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Com a aliança entre a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, somente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia fazer frente a este acordo como vice de Dilma Rousseff nas eleições de 2014. Esta é a avaliação do especialista em pesquisas eleitorais e marketing político Sidney Kuntz, para quem, hoje no Brasil, somente um nome de peso como o de Lula poderia se contrapor ao impacto causado por essa notícia. "Acredito que Lula não é 100% descartado para quem pensa a campanha do PT, só ele faz contraponto hoje a Marina. Lula pode ser viável como vice", disse, acrescentando que "não há melhor vice do que Marina".

Na avaliação dele, a ex-senadora, que entrou para o PSB de Eduardo Campos no último sábado, 05, defende o que os protestos de junho pediam, como moralidade, fim da corrupção e mais transparência. Além disso, ela passa simpatia e tem baixa rejeição. "Ela não pode ser atacada pelos seus adversários, quem atacá-la pode sofrer rejeição depois, além de passar a imagem de vítima por não ter conseguido ter criado a Rede", disse. O especialista avalia também que Marina pode ser vista pelo seu eleitorado como "fiscal" do candidato Campos em uma provável candidatura. "Campos e Marina podem fazer ainda campanha divididos, cada um perto do seu público", acrescentou o especialista, dizendo que eles se completam porque o governador abrange o Norte e Nordeste e a ex-senadora tem um público mais cativo no Sul e Sudeste do País.

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Para Kuntz, com esta aliança, o PSDB corre o risco de não passar para o segundo turno no pleito presidencial do próximo ano, pela primeira vez desde 1994. Para o especialista, se a disputa do segundo turno for entre Dilma e Campos-Marina, os tucanos poderão apoiar os pessebistas. "A eleição do próximo ano parecia tranquila. Agora, Marina passa a ser uma 'pedra no sapato' para tucanos e petistas", disse, lembrando que ela e a Rede, caso conseguissem criar a legenda, não teriam o tempo de televisão e rádio que têm hoje com o PSB.

A filiação da ex-senadora Marina Silva ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Eduardo Campos foi comentada pelo líder da oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Daniel Coelho, nesta quinta-feira (10). O parlamentar disse, após blitz realizada na cidade de Olinda, que a aliança da organizadora do Rede Sustentabilidade ao PSB, não interfere nas conjunturas políticas do PSDB, mas deixou claro que um dos dois terá que abrir mão de suas ideias.

“Para a gente (PSDB) não muda absolutamente nada. Nós temos nossa posição, temos nosso candidato. A própria sociedade questiona hoje incoerências e diferenças que há entre as práticas do PSB e o que Marina pregava, mas acho que isso vai ser um assunto interno do PSB”, avaliou o oponente.

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Coelho acredita na mudança de opiniões de uma das forças políticas, principalmente por terem práticas alternadas. “Evidente que alguém vai ter que mudar de opinião. Se você ver as declarações e as práticas do PSB até essa aliança, elas eram de encontro do que defendia Marina”, relembrou o parlamentar.

O deputado também citou a forma de Eduardo Campos trabalhar em Pernambuco, focando sempre no desenvolvimento econômico em detrimento das questões ambientais e relembrou críticas feitas por Marina. “O PSB sempre fez alianças com partidos conservadores e aqui no Estado loteou o governo da mesma forma que faz Dilma no Governo Federal, e isso era outra questão que estava sendo duramente criticada pela Marina, de que você não pode compor alianças e a partir daí mudar o governo, mas isso é uma prática também do PSB aqui no Estado”, analisou.

Ratificando a questão de uma das duas forças terem que abrir mão da forma de trabalhar, Daniel Coelho disse só haver duas alternativas para o PSB e Marina: “Isso vai ter que ser aprofundado. A sociedade vai questionar e, ou alguém vai mudar de opinião ou vai ficar claro que a junção é a junção de formas completamente diferentes de ver a política”, pontuou.

 

 

A dobradinha da chapa eleitoral do PSB para a eleição presidencial em 2014 pode ter uma surpresa no próximo ano. Depois da filiação da ex-senadora Marina Silva no último sábado (5), o cenário político começou a voltar os olhos para uma chapa formada por Campos e Marina. No entanto, há especulações que apareça outro nome.

Segundo colunista de um jornal local, aliados de Eduardo Campos cogitam a possibilidade do deputado federal Walter Feldman (PSB-SP) sair candidato à vice na chapa do socialista. Neste caso, Marina Silva (AC) disputaria cadeira ao Senado Federal.

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A possibilidade ainda não confirmada pelos socialistas poderá torna-se realidade, principalmente porque Feldman foi um dos responsáveis pelas negociações entre Marina e o PSB, segundo a Folha de São Paulo, além de ter deixado o PSDB pelo PSB. Com este cenário, o governador poderá ter palanques garantidos tanto em São Paulo como no Acre.

Enquanto Dilma Rousseff evita comentar em público a aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos e pede respeito à ex-ministra do Meio Ambiente em reuniões privadas com aliados, seus auxiliares e correligionários iniciaram ontem, 9, uma ação para minar a dupla que se uniu pelo projeto presidencial do PSB.

A estratégia consiste em mostrar as contradições da união da ex-ministra com o governador de Pernambuco. A aposta dos petistas é que haverá uma disputa entre os dois pela vaga de cabeça de chapa na campanha ao Palácio do Planalto no ano que vem.

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Coube ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fazer ontem a mais crítica declaração do governo até agora contra a parceria de Marina com Campos. "Não sei se a chapa é competitiva. Ela (Marina) acrescenta para ele (Campos), mas se você for pensar, se ela for vice, no Brasil ninguém vota por causa do vice", afirmou o ministro logo após deixar reunião com Dilma no Palácio do Planalto ontem.

Bernardo disse ainda que ambos, por articularem uma candidatura contrária ao PT, mudaram o discurso - Marina foi ministra de Meio Ambiente de Lula e Campos, da Ciência e Tecnologia, também na gestão do ex-presidente. Para o ministro, a aliança anunciada no sábado, 5, aumentou as chances de Dilma vencer a eleição do ano que vem ainda no 1.º turno.

Horas depois da reunião com o ministro, Dilma esteve no Congresso. Questionada sobre Marina e Campos, respondeu: "Hoje estou na fase dos grandes beijos". Na segunda-feira, 7, havia dito em reunião de líderes que a parceria de Marina com Campos fosse tratada com precaução. "Marina não é qualquer pessoa", afirmou, segundo aliados.

No mesmo evento do Congresso em que Dilma disse estar numa "fase de grandes beijos", os petistas repetiam as críticas de Bernardo. "Em eleição, dois mais dois não é quatro: a redução do número de candidatos fortalece quem está no governo", afirmou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).

"Os votos tendem a se pulverizar, é uma aliança que vai para a direita", disse o petista, lembrando a adesão ao PSB de Paulo Bornhausen, filho do ex-senador Jorge Bornhausen, e do ex-senador Heráclito Fortes (PI), ambos do antigo PFL, adversário histórico do petismo.

O secretário-geral do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), afirmou que a aliança tem incoerências que decepcionaram os militantes da Rede - partido que teve o registro negado por falta de assinaturas - e que não garantirão a transferência de votos de um para o outro. "Há um descontentamento da militância da Rede. Ele (Campos) trouxe setores muito conservadores para o partido", disse o petista, segundo quem o posicionamento do PSB em temas ambientais, como na votação do novo Código Florestal, tende a afastar os eleitores que apoiaram Marina nas eleições de 2010./ COLABORARAM DÉBORA BERGAMASCO e RICARDO DELLA COLETTA

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em nota divulgada pela bancada do DEM na Câmara, na noite desta quarta-feira (9), o líder do partido na Casa, Ronaldo Caiado (GO), reagiu às declarações da ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) de que não aceitaria uma aliança com ele por incompatibilidade de ideias. De acordo com Caiado, que defende no Congresso as bandeiras do setor agropecuário, Marina é "intolerante". "É preocupante que alguém, que postula a Presidência da República, seja intolerante e hostil exatamente ao setor mais produtivo da economia, responsável por 23% do PIB (Produto Interno Bruto) e por mais de um terço dos empregos formais do País", diz ele, na mensagem.

Segundo Caiado, o veto da "candidata Marina" não é a ele, mas ao setor que representa. "Lamento que alguém, com tais pretensões, demonstre tamanho desconhecimento da realidade agropecuária brasileira e veja no produtor rural - o maior empregador do País - um inimigo do trabalhador. É um colossal contrassenso. Em meu Estado, Goiás, o agronegócio emprega nada menos que a metade da mão de obra ativa e responde por 67% do PIB", afirma. Caiado diz concordar com ela num ponto: na coerência dos dois.

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Conforme Caiado, que passou o dia evitando dar declarações, a visão de "inimigo histórico" é ultrapassada e preconceituosa. O líder do DEM na Câmara ressalta que foi "um dos primeiros" a defender a candidatura a presidente do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos (PSB), porque considerava que haveria pluralidade e não "radicalismos". "Foi em nome do pluralismo e do diálogo que dei boas-vindas à candidata, que agora me exibe a face da intolerância", afirma.

O apoio dos Democratas (DEM) em alguns Estados para a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência da República já não existe mais. É o que disse ,nesta quarta-feira (9), o líder do partido na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO).

O parlamentar, que havia anunciado o apoio a Campos há mais de seis meses, anunciou a decisão após tomar conhecimento de uma declaração feita por Marina Silva, nova aliada de Eduardo Campos, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A ex-senadora afirmou que "história e trajetória de vida diz que Ronaldo Caiado, se a aliança prospera, ele mesmo vai pedir para sair, porque é completamente contrário às minhas ideias".

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"Ela não tem que me dizer se devo sair ou se devo entrar. Isso já está decidido. No momento em que ela declara intolerância ao setor rural, passe bem", afirmou, depois de dizer que, inicialmente, não foi contrário à parceria de Marina com o PSB. "Ao receber a notícia de que ela se filiaria, eu dei boas vindas, disse que o governador do Estado estava praticando uma política moderna, que ele estava dando espaço a todas as tendências poderem participar do debate e que ele, como presidente, definiria o eixo. É isso que eu esperava", disse.

Caiado faz parte da bancada ruralista da Câmara, que recebeu críticas de Marina na discussão do Código Florestal de que pressionava para diminuir as exigências de preservação ambiental. "É espantoso que alguém que pretende governar o País tenha uma postura tão preconceituosa com o setor produtivo primário. Eu não conspiro contra o meu Estado, eu não conspiro contra uma classe que eu tenho o maior orgulho do mundo em defender. Se tem o veto ao produtor rural, não cabe o Ronaldo Caiado nesse espaço", concluiu o deputado, defendendo "o setor que é o responsável por tudo que deu certo no Brasil".

Depois do anúncio da parceria entre a Rede Sustentabilidade e o PSB, Caiado tentou falar com Eduardo Campos, mas não teve retorno. "Infelizmente, ele não me respondeu. Recebi telefonema no sábado, 05, do Pedro Valadares e do Márcio França. Todos dois dizendo da alegria dele (Eduardo Campos) de me ter como um parlamentar que já havia apoiado desde quando a campanha dele era embrionária e que ele tem um carinho enorme por mim", afirmou.

Tomada a decisão, o líder do partido não adiantou qual seria a outra possibilidade de apoio em 2014. Segundo ele, a escolha ainda será discutida na Executiva do partido.

A ex-senadora Marina Silva disse, nesta quarta-feira (9), que ainda falta uma marca ao governo Dilma Rousseff. No final da primeira reunião da Executiva da Rede Sustentabilidade após a coligação com o PSB, Marina disse que Fernando Henrique Cardoso conseguiu impor a marca da estabilidade econômica, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva deixou sua marca por meio da inclusão social. "A presidente Dilma precisa deixar sua marca e eu torço para que ela deixe, mas não a marca do retrocesso na agenda ambiental", declarou Marina.

Na avaliação da ex-senadora, Dilma vem mantendo as conquistas do governo Lula, mas ainda está "manejando para manter as conquistas econômicas". "Espero que não haja retrocessos", afirmou. "Mas não torço para o quanto pior melhor", acrescentou. Marina voltou a dizer que, embora esteja priorizando o debate no âmbito nacional, a candidatura posta para a sucessão presidencial é a do governador Eduardo Campos. "Quem descartou minha candidatura não foi eu, foram os cartórios", disse.

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Incomodada com a declaração do marqueteiro João Santana relacionando os candidatos da oposição a "anões", Marina disse que "anões não tem obrigação de vencer os gigantes" e sim "gigantes que têm a obrigação de vencer anões". Segundo ela, dois "anões" (ela e Campos) estão se juntando não para se tornar gigantes, mas para mostrar que podem ter mais "facilidade para enfrentar as dificuldades".

Na entrevista coletiva, Marina disse que inicia agora uma "profícua e renovadora jornada", que começa com a discussão da situação de alianças nos Estados. "O limite para qualquer empreitada é a manutenção da coerência", insistiu. De acordo com Pedro Ivo, secretário de organização da Rede, a sigla em formação vai discutir as situações regionais "caso a caso". "Nós vamos construir um caminho unitário nos Estados", afirmou. Marina chegou a admitir que aceitaria alianças com o PV, seu antigo partido, porque há afinidades programáticas entre a Rede e os verdes. "Para mim não tem problema", afirmou.

As lideranças petistas no Senado adotaram postura mais cautelosa que os representantes do partido na Câmara sobre a avaliação do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a respeito da parceria entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra Marina Silva. Para os senadores Wellington Dias (PI) e Humberto Costa (PE), ainda é cedo para afirmar se a aliança vai ou não somar. Mais cedo, Paulo Bernardo avaliou que, com a aliança de Marina e Campos, diminuiu a possibilidade de segundo turno nas eleições de 2014.

Como o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), Dias apelou para a equação matemática para explicar sua visão. "Em política dois mais dois nunca são quatro. Às vezes dá três, em outras soma cinco. Ainda é cedo para avaliar", destacou o líder da sigla na Casa. Costa reconhece que a união, que pegou a todos de surpresa no último sábado, é um "fato político importante". "Mas vai se transformar em um fato eleitoral ou não? Difícil saber", disse nesta quarta-feira, 09.

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Para os senadores, o PSDB foi atingido mais diretamente com a parceria Eduardo-Marina. Contudo, ambos confiam que os tucanos se mantêm mais fortes, apesar da representatividade da ex-ministra. "O PSDB é mais enraizado na cultura do povo brasileiro. Além disso, ainda que a Marina dê a entender que ainda existe a possibilidade de ser candidata, ela entrou num partido com candidatura já posta e isso não vai mudar", finalizou Dias.

Wellington Dias defendeu que, ao invés de tentar fazer previsões sobre o cenário que estará posto em 2014, o PT esteja concentrado na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Pelos perfis de Marina (Silva) e Eduardo (Campos), existe ali um eleitorado que, no segundo turno, deve migrar para Dilma, mas não se pode imaginar que equação isso vai virar", completou.

A presidente Dilma Rousseff chegou no fim da manhã desta quarta-feira, 9, à Câmara dos Deputados, onde participa da sessão solene em homenagem aos 25 anos da promulgação da Constituição Federal. Apesar de não estar previsto discurso da presidente, Dilma será agraciada com a Medalha Assembleia Nacional Constituinte.

No final da cerimônia, a presidente evitou os jornalistas e não respondeu as perguntas sobre a nova aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva. "Hoje estou na fase dos grandes beijos", desconversou a presidente, que estava acompanhada do presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

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Além de Dilma, receberam a honraria os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Também serão homenageados alguns deputados constituintes, como o hoje senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG), o senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), além dos ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Wellington Moreira Franco (Aviação Civil).

A ex-ministra Marina Silva condenou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a articulação do governo petista para impedir o surgimento de novas forças políticas, como a Rede. Emocionada, disse que o PT, partido onde exerceu a maior parte de sua trajetória, precisa ficar atento a desvios que podem levá-lo ao autoritarismo. 

Em meio às explicações sobre a decisão de se filiar ao PSB e fazer parte do jogo sucessório de 2014, criticou a influência de marqueteiros em campanhas eleitorais e afirmou que aliou-se a Eduardo Campos em legítima defesa após sua Rede ser barrada no TSE.

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Nas alianças estaduais, a ex-senadora anunciou que haverá readequações e já avisou que, por incompatibilidade de ideias, não imagina ver o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) no palanque. Ela nega desejo de vingança ao PT, mas diz que a sentença sobre sua decisão será dada pela história.

Marina explicou sua ida para o PSB dizendo achar que é "uma grande ambição, de que a política pode ser melhor, de que o Brasil possa ser melhor". "Foi por ela que eu saí do PT. O que passei até a decisão de conversar com o Eduardo Campos e selarmos a aliança programática não chega nem perto do sofrimento que eu passei na decisão de sair do PT. É porque eu acredito que o sonho não pode parar", disse

Sobre as ideias que fazem contraponto às do PT, Marina acentuou que é preciso um governo que faça uma "desruptura", que não esteja preocupado com a reeleição. "Sou contra a reeleição. As pessoas estão começando a desejar que a sociedade não decida. No Brasil não existe mais uma cultura de discutir ideias, programas. Só se discute quem vai ser o marqueteiro, aí vira um duelo de titãs de marqueteiros. Aí eles dizem: ‘você é gigante, você é anão’, e está decretado. Você está no Olimpo, está na planície, um é Davi, outro Golias. Agradeço a Deus porque os marqueteiros só conseguem me ver como Davi", comentou.

Marina disse também que não seria leviana em afirmar que o PT já é um partido autoritário. Ela diz que se emociona ao constatar que o PT cumpriu de fato o que sinalizou na questão da justiça social, tirar 30 milhões de pessoas da extrema pobreza. "Mas, infelizmente, o PT não foi capaz de entender que não poderíamos nos conformar com a repetição do sucesso, que é estar no poder", acrescentou falando de suas decepções.

Afirmou ter se aliado a Eduardo Campos pela disposição de sair do diapasão de Dilma e de Aécio. "Naquele momento eu me sentia sozinha e insistindo: é uma agenda, não é eleição por eleição, não é só ficar amealhando tempo de televisão, é adensar propostas, visão de país. Essas eleições não vão ser marcadas por quem tem tempo de televisão e estrutura. Essas eleições serão marcadas pelo que aconteceu em junho, por uma nova postura e o que mudou é que o Eduardo está sinalizando que ele está buscando uma nova postura. Ele estava construindo ali a candidatura dele. Agora tem algo que aconteceu, que nasceu. Passada a euforia do parto, nenê dá trabalho", comentou.

Segundo ela, ao fazer a aliança programática, os aliados pensam ter uma candidatura posta e um plano de governo. "Não se trata de interferir no PSB. O programa do PSB referencia um programa de governo, o programa da Rede propõe a ajudar também e fazendo uma mediação para termos um terceiro, que será o do possível candidato em 2014. Nós não estamos discutindo chapa, candidatura, eleição. A gente está só no começo. Não tenho como objetivo de vida ser presidente. Eu tenho como objetivo de vida um País melhor", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva, agora filiada ao PSB, articula para amanhã em São Paulo um encontro para apresentar ao presidente do seu partido, Eduardo Campos, os empresários ligados a ela. A ideia é iniciar uma aproximação entre o grupo financeiro que dá suporte a seu projeto político e o pernambucano, com vistas à campanha presidencial de 2014.

Devem ser convidados o presidente da Natura, Guilherme Leal, que foi vice de Marina na campanha presidencial de 2010, os empresário Roberto Klabin e Pedro Passos, e representantes do banco Itaú.

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Além disso, economistas com relação próxima a Marina também devem comparecer: André Lara Resende, José Eli da Veiga, Roberto Gianetti e Pedro Abramovay. "É uma reunião de ampliação da informação e da proposta para apoiadores estratégicos da Rede", explicou o vereador de São Paulo Ricardo Young (PPS).

