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O Brasil pediu ajuda aos Estados Unidos para tentar socorrer a rede de saúde do Amazonas após o estoque de oxigênio acabar em vários hospitais de Manaus nessa quinta-feira (14). O pedido é que um avião da US Air Force auxilie no transporte de cilindros de oxigênio para a cidade. "Tem lugar que tem oxigênio, mas não tem uma aeronave que o transporte em cilindro", afirmou o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM). "Estamos tentando, junto à embaixada dos EUA, a liberação de um avião da Força Aérea americana, um Galaxy, para levar o oxigênio", afirmou ele. O Estadão confirmou com o Itamaraty que o pedido já foi feito e a embaixada dos Estados Unidos disse estar "em contato com as autoridades brasileiras para tratar do assunto".

A Força Aérea Brasileira também tem atuado para tentar socorrer a rede de saúde amazonense. Anteontem, uma aeronave levou 8 toneladas de equipamentos hospitalares. Outros dois aviões Hercules C-130 partirão de Guarulhos (SP) com mais cilindros.

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A White Martins, que produz oxigênio hospitalar em Manaus, não está conseguindo suprir a "demanda exponencial" do sistema amazonense e tenta viabilizar a entrega de suas outras plantas. Ela avalia a disponibilidade do insumo em suas operações na Venezuela e "atua para viabilizar sua importação".

Nas contas da White Martins, a demanda por oxigênio disparou cinco vezes mais em duas semanas, alcançando um volume de 70 mil metros cúbicos por dia. A empresa consegue produzir apenas 28 mil metros cúbicos por dia.

Empresas privadas também se movimentam para ajudar. A regional da Moto Honda da Amazônia disse, em nota, que doou 14 cilindros. A Whirlpool formalizou a doação de mais de 3 mil metros cúbicos de oxigênio. De São Paulo, 32 tanques criogênicos aguardam o apoio do governo para serem levados até o Amazonas.

Famílias tentam comprar cilindro por conta própria

No desespero pela falta de atendimento adequado, muitas pessoas estão tentando comprar oxigênio por conta própria para garantir a vida de parentes com sintomas graves de covid-19. O professor de Educação Física Walhederson Brandão Barbosa, de 38 anos, está correndo contra o tempo para não deixar a mãe sem o insumo.

"Já recarreguei o cilindro três vezes e agora estou indo encher um maior; a família toda está mobilizada para mantê-la com oxigênio", conta.

Barbosa relata que a mãe está internada com sintomas de covid-19 na Unidade de Saúde de Pronto-atendimento José Jesus Lins, no bairro Redenção, zona centro-oeste de Manaus. "Às 8 horas, soubemos que faltou oxigênio. Lá dentro eu vi mais de cinquenta pacientes entubados; minha mãe está com boa saturação e está na sala de inalação improvisada no local, mas ainda assim precisa de oxigênio porque está com cateter nasal. Nós estamos comprando agora um cilindro de dez litros e pagando R$ 1 mil."

Sensibilizados com a situação no Amazonas, artistas se mobilizaram nas redes sociais pedindo doações. O humorista Whindersson Nunes divulgou a compra de cilindros para hospitais em Manaus. "Providenciando 20 cilindros de 50 litros de oxigênio pra distribuir nas unidades mais urgentes em Manaus! Alô, meus amigos artistas! Na hora de fazer show é tão bom quando o público nos recebe com carinho né, vamos retribuir?", escreveu Whindersson no Twitter.

Além de cobrar os amigos, Whindersson aproveitou para divulgar os dados das instituições que estão recebendo doações para providenciar oxigênio para a rede pública da cidade. A publicação foi compartilhada pelo comediante Marcelo Adnet. Fãs dos artistas agradeceram a ajuda nas redes sociais.

O apresentador Luciano Huck também reagiu ao post. "Conte comigo nesta corrente do bem. Vou doar também", disse, criticando também o Ministério da Saúde pelo "negacionismo, incompetência e descoordenação".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse em live com o presidente Jair Bolsonaro que irá colocar seis aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar oxigênio para o Amazonas. Como o Broadcast Político mostrou mais cedo, o governo brasileiro pediu ajuda aos Estados Unidos para tentar socorrer a rede de saúde do Amazonas após o estoque de oxigênio acabar em vários hospitais da capital, Manaus, nesta quinta-feira, 14. A situação levou pacientes internados à morte por asfixia, segundo relatos de médicos.

