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O julgamento de Hubert Zafke, ex-médico da SS que serviu no campo de concentração de Auschwitz, começou nesta segunda-feira em meio a questionamentos sobre a saúde do idoso de 95 anos. Inicialmente agendado para fevereiro deste ano, o julgamento chegou a ser adiado três vezes após o juiz Klaus Kabisch decidir que Zafke não estava saudável o suficiente para participar das sessões.

De acordo com o médico de Zafke, o réu sofre de estresse, pressão alta e tem tendências suicidas. Zafke passou por novo exame nesta quinta-feira e Kabisch decidiu prosseguir com a sessão. De acordo com a agência DPA News, Zafke entrou no tribunal empurrado em uma cadeira de rodas, segurando uma bengala de madeira, e não fez comentários enquanto eram lidas as acusações contra ele.

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Zafke é acusado de ter ajudado os nazistas a assassinar 3.681 pessoas no campo de concentração de Auschwitz. As acusações correspondem ao período de um mês no ano de 1944 e envolvem a morte de judeus que chegaram em 14 trens, entre eles o que transportava a adolescente Anne Frank, cujos documentos nos quais relatava suas experiências durante o Holocausto ganharam destaque no século 20. Zafke, porém, não é acusado de matar Anne Frank, pois ela morreu em Bergen-Belsen.

Segundo os promotores, a unidade de Zafke estava envolvida nas mortes pelas câmaras de gás, por colher amostras de sangue e outros fluidos de prisioneiras mulheres hospitalizadas e por ajudar na manutenção do campo ao tratar membros da guarda da SS. O advogado de Zafke insiste que seu cliente era apenas um médico que não cometeu nenhum crime em Auschwitz. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Papa Francisco prestou uma emocionada homenagem às vítimas do nazismo com uma visita, nesta sexta-feira (29), ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde percorreu em silêncio o local onde mais de 1 milhão de pessoas, em sua imensa maioria judeus, foram assassinadas.

Durante a visita de quase duas horas, o Papa não pronunciará discursos e se encontrará com dez sobreviventes destes campos e 25 "Justos das Nações", as pessoas que salvaram judeus. Trata-se do terceiro pontífice que visita Auschwitz depois do polonês João Paulo II em 1979 e do alemão Bento XVI em 2006.

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Francisco chegou de helicóptero a Auschwitz procedente da Cracóvia, cidade onde pernoita desde que chegou na quarta-feira à Polônia para uma visita de cinco dias.

O Papa argentino entrou a pé e atravessou sozinho e em silêncio a placa da entrada, tristemente famosa pelo lema "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta), com o qual os nazistas recebiam os deportados. Entre os presentes figurava o violinista Henela Niwiska, de 101 anos, sobrevivente do extermínio.

Francisco rezará na cela subterrânea onde morreu o santo polonês Maximiliano Kolbe, franciscano como ele, e assinará posteriormente o livro de homenagem. Serão suas únicas palavras no campo, informou o porta-voz papal.

O pontífice latino-americano também visitará o campo de extermínio de Birkenau-Auschwitz II, onde a maior parte das vítimas morreu em quarto fornos crematórios e onde as mulheres estavam localizadas.

Com um canto em hebraico e polonês será concluída a visita, que deverá durar duas horas e que conta com a participação de uma delegação da comunidade judaica polonesa de 30 pessoas, assim como com a primeira-ministra polonesa Beata Szydlo.

O presidente de Israel, Reuven Rivlin, tornará públicos nesta quarta-feira (27) documentos nunca divulgados, incluindo uma carta com um pedido de clemência escrita pelo criminoso nazista Adolf Eichmann antes de sua execução.

De acordo com o gabinete da presidência, a carta com o pedido foi escrita ao então presidente Yitzjak Ben-Zvi. Rivlin apresentará o manuscrito durante uma cerimônia na residência oficial de Jerusalém por ocasião do Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto.

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Agentes do serviço de inteligência israelense, Mossad, capturaram Eichmann em 1960 na Argentina, de onde ele foi levado para Israel. Ele foi julgado e condenado à morte em 1961.

Na carta, o criminoso nazista afirma que o tribunal israelense responsável por seu julgamento exagerou seu papel na organização da logística da "solução final" de Adolf Hitler, cujo plano para exterminar os judeus da Europa matou seis milhões de pessoas.

"Devemos distinguir os chefes responsáveis das pessoas como eu, que foram forçadas a servir como simples instrumentos entre suas mãos", escreveu Eichmann na carta, segundo trechos antecipados pelo gabinete de Rivlin.

"Eu não era um chefe responsável, então não me sinto culpado", completa a carta. "Não posso reconhecer como justo o veredicto do tribunal e peço, senhor presidente, que exerça seu direito de conceder o perdão e ordene que a pena de morte não seja aplicada".

Adolf Eichmann assinou a carta, com data de 29 de maio de 1962 em Jerusalém, mas foi executado dois dias depois.

Um ex-enfermeiro do campo de concentração nazista de Auschwitz, de 95 anos de idade, foi considerado apto a comparecer a um tribunal, apesar de suas dificuldades motoras e cognitivas - anunciou nesta terça-feira a justiça alemã, abrindo caminho para um julgamento.

