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Reeleito governador do Rio Grande do Sul no segundo turno, Eduardo Leite (PSDB) vai ser convidado pelo presidente do partido, Bruno Araújo, para assumir o comando nacional da legenda a partir do dia 31 de maio de 2023, quando termina o mandato da atual direção tucana.

A expectativa é de que Leite esteja na linha de frente das negociações com outros partidos para discutir uma eventual fusão ou a ampliação da federação com o Cidadania, e represente os tucanos caso se consolide um novo bloco com o Podemos e o MDB. As articulações partidárias ainda são embrionárias e dificilmente estarão concluídas até maio.

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Como presidente do PSDB ou representante da sigla em uma aliança mais ampla, Leite teria um lugar de destaque no debate nacional e poderia despontar como um líder de centro para a disputa presidencial de 2026.

Além de Leite, o PSDB elegeu mais dois governadores, Eduardo Riedel (MS) e Raquel Lyra (PE), mas perdeu a hegemonia em São Paulo após 28 anos. Na Câmara, o PSDB encolheu e virou uma sigla nanica. Elegeu apenas 13 dos 18 parlamentares da federação com o Cidadania.

Antes de tentar a reeleição, Leite renunciou ao comando do Executivo estadual para concorrer nas prévias presidenciais do PSDB contra o ex-governador de São Paulo João Doria. O paulista venceu a disputa interna, mas acabou desistindo da candidatura ao Palácio do Planalto após uma crise na legenda.

O PSDB e o Cidadania discutem a possibilidade de uma fusão com outras siglas ou a ampliação da federação já existente com a incorporação do MDB e do Podemos. Nesse cenário, Leite e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) despontam como os quadros mais importantes no xadrez nacional.

Como presidente do PSDB ou representante da sigla em uma aliança mais ampla, Leite teria um lugar de destaque no debate nacional e poderia despontar como um líder de centro para a disputa presidencial de 2026.

Além de Leite, o PSDB elegeu mais dois governadores, Eduardo Riedel (MS) e Raquel Lyra (PE), mas perdeu a hegemonia em São Paulo após 28 anos. Na Câmara, o PSDB encolheu e virou uma sigla nanica. Elegeu apenas 13 dos 18 parlamentares da federação com o Cidadania.

Antes de tentar a reeleição, Leite renunciou ao comando do Executivo estadual para concorrer nas prévias presidenciais do PSDB contra o ex-governador de São Paulo João Doria. O paulista venceu a disputa interna, mas acabou desistindo da candidatura ao Palácio do Planalto após uma crise na legenda.

O PSDB e o Cidadania discutem a possibilidade de uma fusão com outras siglas ou a ampliação da federação já existente com a incorporação do MDB e do Podemos. Nesse cenário, Leite e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) despontam como os quadros mais importantes no xadrez nacional.

Faltando três dias para o primeiro turno das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através das redes sociais, esclareceu que mesários e eleitores não são proibidos de comparecer às seções eleitorais, no próximo domingo (2), usando camisa da Seleção Brasileira ou de artido político.

"A manifestação individual e silenciosa, por meio do uso de camisetas de partido político, coligação, candidatura, camisa verde e amarela, camisestas do Brasil ou da Seleção Brasileira, é livre", explicou o TSE. O orgão ainda salientou que a proibição,  disseminada às vesperas do primeiro turno, é "mais uma fake news" para "incitar insegurança e intolerância".

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Confira, a baixo, a publicação:

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Suspeitas de candidaturas laranjas, alvos da Polícia Federal e da Operação Lava Jato fazem parte da história da legenda que vai abrigar o ex-juiz federal e ex-ministro Sérgio Moro. O Podemos, que marcou para o dia 10 de novembro o evento de filiação do ex-magistrado e possível presidenciável, tem investido na reformulação de diretórios estaduais para arregimentar potenciais candidatos e tentar ampliar sua presença no Congresso.

Moro é parte dessa estratégia porque é considerado um bom puxador de votos. Mas, ao entrar no partido, terá de conviver com correligionários sob investigação - um deles foi filmado pegando dinheiro de um delator -, e participar de um grupo político que, no Congresso, apoiou desde Dilma Rousseff até Jair Bolsonaro.

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No Rio de Janeiro, após a saída do senador Romário, que foi para o PL, o vice-presidente do partido, Eduardo Machado, convidou o bombeiro Patrique Welber para dirigir o diretório do Podemos. Conhecido por atuar nos bastidores de campanhas de diversos partidos, incluindo a coordenação da candidatura do ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani (MDB) - condenado a 21 anos de prisão na Lava Jato -, Welber levou com ele um grupo de mais de 40 candidatos a deputado federal. O Podemos não tem representantes do Rio na Câmara.

Em setembro, Welber se tornou secretário estadual do Trabalho do Rio, iniciativa do governador Cláudio Castro (PL) para dar uma pasta ao Podemos, que faz parte de sua base na Assembleia Legislativa (Alerj). A convite do bombeiro, e agora secretário, assumiram cargos de comando no diretório do Podemos o ex-deputado federal Francisco Floriano, que é alvo da Lava Jato do Rio sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção na Saúde do Estado, e o empresário Clébio Lopes Pereira - investigado pelo MP estadual por integrar supostos esquemas de desvios na gestão Marcelo Crivella (PRB).

Há também investigados no comando do diretório nacional do Podemos. A presidente da legenda e deputada federal Renata Abreu é alvo de inquérito na Justiça Eleitoral sob a acusação de ter fomentado candidaturas femininas laranja em 2018. O secretário-geral do partido, Luiz Claudio Souza França, foi flagrado em vídeo pegando R$ 38 mil em espécie das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, na Operação Caixa de Pandora - que ficou conhecida como mensalão do DEM. A ação está em fase de alegações finais.

O partido também chegou a abrigar membros do PHS - partido que foi absorvido pelo Podemos - alvos de suspeitas. Entre eles, o advogado Laércio Benko e a ex-deputada Clelia Gomes, que foi candidata a vereador pela legenda no ano passado. Eles são investigados pela PF em um esquema de rachadinhas quando ainda época em que estavam na legenda anterior. Clelia deixou o partido após a eleição, e Benko saiu neste segundo semestre para dirigir o PMB.

Fusão. Antes de entrar para o Podemos, Benko e o vice-presidente, Eduardo Machado, estavam em lados opostos na disputa pelo comando do PHS. Por força de uma decisão judicial, Machado foi afastado da direção da legenda. Rivais também chegaram a acusá-lo de irregularidades. Em 2017, a briga foi parar na Polícia, quando um tesoureiro da legenda aliado de Machado foi acusado de invadir seu diretório e levar documentos. Em 2018, o PHS foi enquadrado na cláusula de barreira, e, em um acordo entre Machado e Renata Abreu, acabou incorporado ao Podemos. Os antigos rivais no PHS entraram em armistício na atual legenda.

De um lado, a fusão fez com que a cota do fundo eleitoral do Podemos saltasse de R$ 36 milhões para R$ 77 milhões, em 2020. De outro, uma série de irregularidades nas prestações de contas do PHS referentes a 2014 custaram ao Podemos uma multa de R$ 2,8 milhões. Quando relatora do projeto de reforma eleitoral na Câmara, Renata Abreu inseriu em uma primeira versão de sua proposta um dispositivo que previa a desoneração de partidos de assumirem multas de legendas que aglutinaram, em razão de pendências com o TSE. O texto acabou alterado pela parlamentar, dias depois.

O partido se diz independente no Legislativo, mas tem acompanhado o governo federal em cerca de 80% das votações. Em uma sessão recente, ficou dividido em uma pauta cara ao ex-juiz das Lava Jato. Cinco deputados votaram a favor da PEC 5, que propôs alterações no Conselho Nacional do Ministério Público, e outros cinco votaram contra. Foi um caso isolado. Em outros projetos, como a proposta de tirar o Coaf de Moro _ ainda no Ministério da Justiça -, o partido votou a favor do ministro. O Podemos também foi contra a ampliação do fundo eleitoral para R$ 5,7 bilhões em 2022.

O partido foi fundado como Partido Trabalhista Nacional, pelo ex-deputado Dorival de Abreu, tio de Renata, nos anos 1990, como uma espécie de sucessor do antigo PTN do ex-presidente Jânio Quadros. O slogan exibia a sigla ao lado da vassourinha, em referência ao jingle de Jânio na década de 60: "Varre, varre, vassourinha. Varre, varre a bandalheira", dizia a música. Além de Dorival, o pai de Renata, ex-deputado José de Abreu, dirigia o partido, que, por anos, teve escritório dentro do Centro de Tradições Nordestinas, na zona norte de São Paulo, criado pelo clã.

Em 2013, o PTN acabou envolvido em uma polêmica relacionada ao mensalão, quando um hotel em nome de uma offshore no Panamá e do irmão de José de Abreu deu emprego ao ex-ministro José Dirceu, com salário de R$ 20 mil, quando o petista precisava comprovar que teria um emprego para migrar para o regime semiaberto.

No mesmo endereço da offshore estava registrado um escritório da JD Assessoria, que, anos depois, levaria Dirceu ao centro da Lava Jato. Somente em 2017, a legenda foi transformada em Podemos, sob o comando da atual presidente, e começou a arquitetar a candidatura de Alvaro Dias à Presidência, que terminou com 0,8% dos votos no primeiro turno.

Pelo Podemos, também passaram parlamentares, como o pastor Marco Feliciano, expulso por apoiar Bolsonaro em 2018, e a ex-juíza Selma Arruda, eleita por Mato Grosso em 2018 sob a alcunha de "Moro de saias" e defenestrada do Senado após ser condenada por caixa dois no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

'aberração'

A deputada federal Renata Abreu afirmou ao Estadão que "não há nem houve qualquer candidatura laranja no Podemos de São Paulo". "Tenta-se com este processo considerar todas as candidaturas que não tiveram recursos financeiros partidários como laranjas, uma aberração do ponto de vista jurídico, que só tem o propósito de polemizar", disse.

Luiz Claudio Freire de Souza França afirmou que a ação penal que responde na Operação Caixa de Pandora "está em primeira instância, com defesa nos autos". Ele se diz confiante na Justiça e afirmou que a ação por improbidade prescreveu. A ex-deputada Clélia Gomes e o advogado Laércio Benko não foram localizados. Nos autos, suas defesas negam desvios. O Estadão não localizou Clébio Lopes Pereira e o ex-deputado Francisco Floriano. O presidente do Podemos no Rio, Patrique Welber, se negou a responder os questionamentos da reportagem. Renata Abreu disse que o "Podemos já retirou do partido pessoas com condenações e assim vai proceder, desde que respeitado o direito de defesa e o devido processo legal".

Moro define nesta semana se será candidato, afirma partido

O ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro mantém silêncio sobre sua filiação e possível candidatura ao Palácio do Planalto. O Podemos acredita que essa definição seja sacramentada no início desta semana. A interlocutores, ele tem dito que só poderá tratar publicamente dos seus planos na política após encerrado o contrato com a consultoria Alvarez & Marsal, que tem sede em Washington, onde Moro reside atualmente.

"Moro vai definir no dia 01 de novembro. O Podemos já o convidou para disputar a Presidência", afirmou ao Estadão a deputada federal e presidente do Podemos, Renata Abreu. A relação de Moro com a legenda foi construída a partir da amizade com o senador Alvaro Dias (PR). Entusiasta da Operação Lava Jato, o parlamentar tentou a Presidência em 2018 anunciando o então juiz como futuro convidado a ser seu ministro da Justiça, caso eleito.