"A procura por oxigênio na capital subiu seis vezes, então, já estamos ai em 75 mil metros cúbicos de demanda de ar na capital e 15 mil metros cúbicos no interior. Estamos já com a segunda aeronave entrando em circuito hoje, a C-130 Hércules, fazendo o deslocamento Guarulhos - Manaus e a partir de amanhã entram mais duas e chegaremos a seis aeronaves, totalizando ai algo em torno de 30 mil metros cúbicos por dia, a partir de Guarulhos. Nessa ponte aérea, existem também os deslocamentos terrestres", afirmou Pazuello.

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Pazuello disse ainda que Manaus, capital do Estado, não teve a "efetiva ação no tratamento precoce da covid-19" e reconheceu que há um colapso no atendimento público da cidade e que apoia o Estado.

O colapso nos hospitais de Manaus, com a falta de oxigênio, vem dando o que falar. Na tentativa de minimizar um pouco a situação, Whindersson Nunes anunciou a doação de 20 cilindros de 50L de oxigênio para destinar a algumas unidades de saúde na capital amazonense, que estão com internações de Covid-19.

No Twitter, ele escreveu: "Providenciando 20 cilindros de 50L de oxigênio pra distribuir nas unidades mais urgentes em Manaus!". Ainda na postagem, o piauiense cobrou a participantes dos famosos na corrente: "Alô meus amigos artistas! Na hora de fazer show é tão bom quando o público nos recebe com carinho, né. Vamos retribuir?".

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Assim que fez o comunicado, o humorista recebeu o apoio de Marcelo Adnet. Internautas parabenizaram a atitude de Whindersson Nunes. "Obrigada, Whinderson, agradecemos de coração. Que Deus lhe abençoe, abençoe sua família e sua caminhada", comentou uma usuária da rede social.

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 “Pelo amor de Deus, quem puder ajudar, trazer bomba de oxigênio aqui pro SPA, Policlínica da Redenção, ajudem”. O apelo da psicóloga Thalita Rocha que circula em forma de vídeo nas redes sociais, durante esta quinta (14), expõe o agravamento da situação do sistema público de saúde de Manaus, capital do Amazonas, em decorrência do grande número de casos da covid-19, conforme apontam os relatos de profissionais de saúde de linha de frente e de administradores de hospitais.

Nas imagens, Thalita mostra o momento em que um grupo de homens descarrega, às pressas, um cilindro de oxigênio na porta da SPA Policlínica Dr José Lins. “Pessoal, peço misericórdia de vocês. Nós estamos numa situação de deplorável. Simplesmente acabou o oxigênio de toda uma unidade de saúde”, denuncia.

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Em outro momento, Thalita aparece ao lado de uma profissional de saúde, identificada como diretora do hospital, e afirma que a unidade só possui 12 cilindros de oxigênio. “Graças a Deus tem muitas pessoas entrando em contato para oferecer cilindros, mas o que precisamos é de muita ajuda com a remoção das pessoas...Que isso aqui é uma unidade básica”, completa a psicóloga, que lembra que a policlínica não possui UTI.

Também nesta quinta, o pesquisador da Fiocruz-Amazônia Jesem Orellana confirmou, à Folha de São Paulo, que está recebendo vídeos, áudios e relatos telefônicos de profissionais de saúde, que relatam a situação dramática dos hospitais da capital amazonense. "Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque", afirmou.

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Orellana disse ainda que há informações de que uma ala inteira de pacientes faleceu devido à falta de oxigênio. "Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, deve ficar com sequelas cerebrais permanentes”, completou.

Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, uma profissional de saúde do Hospital Getúlio Vargas (HUGV) revelou que os pacientes estão sendo "ambuzados", isto é, recebendo oxigenação de forma manual. Segundo ela, cada profissional de saúde só seria fisicamente capaz de realizar o procedimento por 20 minutos, sendo necessário o revezamento, de maneira cansativa e arriscada, entre eles.

