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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesse domingo (18), em Estocolmo, na Suécia, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não vai deixar o governo. Dilma fez uma declaração enfática em sua primeira entrevista após crescerem os rumores sobre a suposta saída de Levy, alvo de críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de setores do PT e do próprio governo.

Na sexta-feira (16), em Brasília, durante uma reunião da Junta Orçamentária do governo, surgiram rumores de que o titular da Fazenda entregaria o cargo. A assessoria de Levy e auxiliares de Dilma negaram que ele tivesse pedido demissão.

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O ministro, porém, já disse a interlocutores que pretende deixar o cargo no fim do ano, caso o "fogo amigo" contra ele continue no PT e no governo, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo. Até dezembro, ele espera aprovar as medidas do pacote fiscal.

Demonstrando irritação com as perguntas sobre o assunto, a presidente tentou ontem encerrar o tema. "Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto", afirmou Dilma, na chegada ao Grand Hotel, após encontro com os monarcas da Suécia, o rei Carlos XVI e a rainha Silvia. "Qualquer coisa além disso está ficando especulativo. Vocês (os jornalistas) não farão especulação a respeito do ministro da Fazenda comigo."

A presidente negou que a eventual saída de Levy tenha sido discutida na reunião realizada na sexta-feira e da qual participaram o próprio ministro, além do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. "O que nós conversamos na sexta-feira foi sobre quais são os próximos passos e qual é a nossa estratégia no sentido de que se aprovem as principais medidas sobre o equilíbrio fiscal", disse. "Não se tocou no assunto (demissão)."

‘Instabilidade’

Dilma disse ainda que Lula - defensor da ida do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para a Fazenda - não solicitou a substituição do atual titular da pasta. "Ele nunca me pediu nada (a respeito). Quando quer alguma coisa, o presidente Lula não tem o menor constrangimento de falar comigo", afirmou.

A pressão de Lula e do PT sobre Levy tem aumentado porque não há melhora no ambiente econômico. Na semana passada, o ex-presidente afirmou, durante congresso da CUT, que Dilma tinha adotado o discurso da campanha tucana na economia. Em reunião prevista para o dia 29, o Diretório Nacional do PT promete defender o "Fora Levy" e uma guinada na atual política econômica.

Indagada sobre se concordava com a avaliação feita pelo presidente do PT, Rui Falcão, que, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que ou Levy muda sua política econômica, ou deve sair do governo, Dilma deixou clara a divergência com a direção partidária. "O presidente do PT pode ter a opinião que ele quiser. Mas não é a opinião do governo", disse ela. "Se eu disse que não é a opinião do governo, o ministro Levy fica."

A assessoria do Ministério da Fazenda informou nesta sexta-feira (16) que não há uma carta de demissão do ministro Joaquim Levy. Há rumores de que o ministro tenha redigido uma carta de demissão. Hoje, o ministro cancelou sua ida à São Paulo e está, nesta tarde, reunido com a presidente Dilma Rousseff e a Junta Orçamentária (Casa Civil e Planejamento).

Em jantar com a presidente Dilma Rousseff na noite de quinta-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que Levy, tem "prazo de validade". No encontro com Dilma, ele pediu mudanças na política econômica para sair da crise e defendeu o afrouxamento do ajuste fiscal.

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Levy e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, são alvos constantes do ex-presidente. O Diretório Nacional do PT vai se reunir no próximo dia 29, em Brasília, e cobrará, mais uma vez, a substituição do ministro da Fazenda, além de um "novo eixo" para a política econômica, com crescimento e distribuição de renda.

No mercado financeiro, os investidores reagiram negativamente hoje às notícias de que Levy poderia ser demitido. Ainda mais porque não se sabe quem poderia substituí-lo e, pior, se a atual política de ajuste fiscal continuaria. O dólar à vista negociado no balcão subiu 1,05%, aos R$ 3,8400, interrompendo uma série de duas sessões de perdas, influenciado também pelo exterior. Na semana, houve alta acumulada de +2,64%.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta quinta-feira (8) que não lamenta ter aceitado o convite da presidente Dilma Rousseff para ser ministro. "Não é ruim trabalhar para seu país quando você tem um objetivo claro, que é preparar uma economia para passar pelos ajustes e para o caminho do crescimento", disse, ao ser questionado por um jornalista se ele se arrepende de ter ido para Brasília. O ministro fez as declarações em evento durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Lima.

Em outro momento, Levy foi questionado se o Brasil está preparado para enfrentar uma eventual fuga de capital por conta de mudanças que ocorrem na economia mundial. Ele disse que não espera ver fuga de recursos do País neste momento. "Não há razões para saída maior de capital do Brasil neste momento", afirmou, destacando que o Brasil passa por um reequilíbrio este ano. "Se permitirem o ajuste, a economia vai se ajustar", disse.

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Emergentes

Levy também afirmou que o Brasil e os emergentes estão melhor preparados para lidar com os desafios que as mudanças na China e a elevação dos juros nos Estados Unidos devem trazer para a economia mundial. "Estamos de muitas formas preparados para enfrentar estas mudanças."

"As mudanças na China são importantes, mas quando você olha em muitos mercados emergentes, em particular na América Latina, a força da economia está muito diferente agora do que era há 15 anos", disse ele. O ministro afirmou ainda que muitos países emergentes não têm bolhas de ativos, problemas financeiros ou alavancagem financeira excessiva. "Isso nos dá uma condição de lidar com o novo ambiente."

Levy reconheceu que a baixa confiança dos agentes tem tido impacto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com as pessoas adiando decisões. "O Brasil é uma economia ampla e tem muita flexibilidade para responder às mudanças", disse ele, destacando que a desvalorização do real tem permitido que o setor industrial se recupere.

"Todo mundo que tem um choque real está em recessão", disse Levy, ao ser questionando pelo moderador do evento, o apresentador da CNN, Richard Quest, por que o Brasil está com a economia em forte contração neste momento. "Muitos de nós agora temos colchões em termos de reservas internacionais que podem ser amortecedores como não tínhamos antes", disse o ministro.

O Brasil e outros emergentes, de acordo com Levy, têm procurado avançar na agenda de investimentos estruturais. Ele mencionou que o dinheiro para financiar estes projetos deve vir especialmente do setor privado.

O ministro da Fazenda afirmou nesta quarta-feira (7) que a desindexação da economia é importante e que reduz as dificuldades de conduzir a política monetária e a torna menos onerosa. Conforme antecipou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o ministro apoia a desindexação e está começando os trabalhos com o setor elétrico.

"Conseguimos alcançar a estabilidade da moeda, mas como a gente ainda tem essa lembrança do tempo inflacionário e de que tudo tem que ter um reajuste igualzinho olhando para trás e é a única coisa que todo mundo olha, para trás, a gente acaba tendo inércia na economia, o que dificulta e que torna a política monetária mais difícil de ser conduzida e mais onerosa", disse, durante o V Congresso Internacional sobre Qualidade do Gasto Público, em Brasília.

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Segundo Levy, a decisão de começar com o setor elétrico foi negociada com o segmento, que, segundo ele, tem ido bem e enfrentado desafios da seca com muita transparência. "A gente já começou de maneira muito focada e negociada na parte da energia para as (indústrias do) setor eletro intensivo, está sendo agora aprovada pelo Congresso e foi negociada com o setor", ressaltou.

No setor privado, o ministro da Fazenda citou Gerdau como um dos apoiadores da desindexação. "Há grandes defensores no setor privado para que a gente passe para a desindexação e diminua os grilhões que nos amarram ao passado. O doutor Gerdau é um dos que mais defende esse assunto para que a gente olhe para frente toda vez que discuta preços e contratos e isso vai facilitar a queda de juros do futuro". "Então, começar esse trabalho da desindexação é importante e é uma das coisas estruturais junto com a própria reorganização da arquitetura financeira e financiamento da economia e temos que começar a trabalhar se estamos querendo ter certeza que o crescimento que teremos assim que resolver as questões fiscais imediatas serão sustentáveis", continuou.

O ministro defendeu ainda a necessidade de medidas concretas para possibilitar a desindexação. "Temos que estar estudando medidas concretas, que não são necessariamente radicais, são medidas que você vai construindo ao longo do tempo", ponderou. Levy ressaltou ainda que ter como foco a inflação futura é mais importante para a tomada de decisões e isso deve ser levado em consideração na discussão sobre preços e contratos.

Eficiência do gasto público

Levy ressaltou a necessidade de o governo melhorar a eficiência do gasto público. Segundo ele, é preciso estar atento à capacidade da sociedade de financiar os custos das atividades que o governo faz para atender às demandas da própria sociedade.

O ministro citou serviços essenciais à produção, como a defesa sanitária. "Se a gente não tem esse serviço funcionando adequadamente mesmo que de forma delegada para Estados e municípios, temos dificuldade de fazer a economia exportar e não somos reconhecidos em outros países", afirmou. Para o ministro, o importante é que o governo esteja sempre prestando atenção em como e em o que ele está gastando para que os recursos públicos tenham o melhor destino.

O dirigente da Fazenda ressaltou os custos obrigatórios do governo com aposentadoria, saúde e programas de assistência social. "No Brasil, 40% do custo do gasto público do governo federal é com aposentadorias, outra parte significativa é com a saúde e temos também vários programas assistenciais de transferência de renda que são muito importantes", disse.

IRB

O ministro afirmou nesta quarta-feira que ainda não tomou uma decisão quanto ao adiamento de abertura de capital do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). "Ainda não tomei decisão nenhuma sobre o IRB", disse.

No início do mês, o governo decidiu adiar a abertura de capital da Caixa Seguridades. As operações foram anunciadas pelo governo e são necessárias para que o governo cumpra a meta fiscal de 2015.

Com o adiamento, as receitas podem não entrar no caixa este ano. O governo conta com R$ 5 bilhões em concessões e permissões em 2015. A meta de superávit para a União é de R$ 5,8 bilhões.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, viajam na quarta-feira (7) para Lima (Peru) para participar da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial e da reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20. A informação está publicada em despacho no Diário Oficial da União.

Tanto Levy quanto Tombini ficarão afastados do País para os eventos até o dia 11 de outubro, próximo domingo. Durante a viagem, Tombini ainda irá proferir palestras e participar de reuniões com investidores.

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a dizer nesta segunda-feira, 05, que a CPMF tem mostrado papel importante no processo de ajuste fiscal, assim como foi relevante em 1999, quando a economia brasileira também passou por ajustes. Ele ressaltou que, no entanto, o tributo tem de ser provisório. "A CPMF até agora tem mostrado ter papel importante (no ajuste fiscal), como ela teve no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o presidente teve que trazer o Brasil de volta a uma rota de equilíbrio", afirmou Levy. "Demorou uns 'mesezinhos', mas (a CPMF) foi fundamental na arquitetura de reequilíbrio naquela época", afirmou Levy, após participar de seminário da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Mais cedo, o ministro já havia dito que a CPMF foi o "coração" do ajuste promovido na economia em 1999. Levy destacou, porém, que o projeto para a recriação da CPMF agora não teve alterações em relação ao enviado pelo governo ao Congresso. Ao ser anunciado como novo ministro da Saúde, Marcelo Castro defendeu que o tributo fosse permanente e incidisse sobre operações tanto de débito quanto de crédito.

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"A CPMF é aquela que o governo mandou e é temporária. Ela tem de ser provisória. A CPMF é para a gente criar uma ponte para chegar com segurança onde a gente quer: um País com mais investimento e infraestrutura funcionando melhor", afirmou Levy.

Levy disse também que, passada a reforma ministerial, o Brasil tem condições de "focar em trazer a estabilidade fiscal". "A presidente Dilma está muito focada nesse assunto. Temos amanhã a votação dos vetos. Cada veto que é mantido é um imposto a menos que temos que pagar e um passo a frente em a gente voltar a crescer", afirmou.

Ainda assim, para garantir a retomada da economia, segundo Levy, é preciso aprovar o Orçamento de 2016 com o superávit primário de 0,7% do PIB, como proposto pelo governo. "Vai ser fundamental a gente continuar olhando o lado da despesa, ver como a gente vai tratar as despesas de longo prazo, em especial a despesa obrigatória", disse o ministro.

Para Levy, o Orçamento de 2016 tem que ser "forte, um orçamento que traga confiança e nos ponha numa trajetória de crescimento já". Segundo ele, "resolvido o Orçamento de 2016, o crescimento de 2016 está contratado", a despeito das projeções da maioria dos economistas.

O líder governista do PSD, Rogério Rosso (DF), apresentou nesta sexta-feira, 2, requerimento para que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vá ao plenário da Câmara explicar fatores da crise econômica como a elevação da taxa de juros, a retração da produção industrial e o aumento do desemprego.

"Desde o início de 2015, foi alterada a condução da política econômica brasileira e os resultados que temos visto não são animadores", diz Rosso na justificativa do requerimento.

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Rosso vai pedir ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e aos demais integrantes do colégio de líderes que coloquem o requerimento em votação já na terça-feira, 6. "A deterioração da economia está muito acentuada", afirma Rosso.

O líder do PSD tem divergido de Levy. Os dois já chegaram a bater boca em reunião no Palácio do Planalto. Na ocasião, Rosso sugeriu a Levy que tirasse férias e colocasse em seu lugar alguém com perfil "desenvolvimentista".

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez nesta terça-feira (29) discurso bastante enfático sobre a necessidade de o governo, com o apoio da sociedade, promover o ajuste fiscal, durante participação na cerimônia de premiação do ranking Empresas Mais, elaborado pelo jornal o Estado de S. Paulo. Para o ministro, o desequilíbrio fiscal é a fonte de todas as incertezas. "Enquanto não acertarmos o fiscal, será muito difícil os juros caírem", disse.

Ainda de acordo com Levy, a queda da inflação também está associada ao ajuste fiscal. "Para a inflação cair, com queda dos juros curtos e longos, o fiscal precisa ser acertado", afirmou o ministro da Fazenda.

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Para ele, é preciso, antes de tudo, acertar a situação fiscal, pois isso é a maior fonte de incerteza para todo mundo. Segundo Levy, para o Brasil sair da crise é preciso uma linha clara de ação e o governo está tentando transmitir isso.

"Como eu tenho dito, é a estratégia 1, 2 e 3. Primeiro a gente acerta o fiscal, que é a maior fonte de incerteza pra todo mundo, porque as pessoas não sabem como vão ser os impostos em um, dois, dez anos. Tem de cortar onde tem de cortar, mas olhando com realismo e sabendo as mudanças profundas que certas economias vão requer, senão é apenas espuma. E o Brasil não vai aceitar espuma", comentou Levy. Os outros dois passos da estratégia são o retorno de um crescimento saudável do crédito e depois a promoção de reformas estruturais.

Crises anteriores

O ministro lembrou da crise brasileira na década de 1980, com choques externos e incertezas políticas, que teve um custo muito alto. "O objetivo atual é evitar o longo processo que teve naquela época. A gente sabe como foi um caminho difícil, o que foi até chegar ao default. Não tem motivo para achar que esse é o caminho agora, depois de tudo que já se fez."

Segundo ele, nas crises anteriores, o Brasil não tinha o arcabouço institucional que existe hoje, inclusive na área fiscal, e também não havia a maturidade política atual. "O maior risco é a procura de soluções fáceis, mudando uma peça aqui e acolá e achando que vai resolver tudo."

O ministro da Fazenda lembrou que, quando um país passa por uma rápida desaceleração econômica, para acertar o fiscal "tem de pensar em receitas". "Outros países também recorreram a isso, pois as reformas e a diminuição de gasto demoram mais para acontecer e precisamos ter uma ponte segura para chegar ao outro lado."

Turbulência

Levy comentou a turbulência nos mercados financeiros nos últimos dias, em função das dúvidas sobre se o governo conseguirá obter as receitas necessárias, para mostrar a importância de ter uma política fiscal clara.

Ele explicou que além de medidas de curto prazo também é preciso pensar em reformas estruturais e o governo não está se furtando a isso. "Temos de estar preparados, e o governo tem procurado se preparar, talvez com erros, acertos, mas é muito claro que estamos nos preparando."

Levy lembrou ainda que o Brasil passou por um choque importante nos termos de troca e que pode enfrentar turbulências com a normalização da política monetária dos EUA.

Investimentos

Para o ministro da Fazenda, o ajuste fiscal trará de volta a confiança dos empresários e na esteira da volta da confiança, a retomada dos investimentos. "E com a volta dos investimentos os juros vão cair lá na frente", ressaltou.

Segundo Levy, o problema do Brasil não é a demanda, mas sim a oferta, mas com a volta dos investimentos, após o fiscal ser acertado, "veremos a volta da demanda e a política monetária podendo ser relaxada". "Temos que ser muito realistas com a relação fiscal e convencer a sociedade", disse o ministro, reiterando que depois de acertar o fiscal será vista a volta da confiança.

Previdência

O ministro afirmou que é preciso garantir a previsibilidade da Previdência no longo prazo. Segundo ele, o governo já está fazendo isso, com a criação de um fórum de trabalho para discutir mudanças estruturais. "O governo está criando consenso, porque é um tema pesado, grande", comentou durante a premiação do ranking elaborado pelo jornal o Estado de S. Paulo.

Para Levy, é indispensável estabelecer uma idade mínima de aposentadoria, para todos os regimes de Previdência. "Nós temos de fazer uma reforma que dure 20, 30 anos e aumente oferta de trabalho, até porque nosso bônus demográfico está acabando. É muito difícil crescer quando a força de trabalho diminui. A reforma da Previdência não tira direito de ninguém, ela aumenta crescimento, cria empregos."

Segundo ele, o governo está fazendo um esforço muito grande para garantir a manutenção dos vetos presidenciais no Congresso, inclusive com a aprovação de um projeto que alteraria um dos aspectos da política 85/95, que soma a idade com o tempo de contribuição.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, comemorou nesta quarta-feira (23) a manutenção de vetos presidenciais em sessão do Congresso da noite de ontem. Em fórum da OAB, o ministro disse que a votação foi conduzida de maneira "exemplar".

Levy ressaltou a ênfase dada pela presidente Dilma Rousseff em garantir que os vetos fossem mantidos, já que quase todos foram pensados para impedir aumento de gastos. "Cada um dos vetos que foi mantido contribuiu para a gente não ter mais impostos. O Brasil deu mostra de maturidade na votação de ontem", afirmou.

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O ministro afirmou que cada vez que se cria um novo gasto, cedo ou tarde haverá repercussão nos impostos. Para ele, é importante garantir solidez fiscal. Ao comentar os gastos do governo, Levy disse que o maior deles é o da Previdência, que será que R$ 500 bilhões em 2016, seguido do funcionalismo público, com previsão de R$ 250 bilhões no ano que vem. "O gasto tem que ser financiado através da dívida ou através de impostos", lembrou o ministro.

Para Levy, só é possível ter taxas de juros baixas com um arcabouço de disciplina fiscal. "Vamos crescer com segurança fiscal, que vai permitir a queda de juros", disse. Para ele, o Brasil vive um momento em que não há grandes gestos que vão mudar a economia, e sim um longo trabalho técnico.

O ministro da Fazenda afirmou também que é "fundamental entender" o desejo para a retomada do crescimento e que há uma estratégia para isso. "Todos temos que focar na volta do crescimento e criação do emprego", disse durante o Fórum de Segurança Jurídica e Infraestrutura da Ordem dos Advogados do Brasil. "Vivemos um momento muito rico, importante e temos que enfrentar realidade fiscal do País", ponderou o ministro.

Em uma fala frequente, Levy priorizou o equacionamento das despesas e a eficiência do gasto público. "Equacionamento da despesa e de eventual forma de garantir recursos são indispensáveis", disse. Para o ministro, o tamanho do estado brasileiro é definido pelos grandes programas. Em defesa do tema, o ministro ressaltou a importância da segurança jurídica e ressaltou a questão fiscal. "Segurança fiscal é o primeiro passo para a segurança jurídica", frisou.

Gastos

Para Levy, não se pode entrar no "frenesi" de diminuir gastos sem olhar objetivos. O governo tem sido alvo constante de críticas por apostar em grande parte na criação de impostos para sanar os problemas de orçamento. Partidos de oposição, entidades empresariais e movimentos da sociedade civil defendem que o ajuste seja feito justamente com corte de gastos.

O ministro ressaltou que é importante observar gastos como os de telefones celulares, aviões, helicópteros e ar condicionado de gabinetes, mas ponderou que o tamanho do Estado é definido pelos grandes programas. "E os grandes programas merecem ser visitados", declarou.

"Não pode entrar numa política sem análise que, no frenesi de diminuir gastos, se venha a deteriorar outros objetivos", afirmou. Levy levantou questionamentos sobre a sustentabilidade da Previdência Social. Para ele, é preciso ver se a prática de se aposentar aos 53 anos é sustentável, já que a expectativa de vida está em 83 anos e continua crescendo.

O ministro questionou ainda a participação "tão grande" da aposentadoria rural na Previdência. "Isso está alcançando o objetivo? Está protegendo o trabalhador?". Segundo o ministro, o mesmo acontece no caso do Seguro Defeso, pago a pescadores. "Não sei qual a contribuição da pesca no PIB, mas R$ 3 bilhões para proteger os estoques de peixe é significativo", afirmou.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira, 22, que o Brasil não pode ter a ilusão de que há formas "mágicas" ou "heterodoxas" para se chegar a um crescimento mais acelerado. Em evento promovido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Itamaraty, Levy destacou que o desafio do governo não é restaurar o passado, mas sim facilitar o futuro para a população.

"É importante estarmos muito antenados com o que está acontecendo no mundo e não apenas tentar reviver o passado", afirmou Levy. "As pessoas têm que ter confiança de que essa transição vai nos levar a uma economia mais aberta, dinâmica e vigorosa", acrescentou.

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O ministro disse ainda que a economia brasileira tem que ter cada vez mais conteúdo tecnológico e que é preciso produtividade para ter crescimento sólido. "Não podemos viver só do cartão de crédito, gastando o colchão fiscal", reiterou.

Inflação

Levy ressaltou a necessidade de o Brasil ter uma agenda de crescimento e desenvolvimento que envolva alcançar o equilíbrio fiscal e uma inflação suficientemente baixa. "Estamos em meio a um processo de ajuste macroeconômico, com uma inflação que começa a convergir para a meta depois de anos de desancoragem", acrescentou. "Uma agenda de crescimento nem sempre se constitui de gestos fáceis. Temos que enfrentar problemas estruturais."

O ministro lembrou que tem desenvolvido com o Congresso Nacional propostas de reformas estruturais que impliquem simplificação dos impostos. "Diminuir custo dos impostos é fundamental para as empresas contratarem mais", afirmou.

De acordo ele, é preciso descobrir como aproveitar a inserção de um grande número de pessoas no mercado de trabalho, vista nos últimos anos, e transformar isso em aumento de produtividade.

Levy ressaltou ainda que é necessário voltar a dar foco a questões como a contratação e a qualidade de projetos de infraestrutura. "Você só tem obra dentro de orçamento se tem um orçamento e um projeto claros", completou.

OCDE

Entre os assuntos que serão discutidos com a OCDE está a qualidade do gasto no Brasil. O ministro disse que gastos como a Previdência Social têm sempre que ser avaliados. Levy ressaltou que é importante rever os objetivos dos gastos e usar os recursos de maneira eficiente. "Em muitos países, o orçamento não é feito de forma inercial. Precisamos verificar o que se obteve com o que se gastou", acrescentou.

Levy destacou que a missão da OCDE representa um passo importante no processo de consolidação das relações com o Brasil e que a organização entende o desenvolvimento econômico de maneira ampla, que envolve inúmeros aspectos das políticas públicas, como educação, meio ambiente e saúde. "Isso para o Brasil é muito importante", avaliou.

Segundo o ministro, o Tribunal de Contas da União tem desenvolvido parceria com a OCDE, o que ele avalia como positivo.

O governo protelou na segunda-feira (21) o envio ao Congresso da proposta de emenda constitucional (PEC) que recria a antiga CPMF, contribuição que incide sobre a movimentação financeira. A previsão é que o Palácio do Planalto encaminhasse o texto que propõe alíquota de 0,20% e duração de quatro anos destinado à Previdência Social, mas isso não havia ocorrido até a conclusão desta edição.

O Ministério da Fazenda e a Casa Civil divergiram sobre a situação da PEC. Enquanto interlocutores do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, informaram que a proposta está desde sexta-feira na Casa Civil, esta informou ontem que o texto ainda não chegou ao órgão.

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Na segunda, Levy evitou comentar se a reedição da CPMF, que faz parte do pacote, será mesmo enviada em forma de PEC. Nesse formato, o texto precisaria da aprovação de pelo menos 308 votos do deputados em dois turnos, algo considerado difícil, já que a base governista está fragilizada. "Vai ser uma decisão de governo", afirmou após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Pacote

O ministro apresentou à cúpula do PMDB do Senado um calhamaço que contém propostas para a construção de um pacote a fim de retomar o crescimento econômico. As medidas têm como base a Agenda Brasil, conjunto de iniciativas apresentadas principalmente por Renan, e propõe aos senadores que a Lei de Licitações, um novo modelo para realização das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e a reforma de PIS e Cofins.

Segundo relatos de presentes, o ministro sinalizou, sem dar detalhes, que a reforma do tributo deve partir para algo semelhante ao IVA, o chamado Imposto sobre Valor Agregado.

O titular da Fazenda disse aos presentes ter contratado uma consultoria de determinadas áreas para fazer o levantamento a partir da Agenda Brasil. O calhamaço foi o resultado desse trabalho. "Vocês sempre me cobraram isso", disse Levy aos peemedebistas, referindo-se a uma agenda de pós-ajuste fiscal, sempre reclamada pelos parlamentares do partido. Participaram do encontro, além de Renan, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu nesta segunda-feira, 21, que o governo sabe que o debate sobre o Orçamento de 2016 será "difícil". "Porque é lógico que, toda vez que você tem uma desaceleração econômica, há um sacrifício de todo mundo, um esforço de todo mundo, e o esforço nunca é pequeno, mas, enfim, é uma discussão muito importante para a gente dar rumo", disse.

Para Levy, é preciso ter o entendimento sobre o esforço que todas as medidas de ajuste significam para uma causa importante. "A gente tem que equilibrar nossa economia, botá-la em condições de voltar a crescer", destacou.

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O ministro afirmou ainda que as novas medidas de ajuste fiscal anunciadas na última semana devem ser enviadas ao Congresso nesta segunda-feira. "Isso deve ser feito oportunamente, acho que ainda hoje", disse ele, após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Levy evitou comentar se a reedição da CPMF, que faz parte do pacote, será enviada em forma de Proposta de Emenda à Constituição. Nesse formato, o texto precisaria da aprovação de pelo menos 308 votos do deputados em dois turnos, algo considerado difícil, já que a base governista está fragilizada. "Vai ser uma decisão de governo", respondeu.

O ministro voltou a dizer que as medidas do pacote são importantes para equilibrar a economia. Ele afirmou que o encontro com Renan foi informal e tratou da "Agenda Brasil", com propostas de fortalecimento da economia. Segundo ele, o governo vai enviar "brevemente" ao Congresso o projeto que trata da unificação do PIS/Cofins. "É muito importante para simplificar a vida das empresas, para dar segurança jurídica, dar transparência e ajudar o crescimento", disse.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ao jornal O Estado de S.Paulo que quer encaminhar, ainda nesta sexta-feira (18) as novas medidas de ajuste fiscal para o Congresso, apesar de estar se preparando para embarcar para São Paulo. "No máximo na segunda-feira, mas vamos tentar mandar hoje", afirmou ele, ao explicar que poderia assinar o que for necessário eletronicamente, já que não estaria mais em Brasília.

Levy participou, no Planalto, da reunião da Junta Orçamentária, que discutiu o orçamento de 2015, na qual estavam presentes também os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante. No caso do orçamento de 2015, o governo tem até o dia 22 para encaminhar um relatório bimestral de avaliação e despesas, já que a redução da meta fiscal de 0,15% das contas do setor público não foi aprovada ainda pelo Congresso.

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Sobre as medidas que se destinam a cobrir o rombo do orçamento de 2016, Levy disse que "não tem conhecimento" de mudanças que devem ser propostas, e, a respeito da CPMF, afirmou que a ideia do governo é que seja enviada ao Congresso com a alíquota de 0,20% e o prazo de quatro anos.

O governo não descarta que haja mudanças durante a tramitação e sabe que terá de negociar. Os governadores querem aumentar esse porcentual para 0,38% e os parlamentares falam em reduzir o tempo de vigência para dois anos.

Apesar de Levy dizer que não haverá mudanças entre o texto anunciado e o que será encaminhado possivelmente ainda hoje, há ministros que sugerem que pode haver alteração na parte do pacote que trata do direcionamento das emendas parlamentares para a saúde e ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), alegando que o assunto ainda está em discussão. No governo, também há quem diga que podem ser adotadas as propostas sugeridas por empresários sobre o Sistema S, desde que isso não diminua o impacto da medida.

O senador Lindberg Farias (PT-RJ) afirmou nesta quinta-feira, 17, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse "não ter um plano B para o ajuste fiscal". Segundo ele, o ministro ressaltou que as medidas apresentadas pelo governo na última segunda-feira são as únicas alternativas do governo para zerar o déficit de R$ 30,5 bilhões e um primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em resposta aos seus questionamentos, Levy teria dito que "a trajetória dos juros vai começar a cair", segundo Farias. Por outro lado, o senador não disse quando isso começaria a acontecer. Na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), que aconteceu no início do mês, a taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 14,25%.

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira, 14, que as medidas de redução de gastos obrigatórios e discricionários no valor de R$ 26 bilhões anunciadas pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, deixam claro o esforço feito pelo governo para cortar da própria carne. "São reduções importantes, que envolvem de maneira significativa o funcionalismo púbico, o funcionamento da máquina, além daquilo que já havia sido feito no preparativo do orçamento apresentado no final de agosto, que já envolvia um redirecionamento de um número significativo de programas", falou em coletiva em Brasília.

Ele ponderou, no entanto, que o Brasil está num "momento difícil" e que por isso se faz necessário "ajustar muitas coisas", sinalizando que seriam anunciadas medidas para aumentar as receitas. "O governo conseguiu cortar mais de R$ 26 bilhões sem deixar de cumprir suas obrigações", salientando que o governo está assumindo compromissos adotados em anos anteriores e que está fazendo economia na Previdência com trabalho de gestão intenso.

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Sobre o pacote apresentado por Barbosa, Levy comentou que é um trabalho da sociedade e do Congresso. "Estamos fazendo a otimização de recursos na área da saúde, no PAC, que permite que todos possam contribuir de diversas formas para o cumprimento das despesas de saúde e para também o investimento (nas obras) em todos os lugares do País", disse, lembrando medida que vai direcionar verbas de emendas parlamentares tanto para o PAC como para o cumprimento dos investimentos em saúde.

"É importante que possam participar em momentos de necessidade. Os parlamentares demonstram preocupação com a capacidade do governo de dar continuidade a essas obras", falou. Além disso, segundo ele, as medidas de cortes anunciadas envolveram todos os ministérios para alcançarem o resultado mais satisfatório possível.

Ele também reiterou a confiança da economia brasileira, no tamanho do mercado do Brasil e no setor produtivo nacional, mas disse que o esforço na redução de despesas "leva até certo ponto".

"No momento em que tem uma redução importante da atividade econômica e da arrecadação você tem que lançar mão também de outros recursos", explicou, lembrando que o governo da Inglaterra aumentou os impostos equivalentes ao PIS e ao Cofins e foi o primeiro a sair da crise. "Vamos procurar explorar outras fontes que vão dar contribuição", afirmou. "Vamos atravessar este momento com o mínimo de aumento de carga tributária", acrescentou.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participa da reunião com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, neste domingo (13), para discutir cortes de gastos e medidas para reduzir o déficit primário de R$ 30,5 bilhões previsto no orçamento de 2016. Inicialmente, havia uma previsão de o ministro estar neste domingo no Rio de Janeiro, mas Levy acabou ficando em Brasília para o encontro com a presidente e com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Nesse sábado (12), pela manhã, a presidente reuniu-se com a Junta Orçamentária, formada pelos ministros Barbosa, Levy, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante. À tarde, ela convocou outros 10 ministros para apresentar diretrizes para cortes nos gastos dos ministérios.

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A expectativa é que o governo anuncie logo no início da semana as primeiras medidas em resposta ao Congresso, que disse que só discutirá aumento de impostos depois que o Executivo promover um ajuste nas despesas, e também para evitar que outras agências de classificação de risco sigam a decisão da Standard & Poor's, de rebaixar a nota brasileira.

Apesar da perda do grau de investimento pelo País, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta quinta-feira, 10, ter a convicção de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está no caminho certo. "É um ministro que admiro profundamente", disse, no Rio, onde assinou um convênio com o governo do Estado. "O PMDB nunca se negou a ajudar o País e tenho certeza de que não vai ser nesta hora que vai negar ajuda", disse a ministra.

A ministra e senadora eleita pelo PMDB tem defendido a elevação do chamado imposto do combustível, a Cide, atendendo a uma reivindicação do setor sucroalcooleiro. A posição é oposta à dominante no partido, que vem pressionando o governo por mais cortes de gastos. Três dias após a reunião de líderes e governadores do partido, entretanto, a ministra baixou o tom ao falar do tema impostos.

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"Não entendo que a primeira discussão tenha que ser aumento de impostos. Primeiro é arrumação da casa. Imposto tem de ficar no fim da fila", disse. Segundo ela, a presidente Dilma tem defendido que o mais importante são as reformas para enxugar a máquina. "Temos condições de reduzir essa máquina de forma decisiva, economizar, cortar cargos, subsidiárias e reunir secretarias. Confio que teremos condições de fazer o ajuste de que o País precisa", disse.

Questionada sobre uma possível nova configuração com a junção das pastas da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário na reforma ministerial, a ministra disse que não conversou a respeito com a presidente.

O governador Luiz Fernando Pezão e a ministra da Agricultura assinaram nesta quinta um convênio para iniciar ações do programa O Campo na Classe Média em dez municípios fluminenses: Barra do Piraí, Pinheiral, Piraí, Rio das Flores, Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena, São José de Ubá, Teresópolis, Trajano de Moraes e Varre-sai. O objetivo do programa é até 2018 inserir 400 mil pequenos produtores das classes D e E na faixa de renda e produtividade que os integra à classe média rural.

Os convênios são a primeira etapa do processo para o mapeamento de produtores rurais de cada um dos municípios, pelo critério de renda, produtividade e desenvolvimento. Por um período de três anos, o Ministério da Agricultura repassará o valor de R$ 114 mil para cada prefeitura, em quatro parcelas, para cadastramento desses produtores e o monitoramento das famílias que vão participar e que receberão assistência técnica e qualificação profissional.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presente em evento de novas filiações ao PSDB em São Paulo, afirmou nesta quinta-feira, 10, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, incorre no mesmo "erro de soberba" da presidente Dilma Rousseff. Segundo o senador, Levy envia sugestões ao Congresso sem se preocupar com a oposição. "É como se a oposição não existisse."

Ele disse que a oposição tem quadros qualificados e ideias e está disposta ao diálogo sobre o ajuste fiscal necessário para equilibrar as contas públicas do País. Ele falou também que o rebaixamento do rating pela Standard and Poor's (S&P), nesta quarta-feira, 9, demonstra o derretimento do governo, mas evitou avaliar se o risco de impeachment aumentou depois de ontem. Apesar de não se comprometer com a probabilidade de um afastamento de Dilma, Aloysio disse que, do ponto de vista jurídico, há base para o impeachment, mas que falta ambiente político para isso.

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O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira, 10, que "mais do que nunca" o governo precisa ter foco e defender uma agenda que seja de interesse nacional em que una quem for possível em torno dela. A afirmação foi feita por Renan ao ser questionado logo após a entrevista do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre o fato de ele não ter apresentado ainda medidas concretas para superar a crise econômica.

"O Legislativo apresentou uma agenda com eixos, pontos em torno desses eixos e é fundamental que essa agenda de interesse do País seja levada adiante. É evidente que ela não vai continuar como agenda do Legislativo, mas é um caminho que foi posto pelo Legislativo para ser seguido pelo Executivo. Qualquer colaboração que precisar ser dada pelo Legislativo para que nós possamos reverter essa expectativa de redução do grau de investimento, o Legislativo dará", afirmou.

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O presidente do Senado defendeu uma tramitação rápida do projeto de regularização de recursos mantidos por brasileiros ou empresas brasileiras no exterior sem declaração à Receita, assim como disse pouco antes Levy em entrevista coletiva.

Segundo Renan, uma proposta semelhante estava pronta para ser votada esta semana pelo plenário do Senado, mas, diante de dúvidas quanto ao vício de iniciativa - os senadores iriam apreciar um texto de autoria de Randolfe Rodrigues (PSol-AP), o governo optou por enviar hoje ao Congresso um novo projeto com urgência constitucional.

"Eu acho que todos nós devemos apoiar (o projeto do governo) porque é uma expectativa que se tem de aumentar a receita e o Brasil está precisando disso", disse. "Qualquer saída que seja posta como um caminho para o aumento da arrecadação tem que ser apoiada", completou.

O projeto do governo, obtido pela reportagem pela manhã, mantém a essência do substitutivo apresentado pelo líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), em relação à proposta de Randolfe. O texto prevê que uma pessoa ou uma empresa será tributado em 35% de imposto de renda e multa sobre o valor a ser regularizado. A alíquota do imposto será de 17,5% e a multa pela regularização em idêntico porcentual. A proposta também manteve a janela de regularização em 180 dias a partir da entrada em vigor da matéria, com 30 dias de prazo para a Receita regulamentar a lei.

O governo enviou o projeto em regime de urgência constitucional, o que significa que a Câmara terá 45 dias para votar a matéria e o Senado mais 45 dias para apreciá-la. Se isso não ocorrer, a pauta de votações da Casa em que tiver tramitando é trancada e nada poderá ser votado antes de apreciação da matéria.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o País não vai alcançar a meta fiscal sem "medidas adicionais". Sem apresentar detalhes do que será feito, ele afirmou que o governo deve ter gasto parcimonioso e "visitar" despesas obrigatórias, decorrentes de leis.

"Temos que melhorar execução e eficiência", disse, indicando a possibilidade de o governo pedir mudanças em leis. Ele ressaltou que o espaço para cortar despesas discricionárias não é suficiente para atender as necessidades do País.

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De acordo com Levy, a responsabilidade fiscal, junto com a reforma do ICMS, fará o Brasil voltar para o "nosso lugar", com grau de investimento. O ministro ressaltou que a dívida soberana externa brasileira é pequena, cerca de US$ 60 bilhões, mas disse que "felizmente, a gente tem podido atender aos investidores globais com a dívida doméstica".

Segundo o ministro, a proposta de Orçamento de 2016 veio com um esforço de corte de despesas, inclusive as obrigatórias. "Esse é um Orçamento que foi feito com projeção de despesas discricionárias, baseado no executado neste ano. E as despesas deste ano vêm a ser 40% menores que as do ano passado. O governo está cortando na carne já neste ano", afirmou, ressaltando que economia será mantida no ano que vem.

Repatriação

A respeito do projeto enviado ao Congresso que trata da repatriação de recursos de brasileiros no exterior, o ministro afirmou que o objetivo é regularizar divisas de origem lícita. Segundo ele, dezenas de bilhões de reais podem voltar ao País através do mecanismo, apesar de ser difícil fazer o cálculo.

Levy afirmou que o projeto só prevê anistia penal para crimes relacionados ao envio de dinheiro não declarado ao exterior. Segundo ele, haverá verificação de valores declarados, que virão por meio de bancos. "O projeto não quer acobertar recursos de fontes ilícitas", disse. "Não há brechas para recursos ilícitos serem branqueados." Levy ressaltou que a proposta foi elaborada para garantir equilíbrio entre sigilos bancário e fiscal.

Os recursos do projeto vão alimentar fundos de compensação para Estados que sofrerem perdas com a reforma do ICMS. Segundo ele, o objetivo é fazer com que os recursos pagos do tributo permaneçam no Estado onde houve o consumo. "É razoável que o imposto do nordestino fique no Nordeste, que o do nortista fique no Norte", afirmou. O ministro ressaltou que a reforma do imposto estadual é positiva para empresas e ataca riscos jurídicos.

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