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O juiz da comarca de Esplanada, Augusto Yuzo Jouti, acolheu pedido do Ministério Público da Bahia e proibiu a cremação do corpo do capitão Adriano, morto em ação policial na cidade, no interior do Estado. As informações foram divulgadas pela Promotoria da Bahia.

O ex-policial foi morto pela Polícia Militar baiana, em cerco em Esplanada (BA), no domingo (9). Fora localizado após fugir, por mais de um ano, da Polícia fluminense. Segundo o IML, os tiros que o mataram foram disparados a pelo menos um metro e meio de distância.

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O pedido havia sido feito pelos promotores de justiça Dario Kist e Gilber de Oliveira após o juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, determinar na segunda-feira, 17 que não é mais necessário conservar o corpo do ex-policial.

Segundo o Ministério Público, o 'corpo do ex-policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega, deverá ser submetido a perícia necroscópica complementar pelo IML do Rio de Janeiro e não poderá ser cremado até à realização do exame'.

De acordo com a Promotoria, "a decisão do magistrado atendeu a pedidos cautelares de antecipação de provas formulados pelo Ministério Público do Estado da Bahia e por familiares do ex-policial, morto no último dia 9 de fevereiro durante diligência para cumprimento de mandado de busca e apreensão e mandado de prisão". "O laudo do novo exame deve ser apresentado à Justiça baiana em 15 dias".

Na decisão, segundo o MP, "o juiz também determinou que a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia disponibilize as gravações dos rádios transmissores utilizados pelos agentes policiais no dia da operação policial e realize exame papiloscópico nas munições não deflagradas da pistola supostamente encontrada com Adriano". "As provas deverão ser apresentadas no procedimento em trâmite no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), em Salvador".

No último sábado, 15, Bolsonaro responsabilizou a "PM da Bahia do PT" pela morte de Adriano e declarou que o caso é "semelhante à queima de arquivo do ex-prefeito Celso Daniel". O presidente chegou a afirmar neste domingo, 16, que espera que as investigações cheguem a 'um bom termo'.

Entenda o caso

Ao Estado, o advogado Paulo Emilio Catta Preta, que defendia Adriano, afirmou ter recebido uma ligação de seu cliente na quarta, 7. O ex-PM disse que tinha "certeza" de que queriam matá-lo para "queimar arquivo". A viúva do miliciano também fez o mesmo relato.

Mônica Benício, viúva da ex-vereadora Marielle Franco, e o PSOL, cobraram explicações sobre a morte de Adriano. O partido vai pedir uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia para cobrar esclarecimentos sobre a morte.

O capitão Adriano estava foragido desde a Operação Os Intocáveis, deflagrada em janeiro de 2019, contra uma milícia que atua em Rio das Pedras, comunidade pobre da Barra da Tijuca. De acordo com a Promotoria do Rio, o grupo atuava na grilagem de terras, na compra, venda e aluguel irregular de imóveis, na cobrança de taxas da população local e na receptação de mercadoria roubada, entre outros crimes. A Receita Federal chegou a fazer uma parceria com a Promotoria do Rio para compartilhar dados fiscais colhidos na Operação Os Intocáveis, com o fim de também elucidar o suposto esquema de desvio de salários.

A mulher do ex-capitão, Danielle Mendonça da Costa Nóbrega, trabalhou no gabinete de Flávio de 6 de setembro de 2007 até 14 de novembro do ano passado. Já a mãe de Nóbrega, Raimunda Veras Magalhães, esteve lotada no mesmo gabinete de 11 de maio de 2016 também até 14 de novembro de 2018. Ambas recebiam salário de R$ 6.490,35. Raimunda é citada no relatório do Coaf que investiga corrupção no Legislativo fluminense. Ela repassou R$ 4.600 para a conta de Queiroz.

Quando o Ministério Público Estadual do Rio pediu a quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro e seus assessores, na lista dos alvos constavam os nomes de Raimunda e Danielle. Seus nomes eram marcados em negrito no documento, para ressaltar o elo com o miliciano.