Transferências

Nesta quinta, o governador do Amazonas, Wilson Lima, informou que 235 pacientes serão transferidos para outros seis estados para receber atendimento médico. A média móvel de mortes em decorrência do novo coronavírus no Amazonas cresceu 183% nos últimos sete dias.

Nesta semana, viralizou na internet um vídeo do apresentador Sikêra Jr realizando exercícios respiratórios. Nas imagens, o apresentador aparece bastante debilitado e ainda utilizando um cilindro de oxigênio para suporte respiratório.

Sikêra apresentava atualmente o Alerta Nacional, na Rede TV, e está afastado após diagnóstico do Covid-19. O apresentador segue em recuperação, mas apresenta um quadro de comprometimento dos dois pulmões.

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O jornalista está sendo acompanhado por dois fisioterapeutas, para a realização das atividades. Segundo eles, a previsão é que em 20 dias o apresentador possa retomar as suas atividades normalmente e retornará ao trabalho.

Esqueça o suco, a cerveja ou seu drink preferido. Um bar em Nova Délhi chama a atenção de indianos e turistas por não oferecer nada disso, mas ter no cardápio um produto inusitado: doses de oxigênio. No meio da cidade mais poluída do mundo, o Oxy Pure tem seis "sabores" diferentes de oxigênio - aromatizados com menta, lavanda, canela, laranja e eucalipto. Eles ficam espalhados por diferentes tubos com o gás para inalação.

O preço é R$ 20 reais por 15 minutos. Ao sentarem nas cadeiras, em frente aos tubos com os aromas, os clientes recebem um fio que é colocado no nariz, como uma sonda. É por ali que o oxigênio com a fragrância e óleos essenciais flui.

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A sensação é de relaxamento e de inalar um ar realmente mais puro que o da capital indiana. Em dias mais críticos, especialmente entre outubro e novembro, não é incomum que crianças deixem de ir às escolas ou que o governo declare estado de emergência, com distribuição de máscaras para a população evitar a nuvem de poluição que toma conta da megalópole de 29 milhões de habitantes.

De acordo com o Greenpeace e a AirVisual, que monitora a qualidade do ar em várias partes do mundo, Nova Délhi é a cidade mais poluída do planeta. Um relatório recente publicado pelas duas ONGs indica que 7 das 10 cidades com pior qualidade do ar do planeta estão na Índia.

Em novembro, no auge da crise, o ministro-chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, comparou a região a uma "câmara de gás". "Há fumaça por todos os lados e as pessoas, incluindo jovens, crianças e idosos, têm dificuldades para respirar", afirmou. "Nova Délhi se tornou uma câmara de gás."

A cada inverno, todos os dias, uma neblina poluente envolve a capital da Índia, provocada pelos gases dos 8,8 milhões de veículos, emissões industriais e fumaça de queimadas agrícolas nos Estados vizinhos.

No ano passado, o governo local chegou a proibir a circulação de metade dos carros particulares na tentativa de amenizar o problema que, em 2017, matou cerca de 1,24 milhão de pessoas na Índia.

Há dias que os níveis de poluição em Nova Délhi superam em 20 vezes o recomendado. Hotéis de luxo têm medidores de qualidade do ar e purificadores são produtos cada vez mais frequentes nas casas.

Expansão

Apesar da fama da capital indiana, o gerente do Oxy Pure, Bonny Irengbam, tem uma mensagem mais ampla do que a de "vender oxigênio com aroma" em uma cidade com ar de baixa qualidade. "É para o relaxamento do corpo. Se você tomar essas doses de oxigênio, é como um detox", explica Irengbam, empolgado, contando que cerca de 600 clientes passam ali todo mês.

"Normalmente, as pessoas vêm mais nos fins de semana para se reenergizar. Em dias de semana, costumam vir depois do trabalho ou da academia", conta.

A localização estratégica do bar também ajuda. O estabelecimento fica no Citywalk Mall, um moderno shopping center ao sul de Nova Délhi que recebe milhares de visitantes diariamente. A cultura dos grandes centros comerciais ainda não está arraigada nos indianos, mas isso está mudando e o Citywalk é um dos locais que tem ajudado a mudar o hábito da população.

O Oxy Pure foi aberto em maio de 2019. A meta de Irengbam é abrir uma nova unidade até o fim do ano. Outra vantagem do bar é a proximidade com o aeroporto internacional Indira Gandhi, que recebeu mais de 63 milhões de visitantes no último ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Prêmio Nobel de Medicina foi atribuído nesta segunda-feira (7) aos americanos William Kaelin e Gregg Semenza e ao britânico Peter Ratcliffe por suas pesquisas sobre a adaptação das células ao aporte variável de oxigênio, o que permite lutar contra a anemia e o câncer.

"O Prêmio Nobel deste ano recompensa pesquisas que revelam os mecanismos moleculares produzidos na adaptação das células ao aporte variável de oxigênio no corpo, o que abre caminho a estratégias promissoras para combater a anemia, o câncer e outras doenças", destacou a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska em Estocolmo.

"A importância fundamental do oxigênio é conhecido há muitos séculos, mas o processo de adaptação das células às variações do nível de oxigênio foi durante longo tempo um mistério", explica a Assembleia.

Estes mecanismos também estão implicados nos tumores, cujo crescimento depende do aporte de oxigênio ao sangue.

Kaelin trabalha no Howard Hughes Medical Institute nos Estados Unidos; Semenza coordena o programa de pesquisa vascular no John Hopkins Institute de pesquisas sobre engenharia celular; Ratcliffe é diretor de pesquisa clínica no Francis Crick Institute de Londres e do Target Discovery Institute de Oxford.

Os premiados receberão no dia 10 de dezembro uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 9 milhões de coroas (910.00 dólares), que será dividido.

Após o Nobel de Medicina, na terça-feira será anunciado o prêmio de Física e na quarta-feira o vencedor de Química. Na quinta-feira será a vez de Literatura e na próxima segunda-feira (14) o de Economia.

Na sexta-feira 11 de outubro, em Oslo, será revelado o nome ou nomes dos premiados com o Nobel da Paz.

Uma bebê de três meses morreu após um tanque de oxigênio explodir dentro da ambulância em que ela era transportada, em Istambul, na Turquia. A menininha estava em uma incubadora na unidade móvel de saúde. As autoridades vão apurar as causas do acidente.

A mãe da vítima, identificada como Necmiye, não conseguiu salvar a criança e precisou ser sedada devido a um trauma decorrente da tragédia. Ela foi levada para um hospital e horas depois emitiu um comunicado.

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"De repente algo aconteceu e o fogo começou na parte de trás. Os paramédicos saíram e eu também pulei da ambulância. Eles não conseguiram salvar o meu bebê. Havia três pessoas lá dentro com o meu bebê, mas quando o fogo começou não tinha mais ninguém", relatou.

A água salgada sob a superfície de Marte poderia conter oxigênio suficiente para sustentar o tipo de vida microbiana que emergiu e floresceu na Terra bilhões de anos atrás, reportaram cientistas nesta segunda-feira (22).

Em alguns locais, a quantidade de oxigênio disponível poderia até mesmo manter vivo um animal primitivo multicelular como uma esponja, escreveram na revista científica Nature Geosciences.

"Nós descobrimos que a salmoura" - água com altas concentrações de sal - "em Marte pode conter oxigênio suficiente para que micróbios possam respirar", afirmou Vlada Stamenkovic, principal autor do estudo, físico teórico do Laboratório de Propulsão a Jato da Califórnia.

"Isto revoluciona completamente nossa compreensão do potencial da vida em Marte, hoje e no passado", declarou à AFP.

Até agora, presumia-se que a quantidade de oxigênio em Marte fosse insuficiente para sustentar a vida microbiana.

"Nós nunca pensamos que o oxigênio poderia desempenhar um papel para a vida em Marte devido à sua escassez na atmosfera, de cerca de 0,14%", afirmou Stamenkovic.

Comparativamente, a concentração deste gás no ar que respiramos é de 21%.

Na Terra, as formas de vida aeróbicas - ou seja, que respiram oxigênio - evoluíram juntamente com a fotossíntese, que converte CO2 (gás carbônico) em O2 (oxigênio), gás que teve um papel crítico na emergência de formas de vida complexas, sobretudo após o denominado Grande Evento de Oxigenação, há cerca de 2,35 bilhões de anos.

Mas nosso planeta também abriga micróbios no fundo dos oceanos, em gêiseres, que sobrevivem em ambientes privados de oxigênio.

"É por isso que sempre que pensamos na vida em Marte, nós estudamos o potencial de vida anaeróbica", afirmou Stamenkovic.

Vida em Marte?

O novo estudo começou com a descoberta pela sonda Mars Curiosity, da Nasa, de óxidos de manganês, que são compostos químicos que só podem ser produzidos com grandes quantidades de oxigênio.

A Curiosity, juntamente com os orbitadores de Marte, também estabeleceram a presença de depósitos de salmoura, com variações nos elementos que continham.

Um conteúdo de alta salinidade permite que a água se mantenha líquida - uma condição necessária para a dissolução do oxigênio - em temperaturas muito baixas, transformando a salmoura em ambientes favoráveis para a vida microbiana.

Dependendo da região, da estação e do momento do dia, as temperaturas no Planeta Vermelho podem variar entre -195ºC e +20ºC.

Os pesquisadores desenvolveram um primeiro modelo para descrever como o oxigênio se dissolve na água salgada em temperaturas abaixo do congelamento.

Um segundo modelo estimou as mudanças climáticas em Marte nos últimos 20 milhões de anos e projetou como seriam nos próximos 10 milhões de anos.

Juntos, os cálculos demostraram quais regiões do Planeta Vermelho são mais propensas a produzir oxigênio baseado em salmoura, dado que pode ajudar a determinar o posicionamento de sondas futuras.

"As concentrações de oxigênio (em Marte) são em ordens de grandeza" - algumas centenas de vezes - "maiores do que o necessário para micróbios aeróbicos ou que respiram oxigênio", concluiu o estudo.

"Nossos resultados não sugerem que haja vida em Marte", alertou Stamenkovic. "Mas eles mostram como a habitabilidade marciana é afetada pelo potencial de oxigênio dissolvido".

A greve nacional dos caminhoneiros, em seu quarto dia nesta quinta-feira, 24, afeta o abastecimento de oxigênio em hospitais da Bahia. Em dois deles, só há oxigênio para esta sexta-feira, 25. Devido aos bloqueios, caminhões carregados com 180 e 200 cilindros ou tiveram de retornar para as empresas distribuidoras do produto ou estão parados nas rodovias estaduais e federais.

A situação mais grave é em Juazeiro, cidade de 221 mil habitantes no norte baiano, e onde os dois principais hospitais da cidade só têm oxigênio para até esta sexta-feira. No Hospital Materno-infantil (gestão municipal) há apenas um tubo de 1.500 metros cúbicos de oxigênio e 120 cilindros de 8 a 25 metros cúbicos, segundo a Prefeitura.

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A direção do Hospital Regional (gerido pelo Estado), que aguarda a chegada de 4 mil metros cúbicos de oxigênio, não informou a quantidade atual, mas garantiu que só dá para ficar até o meio dia de amanhã.

A empresa que abastece os hospitais de Juazeiro, a Diox Distribuidora de Oxigênio, informou que o caminhão com 10 mil metros cúbicos de oxigênio saiu nesta quinta de Simões Filho (Região Metropolitana de Salvador), a 509 km de Juazeiro. O trajeto mais rápido entre Simões Filho e Juazeiro é pelas BRs 324 e 407. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-324 há bloqueios parciais ou totais nos quilômetros 542, 600, 613 e 617, na Região Metropolitana de Salvador.

Na BR-407, os bloqueios ocorrem nos quilômetros 131 (próximo a Senhor do Bonfim) e 230 (imediações de Capim Grosso). Nos bloqueios das duas rodovias os caminhões de carga estão proibidos de passar.

"Estamos tentando ver com a PRF um apoio para que o caminhão possa passar por essas barreiras. Apoiamos a manifestação, mas os caminhoneiros têm de entender que os hospitais precisam ser atendidos", declarou o administrador do segmento medicinal da Diox Jorge Henrique Santos.

Em nota, a Prefeitura de Juazeiro comunicou que "espera que essa situação seja resolvida o mais rápido possível e não interfira o atendimento à saúde da população." No total, a empresa precisa fazer entregas em 30 hospitais públicos e particulares de 15 cidades da Bahia. Em Brumado, no sudoeste, há outro caminhão da empresa que está parado num bloqueio.

Nas outras cidades, o oxigênio que tem dá para ficar até o final de semana", informou Santos, que solicitou ainda apoio do Ministério Público Federal para tentar fazer com que a passagem dos caminhões da empresa seja possível. Em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado e a terceira maior cidade baiana, com 348 mil habitantes, o Hospital Geral (gestão estadual) está com dois caminhões de oxigênio presos nos bloqueios desde esta quarta-feira.

Segundo a direção da unidade hospitalar, a maior do município, os caminhões da empresa White Martins estão nos bloqueios de Brumado e Santo Estevão. A quantidade de oxigênio do hospital dá para ficar até o final de semana.

A White Martins ficou de enviar nota sobre o assunto, mas isso não ocorreu. Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia, "não existe desabastecimento em nenhuma unidade estadual" e "os fornecedores estão comprometidos com o fornecimento regular". "Se necessário, serão escoltados pela Polícia Militar a fim de garantir o suprimento das unidades", diz a nota do governo.

Farmácias e hospitais

A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo enviou um e-mail aos presidentes da República, da Câmara e do Senado "alertando para o iminente desabastecimento dos hospitais e serviços de saúde, caso persista a greve dos caminhoneiros".

Segundo o presidente, Yussif Ali Mere Junior, os hospitais podem ficar sem o abastecimento de oxigênio, materiais, medicamentos e insumos em geral, como suprimentos para diálise. "Precisamos garantir com urgência o abastecimentos das redes de saúde para manter o atendimento à população. Trabalhamos com estoques reduzidos e necessitamos de abastecimentos regulares, como por exemplo, de 2 em 2 dias, 3 em 3 dias, no caso de reposição de oxigênio, afirmou.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) também se pronunciou sobre os protestos. Em nota, afirmou que farmácias e drogarias de todo o País já sofrem com o desabastecimento de produtos essenciais.

"Um dos principais problemas referem-se aos medicamentos termolábeis, que devem ser mantidos refrigerados e necessitam de temperatura estável até o seu destino final - algo impossível de ser garantido com um veículo travado nas estradas", diz Sergio Mena Barreto, presidente executivo da associação.

Segundo ele, na manhã desta quarta-feira, dia 23, veículos que transportavam medicamentos dos distribuidores e centros de distribuição até os pontos de venda chegaram a ser apedrejados, e seus motoristas agredidos fisicamente.

Sessenta crianças morreram nos últimos cinco dias em um hospital público do norte da Índia, segundo um balanço divulgado neste sábado por autoridades locais, o que a imprensa atribui à falta de estoques de oxigênio no local.

"Abrimos uma investigação e divulgaremos hoje um relatório preliminar. Sessenta pacientes morreram no hospital nos últimos cinco dias, mas não acreditamos que isto esteja relacionado às informações sobre falta de oxigênio", declarou à AFP Anil Kumar, representante da polícia de Gorakhpur.

Segundo a imprensa indiana, dezenas de crianças morreram na última quinta e sexta-feira por falta de estoque de oxigênio, depois que a empresa responsável deixou de fornecê-lo, supostamente por falta de pagamento de contas no valor total de milhões de rupias.

Autoridades investigam irregularidades no hospital Baba Raghav Das, localizado no distrito de Gorakhpur, estado de Uttar Pradesh, o mais povoado do país, governado pelo partido conservador Bharatiya Janata Party, do premier Narendra Modi.

Segundo um comunicado do gabinete do ministro-chefe de Uttar Pradesh, Yogi Adityanath, que ordenou a abertura da investigação, as 60 mortes aconteceram em um período de cinco dias a partir da última segunda-feira.

Segundo o texto, 23 crianças morreram na quinta-feira, quando "a pressão da alimentação de oxigênio baixou".

O ministro da Saúde de Uttar Pradesh, Sidharth Nath Singh, suspendeu o diretor do hospital até que o resultado da investigação seja divulgado.

"Houve várias causas para o problema de abastecimento de oxigênio, mas nossa investigação mostra que não houve mortes por causa disto", afirmou o ministro após uma visita ao hospital.

O jornal "The Hindustan Times" publicou em sua edição deste sábado as cenas de pânico no hospital quando o fornecimento de oxigênio foi alterado.