O acusado, identificado como Hubert Z. segundo a imprensa alemã, deve responder por "cumplicidade" no extermínio de pelo menos 3.681 judeus que foram levados ao emblemático campo de concentração do Holocausto, no final do verão (do hemisfério norte) de 1944.

O tribunal de apelação de Rostock (nordeste da Alemanha), invalidou uma decisão em primeira instância de junho passado, que estimava que Hubert Z. é "totalmente inapto" para ser julgado.

Os magistrados apontam em um comunicado os "transtornos cognitivos" e as "fracas capacidades físicas" do ex-nazista, mas consideram que podem ser compensados com certos acondicionamentos durante a audiência.

Assistido de "três defensores", o idoso poderá se beneficiar de "pausas, interrupções, atenção médica", assim como da repetição das perguntas do tribunal e a solicitação de explicações, detalha o comunicado.

Uma data para a audiência ainda não foi marcada e vários outros processos similares, inclusive mais adiantados, fracassaram nestes últimos anos por conta do estado de saúde dos suspeitos.

Segundo a promotoria, a acusação se refere a 14 comboios de deportados que chegaram a Auschwitz entre 15 de agosto e 14 de setembro de 1944, provenientes de Lyon, Rodas, Trieste, Mauthausen, Viena e Westerbork.

Neste trem, o último comboio que partiu desde este campo de trânsito em território holandês, se encontravam Anne Frank, seus pais Otto e Edith, e sua irmã mais velha, Margot, lembra a promotoria.

Uma dúzia de investigações continuam em curso na Alemanha contra ex-membros da SS, alguns meses após a condenação a quatro anos de prisão de Oskar Gröning, ex-contador de Auschwitz.

Estes julgamentos tardios ilustram a vontade da Alemanha de julgar "até o último" dos criminosos do III Reich - sinal de retratação por um passado de condenações leves e incoerentes com a grave natureza dos crimes.

O ex-capitão nazista Erich Priebke, condenado à prisão perpétua por sua participação em uma das mais graves atrocidades perpetradas pelas tropas de ocupação alemãs na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, morreu nesta sexta-feira aos 100 anos de idade.

A morte foi confirmada à agência de notícias LaPresse pelo advogado de Priebke, Paolo Giachini. Por causa da idade avançada, Priebke cumpriu os últimos anos de sua sentença na casa do advogado.

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Priebke foi extraditado da Argentina para a Itália em 1994 para ser julgado por um massacre perpetrado nos arredores de Roma 50 anos antes. Na ocasião, tropas nazistas executaram 335 civis para vingar a morte de 33 integrantes de uma unidade militar nazista um dia antes. A ordem da cúpula nazista era matar dez pessoas para cada alemão morto.

No julgamento, Priebke admitiu ter executado duas pessoas no massacre e também confirmou ter capturado diversas das vítimas, mas alegou que estava apenas cumprindo ordens. Fonte: Associated Press.

A Alemanha começou a julgar nesta segunda-feira (2) um homem de 92 anos que foi membro da Waffen SS pelo assassinato de um combatente holandês da resistência em 1944. Siert Bruins, que nasceu na Holanda mas tem cidadania alemã, entrou no tribunal de Hagen usando um andador, mas parecia alerta e atento no momento da abertura dos procedimentos.

Nenhum pedido de apelação foi aberto no sistema judiciário alemão e Bruins não fez qualquer declaração. Seu advogado, Klaus-Peter Kniffka, disse após a sessão de abertura, que durou 35 minutos, que é improvável que seu cliente fale diretamente com os membros do tribunal.

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"Provavelmente eu farei uma declaração de defesa, mas isso vai depender o curso do julgamento", disse ele aos jornalistas.

O julgamento ocorre em meio a uma nova fase das investigações sobre o nazismo. A expectativa é que nesta semana os promotores anunciem que recomendam a acusação de cerca de 40 ex-guardas de Auschwitz.

As novas acusações contra os guardas dos campos de concentração acontecem após o caso do ex-funcionário da indústria automobilística John Demjanjuk, que morreu no ano passado enquanto recorria da condenação por cumplicidade de assassinato enquanto trabalhou em Sobibor.

Seu caso estabeleceu que guardas dos campos de concentração podem ser condenados como assassinos indiretos, mesmo que não haja provas específicas de atrocidades cometidas por eles.

Bruins, porém, estava há muito tempo no radar as autoridades judiciárias alemãs e já cumpriu sentença na década de 1980 por sua participação no assassinato de dois judeus holandeses durante a guerra. Bruins também foi condenado e sentenciado à morte à revelia na Holanda em 1949 no caso do assassinato de um combatente da resistência. Posteriormente, a sentença foi comutada para prisão perpétua, mas as tentativas de extraditá-lo não deram resultado porque ele obteve cidadania alemã por meio de uma política estabelecida por Hitler, que conferiu cidadania a estrangeiros que serviram no Exército nazista.

Ulrich Sander, porta-voz de uma organização que representa as vítimas dos crimes nazistas, disse à agência de notícias DPA que a decisão de levar Bruins novamente ao tribunal, apesar de sua idade avançada, foi boa. "Nós devemos deixar claro para o futuro que tais crimes são sempre levados ao tribunal, que assassinos nunca fogem."

Apesar de sua idade, Bruins foi considerado apto para o julgamento, embora Kniffka tenha declarado que o estresse dos procedimentos o tenham enfraquecido. Fonte: Associated Press.

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