A entrada da mansão de R$ 6 milhões do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), na área nobre de Brasília, foi tomada por manifestantes do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) na manhã desta quinta-feira (30). A mobilização protesta contra a desigualdade social no Brasil, exposta no aumento dos índices de insegurança alimentar e falta de moradia.
"Tem rachadinha financiando a fome do nosso povo! Basta o povo não vai viver de ossos e migalhas", publicou o MTST em seu perfil oficial nas redes sociais. O coordenador do movimento, Guilherme Boulos (PSOL), também se pronunciou. "Enquanto o povo está na fila do osso, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso", escreveu.
##RECOMENDA##A mansão acomodada em um terreno de 2.500m², constitui 1.100 m² de área construída no Setor de Mansões Dom Bosco, Lago Sul de Brasília. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), este foi o 20º imóvel adquirido por Flávio em 16 anos.
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Na denúncia do caso de "rachadinhas", o MPRJ entende que a compra e venda de, pelo menos, dois imóveis do senador serviram para lavar dinheiro. A aquisição da mansão ocorreu às vésperas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular a quebra de sigilo bancário e fiscal solicitada pela investigação, publicou a Folha de S. Paulo.
A escritura informa que o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) financiou R$ 3,1 milhões pelo Banco de Brasília (BRB) para negociar o novo empreendimento e parcelou em prestações de R$ 18.744,16, reforça o documento do 1º Ofício do Registro de Imóveis do Distrito Federal.
No entanto, Flávio e a esposa Fernanda declararam renda mensal de R$ 36.957,68, sendo R$ 28.307,68 dele e R$ 8,650 dela. A soma é menor que o valor mínimo exigido pelo BRB para o tipo de financiamento contratado, já que a parcela compromete cerca da metade da renda do casal. O BRB é comandado pelo governador do Distrito Federal e aliado do presidente Bolsonaro, Ibaneis Rocha (MDB).