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Há 23 dias não chove na região das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), no interior de São Paulo, e a queda no nível dos rios já causa preocupação. Os principais rios da bacia abastecem pelo menos trinta cidades, com cerca de 4 milhões de habitantes, entre elas Campinas, Jundiaí e Piracicaba. De acordo com o Consórcio PCJ, ainda não há risco para o abastecimento, mas se a estiagem persistir, as vazões podem atingir níveis críticos.

Durante o mês de julho, a média de chuvas ficou em torno de 3,6 milímetros na região, bem abaixo da média histórica de 10 mm. Em Limeira choveu menos de 1 milímetro, enquanto em Campinas, o índice de chuva chegou a 1,8 mm, segundo a Sala de Situação do Consórcio PCJ.

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Em todo o mês, Piracicaba recebeu 2,9 mm de chuva - o julho mais seco dos últimos cinco anos -, mas em agosto o índice é zero. No trecho que corta a cidade, o Rio Piracicaba já evidencia montes de pedra e bancos de areia. A vazão, que teve média de 65,9 metros cúbicos por segundo em julho, estava em 44,4 m3/s nesta segunda-feira ,8.

No Rio Atibaia, que abastece Campinas, a vazão média de 16,6 m3/s em julho havia caído para 14,2 metros. O Rio Jaguari baixou de uma média de 6,9 m3/s para 4,7 metros por segundo. De acordo com o Consórcio PCJ, a situação só não é mais grave porque, após a crise hídrica de 2014, muitos municípios investiram em sistemas para reservar água.

Piracicaba construiu 250 bacias de retenção, enquanto Limeira deve chegar a 400 bacias. Em Indaiatuba, foi inaugurado um reservatório de água bruta capaz de armazenar 1,3 bilhão de litros. Campinas planeja a construção de um reservatório municipal - os estudos serão concluídos este ano.

Apesar das chuvas, o Sistema Cantareira ainda opera com nível entre 50% e 60% menor do que tinha no mesmo período de 2014, disse nesta quinta-feira o diretor executivo do Consórcio das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Francisco Lahóz. "A situação (do Cantareira) não é tranquila, pois foi usado até seu volume estratégico e só recuperamos uma parcela desse volume. Insistimos na necessidade de reservar água e evitar perdas", disse.

Conforme dados do PCJ, embora as chuvas de fevereiro deste ano tenham sido acima da média, no mês de janeiro elas ficaram 50% abaixo e no mês de março ainda não ultrapassaram a média histórica. A expectativa é de que o ciclo das chuvas, que normalmente vai até o último dia de março, se estenda por mais um mês. "Como 2014 foi um ano atípico e as chuvas atrasaram, talvez esteja acontecendo um deslocamento climático, que pode levar as chuvas a se estenderem até abril. Se isso acontecer, podemos recuperar o Cantareira e ainda manter os rios do PCJ com bom volume de água."

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Como essa ocorrência de chuvas ainda não é apontada pelas previsões climáticas, ele indica que as ações de redução de consumo e de preservação da água da chuva sejam mantidas ou adotadas. "Insistimos na construção de cisternas em São Paulo para reservar água da chuva, pois isso até reduz as enchentes. Estamos propondo que a água dos piscinões da capital seja revertida para o sistema para ser tratada e usada." Ele espera ainda que o governo paulista inicie este ano a construção de reservatórios nos rios Jaguari, em Pedreira, e Camanducaia, em Amparo, para aumentar a disponibilidade de água na região do PCJ no interior.

Estudo do consórcio mostra que pelo menos vinte municípios das regiões de Campinas e Piracicaba têm reservas de água para cerca de cinco meses. Se a estiagem prevista para abril se estender até o fim do ano, municípios como Valinhos, Vinhedo, Saltinho, Nova Odessa e Cosmópolis, que já tiveram racionamento no ano passado, podem ficar sem água. Embora tenham reservatórios cheios, o volume é pequeno comparado ao consumo e eles dependem das chuvas para serem abastecidos. De acordo com o PCJ, prefeituras e serviços de abastecimento já foram alertados sobre esse cenário.

Depois de um fim de semana quase sem chuvas, os rios das bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que sofrem influência do Sistema Cantareira, apresentaram forte queda de vazão nesta segunda-feira. Em média, o nível estava a menos de um terço do que atingiu após as chuvas da semana passada. O recuo indica que o sistema continua muito dependente das chuvas, o que aumenta o risco de desabastecimento na área do PCJ - regiões de Campinas, Jundiaí e Piracicaba - a partir de abril, quando começa o período de estiagem.