Discretamente, porém, Moro intensifica conversas com representantes do centro político, onde sonda nomes para uma futura equipe de campanha.

Pauta

 

Sua preocupação é em ampliar o leque de bandeiras para além da pauta anticorrupção. A princípio, não há indícios claros de que a provável investida eleitoral do ex-juiz possa ser acompanhada por outros protagonistas da Lava Jato.

Procuradores também já foram consultados por partidos para disputar as eleições de 2022. No entanto, afirmam que as conversas nunca avançaram. Fora da força-tarefa, Deltan Dallagnol, ex-coordenador do grupo, disse que nunca se sentou "com qualquer partido para conversar concretamente sobre o assunto". Deltan, contudo, tem participado do debate político por meio de palestras e videoconferências.

Aposentado do MPF, o agora advogado Carlos Fernando Santos Lima afirmou que "não fecha as portas para a participação na política", mas que, a princípio, não pretende e não foi procurado por nenhum partido. "Minha posição não é necessariamente a favor de uma candidatura de Sérgio Moro ou não. Sou a favor de uma candidatura viável, de terceira via", disse ao Estadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Congresso, na quinta-feira passada, jogou luz sobre o modo como é feita a distribuição de dinheiro público aos partidos no País. Apesar da repercussão negativa, por ter sido discutida em meio à crise sanitária, o volume dos recursos que os parlamentares destinam às próprias siglas é, há tempos, sem precedentes quando comparado com a realidade de outras democracias.

Um estudo do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que reuniu dados de 35 nações entre 2012 e 2020, aponta que o Brasil é o país que mais envia dinheiro público para partidos e campanhas políticas. Juntas, as siglas brasileiras recebem, em média, US$ 446 milhões por ano (R$ 2,2 bilhões) dos fundos eleitoral e partidário. No ano que vem, quando serão realizadas as eleições estadual e federal, o montante será de R$ 5,7 bilhões, graças à LDO.

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A cifra, sem descontar a inflação, representa um aumento de 185% em relação ao valor que os partidos obtiveram em 2020 para as disputas municipais, o equivalente a R$ 2 bilhões. É, também, mais que o triplo do que foi destinado às eleições de 2018, quando foi distribuído o montante de R$ 1,8 bilhão.

No ranking dos países que mais gastam com o sistema partidário, o México vem em segundo lugar, com US$ 307 milhões (R$ 1,5 bilhão) - aproximadamente quatro vezes menos do que o Brasil gastará no ano que vem somente com o fundo eleitoral. Ao excluir o primeiro colocado, a média da amostra cai para US$ 65,4 milhões (R$ 323 milhões), o equivalente a 14% do que o Estado brasileiro investe na manutenção e organização eleitoral dos partidos.

"Estamos usando recursos públicos em demasia em comparação com o resto do mundo para o dia a dia da política, em vez de estar investindo diretamente em bens públicos. A quantidade de recurso é finita. Quando você usa muito para determinado fim, acaba faltando para outras coisas", disse o autor da pesquisa, Luciano Irineu de Castro, do Impa.

Até o mês passado, os partidos com representação no Congresso receberam R$ 489 milhões do Fundo Partidário. Donos das maiores fatias do bolo, o PSL e o PT, as duas siglas com maior representação na Câmara dos Deputados, ganharam, respectivamente, R$ 57 milhões e R$ 48,7 milhões no primeiro semestre de 2021. Em 2022, as legendas devem ter R$ 600 milhões cada para construir suas campanhas com recursos do fundo eleitoral - mais que o dobro do recebido em 2020.

