Tópicos | Lady Driver

A partir do próximo sábado (19), a população feminina da Região Metropolitana do Recife será contemplada com o início do funcionamento do aplicativo de transportes Lady Driver. Com o objetivo de assegurar o direito de ir e vir com segurança das mulheres, a empresa oferecerá os seus serviços de viagens apenas para motoristas mulheres e passageiras.

Segundo o app, que foi criado em 2017, a sua operação deseja contribuir com a diminuição da insegurança enfrentada pelo público feminino em aplicativos de transporte no país. A empresa afirma que 85% dos clientes que utilizam os serviços são mulheres, no entanto, 97% delas ainda enfrentam assédios, importunações e constrangimento dentro dos veículos de viagens no Brasil.

##RECOMENDA##

O Lady Driver, que foi criado por uma brasileira que foi vítima de assédio dentro de um carro, garante que, em seis anos de fundação da startup, nunca foi registrado um incidente envolvendo motorista e passageira em um veículo da operadora. Outro diferencial do app é que a empresa tem a autorização para transportar crianças de 8 a 16 anos e pessoas idosas acima dos 65 anos.

Em situações nas quais a passageira esteja acompanhada por um homem, ele poderá viajar junto, porém terá que desembarcar antes ou na mesma parada da cliente que solicitou o serviço. Não existem restrições para a quantidade de homens, desde que a viagem seja solicitada por mulheres e que respeite a regra máxima de ocupantes no veículo.

A empresa já é consolidada no território nacional, funcionando em mais de 200 cidades, como Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Goiânia, Fortaleza e Florianópolis. Com o sucesso, o Lady Driver tem planos de expansão internacional.

Veja as regras:   

- A motorista precisa ter cadastro junto ao Detran para pessoas que exercem atividade remunerada. Sendo assim, a profissional precisa ter uma observação EAR na Carteira Nacional de Habilitação (CNH); 

- Os veículos devem ter no máximo 10 anos de uso; 

- CNH com no mínimo dois anos de registro; 

- O download do app para motoristas.

Depois de sofrer assédio de um motorista de aplicativo, Gabryella Corrêa criou seu próprio aplicativo de transporte, o Lady Driver, que só aceita motoristas do sexo feminino e atende exclusivamente mulheres. 

O Lady Driver foi oficialmente criado no dia 8 de março de 2017, dia internacional da mulher, com 1,8 mil motoristas. Hoje, tem mais de 35 mil motoristas cadastradas na região metropolitana de São Paulo e também no Rio de Janeiro. Foi considerado pelo jornal  britânico Financial Times o maior aplicativo feminino do mundo e também foi indicado ao “Prêmio Cláudia 2018”, que destaca mulheres que fazem a diferença em diversas áreas.

##RECOMENDA##

Gabryella começou a trabalhar aos 15 anos de idade, ajudando o pai que era dono de uma oficina, autopeças e transportadora. "Eu já trabalhei no setor automotivo há 15 anos, então eu sempre tive que lidar muito com homens no trabalho, mas nunca me intimidei com isso, sempre busquei o meu lugar, mostrei que a mulher tem lugar em profissões que são consideradas masculinas, seja no transporte, tecnologia, entre outros. Quando a gente faz um trabalho bem feito, conseguimos conquistar nosso espaço", afirma.

Para as mulheres que trabalham como motoristas, o aplicativo acabou se tornando uma fonte de renda e uma opção para driblar o desemprego. É o caso de Renata Magnus da Silva Figueiredo, 33 anos.  Formada em administração de empresas, ela não conseguia emprego e começou a trabalhar como motorista de aplicativos, há aproximadamente um ano. "Eu sempre gostei muito de dirigir, tenho habilitação AB e eu já tinha pensado em trabalhar nesse segmento mas tinha medo. Quando eu descobri Lady Driver em uma propaganda eu decidi trabalhar e tentar algo diferente”, conta.

Além disso, as condutoras se sentem mais seguras lidando só com mulheres. Norma Bernardo Brito dos Santos, 54 anos, é motorista há dois anos e trabalha com outros dois aplicativos de transporte, mas prefere trabalhar com o Lady. "Trabalhar com mulher é bem melhor, é mais confortável, as tarifas do aplicativos também são melhores pra mim. A melhor coisa que apareceu no mercado foi o Lady, pelo menos para as mulheres”, diz.

Para as clientes, a sensação de segurança é um diferencial importante. A arte-educadora Nathalia Bevilacqua Aguiar, 30 anos, já utiliza o aplicativo há um ano e se sente mais segura usando o Lady Driver. "Como mulher, estou cansada de ouvir casos de assédios e abusos de motoristas homens de aplicativos. Também o fato de ser uma iniciativa feminina me levou a incentivar o projeto”, explica.

Porém nem tudo são rosas e as usuárias esbarram em dificuldades, como a escassez de veículos para atender a demanda. "É difícil encontrar motoristas fora do centro expandido de São Paulo, mas ainda tento, apesar de ter que usar outros aplicativos algumas vezes", conta Nathalia. 

A criadora do Lady Driver confirma que ainda não há motoristas em algumas regiões da cidade. "A gente tem uma grande concentração de motoristas na parte central de São Paulo. Como o serviço está crescendo a cada dia, na área que estamos atendendo, que é o centro expandido da cidade, é muito rápido para encontrar uma motorista disponível. Acredito que a questão da falta de motoristas em outras regiões é porque ainda não tem o serviço e elas gostariam que tivessem para poder atendê-las”, avalia.

 

Está em funcionamento desde março deste ano em São Paulo o aplicativo Lady Driver, que funciona da mesma forma que outros apps de transporte, mas com um diferencial: só há motoristas mulheres. Em menos de seis meses, a empresa já cadastrou cerca de 8 mil motoristas na capital e em Guarulhos, na Grande SP, e agora quer expandir o serviço para o Rio. Apenas mulheres podem usar o serviço

A fundadora e hoje CEO da Lady Driver criou o serviço após ter sofrido assédio. "Ele (o motorista) me buscou na porta de casa e chegou a mudar o caminho. Cheguei bem, graças a Deus, mas comecei a pensar quantas mulheres passam por isso diariamente. A gente se sente mais segura e tranquila com outra mulher", disse Gabriela Correa, de 35 anos, que comanda a empresa, que tem 15 funcionários.

##RECOMENDA##

Ela destaca que o serviço acabou servindo para proteger as profissionais. "Era uma demanda das mulheres que dirigiam e para quem ninguém olhava. Valorizamos o trabalho delas", disse.

Gabriela diz que o aplicativo funciona como forma de chamar atenção para a causa. "As mulheres passam por situações difíceis com frequência, mas não falam, têm vergonha. O nosso trabalho serve para mostrar que temos voz, que o assédio não é uma coisa rara."

Clara Averbuck

A escritora Clara Averbuck, de 38 anos, denunciou nesta segunda-feira (28) em sua página no Facebook que foi vítima de estupro e agressão física cometidos por um motorista do Uber. A empresa afirma ter banido o motorista.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando