O Hospital Severino Távora, única unidade médica do município de Orobó, Agreste Pernambuco, será investigado pelo Ministério Público de Pernambuco. O órgão instaurou inquérito civil para averiguar a situação da unidade que, por conta de graves problemas administrativos, financeiros e fiscais, estava prestes a fechar. De acordo com a promotora de Justiça Sophia Wolfovitch Spinola, a investigação começou com diversas requisições ministeriais para que as responsabilidades sejam apuradas.
Na segunda-feira (11), a promotora recebeu uma representação do prefeito Cléber José de Aguiar da Silva (PSD), na qual relata um quadro preocupante sobre o hospital, o que compromete não apenas a gestão, mas também a prestação de serviços médicos à população. Atualmente, conforme o documento, o local é comandado pelo Círculo dos Trabalhadores Cristãos de Orobó, sob a influência do ex-prefeito Manoel João dos Santos Filho (PSDB).
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Irregularidades - Foi constatado que o hospital já ficou sem médico plantonista durante quatro dias e que o presidente do Círculo, Nivaldo José de França, emprega duas filhas. O hospital recebe apenas recursos do município, que é usado para cobrir as despesas com os funcionários do Círculo, alguns até não possuem ligação com as atividades hospitalares e, inclusive, um deles mora em São Paulo.
De acordo com a representante do MP, não há interesse por parte da instituição em desligar esses funcionários, por dois motivos: são pessoas ligadas a políticos locais e são funcionários antigos, com cerca de 20 anos de casa e não há dinheiro para quitar a rescisão.
Entre as requisições feitas pelo MP está o envio tanto do estatuto quanto dos dois convênios que existem do Círculo. A Federação dos Círculos Operários de Pernambuco vai realizar por, no mínimo, 180 dias, uma auditoria para analisar toda a situação e enviar os relatórios feitos ao MP e ao prefeito.
*Com informações da assessoria