têm cenas íntimas que beiram o sexo explícito. A Palma de Ouro consagra um filme e um tema que viraram tabu na Franca.

Em todo o país ocorrem manifestações contra o casamento gay. Seria o prêmio político, podendo ser considerado uma afirmação do júri em defesa da diversidade?

"Em primeiro lugar, elas não chegam a se casar formalmente, mas a verdade é que essa discussão de gênero nunca se impôs. A Vida de Adèle conta uma belíssima história de amor, e foi isso que nos seduziu", afirmou Spielberg.

VENCEDORES

Palma de Ouro - A Vida de Adèle (França), de Abdellatif Kechiche

Grande Prêmio - Inside Llewyn Davis (EUA), de Joel e Ethan Coen

Prêmio do Júri - Like Father, Like Son (Japão), de Hirokazu Kore-eda

Ator - Bruce Dern, por Nebraska (Estados Unidos)

Atriz - Berenice Bejo, por Le Passe (França)

Diretor - Amat Escalante (México), por Heli

Caméra d'Or - Ilo Ilo (Singapura), de Anthony Chen

Un Certain Regard - L'Image Manquante (França), de Rithy Panh

Roteiro - A Touch of Sin (China), de Jia Zhangke

Curta-metragem - Safe (Coreia do Sul), de Moon Byoung-Gon

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O júri da Queer Palm, prêmio independente consagrado aos filmes exibidos em Cannes que tratam das questões homossexuais, escolheu L'inconnu du lac como vencedor, neste sábado à noite. Apresentado na seleção Un certain regard, o filme de Alain Guiraudie causou burburinho em Cannes por seu tratamento da sexualidade gay.

O filme, que será proibido para menores de 16 quando chegar ao circuito comercial, conta a história de Franck (Pierre Deladonchamps), um jovem homossexual que se apaixona por Michel (Christophe Paou), um homem bonito e perigoso, com o qual ele vive uma paixão. Os organizadores do prêmio fizeram uma homenagem, neste sábado à noite, à nova lei francesa sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

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Este ano, o júri foi presidido pelo diretor português João Pedro Rodrigues, de O Fantasma (2000), Odete (2005) e Morrer como um homem (2009). Entre os jurados, estavam o produtor britânico Daniel Dreifuss, o diretor Michel Reilhac e o jornalista Nicolas Gilson.

O filme A vida de Adèle, do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, que relata a história de um amor entre lésbicas, recebeu neste sábado o prêmio Fipresci concedido pela crítica estrangeira, anunciaram os organizadores. O filme no qual a jovem Adèle Exarchopoulos, até agora quase desconhecida, divide a tela com Léa Seydoux, contém cenas de sexo explícito e está entre os favoritos para a premiação final do Festival de Cannes, que será entregue no domingo.

Na sessão Um Certo Olhar, a Fipresci (Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica) recompensou Dast Neveshtehaa Nemisoozand, do iraniano Mohammad Rasoulof. Na Quinzena dos Realizadores e na Semana da Crítica, os críticos internacionais premiaram Blue Ruin, do norte-americano Jeremy Saulnier, exibido na Quinzena.

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Conhecida ao mesmo tempo como Judy, a cantora loura, e Madeleine, a loura inacessível, aos 80 anos, Kim Novak continua sendo a inesquecível atriz de "Um corpo que cai", de Alfred Hitchcock. Convidada de honra do 66º Festival de Cannes, a atriz americana passará no sábado pelo tapete vermelho para a exibição da cópia restaurada desse grande clássico que o mestre do suspense classificava de "história de amor com clima estranho".

Em 1958, esse duplo papel levou Kim Novak, então com 25 anos, ao auge de sua carreira. Destinado inicialmente a Vera Miles, "esse papel era para mim porque minha insegurança fundamental deu a profundidade à personagem", disse ela. "O cenário me reenviou ao que eu vivia na época: a história de uma mulher que é forçada a ser alguém que ela não é".

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Nascida no dia 13 de fevereiro de 1933 em Chicago (Illinois) filha de pais de origem tcheca, aquela que sempre sonhava com uma carreira artística começou a ganhar sua vida como modelo, vendedora e assistente de consultório dentário antes de ir viver em Los Angeles.

Com silhueta escultural, beleza fria e voz grave, a jovem de 1,68 m logo foi notada por um agente da Columbia, que procurava uma atriz para rivalizar com Marilyn Monroe. Por ironia do destino, Kim se chamava na época Marilyn, seu nome de nascimento. Aos 21 anos, pediram que ela mudasse o nome para Kit Marlowe. Ela não aceitou e escolheu o nome Kim.

A atriz se destacou por sua interpretação em "L'homme au bras d'or" (1955), de Otto Preminger, pela qual ganhou o Globo de Ouro de revelação feminina.

Mas a vida de Kim teve uma reviravolta quando ela sofreu dois acidentes de carro e perdeu sua casa em Bel Air, tudo no ano de 1966. Kim deixou Hollywood e foi viver em Carmel para se dedicar principalmente à pintura. Hoje ela vive na costa do pacífico com seu segundo marido, Robert Malloy, um veterinário que ela conheceu em 1974.

Kim Novak fez aparições esporádicas no cinema até 1991, como em "Le miroir se brisa" (1980) ao lado de Elizabeth Taylor.

Os curtas brasileiros Pátio e Pouco mais de um mês marcaram presença em mostras paralelas do Festival de Cannes, concorrendo com outras oito produções. Pátio, de Ali Muritiba, retrata o cotidiano de presos que jogam futebol, dançam capoeira e falam sobre liberdade. A filmagem é feita de trás das grades do presídio. A produção compete com outras oito na Semana da Crítica do festival.

O Brasil também está representado na Quinzena dos Realizadores, com Pouco mais de um mês, de André Novais Oliveira, que explora jogos de luz para contar a história de um casal que se conheceu recentemente, na vida real e na ficção. O cineasta prepara seu primeiro longa, Ela volta na quinta.

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Apesar de não haver nenhum representante da América Latina entre os nove curtas que disputam a Palma de Ouro neste domingo, o Festival de Cannes exibiu criações de vários autores latinos em várias seções. Além do Brasil, há filmes de Colômbia, Chile e Argentina. Em alguns casos, são prévias de projetos cinematográficos mais ambiciosos.

Além dos filmes que passaram pelas seleções oficial e paralela, há em Cannes o Short Film Corner, um fórum de discussões e contatos em estão inscritos centenas de curtas-metragens do mundo inteiro.

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