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Uma pegada para a eternidade, uma "selfie" histórica com a bandeira chinesa ao fundo. As fotografias enviadas pelo robô Zhurong a partir de Marte encheram de orgulho a agência espacial do país de maior população do mundo.

Zhurong, um robô cujos painéis solares acionados como asas dão um ar de avião, fotografou a si mesmo ao lado de sua plataforma de pouso, graças a outra câmera removível.

Na plataforma de pouso estava uma bandeira da China.

O robô chinês, que pesa 240 quilos, chegou a Marte em meados de maio, após uma viagem de quase um ano. Zhurong, o deus do fogo, segundo a mitologia chinesa, também fez fotografias das marcas de suas seis rodas no solo de Marte.

"A pegada da China", segundo a agência espacial.

O robô vai estudar o solo e a atmosfera do planeta vermelho em uma missão de três meses.

A viagem do Zhurong é uma proeza para China, que se tornou o segundo país do mundo a alcançar a façanha, depois que o robô Perseverance, dos Estados Unidos, chegou em fevereiro a Marte.

O veículo de exploração chinês em Marte saiu de sua plataforma de pouso e começou a explorar a superfície neste sábado (22), informou a agência estatal de notícias Xinhua, o que torna o país o segundo a pousar e operar um rover no Planeta Vermelho.

O lançamento em julho de 2020 da sonda Tianwen-1 a Marte, que levava o rover Zhurong, foi um marco no programa espacial chinês.

Tianwen-1 pousou há uma semana em uma vasta planície de lava no norte, conhecida como Utopia Planitia, e transmitiu suas primeiras fotos da superfície alguns dias depois.

A sonda e o rover de Marte devem passar aproximadamente três meses capturando imagens, coletando dados geográficos e recolhendo e analisando amostras de rochas.

O Zhurong, de seis rodas, impulsionado por energia solar e de 240 quilos, leva o nome de um mítico deus chinês do fogo.

A China já enviou astronautas ao espaço, sondas à Lua e fez um rover pousar em Marte, a missão mais prestigiosa na competição internacional pelo domínio do espaço.

Estados Unidos e Rússia são os únicos outros países que chegaram a Marte, e somente os EUA operaram um rover na superfície.

Várias tentativas americanas, russas e europeias de pousar rovers em Marte fracassaram, a última em 2016 com o pouso forçado da nave espacial conjunta russo-europeia Schiaparelli.

A última chegada bem-sucedida ocorreu em fevereiro, quando a NASA, a agência espacial americana, pousou seu rover Perseverance, que desde então está explorando o planeta.

Painéis solares em uma paisagem extraterrestre, rampas e antenas apontadas para o horizonte marciano: a primeira sonda chinesa no planeta vermelho enviou seus primeiros "selfies" para a Terra, após seu pouso histórico na semana passada.

O rover "Zhurong" entrou na atmosfera de Marte no sábado (15) e se tornou a primeira sonda a pousar com sucesso neste planeta por um país que realiza sua primeira missão marciana.

Zhurong, assim nomeado em homenagem ao Deus do fogo da mitologia chinesa, chegou poucos meses após a última sonda americana atingir a superfície de Marte, "Perseverace", e foi celebrado na China como um marco em sua ascensão ao status de superpotência espacial.

A Agência Espacial Nacional Chinesa (CNSA) divulgou nesta quarta-feira imagens tiradas pelo veículo espacial, que mostram o sistema de prevenção de obstáculos do veículo e painéis solares, bem como solo marciano.

"Povo da internet, as imagens de Marte que vocês tanto esperavam estão aqui", escreveu a agência em um post nas redes sociais com as imagens.

A operação destinada a pousar o rover foi delicada para os engenheiros chineses. A mídia estatal descreveu o uso de um paraquedas para desacelerar a descida e o acionamento do trem de pouso como "a parte mais difícil da missão".

O veículo está programado para funcionar por três meses, durante o qual deverá tirar fotos e coletar dados sobre a geografia local.

A China percorreu um longo caminho para alcançar a Rússia e os Estados Unidos, que têm décadas de experiência em exploração espacial.

O gigante asiático lançou com sucesso o primeiro módulo de sua próxima estação espacial no mês passado e espera torná-la habitável até 2022. Também pretende enviar humanos para a Lua.

A China conseguiu, neste sábado (15), pousar com sucesso seu robô "Zhurong", que é controlado remotamente, na superfície de Marte, um evento sem precedentes para o país asiático e que reflete suas aspirações espaciais cada vez mais ambiciosas.

Os chineses lançaram sua missão não tripulada "Tianwen-1" da Terra no final de julho de 2020, em homenagem à sonda enviada ao espaço.

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Ela é composta por três elementos: uma sonda orbital (que gira em torno do astro), uma sonda (que pousou em Marte) e o robô teleguiado "Zhurong" a bordo.

"O módulo de pouso Tianwen-1 pousou com sucesso na zona definida" em Marte com o robô "Zhurong" a bordo, informou a rede estatal CCTV, que transmitiu um programa especial intitulado "Nihao Huoxing" (Olá, Marte), e informou que recebeu um "sinal" na Terra.

A descida culminou às 7h18 (20h18 de sexta-feira no horário de Brasília) em uma área do planeta vermelho chamada "Utopia Planitia", uma vasta planície localizada no hemisfério norte de Marte, segundo a Agência Espacial Chinesa (CNSA).

O pouso no planeta vermelho é particularmente difícil e muitas missões europeias, soviéticas e americanas falharam no passado.

A China já havia tentado enviar uma sonda a Marte em 2011, em uma missão conjunta com a Rússia, mas a tentativa fracassou e Pequim decidiu seguir a aventura sozinha.

Esta é a primeira tentativa independente e ambiciosa para os chineses, que esperam fazer tudo que os americanos fizeram em várias missões marcianas desde os anos 1960.

Em fevereiro, a China conseguiu colocar a sonda "Tianwen-1" na órbita marciana e tirar fotos do planeta vermelho.

Neste sábado, conseguiu pousar o módulo de pouso em Marte, o que permitirá a saída do robô teleguiado "Zhurong".

A realização dessas três operações em uma primeira missão a Marte é inédito.

- Descida perigosa -

A chegada a Marte foi um momento crítico.

Uma vez na atmosfera do planeta vermelho, a sonda "Tianwen-1" liberou um paraquedas para efetuar uma descida perigosa de vários minutos, explicou a agência espacial.

O módulo foi então estabilizado 100 metros acima da superfície, para identificar obstáculos, antes de finalmente pousar.

Dada a distância da Terra, "Tianwen-1" teve que "pousar por conta própria" sem ajuda externa, explicou Chen Lan, analista do site GoTaikonauts.com, especializado no programa espacial chinês.

O planeta vermelho está localizado a cerca de 200 milhões de quilômetros da Terra, segundo a imprensa chinesa, e um sinal leva "18 minutos" para chegar. Portanto, "em caso de problemas, ninguém na Terra poderia ajudá-lo", disse Chen à AFP.

Pesando mais de 200 kg, "Zhurong" está equipado com quatro painéis solares para o fornecimento de energia elétrica e pretende estar operacional por três meses.

Também está equipado com câmeras, um radar e um laser que lhe permitirá estudar o ambiente e analisar a composição das rochas marcianas.

A missão a Marte também procurará possíveis sinais de vida passada.

Chega ao planeta vermelho poucos meses depois de Perseverance, o rover da NASA, a agência especial dos Estados Unidos, que pousou em Marte em 18 de fevereiro com a missão de procurar evidências de vida passada.

O nome "Zhurong" foi escolhido após uma pesquisa online e refere-se ao Deus do Fogo na mitologia chinesa. Um simbolismo justificado pelo nome chinês de Marte: "huoxing", literalmente, "o planeta do fogo".

- Ambições espaciais -

A China investiu bilhões de dólares em seu programa espacial para tentar recuperar o atraso em relação à Europa, Rússia e Estados Unidos.

Em 2003, enviou seu primeiro astronauta ao espaço e lançou satélites para si e para terceiros.

Em 2019, pousou um veículo no lado oculto da Lua, outro feito inédito mundial. No ano passado, trouxe amostras da Lua para a Terra.

O gigante asiático planeja estabelecer uma grande estação espacial até 2022 e espera enviar pessoas à Lua em uma dúzia de anos. O primeiro dos três módulos da estação espacial foi lançado no final de abril.

Para completar a construção, a China planeja lançar uma dúzia de missões, algumas delas tripuladas.

A missão "Tianwen-1" enviou sua primeira imagem de Marte em fevereiro: uma foto em preto e branco mostrando relevos como a cratera Schiaparelli e o sistema de cânions de Valles Marineris.

O pequeno helicóptero Ingenuity, da Nasa, fez seu terceiro voo em Marte neste domingo, avançando mais longe e de forma mais rápida do que nas saídas anteriores, a um máximo de 7 km/h, informou a agência espacial americana.

Depois de um primeiro voo estacionário e de um segundo quase imobilizado, o helicóptero, desta vez, deslocou-se por 50 metros, atingindo uma velocidade de 7 km/h. "O voo de hoje foi como havíamos planejado, mas não menos incrível", assinalou Dave Lavery, diretor do programa, na sede da Nasa, em Washington.

O robô Perseverance, a bordo do qual chegou o pequeno helicóptero, de 1,8 kg, filmou o terceiro voo, que durou 80 segundos. A Nasa informou que trechos desse vídeo serão enviados à Terra nos próximos dias.

O voo, de deslocamento lateral, foi um teste para o sistema de navegação autônomo do helicóptero, que realiza o trajeto com base em informação previamente recebida. "Se ele voar muito rápido, o algoritmo de voo não consegue identificar o terreno", explicou a Nasa.

A densidade baixíssima do ar de Marte (1% da atmosfera terrestre) obrigou as equipes da Nasa a desenhar um helicóptero ultraleve, cujo quarto voo está sendo preparado. A expectativa é de que as operações se tornem cada vez mais difíceis e levem a máquina ao seu limite.

Após um mês, no máximo, a experiência será interrompida, para que o Perseverance se dedique à sua missão principal: buscar rastros de vida antiga em Marte.

O helicóptero espacial Ingenuity sobrevoou Marte nesta segunda-feira (19). Após ter a operação adiada em outras oportunidades, esta foi a primeira experiência de voo em outro planeta, indica a Nasa.

Ainda na sala de controle da agência espacial norte-americana, a responsável pelo desenvolvimento da aeronave celebrou o episódio histórico. "Sucesso! Podemos dizer que voamos pela primeira vez noutro planeta", festejou Mimi Aung, que dividiu aplausos com a equipe.

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O Ingenuity decolou na vertical até uma altura de três metros e manteve-se elevado por 30 segundos, até rodar no próprio eixo e pousar. As imagens do breve voo foram captadas pelo veículo não tripulado Perseverance, que foi posicionado para registrar a operação.

Parecido com um grande drone, o Ingenuity tem 1,21m de diâmetro e apenas 1.8kg. Ele é equipado com quatro pés e duas hélices, além de painéis solares, uma sonda e uma câmera.

A Nasa estuda realizar outros cinco voos e aumentar a dificuldade das operações.

O helicóptero Ingenuity da Nasa pode fazer seu primeiro voo sobre Marte já nesta segunda-feira, informou a agência espacial dos Estados Unidos, após um atraso de mais de uma semana devido a um possível problema técnico.

A viagem do mini-helicóptero marcará o primeiro voo motorizado e controlado em outro planeta e ajudará a Nasa a coletar dados inestimáveis sobre as condições no Planeta Vermelho.

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"A Nasa tem como meta não antes de segunda-feira, 19 de abril, para o primeiro voo de seu helicóptero Ingenuity Mars", disse a agência espacial neste sábado (17).

Os dados retornarão à Terra "algumas horas após o voo autônomo", que decolaria aproximadamente às 3h30 (4h30 no horário de Brasília), segundo a Nasa.

A primeira viagem do Ingenuity foi inicialmente marcada para o domingo passado, mas teve que ser adiada após o surgimento de um potencial problema durante um teste de alta velocidade dos rotores do helicóptero de 1,8 kg.

A Nasa considera a operação sem precedentes altamente arriscada: o voo é um desafio porque o ar em Marte é muito rarefeito, com menos de 1% da pressão da atmosfera da Terra.

O helicóptero chegou a Marte preso à parte inferior do rover Perseverance, que pousou em 18 de fevereiro.

A missão é o equivalente em Marte ao primeiro voo motorizado na Terra, realizado pelos irmãos Wright em 1903 em Kitty Hawk, na Carolina do Norte, nos EUA. Um pedaço de tecido desse avião foi colocado dentro da Ingenuity em homenagem ao feito.

O mini-helicóptero Ingenuity, da Nasa, que chegou em fevereiro à Marte, acoplado na parte inferior do rover Perseverance, acaba de se separar do veículo e já está na superfície do planeta vermelho, anunciou a agência espacial dos EUA.

"Pouso confirmado do helicóptero de Marte!”, tuitou o laboratório da NASA responsável pela missão na noite de sábado (3).

Este helicóptero ultraleve, semelhante a um grande drone, chegou dobrado e acoplado ao Perseverance, que pousou em Marte em 18 de fevereiro, onde permaneceu até que o rover alcançou o local onde o voo deve ocorrer.