Em dezembro, o MP do Rio concluiu que o Capitão Adriano era beneficiado pelo dinheiro do suposto esquema de "rachadinha" que existia no gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual no Rio. Os promotores chegaram a essa conclusão depois de analisar conversas via WhatsApp e dados de transações financeiras do ex-PM. As informações constavam no pedido do Ministério Público Estadual do Rio para que fossem deflagradas buscas e apreensões no Caso Queiroz.

Adriano foi homenageado por Flávio em 2003 e 2004 na Assembleia Legislativa por sua atuação como policial. Tanto o senador, quanto seu homem de confiança, Fabrício Queiroz, tinham a mesma versão sobre a nomeação. Queiroz afirmou que ele mesmo quem indicou a contratação da mãe e da mulher do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega para o gabinete do então deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.

Nota assinada pelo advogado Paulo Márcio Ennes Klein, à época na defesa de Queiroz, informava que o seu cliente "é ex-policial militar e conheceu o sr. Adriano na época em que ambos trabalhavam no 18º Batalhão da Polícia Militar e, após a nomeação dele como assessor do ex-deputado estadual solicitou ao gabinete moção para o sr. Adriano, bem como a nomeação dele para trabalhar no referido gabinete, em razão dos elevados índices de êxito na condução das ocorrências policiais registradas, até então, na equipe em que trabalhava na PM."

O Ministério Público da Bahia apresentou pedido à Justiça para obrigar o Departamento de Perícia Técnica do Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro (IML) a manter 'intacto' o corpo do ex-capitão do BOPE Adriano Magalhães de Nóbrega. O objetivo é garantir a efetivação de novo exame pericial complementar.

O pedido foi feito pelos promotores de justiça Dario Kist e Gilber de Oliveira após o juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, determinar na segunda-feira, 17 que não é mais necessário conservar o corpo do ex-policial.

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Clique aqui para acessar a íntegra do pedido feito pelo MP-BA.

A determinação do juiz foi proferida em sentença que extingue a punibilidade de Nóbrega em ação criminal envolvendo outros doze militares acusados de envolvimento com o Escritório do Crime, milícia ligada ao assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL).

Nesta terça-feira, 18, o presidente Jair Bolsonaro cobrou 'perícia independente' no cadáver do miliciano. "Pelo o que estou sabendo, o MP (Ministério Público) Federal da Bahia, não tenho certeza, vai cobrar uma perícia independente hoje. É o primeiro passo para começar a desvendar as circunstâncias em que ele (Adriano) morreu e por quê. Poderia interessar para alguém a queima de arquivo. Contra quem ele teria para falar? Contra mim que não era nada. Contra mim teria certeza que os cuidados seriam outro para preservá-lo vivo", disse.

Familiares de Adriano da Nóbrega pedem na Justiça o direito de cremar o corpo do ex-capitão. O pedido, no entanto, havia sido negado na semana passada pela Maria Izabel Pena Pieranti, do Plantão Judiciário, que alegou ausência de documentos. A medida ainda está em vigor, mas impede apenas a cremação. O corpo pode ser sepultado.

"Em termos fáticos, não há mais empecilho para que a família do Adriano Magalhães da Nóbrega dê ao corpo o fim desejado, aí incluída a possibilidade de cremação. Contudo, o Ministério Público do Estado da Bahia considera prematura a medida, pois ela, nomeadamente se o for na forma de cremação, extinguirá, de modo definitivo, a possibilidade de realização de novos exames no corpo, necessários à completa elucidação das circunstância da morte".

Ao 'Estado', o advogado Paulo Catta Preta, que representou Adriano da Nóbrega, afirma que o pedido da promotoria é 'muito bem-vinda' e 'caminha no sentido desejado pelos familiares de Adriano. Segundo ele, os parentes do miliciano querem fazer uma perícia particular no cadáver, mas querem o acompanhamento de peritos judiciais e que ela seja feita nas instalações do IML do Rio.

Queima de arquivo

O ex-PM foi localizado pelo Serviço de Inteligência da polícia baiana em um sítio no interior do Estado. A versão da corporação é que Nóbrega trocou tiros com agentes, foi baleado e socorrido em um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

No entanto, o próprio Adriano estava convencido de que estava sendo procurado para suposta 'queima de arquivo'. O relato foi narrado por Paulo Catta Preta e pela viúva do miliciano.

