Tópicos | Mudança de rumo

A imersão do Brasil na crise econômica e política que atinge o mundo é resultado, de acordo com o prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB), da manutenção do ciclo de desenvolvimento do país iniciado pelo ex-presidente Lula (PT), que tem a inclusão social como carro-chefe. Analisando a falta de recursos para as prefeituras e a maneira com que o Governo Federal tem retido as linhas de crédito para as gestões, o socialista pontuou que o ciclo petista “esgotou” e pregou a necessidade de iniciar uma política de planejamento a longo prazo como opção para o contexto atual. 

Segundo Geraldo, o país já viveu três fases: a da democracia, da estabilidade econômica e da inclusão social, mas não soube mudar o rumo na hora correta. “Conseguimos [no governo Lula] com erros e acertos incluir mais de 500 milhões de brasileiros, que entraram em percapita de consumo e mudaram de classe social, mas aquele modelo se esgotou. Não são os erros de 2015. Faltou mudar a direção na hora certa, o ciclo tocado por Lula se esgotou naquele momento [em 2010]. Era para gente ter mudado aquele ciclo”, observou durante um almoço-debate com jovens empresários que integram o LIDE Futuro, um dos braços do LIDE Pernambuco, onde prestou contas dos três primeiros anos da gestão.

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Para o prefeito do Recife, o país precisava ter desenvolvido a infraestrutura, a educação, a gestão profissional e a economia desde 2010. “O Brasil não fez isso, mas Pernambuco fez. Não dava para aprofundar o ciclo de inclusão social feito pelo presidente Lula, precisava mudar os conceitos”, disse. “Hoje a população percebe que o governo federal perdeu as condições de tocar o país”, acrescentou lembrando que a Prefeitura do Recife tem R$ 800 milhões em operação de crédito com o Bando Mundial detido por falta de “sensibilidade” da presidente Dilma Rousseff (PT). 

A mesma sensibilidade falta também, sob a ótica do socialista, nas propostas para a saída da crise econômica apresentadas pela petista. De acordo com ele, a recriação da CPMF, por exemplo, é “equivocada”. “Você não pode surrar mais o povo. Essas mudanças que estão sendo postas são equivocadas e dolorosas. Os municípios precisam, mas não dá para defender a CPMF do jeito que está sendo colocada em debate”, disparou. 

Geraldo Julio sugeriu duas ações, uma a curto e outra em longo prazo contrapondo a CPMF. “Em longo prazo, fazer o dinheiro ficar nos municípios. Esse modelo de pacto federativo fica concentrando dinheiro em Brasília. Já no curto prazo, baixar a taxa de juros para o Brasil voltar a crescer”, defendeu.

O PSB deve deixar a posição de independência ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) na próxima semana. De acordo com o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, a probabilidade é de que a agremiação passe definitivamente para o campo da oposição e, inclusive, coloque-se favorável ao impeachment da petista. 

Nesta terça-feira (22) a bancada da legenda na Câmara e no Senado, além dos governadores de Pernambuco, Paulo Câmara, da Paraíba, Ricardo Coutinho, e do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, reuniram-se com Carlos Siqueira para expor suas opiniões com relação a conjuntura política nacional e a tese de que a gestão de Dilma “chegou ao fim” foi reforçada. 

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“Convocamos [a reunião] para tomar o pulso da opinião deles e surgiram três coisas: os parlamentares não apoiam a CPMF, o PSB deve sair da posição de independência e ir para a oposição e há uma tendência forte, forte mesmo, de votar a favor do impeachment caso ele seja realmente votado pelo Congresso”, detalhou Siqueira em conversa com o Portal LeiaJá. A decisão final sobre a postura socialista será tomada pela Executiva Nacional em uma reunião convocada, de acordo com Siqueira, para a semana que vem. 

Indagado se na oposição estariam alinhados com o posicionamento do DEM e do PSDB, Siqueira negou. “Seremos uma oposição à esquerda. Podemos ter pontos em comum, mas não quer dizer que programaticamente temos as mesmas defesas”, frisou. “Não faremos isso por birra com o governo, mas faremos com a avaliação de que o governo Dilma acabou e é moribundo, para que o país pare de afundar e a economia volte a crescer”, completou. 

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