"Sua jornada de 293 milhões de milhas (471 milhões de km) chegou ao fim com este pequeno salto de 4 polegadas (10 cm) da barriga do rover para a superfície de Marte hoje. Próximo desafio: sobreviver à noite", o laboratório tuitou.

Uma foto que acompanha o tuíte mostrava Perseverance se afastando do helicóptero. O robô deve deixar o horizonte limpo para o helicóptero em menos de 25 horas, já que o Ingenuity precisa do sol para alimentar seus painéis solares com energia e sobreviver aquecendo-se durante as noites geladas de Marte.

Até este momento, o Ingenuity utilizou a força do rover, mas de agora em diante deverá seguir sozinho.

"Há um pequeno radiador que permite manter o interior em cerca de 45°F (7° Celsius) no frio congelante da noite marciana, onde as temperaturas podem cair para -130°F (-90°Celsius)", explicou Bob Balaram, engenheiro-chefe do projeto Mars Helicopter.

“Isso permite proteger os componentes-chave” do aparelho, acrescentou.

Nos próximos dois dias, a equipe em terra verificará se os painéis solares estão funcionando conforme o planejado e, em seguida, começará a testar os motores e sensores antes do primeiro voo, que não deve ocorrer antes de 11 de abril.

Elon Musk, fundador e CEO da SpaceX, disse nessa terça-feira (23), em sua conta no Twitter, que a empresa irá pousar naves em Marte “bem antes” de 2030. O post foi em resposta a um artigo da Ars Technica que dizia que a Europa começaria a se concentrar em sistemas competitivos em 2030 e que as empresas europeias estavam atrás da SpaceX.

"A SpaceX pousará Naves Estelares em Marte bem antes de 2030. O limite realmente difícil é tornar a Base Alfa de Marte autossustentável", postou Elon Musk.

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O plano de Elon Musk é construir pelo menos 1 mil foguetes e lançar três deles por dia para enviar um milhão de pessoas à Marte.

Musk também disse que a Europa estava "mirando muito baixo" com seus esforços de lançamento, dizendo que "apenas foguetes totalmente e rapidamente reutilizáveis serão competitivos".

Em fevereiro, a SpaceX fez um teste, lançando seu foguete protótipo “Starship”, que acabou explodindo no meio do lançamento de alta altitude.

Mas isso não impediu a empresa de levantar cerca de $ 850 milhões de dólares e continuar seus planos. Um primeiro voo orbital do foguete está previsto para o fim deste ano.

Pesquisadores responsáveis pela missão Juno descobriram que as névoas de poeira de Marte geram luzes no céu e que podem ser vistas da Terra. A informação foi publicada pela revista científica Journal of Geophysical Research: Planets, com a explicação de que o fenômeno pode ser visto pouco antes do nascer do dia, junto com o crepúsculo solar e após o anoitecer.

O fenômeno é um feixe de luz solar e foi descoberto por um instrumento junto à nave da Nasa, que detectou pequenos fragmentos da névoa que se chocou com a sonda espacial Juno, que orbita por Júpiter. Ao entrar em contato com a sonda, os minúsculos grãos da tempestade de poeira estavam a uma velocidade de 16 mil km/h e se refletiram em mínimas partículas luminosas.

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Os cientistas responsáveis pelo estudo perceberam que a sonda Juno pode ser o maior e mais sensível detector de detritos espaciais atualmente. Por isso, a equipe desenvolveu um modelo computacional para prever a luz quando ela for refletida pelas partículas de poeira interplanetária.

Por Thaiza Mikaella

O veículo-robô Perseverance executou com sucesso seu primeiro teste exploratório do planeta vermelho, informou nesta sexta-feira (5) a agência espacial americana (Nasa).

O robô de seis rodas percorreu cerca de 6,5 metros em 33 minutos na quinta-feira, detalhou a Nasa.

Ele se deslocou quatro metros à frente, deu uma volta de 150 graus à esquerda, e então voltou 2,5 metros, deixando um rastro de pneus na poeira marciana.

"Foi nossa primeira oportunidade de explorar e levar o Perseverance para dar uma volta", disse Anais Zarifian, engenheira de testes de mobilidade no Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena, Califórnia.

Zarifian disse que a sessão exploratória terminou "incrivelmente bem" e representou um "enorme marco para a missão e a equipe de mobilidade".

"Nós vamos fazer algumas jornadas exploratórias maiores", acrescentou. "Isto é só o começo".

Os engenheiros da Nasa informaram que estão estudando possíveis rotas para viagens mais longas do robô na superfície de Marte.

O vice-diretor da missão Perseverance, Robert Hogg, disse que os engenheiros também estão preparando o primeiro voo de testes de um drone transportado pelo robô.

Hogg afirmou que a equipe responsável pelo 'rover' está calculando áreas de voo e esperava realizar o primeiro voo no fim da primavera ou no começo do verão no hemisfério norte.

Ele disse que até o momento a missão não enfrentou maiores problemas.

"Só coisas menores", afirmou. "Tudo o que testamos funcionou lindamente".

O Perseverance foi lançado em 30 de julho de 2020 e pousou na superfície marciana em 18 de fevereiro deste ano para uma missão em busca de sinais de vida passada no planeta vermelho.

A missão principal do robô durará pouco mais de dois anos, mas é provável que ele permaneça operacional muito além disso.

Seu antecessor, o robô Curiosity, ainda está funcionando oito anos após ter pousado em Marte.

Nos próximos anos, o Perseverance tentará coletar 30 rochas e amostras de solo em tubos selados para serem enviadas de volta à Terra para análise em algum momento na década de 2030.

Do tamanho de um veículo 4x4, o robô pesa uma tonelada, é equipado um braço robótico de pouco mais de dois metros, tem 19 câmeras, dois microfones e um conjunto de equipamentos de última geração.

O robô é apenas o quinto a pôr as rodas em Marte e todos os seus antecessores foram americanos. A primeira vez em que um veículo pousou no planeta vermelho foi em 1997.

Os Estados Unidos estão se preparando para uma eventual missão humana em Marte, embora o planejamento ainda esteja em uma fase muito preliminar.

A Nasa (agência espacial americana) informou nesta quinta-feira (18) que o veículo robô Perseverance pousou na superfície de Marte após superar com sucesso uma perigosa fase de aproximação do solo, conhecida como "sete minutos de terror".

"Pouso confirmado", disse a líder das operações Swati Mohan, enquanto a equipe de controle da missão na sede do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa explodia de alegria.

O procedimento autônomo guiado foi completado mais de 11 minutos antes do anúncio, que é o tempo em que um sinal de rádio leva para voltar à Terra.

"UAU!!" tuitou o administrador associado da NASA, Thomas Zurburchen, ao postar a primeira imagem em preto e branco do Perseverance da cratera de Jezero, no hemisfério norte de Marte.

O robô-explorador é apenas o quinto a pousar em Marte. A façanha foi realizada pela primeira vez em 1997 e todos até agora foram americanos.

Do tamanho de um veículo utilitário, o Perseverance pesa uma tonelada, é equipado com um braço robótico de dois metros de comprimento, 19 câmeras, dois microfones e um conjunto de instrumentos de última geração para auxiliar em seus objetivos científicos.

O Perseverance agora inicia uma missão de vários anos para pesquisar as bioassinaturas de micróbios que podem ter existido bilhões de anos atrás no planeta vermelho, quando as condições eram mais quentes e úmidas do que são hoje.

A partir do verão boreal, ele tentará coletar 30 amostras de rochas e solo em tubos selados para serem enviadas de volta à Terra em algum momento da década de 2030 para análises em laboratório.

"O questionamento se há vida fora da Terra é um dos mais fundamentais e essenciais que podemos fazer", disse a geóloga da NASA Katie Stack Morgan.

"Nossa capacidade de fazer essa pergunta e desenvolver pesquisas científicas e tecnologia para respondê-la é uma das coisas que nos torna uma espécie tão única", acrescentou.

A Nasa também quer realizar vários experimentos, incluindo a tentativa do primeiro voo motorizado em outro planeta, com um drone-helicóptero chamado Ingenuity, que terá que se sustentar em uma atmosfera que é tem por cento da densidade da Terra.

Mais de um século depois do primeiro voo motorizado na Terra, a NASA quer provar que é possível fazer um veículo voar em outro planeta.

Transportado a bordo da missão Mars 2020, que chega ao seu destino na quinta-feira (18), o pequeno helicóptero Ingenuity deve realizar um feito histórico: subir no ar com uma densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera terrestre.

- Helicóptero ultraleve -

Ingenuity, na verdade, se parece mais com um grande drone. O principal desafio para os engenheiros era torná-lo o mais leve possível, de modo que seja capaz subir em um ar extremamente leve. Pesa apenas 1,8 kg.

É composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas. Mede 1,2 metros de uma extremidade à outra de uma hélice.

As hélices girarão a uma velocidade de 2.400 rpm (rotações por minuto), aproximadamente cinco vezes mais rápido que um helicóptero padrão.

Ingenuity está equipado com painéis solares para recarregar suas baterias. Grande parte de sua energia servirá para se manter quente (faz -90 °C à noite em Marte). Também pode tirar fotos e vídeos.