O encontro também dá início a outro acerto entre Marina Silva e Eduardo Campos: o de viajarem o País juntos e criarem fatos políticos que ampliem a exposição do governador, que até então aparece em quarto lugar nas pesquisas de intenção de votos (com 4% na última sondagem do Ibope, de setembro). Seria uma estratégia semelhante ao que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com sua candidata Dilma Rousseff em 2010. Na terça-feira, Marina retribuirá a visita a São Paulo e irá até Recife se encontrar com o governador e parceiro.

Para a cúpula do PSB, o encontro com empresários é fundamental para Campos aumentar seu leque de relações econômicas na capital do Estado mais rico do País.

Indústria pesada. O governador já tem boa relação com alguns segmentos do empresariado, fruto de rodadas de conversas desde que assumiu o governo do Estado. Mas sua relação é mais limitada a representantes da indústria pesada, como a Gerdau, e da construção civil, caso da Odebrecht, que detém muitas obras em Pernambuco.

Agora, com a adesão de Marina, sua expectativa é agregar as grandes empresas que carregam a bandeira da sustentabilidade, mantra da ex-senadora, como, por exemplo, a Natura e a Klabin. O governador já ensaia discurso nesse sentido.

Outro acerto entre os dois é a garantia que o presidente do PSB deu a Marina Silva de que sua candidatura a presidente é irreversível, ainda que numa reviravolta o PT resolva lançar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Campos sempre disse que se o ex-presidente retornasse à arena política, ele desistiria da disputa. Agora, nega essa possibilidade. Os socialistas também rejeitam qualquer possibilidade de Marina vir a ser a candidata do PSB se Eduardo Campos não decolar nas pesquisas de opinião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A propaganda eleitoral do PSB que será transmitida nesta quarta-feira, 09, em cadeia nacional de rádio e TV simulará um jogral entre o presidente do partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra Marina Silva, que se filiou menos de 48 horas depois de ver o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro à Rede Sustentabilidade, o partido que ela tentou criar. Em 2010, Lula fez o mesmo para apresentar Dilma Rousseff aos eleitores que a elegeriam em outubro.

Para o jogral serão utilizadas cenas da cerimônia de filiação de Marina e da entrevista coletiva que ela e Campos deram aos meios de comunicação, no sábado, 05. Foram escolhidas as frases mais marcantes dos dois, a exemplo desta, dita por Marina: "O PSB tem um governador que trabalhou para viabilizar a sua candidatura, que está trabalhando para não ser cassado de forma diferente da minha", e desta, por Eduardo Campos: "Discutimos aquilo que a política brasileira abandonou: o povo, a esperança, a leveza que falta e o sonho de transformar esse País".

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No mesmo programa, que não esquecerá o bordão "podemos fazer mais", uma espécie de passo adiante da rede de proteção social montada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva e preservada por presidente Dilma Rousseff, serão apresentados prêmios que o governo de Eduardo Campos recebeu da ONU. Neste ano, em junho, ele recebeu um prêmio pelo programa "Pacto pela vida", que reduziu a violência no Estado. No ano passado, ganhou outros dois, um pela gestão e outro pelo apoio à mulher trabalhadora.

O ex-governador José Serra (PSDB) classificou nesta terça-feira (8), como surpreendente a aliança entre a ex-senadora Marina Silva (AC) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e disse que não é possível prever como ficará o cenário eleitoral em 2014. "É surpreendente e ainda vai ter muita coisa variável daqui até a eleição", afirmou. "Se alguém disser que sabe o que vai acontecer é porque está por fora. É porque não está entendendo o que está acontecendo."

Serra apareceu de surpresa nesta manhã em uma visita do governador Geraldo Alckmin (PSDB) a uma unidade da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) no Tatuapé, bairro da zona leste da capital. A declaração à imprensa foi rápida e ele não quis fazer mais comentários sobre a disputa da eleição presidencial do ano que vem.

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Serra foi convidado para a visita pelo diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP), Bruno Caetano, que também participou do evento.

Antes de percorrerem as instalações da Fatec, Serra e Alckmin permaneceram reunidos por cerca de 15 minutos em uma sala a qual a imprensa não teve acesso. Depois da visita, os dois fizeram uma breve caminhada pelo bairro, cumprimentando pedestres e parando para tomar café em um bar próximo. O evento serviu para Alckmin anunciar a abertura das inscrições para o vestibular 2014 das Fatecs.

O senador Humberto Costa (PT) afirmou ontem, 7, em entrevista ao radialista Geraldo Freire, da Radio Jornal, no Recife, que embora a aliança do PSB com a Rede Sustentabilidade tenha sido algo "inesperado", pouco altera a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Talvez a possibilidade de eleição no primeiro turno seja maior", avaliou.

Para o petista, os perdedores com a aliança são o senador e candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, e a própria Marina Silva. Costa explica que o governador Eduardo Campos (PSB) passou de aliado a oposição e, nesta condição, vai disputar com Aécio quem vai fazer contraponto ao governo federal. Embora reconheça que o PSDB é mais forte e estruturado, adianta que Campos não pode ser subestimado, o que atrapalha o projeto do tucano.