O PSL estuda lançar o apresentador e jornalista José Luiz Datena como candidato à Presidência, enquanto os petistas apostam na provável candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, é "razoável" o nível dos recursos repassados aos partidos quando considerada a quantidade de filiados políticos com potencial de candidatura. Em abril, cerca de 16,2 milhões de pessoas estavam com filiação ativa em alguma legenda. Na eleição municipal de 2020, no entanto, apenas 556 mil pessoas concorreram aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

‘Divisão’. "O financiamento público devolveu ao povo brasileiro os deputados e senadores. Somos suspeitos de falar a respeito, por sermos um grande partido, mas, na verdade, o que se deve discutir é a oportunidade para que todos os candidatos tenham chance de dizer quem são e quais seus projetos", disse Bivar. "E, se considerarmos a divisão do fundo por centenas, milhares de candidatos, o resultado é razoável. Caso contrário, só haverá dois partidos: o do presidente e o dos governadores. Os demais não sobreviverão com dinheiro de doações individuais."

Cidadania, PSOL, Podemos e PSL foram os únicos a apoiar a mobilização feita pelo Novo para rejeitar o fundo de R$ 5,7 bilhões incluído na votação da Lei de Diretrizes Orçamentária no Congresso, na quinta-feira. O partido de Bivar, porém, só aderiu ao movimento restando 15 minutos para o fim da votação.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) usou as redes sociais na tentativa de ironizar o fato de deputados bolsonaristas, em sua maioria do PSL, defenderem o fim dos privilégios dos políticos, mas terem votado a favor da LDO. "Todos os bolsonaristas votaram a favor de triplicar o Fundo Partidário. O PT votou contra. Logo eles que estufavam o peito para dizer que a mamata acabou", escreveu.

A relação, no entanto, é falsa. O texto aprovado no Congresso não se restringe ao fundo eleitoral, como o deputado deu a entender. O PSL votou a favor da LDO, mas se opôs à emenda que aumentou os recursos dos partidos. O PT fez o caminho inverso: votou contra o texto final, mas não apoiou a iniciativa do Novo.

"O PT sempre defendeu o financiamento público como forma de reduzir a influência do poder econômico no processo democrático, no mesmo sentido da decisão do STF que proibiu as doações de empresas a candidatos", disse a assessoria da sigla. O partido faz referência à decisão proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, em 2015, que proibiu as empresas privadas de fazer doações para campanhas, como forma de reduzir as negociatas pré-eleitorais.

O diretor executivo da Transparência Partidária, Marcelo Issa, observou que, além de reservar valores bilionários para financiar os partidos, o Brasil dispõe de poucos mecanismos para checar a forma como o dinheiro público é gasto. Para ele, a Lei de Acesso à Informação deve ser aplicada às siglas.

"Antes de discutir o volume dos recursos, é preciso discutir o nível de transparência e o que se faz com os recursos. Até uma discussão sobre a adequação desse montante fica comprometida na medida em que é difícil conhecer com precisão o destino dos recursos", afirmou. "A gente precisa caminhar para um sistema eleitoral que reduza os custos de campanha sem prejuízo à qualidade do debate e ao acesso à informação para que o eleitor possa formar sua convicção de modo adequado."

Issa apontou a cláusula de barreira como um horizonte para a redução dos gastos com os partidos. Aprovada na minirreforma eleitoral de 2017, esse dispositivo impõe novas regras de acesso dos partidos aos recursos do Fundo Partidário e limita o tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, de acordo com o nível de representação das siglas na Câmara. A norma é temida por partidos pequenos, que tendem a desaparecer com o endurecimento gradual das exigências.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A oito meses das eleições municipais, partidos ampliam o investimento em cursos de formação política online em busca de candidatos interessados em se lançar em outubro. A "virada digital" também tem como meta colateral a tentativa, por parte das legendas, de recuperar sua relevância no debate nacional, de fugir da pecha da velha política e de servir como ferramenta para atrair jovens.