O helicóptero viaja preso à parte inferior do corpo do Perseverance, o veículo principal da missão. Uma vez em Marte, se desprenderá para cair no solo e o rover rolará sobre ele para que possa se afastar.

- Voos de 90 segundos -

Ingenuity deve realizar até cinco voos de dificuldade gradual durante um período de um mês imediatamente após a chegada do Perseverance.

Ingenuity pode subir até cinco metros de altura e se deslocar até 300 metros, mas irá muito menos longe no primeiro teste.

Cada voo pode durar o máximo de um minuto e meio, "o que não é pouca coisa em comparação com os 12 segundos" do primeiro voo motorizado na Terra, argumenta a NASA.

Devido ao atraso na transmissão de cerca de vinte minutos entre a Terra e Marte, não tem como controlá-lo à distância. Voará em autonomia: vai programado com alguns comandos, mas depois terá que valer por si mesmo graças a uma série de sensores que o ajudarão a se locomover.

Os resultados dos voos serão recebidos na Terra muito depois de acontecerem.

- Para quê? -

Este experimento é o que a NASA chama de uma missão de demonstração: não tem nenhum objetivo científico, exceto demonstrar que é possível voar em Marte e recolher dados sobre o comportamento de uma nave em outro planeta.

No futuro, essas aeronaves poderiam "marcar o início de uma era completamente nova de exploração de Marte", disse com entusiasmo Bob Balaram, engenheiro chefe do projeto, dando a possibilidade de chegar aonde os rovers não podem ir, como por exemplo acima dos canhões.

Também é possível imaginar que este tipo de nave vá buscar, para depois trazer de volta a uma base, amostras coletadas por missões anteriores. Por exemplo, as amostras que Perseverance deve começar a recolher na próxima fase da missão Marte 2020.

A sonda "Esperança" dos Emirados Árabes Unidos enviou sua primeira imagem de Marte, alguns dias depois de entrar com sucesso na órbita do planeta vermelho, anunciou a agência espacial nacional neste domingo (14).

"A Missão Marte dos Emirados Árabes Unidos captou a imagem do maior vulcão do sistema solar, Olympus Mons, emergindo à luz do sol na primeira hora da manhã", disse um comunicado.

A imagem foi captada a uma altitude de 24.700 km sobre a superfície marciana na quarta-feira passada, no dia seguinte ao que a sonda se instalou na órbita de Marte, continua o comunicado.

O xeique Mohamed bin Rashid Al-Maktum, primeiro-ministro emirati e governador de Dubai, compartilhou a imagem em cor em um tuíte.

"Primeira imagem de Marte captada pela primeira sonda árabe da história", escreveu junto à foto.

Esta missão foi projetada para descobrir os segredos do clima marciano, mas Emirados também quer que sirva de inspiração para a juventude da região.

"Esperança" se tornou a primeira das três naves espaciais a chegar ao planeta vermelho, depois que China e Estados Unidos lançaram missões em julho, aproveitando um lapso durante o qual a Terra e Marte estão mais perto.

A missão emirati também tem como objetivo comemorar o 50º aniversário da unificação dos sete emirados que compõem a nação.

"Esperança" permanecerá na órbita do planeta vermelho ao menos por um ano marciano, ou seja, 687 dias terrestres, implantando três instrumentos científicos para analisar a atmosfera marciana.

Está prevista para começar a enviar mais informação para a Terra em setembro de 2021, com os dados disponíveis para cientistas de todo o mundo.

A agência espacial chinesa divulgou, nesta sexta-feira (12), imagens em vídeo de sua sonda "Tianwen-1" sobrevoando Marte, dois dias depois de ter conseguido colocá-la na órbita ao redor do planeta vermelho.

No vídeo divulgado pela rede pública CCTV, a superfície do planeta aparece em meio a um céu preto. Crateras brancas são visíveis na superfície de Marte, que a sonda sobrevoa durante um dia marciano, segundo a agência oficial Xinhua.

Em plena rivalidade diplomática e tecnológica com Estados Unidos, a China abre um novo cenário de competição com um programa espacial ambicioso, cujo objetivo é estabelecer uma estação espacial habitada em 2022 e enviar um astronauta para a Lua até 2030.

"Tianwen-1" ("Perguntas ao céu-1", em chinês) foi lançada em 23 de julho da ilha de Hainan, ao sul da China.

Esse mês também foram lançadas as missões dos Emirados Árabes Unidos e dos Estados Unidos, aproveitando a conjunção do final de 2020, ou seja, o momento em que, a cada 26 meses, ambos os planetas estão mais perto um do outro.