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Marina Silva, por sua vez, "perdeu muito", ao seu ver, "porque vinha fazendo discurso de implantação de um novo tipo de política e na primeira oportunidade fez um acordo, um conchavo político inclusive com forças que notadamente não são aquelas mais identificadas com uma forma moderna de fazer a política no Brasil".

Sem acreditar em uma transferência de votos de Marina para Eduardo Campos, Humberto Costa assegurou que o PT está "absolutamente tranquilo". E explicou: Dilma, segundo ele, é candidata forte, que vem fazendo um "grande governo" e faz parte de um projeto que mudou o Brasil e também Pernambuco. Destacou que Pernambuco foi bastante beneficiado por investimentos federais, especialmente através de parcerias com Campos.

"Quem tem o que mostrar não tem que ficar preocupado nem nervoso", afirmou, certo de que as "milhões de pessoas" que viram sua vida mudar e passaram a ter salário, emprego, renda e dignidade, "não vão ingressar em nenhuma aventura no Brasil".

Depois de escancarar as portas do partido para José Serra e Marina Silva disputarem a Presidência em 2014 e ser rejeitado duas vezes em menos de uma semana, o deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do PPS, defende agora que o governador Eduardo Campos lidere a chapa e tenha como candidata a vice a ex-ministra do Meio Ambiente.

Apesar de não descartar uma aliança com o senador tucano Aécio Neves, o dirigente sinaliza que seu partido está mais próximo do governador pernambucano. "O apoio ao Eduardo Campos sempre esteve presente e continua como hipótese de escolha do PPS. Houve um fortalecimento da candidatura dele, que se transforma em um efetivo polo alternativo aos governos Lula-Dilma", disse Freire. Ele argumenta, ainda, que as atuais pesquisas de opinião não devem servir como parâmetro para definir o presidenciável do PSB.

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"O Eduardo deve estar na cabeça da chapa. Ele representa um projeto mais de acordo com o que pensa o PPS. Se essa decisão fosse tomada pelas pesquisas de opinião, teríamos que apoiar a Dilma", afirma.

Para Freire, o "polo" Campos é o maior "medo" que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva tem em relação a disputa do ano que vem. Mas faz uma ponderação aos que apostam que o governador poderá herdar votos lulistas. "Campos não será uma continuidade dos governos do PT", afirma o deputado. O presidente do PPS nega que tenha ficado frustrado com a opção feita por Marina Silva. "A Rede não estava nas nossas preferências. Oferecemos a legenda para que ela não ficasse sem alternativa. Não fiquei frustrado".

O presidente do PPS relata que ficou sabendo da decisão da ex-ministra no sábado, 05, pela manhã. "Ela anunciou a decisão. Dissemos que achávamos que não era a melhor opção, agradecemos e fomos embora".

Coabitação

Roberto Freire não vê como um problema a decisão de Marina Silva de tratar a Rede de Sustentabilidade como um partido clandestino dentro de outro. "Dá para coabitar. O velho PCB (que deu origem ao PPS) conviveu dentro no MDB", afirmou Freire.

Os quinze membros da executiva nacional do PPS se reúnem nesta terça-feira, 08, em Brasília para fazer um balanço do troca-troca partidário e reabrir formalmente o debate sobre quem receberá o apoio da legenda na eleição presidencial de 2014.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante da repercussão negativa da filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB e da "perplexidade" da militância jovem diante do anúncio, João Paulo Capobianco, ex-coordenador da campanha presidencial do PV em 2010 e membro da Comissão Nacional da Rede Sustentabilidade, disse que os aliados terão de se dedicar a dar explicações sobre a decisão de se coligar ao partido do presidenciável Eduardo Campos.

Para isso, será necessário usar as redes sociais e os fóruns de debates do partido em formação para convencer os marineiros de que a escolha foi o melhor caminho para "consolidar" a Rede. "Vamos esclarecer todos os pontos", afirmou.

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Segundo Capobianco, um grupo "significativo" de militantes jovens da Rede preferia que Marina se ausentasse da disputa em 2014. "Alguns reagiram mal, mas a grande maioria agiu com perplexidade porque o PSB não estava no radar."

Não por acaso, Marina publicou imediatamente um vídeo no site da Rede justificando a escolha. Em quatro minutos e meio, a ex-senadora diz que sua filiação é simbólica e que não atuará como militante do PSB. Ela ressalta que optou por um partido afinado com o programa da Rede e aproveitou para avisar aos adversários que eles "não lograrão êxito" ao achar que sua sigla pode ser "abatida na pista" antes mesmo de "decolar".

‘Metabolismo político’

Capobianco, que também se filiou ao PSB e era um dos defensores de que Marina se filiasse a um partido alternativo, classificou como "natural" a resistência dos simpatizantes de Marina, uma vez que a decisão aconteceu de forma rápida. Para ele, os apoiadores ainda não "metabolizaram" os argumentos que levaram Marina ao partido de Campos e as pessoas ainda não fizeram uma "leitura completa" do que aconteceu. "Já estamos com esse processo (de dar explicações) em andamento. Com calma vamos abrir o debate e explicar", disse.