Os cursos, gratuitos, abordam desde temas mais tradicionais, como quais são as atribuições de um vereador, legislação eleitoral e maneiras de prestar contas, até a construção de marca pessoal e combate a fake news. Há módulos que ensinam a gerir redes sociais, a usar mídia paga e a monitorar, por meio de métricas, a audiência e o engajamento de postagens nas redes sociais.

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A estratégia dos partidos é semelhante à adotada pelos grupos cívicos ou de renovação política, apoiados pelo apresentador de TV Luciano Huck, eventual candidato à Presidência em 2022 que, assim como o presidente Jair Bolsonaro, não está filiado a nenhuma sigla.

Após o racha provocado pela desfiliação de Bolsonaro, o PSL - sigla que recebeu o maior número de votos para a Câmara - foca, por exemplo, na elaboração de um programa 100% digital para capacitar novos quadros e gerir campanhas. Legendas mais tradicionais, como PT, MDB, PDT, PSD e Cidadania, também planejam novidades com a criação ou incremento de suas ferramentas de ensino e interação a distância. Com o atual descrédito dos partidos, muitos envolvidos em escândalos de corrupção, as formas de filiação praticadas anteriormente, seja nas portas de fábrica ou nos grêmios estudantis, foram, aos poucos, deixadas de lado.

"O ambiente é que provoca mudanças. Os partidos perderam a ideologia, a identificação. Isso os afastou da sociedade, que não se interessa mais em buscar uma filiação. As plataformas digitais são válidas nessa tentativa de retorno, mas o contato pessoal, o debate não podem ser descartados. Isso é política, senão vira hashtag", disse Marcelo Vitorino, professor de marketing político da ESPM.

Elaborada pelo economista Marcos Cintra, ex-secretário especial da Receita e atual coordenador técnico do Instituto Índigo, do PSL, a plataforma online do partido abordará temas como gestão de campanha, legislação eleitoral e prestação de contas - o partido é investigado por uso de candidaturas laranjas em Minas e Pernambuco. Voltado para a formação de quadros, um segundo programa contará com encontros presenciais.

"Sinto que o PSL é um partido que cresceu muito rapidamente, em função da eleição de Bolsonaro. Ele saiu de um partido praticamente inexpressivo para o segundo maior do País, e ainda não conseguiu firmar uma imagem programática muito clara", afirmou Cintra.

A constatação, mesmo que tardia, da dificuldade quase unânime de renovação interna também é uma das propulsoras das ações digitais. "O PT perdeu bancada em 2018, em parte porque não soube ofertar nomes para a renovação", disse o secretário nacional de Juventude do partido, Ronald Sorriso.

Intitulado Representa, o projeto da legenda deve ser lançado em março com o objetivo de mapear e formar jovens que tenham identificação com o PT e disposição para se candidatar. Vai oferecer aulas online de política e alguns encontros presenciais. A meta é formar 2 mil para disputar cargos de vereador.

Treinamentos para a eleição de outubro também são prioridade no MDB. Em janeiro, a Fundação Ulysses Guimarães lançou o FUG Lab, com aulas online e uma etapa presencial em todas as capitais, com módulo sobre fake news. "O próprio Bolsonaro foi a prova de um trabalho feito via rede social. Sentimos o baque na eleição passada, quando o MDB perdeu metade de seus deputados", disse o secretário executivo da fundação, João Henrique de Almeida Sousa.

"O celular virou o cabo eleitoral moderno, e a campanha que não estiver ligada nisso terá dificuldades."

Rumo

A psicóloga Maria Aparecida Pinto se filiou ao MDB aos 18 anos, na época do bipartidarismo da ditadura militar. Em 2018, no comando da ala afro da sigla, lançou-se candidata ao Senado por São Paulo. Com 557 mil votos, ficou em 9.º lugar e resolveu mudar o rumo da carreira política. Agora, aos 62, concluiu o curso online de formação política do RenovaBR e pretende se candidatar a vereador pela capital.