A sonda emirati, chamada "Al-Amal" ("Esperança") foi colocada na órbita marciana na terça-feira, um dia antes da sonda chinesa, um feito histórico para a primeira missão interplanetária do mundo árabe.

A sonda chinesa é composta por três elementos: um orbitador, um módulo de descida (que pousaria em Marte) e um robô guiado remotamente.

Muito ambiciosos, os chineses esperam alcançar nesta primeira tentativa própria tudo o que os Estados Unidos conquistaram em várias missões a Marte desde a década de 1960.

Todas os olhares de Dubai a Abu Dhabi estão voltados nesta terça-feira (9) para a primeira missão espacial árabe com destino a Marte: a sonda "Hope", dos Emirados Árabes Unidos, deve entrar na órbita do planeta vermelho durante uma delicada manobra.

Em caso de êxito, a sonda - que pretende revelar segredos do clima marciano - será a primeira de três missões espaciais a chegar a Marte em fevereiro.

Além dos Emirados Árabes Unidos, país rico do Golfo, China e Estados Unidos também lançaram missões em julho, aproveitando o período em que a Terra e Marte estão mais próximos

A entrada da "Hope" ("Amal" em árabe, "Esperança" em português) na órbita de Marte pretende marcar o aniversário de 50 anos da unificação dos sete emirados em uma federação. Todos os monumentos do país serão iluminados de vermelho durante a noite.

A "Hope" deve iniciar a manobra de 27 minutos às 15H30 GMT (12H30 de Brasília) desta terça-feira. A operação consistirá em reduzir a velocidade e de maneira suficiente para que seja atraída pela gravidade marciana, a parte mais difícil da missão, segundo os especialistas.

A sonda deve girar e acionar os seis poderosos propulsores para reduzir a velocidade de 121.000 km/h a 18.000 km/h. O sinal vai demorar 11 minutos para chegar à sala de controle da Terra.

"Vinte e sete minutos sem informações determinarão o destino de sete anos de trabalho", tuitou Sarah al Amiri, presidente da Agência Espacial dos Emirados e ministra de Tecnologias Avançadas.

Em caso de sucesso, um espetáculo de fogos está previsto em Dubai ao redor do Burj Khalifa, o maior prédio do mundo.

- 50% de possibilidade -

"Este projeto é muito importante para a nação, para toda a região e a para a comunidade científica e espacial mundial", declarou à AFP Omran Sharaf, diretor de projeto da missão.

Ele afirmou que o objetivo é "muito maior" que o simples fato de chegar a Marte.

"O governo quer provocar uma grande mudança no espírito da juventude dos Emirados (...) para acelerar a criação de um setor setor científico e tecnológico de ponta", acrescentou.

Embora a sonda tenha sido concebida para dar uma imagem completa da dinâmica meteorológica do planeta vermelho, também representa um passo rumo a um objetivo muito mais ambicioso: a criação de uma colônia humana em Marte no prazo de 100 anos.

Além de consolidar seu status como país regional chave, os Emirados desejam que o projeto sirva de fonte de inspiração para a juventude árabe, em uma região que aparece com frequência na imprensa pelos conflitos e suas crises políticas, e não pelas conquistas científicas.

"A sonda tem 50% de probabilidades de entrar na órbita de Marte, mas conseguimos 90% de nossos objetivos em termos de construção de novos conhecimentos", tuitou o xeque Mohammed bin Rashed Al Maktum, primeiro-ministro dos Emirados e dirigente de Dubai.

Ao contrário das missões chinesa Tianwen-1 e americana Marte 2020, a "Hope" não vai pousar no planeta vermelha.

A sonda utilizará três instrumentos científicos para monitorar a atmosfera marciana e deve começar a transmitir informações em setembro.

Os cientistas de todo o mundo terão acesso aos dados obtidos pela "Hope".

Três aeronaves robóticas enviadas a Marte em julho do ano passado chegam ao destino nas próximas semanas. A primeira delas, a Al-Amal, deve orbitar o planeta vermelho nesta terça-feira (9). A nave, enviada pelos Emirados Árabes, é um marco para a história do país, que completa 50 anos em dezembro.

A expectativa é de que na quarta-feira (10), a nave chinesa Tianwen-1 chegue a Marte. A sonda rondará o planeta até maio, quando deverá pousar no solo. A sonda norte-americana Perseverance será a última a chegar no planeta vermelho, em 18 de fevereiro, com a missão de recolher rochas e iniciar um estudo para estabelecer se em algum momento houve sinais de vida microscópica ancestral.