O ex-coordenador de campanha afirmou que a tarefa de conversar com a militância é da própria Rede, que também estará concentrada em se firmar como sigla partidária. Outra preocupação, revelou Capobianco, é discutir o conteúdo programático das eleições de 2014, além das candidaturas nos Estados e no Congresso Nacional. "O caminho que gostaríamos de ter tomado era o da discussão, mas neste caso não houve possibilidade. O timing foi curto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pego de surpresa pela aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, o PSDB já pensa em reavaliar a possibilidade de ceder palanques para a chapa do PSB em São Paulo e Minas, como vinha sendo articulado entre o governador de Pernambuco e o senador Aécio Neves (MG), provável candidato ao Planalto. Por sua vez, o PSB paulista quer uma sinalização mais clara de que terá a vice na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB), abrindo o palanque no Estado para o pernambucano, ou ameaça apoiar outras siglas ou ter candidato próprio.

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), levantou o alerta sobre a costura entre os partidos de Aécio e Campos. "Temos de avaliar essa questão muito bem. Somos governo nos dois Estados, os dois maiores colégios eleitorais do País", afirmou. "Ceder o palanque representa ganho de 100% para eles (PSB e Rede) e zero para nós."

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A declaração de Sampaio mostra a preocupação do PSDB com a força que a aliança entre Campos e Marina pode ganhar daqui para a frente. Pouco conhecido do eleitor brasileiro, o governador de Pernambuco pode aparecer como o novo na próxima campanha, principalmente com a ex-ministra a seu lado dizendo que dele recebeu abrigo quando não pôde criar a Rede Sustentabilidade e que o presidente nacional do PSB, como ela, sofreu uma espécie de assédio moral e político por parte de "forças obscurantistas ligadas ao governo" que tentaram impedir que ele se tornasse candidato ao Planalto.

Além disso, o fortalecimento da chapa coloca o PSB como potencial adversário do PSDB na atração por aliados e, consequentemente, tempo de TV. Os tucanos negociam aliança nacional com PPS, Solidariedade e DEM. "Isso nos torna muito fortes, enquanto a ida de Marina para o PSB não acrescenta nada em termos de tempo na TV", avaliou Sampaio.

O PSB sabe disso e também conversa com o PPS, além de PSD, PDT, PP e DEM. Alguns líderes do antigo PFL, como o ex-senador Heráclito Fortes (PI) e o grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (SC), migraram para o PSB e o líder do partido na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), é favorável à aliança.

Palanque

Em São Paulo, o PSB disputa com outras siglas, como PTB e DEM, a composição da chapa de Alckmin, mas agora a prioridade é garantir palanque para Campos no maior colégio eleitoral do País. Se o tucano resistir a ceder a vice e fechar o espaço para o governador de Pernambuco, o partido avalia apoiar candidaturas adversárias da campanha à reeleição, como a do peemedebista Paulo Skaf (que disputou o Palácio dos Bandeirantes em 2010 pelo PSB) ou a do ex-prefeito Gilberto Kassab, do PSD.

Não está descartada a hipótese de uma candidatura própria. As opções são os deputados Márcio França, presidente da legenda no Estado; Walter Feldman, ex-tucano que migrou para a sigla acompanhando Marina; ou Luiza Erundina, primeira prefeita do PT na capital.

O deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista, minimiza os riscos do cenário. "A relação do Campos com Alckmin sempre foi boa. Em 2012 eles montaram palanques em Campinas e São José do Rio Preto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Formada por dois ex-ministros de Lula, a chapa que poderá ter a dupla Eduardo Campos e Marina Silva na disputa à Presidência em 2014 terá como coordenador do programa de governo o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), que deixou há uma semana o governo Dilma Rousseff.

Caberá a Bezerra organizar um programa que sintetize as propostas de uma nova economia e uma nova política social, defendida pelo PSB, e princípios dos "sonháticos" da Rede Sustentabilidade, o partido de Marina que foi rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. A vinculação de Campos e Marina com os governos petistas de Lula e Dilma no passado é vista hoje, no meio político, como a força da aliança, que poderá ser vista como alternativa ao PT.

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Campos tomou posse em 2003 como ministro de Ciência e Tecnologia de Lula. Marina foi ministra do Meio Ambiente de Lula de 2003 a 2008 e se afastou do projeto quando deixou o PT em agosto de 2009. Durante sua gestão, trombou várias vezes com a então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff, por divergências em relação a políticas ambientais.

O programa de governo a ser apresentado, embora coordenado por Bezerra, terá por parte do PSB o vice-presidente da sigla, Roberto Amaral e, pela Rede, João Paulo Capobianco, o principal conselheiro de Marina desde os tempos do Ministério do Meio Ambiente.

A construção de um programa de governo conjunto será um desafio para a aliança. Partido com sessenta anos e ideário de esquerda, o PSB vinha fazendo uma curva identificada como à direita com apoios da família Bornhausen e do líder ruralista Ronaldo Caiado (GO), que é também líder do DEM na Câmara. Com o novo parceiro, será preciso buscar uma divisão de tarefas e um alinhamento das propostas que não afaste outros partidos, mas respeite as bandeiras de Marina, sobretudo na área ambiental.