"Isto provocou um caos total, com pais de pacientes correndo para conseguir ajuda e funcionários do hospital tentando manter o fornecimento de oxigênio, inclusive com bolsas manuais de respiração".

Os hospitais públicos indianos costumam funcionar com lotação máxima, à beira de seu limite. Os pacientes têm que suportar longas listas de espera, até mesmo para intervenções simples, e, às vezes, são obrigados a dividir o leito.

Depois de dar à luz três crianças, a doméstica Julia Rose Alves da Silva Sapucaia, de 31 anos, considerava-se uma especialista em cuidados básicos com recém-nascidos. "A primeira coisa que a gente faz na gravidez é comprar bastante roupinha para agasalhar o bebê quando nasce. Ele não pode perder calor", pensava ela. Mas com Lorenzo, seu quarto filho, aconteceu o contrário. Logo após ser retirado do útero da mãe, no dia 10 de maio de 2016, o menino foi levado para a UTI neonatal da Santa Casa de São Paulo para ser resfriado, ou seja, ter a temperatura corporal reduzida. O procedimento era a aposta dos médicos para salvar a vida do menino. E deu certo.

Por complicações na gravidez de Julia, Lorenzo ficou sem oxigenação no momento do parto. A condição, chamada de encefalopatia hipóxico-isquêmica, pode provocar a morte da criança ou deixar sequelas neurológicas graves, como paralisia cerebral. No caso de Lorenzo, ambos os desfechos foram evitados pela técnica de hipotermia terapêutica neuroprotetora, procedimento em que o recém-nascido tem sua temperatura corporal reduzida para 33 a 34°C - 3 graus abaixo da normal - como forma de frear as lesões cerebrais iniciadas na asfixia ocorrida no parto.

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"Por meio da técnica, conseguimos diminuir o metabolismo do bebê e, com isso, reduzir a liberação de substâncias que aumentariam as lesões cerebrais provocadas pela privação de oxigênio no momento do nascimento", explica Mauricio Magalhães, chefe do setor de neonatologia da Santa Casa e professor da Faculdade de Ciências Médicas da instituição. O resfriamento é feito por meio de um colchão ou bolsa térmica e o bebê passa por monitoramento cerebral durante todo o período.

Para que o procedimento tenha sucesso, ele deve ser iniciado em até seis horas após o parto e a criança deve ser mantida em temperatura mais baixa por três dias. "Após a hipotermia, o bebê vai sendo reaquecido lentamente, em cerca de meio grau por hora", diz Magalhães, um dos pioneiros a trazer a técnica ao Brasil, em 2009. Hoje, outros hospitais e maternidades de São Paulo realizam o procedimento, como São Luiz, Santa Joana e Albert Einstein.

A Santa Casa acaba de completar a marca de cem bebês submetidos ao procedimento. Apenas 3% deles não resistiram às complicações do parto e 2% desenvolveram sequelas neurológicas mesmo passando pela hipotermia, índice muito abaixo do registrado entre crianças que não foram resfriadas.

Segundo Magalhães, o índice de bebês com quadro de encefalopatia hipóxico-isquêmica que morrem após o parto chega a 25% quando a hipotermia não é realizada. E entre os que sobrevivem, até 75% podem ter algum dano se a intervenção não é feita. "A técnica reduz o risco de sequelas, mas, infelizmente, no Brasil, somente 5% dos bebês nascidos com a condição são submetidos ao procedimento", afirma o especialista.

Confiança nos médicos. No caso do bebê Lorenzo, hoje com 11 meses, a mãe conta que estranhou ao vê-lo "gelado e só de fraldinha" na UTI, mas diz que "confiou nos médicos" pois sabia que aquela era a única opção para evitar o pior.

"O quadro dele era muito grave. Ele foi entubado. Naquele momento eu nem estava pensando em possíveis sequelas, eu tinha medo de ele nem sequer sobreviver", conta Julia.

Hoje, os médicos até se surpreendem com o desenvolvimento do menino, que tem alcançado algumas habilidades em um prazo mais rápido do que outras crianças da sua idade. "Ele não ficou com nenhuma sequela, é muito esperto e ativo e começou a andar com 8 meses", conta a mãe, orgulhosa.

