A corrida presidencial está cada vez mais próxima para os interessados a disputar o cargo majoritário a nível nacional. As articulações, movimentos e conversas dos prováveis nomes de candidatos já são traçados tanto por especuladores, quanto por especialistas políticos e líderes partidários. Até agora, faltando cerca de 15 meses para as eleições 2014 já é possível visualizar alguns nomes como o do governador Eduardo Campos (PSB), do senador Aécio Neves (PSDB), da presidente Dilma Rousseff (PT), da ex- ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, além de uma chance remota do ex-governador José Serra (PSDB).
Os nomes vistos como certos são apenas de Aécio e de Dilma, no entanto, os demais candidatos devem concretizar a participação na disputa ao longo dos próximos meses. Enquanto o cenário eleitoral se desenha e se estrutura no País a fora, o portal LeiaJá traçou um perfil de cada provável postulante focando os pontos fortes e fracos. Confira abaixo:
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Dilma – Nascida em Belo Horizonte, a economista e atual presidente da República pelo PT, Dilma Vana Rousseff, de 67 anos, é vista como uma mulher de gênio forte, mesmo assim, para o cientista político Adriano Oliveira, sua candidatura ainda é uma incógnita. “Diante da queda de popularidade da presidente, estamos num grande desafio, será que ela irá se recuperar?”, questionou o especialista sugerindo que a gestora dialogue mais com as classes C e D, evite a perda econômica e transforme os discursos em ações.
Apesar de precisar melhorar em alguns pontos segundo Oliveira, o analista político Maurício Romão destaca as principais características positivas da petista. “Ela tem naturalmente uma militância partidária antiga, embora seja mais técnica de que política. Mas é uma pessoa bem formada, com qualidades éticas e tem um legado do ex-presidente Lula que por si só é um fator muito forte no processo eleitoral”, descreveu. Ele destacou ainda o distanciamento entre o eco das ruas e a captação dos sons do Planalto em dar uma resposta à população e avaliou como um fator relevante para observação da presidenciável.
Eduardo – Recifense, com 49 anos completados neste último sábado (10), Eduardo Henrique Accioly Campos é economista e além de governador de Pernambuco, no segundo mandato, é o presidente nacional do PSB. Entre os principais pontos positivos do socialista, o analista político destaca algumas características fortes. “Ele tem uma grande visão política, determinação, é inteligente, é um excelente dirigente partidário de sucesso, tanto que o PSB é um dos partidos que mais cresceu no Brasil recentemente e tem condições, não tenha dúvidas, de bons argumentos. Ele tem ainda uma boa oratória e sabe argumentar”, descreveu Romão acrescentado que caso agregue todas as qualidade citadas poderá se sair bem em 2014. “Isso dá uma conotação de um candidato preparado e vocacionado para a política e, portanto, sabe se posicionar dentro dos assuntos nacional, por isso, é um candidato muito forte”, pontuou.
Mesmo com os atributos destacos pelo analista, Eduardo Campos precisa estar em alertar para alguns pontos, como sugere o cientista político Adriano Oliveira. “Ele tem que decidir até quando vai manter uma aliança com Dilma. Uma hora é aliado e outra hora briga. Precisa mostrar um discurso diferenciado do PT, um discurso no âmbito de agressividade da política social e de reforma da gestão pública de forma que atenda as demandas da população”, frisou.
Aécio – Nascido em Belo Horizonte, Aécio Neves da Cunha, 54, é o presidente nacional do PSDB e um candidato que possui um histórico de herança política muito forte. Neto do ex-presidente Tancredo Neves, começou cedo a militar na política. “Ele possui qualidades indiscutíveis como a oratória e a vocação para a política. É inteligente, bem formado e fez a exemplo de Eduardo Campos, um grande governo em Minas demonstrando que tem capacidade executiva”, descreveu Romão. Já no que concerne em aspectos negativos, o especialista lembrou a conjuntura do PSDB. “Pode pesar contra ele a questão partidária, que nunca foi satisfatoriamente resolvida dentro do PSDB por outras correntes lideradas por José Serra, e sempre atrapalharam um pouco na sua ascensão e na sua candidatura. Ele queria ser candidato desde 2010 e não conseguiu, mas agora é uma candidatura que deve obter grandes índices de aceitação”, observou.
Marina – Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, 56, nasceu no Rio Branco (Acre) é ambientalista, historiadora e pedagoga. Atualmente encabeça a organização do novo partido político Rede Sustentabilidade, depois de ter saído do Partido Verde (PV). Mesmo com experiência política como quando exerceu a vaga de senadora, ela necessita articular alianças partidárias, avalia o cientista político. “Apesar de estar dentro das pesquisas ela precisa mostrar ao eleitor que terá apoio para continuar na candidatura. A grande dúvida é se o partido terá estrutura para aguentar uma disputa eleitoral. Por isso é necessário alianças partidárias”, avaliou Oliveira.
Entre os aspectos favoráveis a candidatura de Marina, destaca-se a defesa ao meio ambiente e a religiosidade. “A defesa acentuada na maior parte delas na questão ambiental e social cria uma área de bondade no seu entorno e atrai grande parte do eleitorado. É evangélica e tem uma intensidade eleitoral própria desse contingente. Ela tem desenvoltura e circula bem pelas diversas classes e meios sociais. Sem dúvida é um fator de desequilíbrio nesta edição (eleição 2014) porque está angariando índices elevados e pode reeditar a performance bastante descartada em 2010”, argumentou Romão.
Serra- O paulista José Serra é o candidato mais antigo até agora que pode entrar no páreo das eleições presidenciais. Com 72 anos, o membro do PSDB é economista e já governou a cidade de São Paulo de 2007 até 2010. Para Maurício Romão, uma das principais características do tucano é a junção de um perfil técnico com um político. “Ele tem determinação, conhecimento político, e a grande capacidade de ‘tecnopolítica’, que é a capacidade de unir o conhecimento técnico com a prática política. Ele tem essa solidez nos dois campos e esses campos quando agregados comportam um perfil bastante forte”, descreveu.
O analista político também pontuou os pontos fracos de Serra que pode influenciar na sua candidatura em 2014. “Ele tem por trás um partido forte, mas fragmentado por brigas internas. Quando foi candidato à presidente foi de 'meia sola' porque parte do partido não o apoiou. Porém, ele é objetivo e destemido, mas por ser uma candidatura mais velha tenha o maior índice de rejeição por conta do perfil que ele encara, mas é outra candidatura que se sair, vai compor um quinteto extraordinariamente e bem formado”, avaliou.
Analisando os cinco nomes citados Maurício Romão fez um breve resumo da conjuntura política e disse que todos têm aspectos relevantes. “Todos possuem grande características, uns com mais do que outros, mas é um ambiente no qual o eleitor se sentirá seguro se qualquer um desses se colocar no poder. Não há um medo antecedente”, finalizou.