O Rio Piracicaba, o principal da região, refluiu de 301,5 metros cúbicos por segundo na sexta-feira para 92,5 na medição da tarde desta segunda-feira. A vazão do Rio Atibaia, que abastece Campinas e outras cidades da região, caiu de 60,3 metros cúbicos por segundo para 27,1 no ponto de captação de Campinas, enquanto a vazão do Rio Jaguari, oscilou de 52,6 para apenas 9,4 metros cúbicos por segundo em Morungaba. Apesar da queda, a vazão de referência desses rios era considerada boa, segundo a Sala de Situação do Consórcio PCJ.

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Na média, as vazões estavam bem acima do nível de alerta - quando os usuários são informados sobre a possibilidade de terem de adotar medidas de restrição. Uma portaria conjunta da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), publicada no final de janeiro, estabelece redução de 20% na captação para abastecimento público e uso animal quando a vazão cai abaixo do nível de alerta. Para uso industrial e agrícola, a redução é de 30%. Desde que as novas regras entraram em vigor, não houve necessidade de reduzir as captações, já que as chuvas ajudaram a manter a vazão dos rios.

Beneficiados pelas chuvas, os rios Atibaia, Camanducaia e Jaguari, que estão sob a influência do Sistema Cantareira, registraram nesta segunda-feira (9) o melhor conjunto de vazões desde fevereiro de 2014, na fase inicial da crise hídrica. A vazão média, conforme a Sala de Situação do Consórcio PCJ, chegou a 26 metros cúbicos por segundo nos cinco pontos de medição espalhados pelos três rios. No final de janeiro, quando foram estabelecidas as novas regras de operação das vazões, a média era de 6 metros cúbicos por segundo.

No Alto Atibaia, a vazão nesta segunda-feira era de 19,12 metros cúbicos por segundo, mas subia para 31,84 metros cúbicos por segundo no Baixo Atibaia, próximo da captação de Campinas. O Rio Camanducaia estava com 13,49 metros cúbicos por segundo no ponto de medição, enquanto o Rio Jaguari tinha vazão recorde de 42,74 metros por segundo. À montante do Cantareira, a vazão medida era de 23,41 metros cúbicos por segundo.

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Apesar da boa situação dos rios, a crise hídrica não está afastada, segundo o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz. Ele alertou para o fato de que os institutos especializados em clima e recursos hídricos estão prevendo que o Sistema Cantareira estará exaurido entre abril e junto de 2015, devido à ocorrência de chuvas no sistema de alimentação manter-se em 50% das médias históricas, enquanto a retirada de água continua elevada.

Para Lahóz, as chuvas que estão ocorrendo podem levar a comunidade a acreditar que a crise hídrica está resolvida, relaxando nas ações de racionalização do uso e de reservação de água. Tem ocorrido, segundo ele, que as vazões aumentam muito quando chove, porém, 48 horas depois baixam demais, voltando a causar problema às captações. Lahóz defende iniciativas como a de produtores rurais de Holambra e Atibaia, que estão investindo na construção de açudes impermeabilizados com mantas para reservar a água das chuvas que devem cair até o final de março.

As chuvas elevaram o nível dos rios e afastaram o risco de restrição nas captações de água para abastecimento público na região das bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), no interior de São Paulo. Nesta quinta-feira, o segundo relatório emitido pela Sala de Situação do Consórcio PCJ após a entrada em vigor das restrições, mostrou que os rios estavam com níveis elevados. Pelo menos até segunda-feira (2/2), quando será emitido um novo boletim, o risco de cortes no abastecimento e nas captações de água para a agricultura e a indústria está ausente.

De acordo com as novas regras, em vigor desde o dia 22, se as vazões atingirem o estado de restrição, as captações para abastecimento público e uso animal têm de ser reduzidas em 20%. Já para as que atendem indústria e agricultura, o corte será de 30%. Na semana anterior à edição das medidas, quatro das cinco bacias estavam em nível de alerta, com vazões baixas, muito próximas do estado crítico. Nos últimos dias, as regiões de Jundiaí e Campinas, abaixo do Sistema Cantareira, tiveram chuvas intensas.

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Na medição desta quinta-feira, o Rio Atibaia, no trecho que abastece Campinas, tinha vazão de 32,15 metros cúbicos por segundo, a maior no período de um ano. Para entrar em estado de restrição, o rio teria de baixar para 3,5 metros. O Camanducaia estava com 6,14 m3/s, bem acima do nível crítico, de 1,5 m3/s. Também era folgada a situação do Rio Jaguari, com 16,87 m3/s, muito distante da vazão crítica, de 2 metros cúbicos por segundo. De acordo com o Consórcio PCJ, com o nível baixo do Sistema Cantareira, as vazões desses rios não se sustentam por muito tempo e continuam necessárias medidas de economia e uso racional da água.