Miguel, hoje com 2 anos e 7 meses, foi outro bebê a ficar sem nenhuma sequela, mesmo após passar cinco minutos sem oxigênio no momento do nascimento. "Talvez ele teria tido outro destino se nascesse em um hospital que não adota a hipotermia porque, se cinco minutos é muito tempo para alguém ficar sem ar, imagina para um bebezinho", diz a atendente Diane Rodrigues da Silva, de 26 anos, mãe do menino.

A Maternidade Padre Geraldo Leite Bastos, localizada em Pontes de Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, ganhará um novo recurso de oxigênio. O sistema de gás é chamado de Usina PSA e faz com que as unidades de saúde possam produzir qualquer tipo de oxigênio.

“A maternidade vai passar pela experiência por um período de 60 dias e, caso seja benéfico, estaremos utilizando o novo equipamento nas outras unidades de média complexidade do município”, afirmou o secretário de Saúde do Cabo, Luís Lima. O recurso está sendo utilizado na Maternidade Frei Damião, em João Pessoa. 

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Com informações da assessoria

Depois de receber R$ 24 milhões dos cofres públicos, a entidade não governamental Oxigênio, dirigida por um amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, corre o risco de ver rompido o mais recente dos contratos com o Ministério do Trabalho. Já com Carlos Lupi sob pressão, o ministério encaminhou ofício para a entidade documentar a prestação de serviços ou devolver o dinheiro à União.

O ofício foi encaminhado à entidade na quinta-feira passada, antevéspera de a Oxigênio aparecer no centro de denúncias de cobrança de propina pela equipe de Lupi, publicadas pela revista Veja. O convênio questionado pelo ministério tem como objetivo a qualificação de 1.000 operadores de telemarketing.

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Mais do que mostrar agilidade na fiscalização dos repasses a ONGs, o ofício de Lupi indica uma medida tardia. A Oxigênio está sob investigação desde 2006. Em abril deste ano, foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por favorecimento e prestação indevida de contas em outros convênios com o Ministério do Trabalho para a qualificação profissional.

Além disso, desde janeiro, a Controladoria-Geral da União (CGU) cobra providências do Ministério do Trabalho para irregularidades que vão de pagamentos indevidos ou superfaturados à apresentação de listas de presença assinadas por alunos "que informaram em entrevista que não fizeram os respectivos cursos".

Demora - Documentos obtidos pelo Estado mostram reiteradas cobranças feitas pela CGU, com o registro de demora do Ministério do Trabalho em tomar providências. Para a controladoria, os últimos convênios nem deveriam ter sido assinados, dada a atuação ruim da entidade.

À noite, o Ministério do Trabalho informou que não há registro de que as aulas de telemarketing tivessem começado, apesar do pagamento de R$ 225 mil, liberado em abril. Esse é o último lançamento de repasse de dinheiro público para a Oxigênio.

Em agosto, todas as entidades contratadas pelo Ministério do Trabalho haviam sido cobradas a apresentar informações atualizadas sobre os contratos como exigência para novas liberações de verba. O contato para "esclarecimentos adicionais", segundo o ofício, era Anderson Alexandre dos Santos, então coordenador-geral de qualificação, demitido no sábado por causa das denúncias de pagamento de propina.

Silêncio -Procurados pela reportagem, a presidente da Oxigênio, Marta Del Bello, e o diretor de administração, Francisco Dias Barbosa, resolveram não se manifestar. Barbosa é amigo de Lula da época do Sindicato dos Metalúrgicos.

A amizade de Chicão, como Francisco Dias Barbosa é conhecido, com Lula provocou as primeiras investigações por favorecimento no TCU. Barbosa presidia a Oxigênio, na assinatura dos primeiros convênios com a União. Foi substituído por Marta, sua sócia também na empresa Petrobio Energias Recicláveis S.A., mas continuou na direção da entidade.

Dados do Portal da Transparência mostram que a liberação de verbas públicas para a Oxigênio aumentou depois da posse de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. Em 2009, a entidade recebeu R$ 11,1 milhões, mais da metade do valor repassado no período de oito anos. Em 2011, a Oxigênio aparece entre as entidades que mais receberam dinheiro público para projetos de qualificação profissional. De janeiro abril, foram pagos mais de R$ 1 milhão, sobretudo para treinamento na área de construção civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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