Ajustes

O PSB já abriu duas vagas na Executiva Nacional para que integrantes da Rede possam participar de decisões partidárias. Pedro Ivo, coordenador de organização do grupo de Marina, já foi indicado para uma vaga no comando da legenda e outro dirigente da Rede deve ser oficializado na Executiva ainda nesta semana.

Para que a participação no comando seja definitiva, e receba mais aliados de Marina, o PSB deve antecipar para o início do ano o congresso do partido marcado para dezembro de 2014.

Agora unidos, PSB e Rede vão fazer a partilha de funções fundamentais para a construção da candidatura, a exemplo da tesouraria, que deverá ficar com a ala de Eduardo Campos. O contato com as redes sociais será destinado ao grupo de Marina Silva, experiente no assunto.

Na TV

A aliança provocou ainda mudança no programa eleitoral do PSB, que vai ao ar na quinta-feira. Imagens da cerimônia de filiação de Marina Silva ao partido de Eduardo Campos e discursos dos dois serão exibidas na propaganda eleitoral, que terá dez minutos. A princípio, só apareceria Eduardo Campos, como as inserções já mostradas anteriormente na televisão. Agora, com a chegada de Marina Silva, o programa será mudado em cima da hora para mostrar a nova aliada de Eduardo Campos. Por força da legislação eleitoral, Marina terá de aparecer como integrante do PSB, pois só filiados podem participar da propaganda eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff abriu a reunião com os líderes dos partidos da base aliada pedindo que eles avaliassem a surpreendente movimentação de Marina Silva. No último fim de semana, a ex-senadora desistiu que lançar candidatura própria ao Planalto e se filiou ao PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que saiu da aliança governista para abrir seu caminho para a Presidência em 2014.

De acordo com relato de um dos presentes, após ouvir a avaliação da maioria dos líderes de que a ida de Marina para o PSB enfraquecia o peso eleitoral da ex-ministra em relação aos 20 milhões de votos obtidos na eleição passada, Dilma fez questão de ressalvar que "não se pode desconsiderar a importância de Marina" neste jogo eleitoral porque "ela não é qualquer pessoa". Ainda segundo este parlamentar, o tema Marina teria sido tratado na reunião informalmente e apenas no início da reunião.

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Na conversa com os líderes governistas, a presidente foi muito cuidadosa ao tratar do tema Marina Silva e teria preferido aproveitar o assunto para questionar a forma como ocorrem hoje a criação dos partidos políticos, querendo informações de como são feitas as certificações e a aferição de assinaturas. O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) lembrou que dois partidos foram criados agora e que há outros 25 na fila esperando sua vez. O líder pedetista Marcos Rogério criticou o que chamou de "precariedade do processo de certificação dos partidos". Segundo Marcos Rogério, a presidente Dilma, após ouvir as ponderações, demonstrou preocupação com o tema e defendeu que "este assunto tem de ser discutido pelo Congresso".

Apesar de os líderes aliados terem feito avaliação de que Marina perdeu mais do que ganhou ao entrar do PSB e de a presidente Dilma ter feito a ressalva, segundo relato de um dos presentes, que não dá para desconsiderar o peso político de Marina, no Planalto, a avaliação que se tentava passar era de que o principal derrotado neste processo era o candidato do PSDB, Aécio Neves. "A presidenta não tocou nisso, mas na (reunião) preliminar, quando se reúnem vários líderes, não se deixa de comentar (isso). Na preliminar, antes da presidenta tocar a pauta principal, ficamos comentando, alguns externaram opiniões com muito consenso, sintonia, de que o quadro no momento favorece a presidenta", comentou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).

Na avaliação de Guimarães, quanto menos candidaturas, maiores as chances de a presidente faturar a eleição. "Havia uma discussão de Serra, Marina, Eduardo, Aécio, todo mundo candidato. Quanto menos candidaturas, as chances da presidenta se ampliam. Ela não falou, mas muito de nós falamos no bate-papo preliminar, antes da presidenta chegar ao local da reunião", disse Guimarães. O líder petista observou ainda que não é o momento de "bater boca" com o governador de Pernambuco, porque "houve esta separação e serei o primeiro a defender, em 2014, que o Eduardo volte para o palanque da Dilma".

O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), criticou nesta segunda-feira (7), a aliança entre o presidente do PSB, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva. Após ter o registro do partido Rede negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marina se filiou ao PSB no sábado (5), passando a integrar uma possível chapa presidencial com Campos em 2014.

"É uma esperteza porque Eduardo Campos tinha muita dificuldade de viabilizar a sua candidatura e adotou Marina", disse André Vargas. "Quero ver se vai adotar o discurso de Marina. Pelo discurso dela, a usina Belo Monte não estaria sendo construída, por exemplo, e não teríamos desenvolvimento, e me parece contraditório com aquilo que Eduardo Campos prega", acrescentou.

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O petista também avaliou a possibilidade de uma aliança com Marina e Eduardo Campos caso a disputa fique entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB). "Eles sempre estiveram ao nosso lado. Agora que eventualmente pontuaram contrariamente. Mas eles têm muita dificuldade de fazer aliança com o PSDB, porque surgiram em oposição ao PSDB", disse.

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