Acusado de integrar o Escritório do Crime, milícia suspeita de envolvimento na morte de Marielle Franco, Adriano da Nóbrega trabalhou no 18º Batalhão da PM com Fabrício Queiroz, o ex-assessor de gabinete de Flávio Bolsonaro, investigado por lavagem de dinheiro no esquema de "rachadinha" na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj).

Ao deflagrar operação contra endereços ligados a Queiroz e Flávio Bolsonaro em novembro do ano passado, o Ministério Público detalhou conversas entre Nóbrega e sua ex-esposa, Danielle, que era funcionária do gabinete do então deputado estadual na Alerj.

Após reportagem do 'Estado' revelar movimentações atípicas de Queiroz, Danielle foi exonerada do cargo e cobrou explicações do miliciano em mensagens obtidas pela promotoria. Nelas, a ex-esposa de Adriano da Nóbrega afirma que ele também se beneficiava do suposto esquema de 'rachadinhas'.

Após o Campeonato Paulista adotar clássicos com torcida única, como medida para combater a violência, o Baianão deve seguir o mesmo caminho. Nesta segunda-feira (26), o Ministério Público da Bahia enviou ofícios à CBF e a Federação Baiana de Futebol recomendando que, a partir da final do Estadual, nos jogos entre Bahia e Vitória sejam vendidos apenas ingressos para as torcidas mandantes.

O 3º promotor de Justiça do Consumidor, Olímpio Campinho Júnior, citou os episódios de violência protagonizados por torcedores de Bahia e Vitória no primeiro clássico do ano passado e também no deste ano como embasamento para a nova recomendação. Segundo o promotor, a polícia militar concorda que proibir jogos com as duas torcidas será eficaz no que diz aos conflitos entre facções antes, durante e após as partidas.

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No documento, que você pode acessar aqui, Olímpio deixa claro que a recomendação é para os futuros Ba-Vis, começando pelos duelos da final do Estadual na Arena Fonte Nova, dia 1, e no Barradão, dia 8. A Federação Baiana de Futebol, uma das notificadas, ainda não confirmou, mas deve adotar a medida.

SALVADOR - Cinco promotores de Justiça da Bahia assinaram uma ação civil pela indisponibilidade de 15,1 milhões de reais do ex-prefeito de Salvador (BA), João Henrique (PP). O Ministério Público lançou nota informando que a ação visa ressarcir prejuízos causados aos cofres públicos durante a gestão do ex-prefeito. João Henrique ocupou o cargo na prefeitura entre 2005 e 2013 e foi sucedido por ACM Neto (DEM).

Em nota, o Ministério Público informa que "a ação revela que a principal causa do déficit foi a abertura de créditos suplementares por anulação de dotações, ultrapassando o limite estabelecido na Lei Orçamentária, bem como a abertura de créditos da mesma natureza por excesso de arrecadação sem a comprovação, em contrapartida, de recursos disponíveis. As irregularidades aconteceram, de forma reiterada, nos exercícios de 2009 e 2010, anos nos quais o então prefeito teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia. De acordo com a ACP, tanto em 2009 quanto em 2010, a rejeição das contas se baseou em pareceres prévios apontando uma série de irregularidades, dentre as quais destacam-se, além da abertura irregular dos créditos suplementares, o descumprimento da aplicação do percentual mínimo de 25% na manutenção e desenvolvimento do ensino; descumprimento do mínimo constitucional para ações e serviços públicos em saúde.”

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Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), Heliete Viana, Rita Tourinho, Adriano Assis, Célia Boaventura e Patrícia Machado, destacaram que “tal cenário revela o total descaso do ex-gestor do Município de Salvador, que optou por assumir o risco de todas as irregularidades ocorridas e reiteradas, gerando uma situação de total desassistência ao Município”.

Confira nota na íntegra: http://www.mp.ba.gov.br/visualizar.asp?cont=4404

Salvador - O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou a prefeita eleita de Ribeira do Amparo por montar um esquema de compra de votos na cidade. Tetiana de Paula Fontes foi eleita no último período eleitoral e é acusada de fazer doações de material de construção no período da campanha. A compra de votos foi confirmada pelo MP-BA através de depoimento de testemunha presencial. Além de Tetiana, foram acusados o ex-prefeito Marcelo da Silva Brito e o candidato a vereador Edson Conceição dos Santos.