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Os Estados Unidos é o país com mais missões bem sucedidas em relação à exploração espacial em Marte. Até o momento, a Nasa acertou oito das nove tentativas de pouso no planeta. O envio das três sondas espaciais só foi possível graças a janela de lançamento Terra-Marte, que se abre a cada dois anos.

As aeronaves precisarão operar de forma autônoma para pousar no solo do planeta. Até o momento, a previsão do clima é de que não haja bolsões de ar que possam gerar tempestades e possíveis transtornos no pouso.

Por Rafael Sales

Um dos fatores que dificultam as viagens para o planeta Marte é a quantidade de combustível que não consegue ser suficiente para uma viagem de ida e volta. Mas, uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia Irvine (EUA) descobriu um procedimento com metano que pode resolver esse obstáculo.

Atualmente, empresas como a SpaceX criam combustível à base de metano por meio da água do gelo do planeta vermelho misturados à eletricidade gerada na infraestrutura solar de Marte.

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O novo processo dispensa o uso da água e utilizaria um catalisador de zinco portátil, que é capaz de converter materiais à base de dióxido de carbono (CO2) em metano. O procedimento se apresentou satisfatório e ainda está no campo da teoria. A equipe terá que fazer vários testes antes de implementá-lo.

O metano já é um objeto de estudo para combustíveis de foguetes, uma vez que os atuais modelos feitos por empresas, como Boeing e Lockheed, utilizam combustíveis à base de hidrogênio líquido. A desvantagem do atual procedimento é que ele deixa resíduos de carbono no motor do foguete e exigirá que a peça seja limpa a cada lançamento, o que seria impossível de ser feito em Marte.

O Google Maps é uma ferramenta que possibilita visualizar diversos locais do mundo, e a empresa de serviços online expandiu esse recurso para além da Terra com o Google Mars e o Google Moon, que permitem conhecer o planeta Marte e a Lua da tela do computador ou celular.

Os dois mapas funcionam de maneira similar, com três níveis de visualização, que destacam a elevação e visibilidade das superfícies. O Google Mars oferece também a opção Infravermelho, e o Google Moon destaca algumas áreas das missões Apollo.

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O mapa de Marte por sua vez se mostra mais completo e possui uma lista de crateras, planícies, montanhas e dunas presentes na região. O mapa da Lua ainda não dispõe de muitos detalhes e apresenta algumas falhas gráficas em sua navegação.

Como utilizar o Google Mars

A ferramenta que apresenta o mapa de Marte foi criada pelo Google em parceria com pesquisadores da Nasa. No modo Elevação, pode-se ver a altura ou profundidade das superfícies. A cor amarela indica o nível zero, equivalente ao que na Terra é considerado nível do mar. As partes em vermelho representam elevação de 3 km, e as pretas indicam profundidade de 9 km. As elevações da superfície são demonstradas pela cor cinza. Quanto mais claro, maior a elevação. As partes brancas representam 21 km de altura.

No modo Visível, pode-se contemplar imagens próximas do real, que foram capturadas pelos equipamentos Mars Orbiter Camera (MOC) e Mars Global Surveyor, presentes na órbita do planeta. Na última opção de visualização, Marte é apresentado por emissão da luz infravermelha, com imagens capturadas pela sonda Mars Odyssey.

No canto superior esquerdo do Google Mars, o usuário pode visualizar algumas opções que apresentam detalhes da geografia de Marte. Ao clicar em uma das alternativas, uma coluna será aberta à esquerda. A aba "Regions" informa o nome das áreas, já a "Spacecraft" mostra locais onde já aterrissaram naves humanas.

Os elementos do Google Mars podem ser pesquisados pela barra disponível na ferramenta, mas os termos devem ser colocados em inglês.

O fundador da SpaceX, Elon Musk, disse durante uma conferência virtual que enviará pessoas para Marte até 2026. Segundo ele, essa previsão está baseada no fato do planeta vermelho e a Terra orbitarem ao redor do Sol em sincronia a cada 26 meses.

A expectativa de Musk ainda está dentro da meta que ele expôs em 2016, quando disse que, se tudo der certo, as pessoas iriam desembaracar em Marte em dez anos.

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No final de novembro, o cineasta Werner Herzog disse que construir cidades em Marte seria "um erro". O diretor discorda da ideia de colonizar Marte proposta por Musk, e disse que, ao invés dos humanos habitarem o planeta vermelho como "gafanhotos", é preciso se preocupar com a sustentabilidade da Terra, procurando mantê-la habitável.

 

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