"Os partidos são formados por pessoas que estão há 20, 30 anos lá dentro. Elas não te ensinam para que você não queira concorrer com elas", afirmou. Estudando com mais jovens, Cidinha, como é conhecida, disse que precisou se esforçar. "Aprendi até a cortar vídeos. Só não aprendi a emendá-los."

Na tentativa de se aproximar ainda mais dos grupos de renovação - e, de quebra, filiar Huck para 2022 -, o Cidadania deve iniciar na quarta-feira seu curso online de formação política, aberto para não filiados e até bolsonaristas. Segundo a produtora executiva do curso, Manuela Borges, alcançar a diversidade é um desafio. A maioria dos 4.630 inscritos é composta por homens com ensino superior.

O presidente do diretório regional do Cidadania-AM, Elcy Barroso Júnior, foi convocado para gravar um vídeo rápido, de três minutos, sobre as atribuições dos vereadores. Em função do fim das coligações proporcionais, a expectativa é de que o número de candidatos por partido bata recorde. De olho no público jovem, as aulas seguirão um modelo de "game". Nele, os alunos receberão pontos por suas respostas certas e avançarão de fase. Eles também podem pontuar interagindo nas lives do partido - gravações ao vivo via redes sociais.

O PSD oferece aplicativo aberto, com 20 aulas. O PDT segue a mesma linha, com opções para quem quer aprender marketing digital eleitoral.

Para Vitorino, as tentativas são positivas, mas há dicas obrigatórias para um resultado efetivo. "O tema das aulas deve ser pragmático, mexer com a vida das pessoas, como reforma da Previdência, preço da gasolina. A partir daí se fala da ideologia do partido. Outra coisa é oferecer uma mentoria, especialmente para os novatos, que não vão saber fazer uma campanha. E sempre lembrar que nem tudo dá para fazer pela internet. Like não aperta a mão, não toma café." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em sua vinda ao Recife para participar do seminário ‘Mulher mais política’, na manhã desta quinta-feira (22), a presidente da Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), Simone Tebet, disse que ao ter criado um novo partido, o presidente Jair Bolsonaro "está indo na contramão da história". O Aliança pelo Brasil, que foi lançado nesta quarta-feira (21), é denominado por Bolsonaro como um sendo um partido "sem viés ideológico". 

Na opinião da senadora, um dos grandes problemas do país é a quantidade recorde de partidos e que não há democracia no mundo que conviva e que tenha bons resultados com 32 partidos instalados e 29 partidos constituídos na Câmara dos Deputados. "Nesse aspecto o presidente está indo na contramão da história daquilo que a gente quer de um processo que nós começamos lá atrás, quando ele era deputado federal, em relação a diminuir o número de partidos com cláusula de barreira mais rigorosa para que possamos daqui a 12 anos ter no máximo, algo em torno de 12 constituídos dentro da câmara", disse.

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Bolsonaro será o presidente da comissão provisória da legenda, que terá seu filho, o senador Flávio Bolsonaro como vice. De acordo com o chefe do estado, o partido terá o número 38 nas urnas. Nesta semana, o chefe do estado assinou a carta de desfiliação do PSL, partido que o lançou como presidente. Outros 30 parlamentares do PSL deverão migrar para o Aliança pelo Brasil.

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O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aprovou, nessa terça-feira (17), o registro do órgão estadual do Partido Nacional Corinthiano (PNC), formado por torcedores do Corinthians, mas com o discurso de que é aberto para todos os cidadãos brasileiros. Com a aprovação estadual, o grupo agora busca o registro a nível nacional.

De acordo com o TRE-SP, o PNC cumpriu os requisitos exigidos na legislação eleitoral em relação à documentação necessária. Uma das exigências comprovadas pelo Partido é o apoio de quase 25 mil eleitores, tendo em vista que a quantidade mínima solicitada é de 21.262 pessoas, número que representa 0,1% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados.