O Ministério Público concluiu as investigações no final de setembro até conseguir os depoimentos dos eleitores de Ribeira do Amparo, município que fica a 254 km de Salvador. Segundo informações do MP-BA, os acusados podem levar pena máxima de quatro anos de prisão. Com a denúncia, a prefeita eleita, pode não assumir o cargo. Além de compra de votos, os três envolvidos foram denunciados por captação ilícita e, caso condenados, deverão pagar multa além da cassação do mandato.

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O ex-prefeito Marcelo da Silva Brito é marido de Tetiane de Paula. A denúncia já foi encaminhada à Justiça e se for a julgamento antes de empossada, Tetiane pode não ser empossada. 

A cobrança de pedágio intramunicipal, cobrado pela Concessionária Bahia Norte para moradores de determinadas áreas de Salvador, pode ser suspensa a pedido do Ministério Público (MP) estadual. Uma ação civil pública contra a concessionária, o Estado e a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicas de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) foi ajuizada pela promotora de Justiça Joseana Suzart, em nome do direito de ir e vir dos cidadãos que transitam dentro do município.

Na ação consta o pedido para que a Bahia Norte não cobre a tarifa em todas as praças de pedágio para cidadãos que realizem percurso pelo município e que não tenham via alternativa em perfeitas condições de tráfego. No caso dos moradores do bairro Jardim Campo Verde, por exemplo, a única via alternativa de tráfego para a comunidade foi bloqueada pela concessionária.

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Segundo a promotora, a solução é criar um mecanismo simples para que os indivíduos isentos de pedágio passem sem ônus pelas praças de cobrança. Caberia à Agerba fiscalizar a medida.

De acordo com o MP, a Bahia Norte exige dos moradores do Jardim Campo Verde pagamento de pedágio sempre que eles transitam dentro do perímetro urbano - o que, diz Suzart, "é inconstitucional por violar o direito fundamental à liberdade de locomoção".

O MP denuncia que empresas de transporte coletivo ameaçam não ir mais ao bairro porque os ônibus precisam pagar pedágio e o posto de saúde encontra dificuldades por falta de servidores, já que estes se recusam a pagar pedágio para ir ao trabalho dentro do próprio município.

Por Diogo de Oliveira

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e o Tribunal de Justiça (TJ-BA) anunciaram, nesta terça-feira (17), que deixaram de mediar as negociações entre governo e professores em greve. Em nota, o MP e o TJ alertam que nas últimas três reuniões que participaram como mediadores não visualizaram uma proposta que trouxesse consenso entre as partes e que, já aos 100 dias de greve, seria impossível repor o calendário escolar. Inicialmente, foi a obrigação de velar pelo interesse público – as aulas – que os fez assumir a postura.

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A nota afirma que “persistindo o impasse, em razão da não obtenção de um acordo em tempo hábil e aproximando-se uma situação de dano irreversível ao calendário escolar, após empreendidos todos os esforços e ante a ausência de condições objetivas de resolução no âmbito da mediação, não resta outra alternativa às referidas instituições mediadoras senão considerar, nas atuais circunstâncias, concluídas as negociações”.

O MP e o TJ foram convocados pelo movimento grevista para mediar a negociação após 89 dias de greve, com ocupação da Assembleia Legislativa da Bahia. O governo aceitou a mediação. No entanto, na última sexta-feira (13), o movimento decidiu em assembleia geral por não acatar a proposta. O termo de impasse, alegado pelo Sindicato dos Professores e Letrados da Bahia (APLB), era a readmissão de 57 professores que sofreram processos administrativos por aderirem à greve, além de não atender aos 22% de aumento que a classe reivindica. Também nesta manhã, a APLB, protocolou uma moção solicitando que o MP e o TJ não se retirem do processo de mediação.

A situação se agrava

Antes da retirada do Ministério Público e do Tribunal de Justiça da negociação, a água, luz e telefone da Assembleia Legislativa (AL) foram cortadas pelo presidente, Marcelo Nilo (PDT). A ação do presidente tinha o objetivo de forçar a retirada dos professores do salão Nestor Duarte, contíguo ao plenário. Hoje (17), o procurador geral, Graciliano Bonfim, protocolou o pedido de reintegração de posse do salão.

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