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Ainda segundo o TRE-SP, a comprovação do apoio dos eleitores é feita a partir de listas ou formulários organizados pela legenda no período de criação. Assinaturas e dados dos eleitores são algumas das informações apuradas.

Presidido por Juan Moreno, o PNC tem como proposta despertar na sociedade o interesse pela política. “A manifestação de apoio à legitimação do Partido Nacional Corinthiano perante o Tribunal Superior Eleitoral é um direito não apenas do torcedor corinthiano. Queremos despertar o interesse real do brasileiro pela política. Isso hoje não existe e o futebol é uma ferramenta importante para reverter isso. Vozes derrotistas, que trabalham para a mantença e mesmice de uma política ultrapassada e corrupta, apregoam que temos partidos políticos demais no Brasil”, afirma Moreno, conforme texto publicado no site do Partido.

Regras

Resolução do TSE de número 23.465/2015 aponta algumas regras para a criação de partidos. Entre elas, os fundadores do partido, que não podem ser menos de 101 eleitores no exercício dos seus direitos políticos, com domicílio eleitoral em, pelo menos, nove Estados, devem elaborar o programa e o estatuto partidários. “A partir disso o partido precisa obter, no período de dois anos, o apoio de eleitores equivalente a, no mínimo, 0,5% dos votos válidos na última eleição para a Câmara dos Deputados, distribuídos por um terço ou mais dos Estados e equivaler a, no mínimo, 0,1% do eleitorado que votou em cada um desses locais”, consta no site do TRE-SP.

Depois desses procedimentos, o partido solicita registro da legenda nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Por último, o grupo entra com o pedido do registro do estatuto e do respectivo órgão de direção nacional do TSE. 

A Rede Sustentabilidade retomou, nesta terça-feira (4), o processo de coleta de assinaturas para a formação oficial do partido. Encabeçado pela ex-senadora Marina Silva, atualmente no PSB, a meta é angariar 100 mil assinaturas até o fim deste ano para regularizar a nova sigla no início do ano que vem. 

No ano passado, a Rede teve 442.525 assinaturas reconhecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o registro de legalização negado. Com a reorganização do Congresso Nacional a nova legenda para ser registrada vai necessitar de 484 mil assinaturas de apoio comprovadas em cartório. Contabilizando com as já conquistadas o grupo ainda precisa de 32 mil apoios.

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“A coleta já começou e confio que iremos alcançar nosso objetivo”, afirma Pedro Piccolo, membro da Comissão Executiva Nacional Provisória da Rede Sustentabilidade.

Na semana passada, após a derrota nas eleições, Marina Silva divulgou um vídeo reafirmando o desejo de fundar o partido. “Pelo futuro sustentável que sonhamos em construir, me dirijo aos meus companheiros e a todos os brasileiros e brasileiras com a velha, persistente e incansável saudação de sempre: a luta continua e não vamos desistir do Brasil”, disse na gravação. 

O líder espiritual do partido político ortodoxo Shas foi hospitalizado em Jerusalém neste sábado (12), o que pode fazer com que Israel perca uma de suas mais influentes vozes. Rabbi Ovadia Yosef, de 92 anos, está consciente e em condição estável, segundo uma fonte, e os médicos decidiram que ele deve permanecer em observação por alguns dias.

O partido Shas representa os judeus israelenses descendentes do Oriente Médio. Seus seguidores consideram as decisões de Yosef como leis religiosas, uma disciplina que não é vista em outros partidos de Israel.

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Mas a influência de Yosef ultrapassa os limites do partido, que detém 10 das 120 cadeiras do Parlamento israelense. O líder tem influenciado debates políticos para definir se os judeus ortodoxos devem ser recrutados para o exército de Israel. Yosef é conhecido por seus controversos comentários, que já ofenderam segmentos da sociedade como sobreviventes do Holocausto, gays e palestinos. As informações são da Associated Press.

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