Prefeituras, empresas, serviços de saneamento e a população devem reservar água da chuva para enfrentar a estiagem de 2015, que pode ser pior que a de 2014. A recomendação foi feita nesta terça-feira (27), pelo Consórcio das Bacias dos Rio Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) durante reunião com representantes de 43 municípios das regiões de Piracicaba e Campinas, no município de Americana. "Estamos incentivando a população a construir cisternas e reservatórios para armazenar a água da chuva, alertando porém dos cuidados para evitar a dengue", disse a gerente técnica do PCJ, Andréa Borges.

Segundo ela, o período chuvoso deve se estender até o início de abril, mas as chuvas deste início de ano estão 50% abaixo do esperado. A preocupação do consórcio é assegurar uma reserva técnica para o período seco, que deverá ser pior que o enfrentado pelas bacias PCJ em 2014. "Hoje, com toda a chuva, a maioria desses municípios já enfrenta restrição no abastecimento e muitos estão com racionamento", disse. A entidade produziu um estudo técnico sobre o armazenamento de águas pluviais que está sendo encaminhado aos municípios e às trinta empresas associadas do consórcio. Os projetos de aproveitamento de água não potáveis seguem os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

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De acordo com a gerente, as prefeituras podem construir piscinões que, além de servir para evitar alagamentos, reservam água para uso em emergências. Também estão sendo orientadas a cadastrar lagos e represas particulares para eventual requisição da água. Durante o encontro, também foi discutida a perda de água tratada durante a distribuição que, na região do consórcio, é de 37%. Os principais vilões são os encanamentos velhos e hidrômetros obsoletos. Também foi reforçada a necessidade de incentivar campanhas de reúso e uso racional.

Vazão

As chuvas dos últimos dias elevaram o nível dos rios que compõem as bacias do PCJ, mas Andréa considera que é uma situação enganosa. "São rios pouco profundos e, da mesma forma que enchem, as vazões baixam de forma muito rápida." Segundo ela, é essencial para os rios das bacias a recuperação das represas do Sistema Cantareira que, apesar das chuvas, continuam com nível crítico. "O solo não está retendo água e o cenário para o período seco não é bom." No ano passado, no início da estiagem, o Cantareira tinha 10% do volume útil. "Este ano, estamos no negativo", disse.

Termina hoje o prazo para que usuários dos rios ligados ao Sistema Cantareira apresentem propostas que poderão ser incorporadas às regras que serão definidas para enfrentar a crise hídrica. As ideias são sendo encaminhadas para a Agência Nacional de Águas (ANA) e para o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), que devem fazer um único projeto, a ser anunciado até a segunda quinzena do mês. Muitas das propostas partiram dos usuários das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), em Campinas e cidades próximas.

O Consórcio PCJ elaborou três projetos. Um deles sugere a decretação do "estado crítico" do sistema, o que permitiria a adoção de medidas imediatas para reduzir o consumo de água por parte da população.

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Também está sendo proposto que seja respeitado o "princípio constitucional da isonomia no trato com a água". Isso ajudaria as indústrias e grandes usuários, que, pela proposta inicial do governo federal, teriam até 30% menos água. Se acatada esta questão, o corte valeria para todos e incluiria a Grande São Paulo. O PCJ ainda propõe que as saídas encontradas agora não sejam definitivas e novamente discutidas durante a renovação da outorga do Cantareira, em outubro de 2015.

No geral, quem depende da água em Minas Gerais e será prejudicado, se mostra contra ceder mais água para São Paulo, posição que foi colocada durante três encontros realizados no sul de Minas com representantes da ANA e do Daee.

Procurada, a Agência Nacional de Águas (ANA) não divulgou o número de sugestões recebidas. Também não há uma data definida para que as novas regras entrem em vigor.

Desemprego. Um levantamento do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) aponta que a falta de água na região do PCJ pode causar 3 mil demissões.

Em Campinas, o Ciesp aponta que mais da metade das empresas não tem fonte alternativa de água. Por isso, indústrias pediram autorização ao Daee para substituir a captação da água em rios por poços artesianos. Não há definição do órgão estadual. A região tem 557 empresas, com faturamento anual de R$ 26 bilhões.

O prefeito de Indaiatuba (SP) e atual presidente do Consórcio PCJ, Reinaldo Nogueira, diz que empresas da região já pensam em mudar, caso não vejam os investimentos necessários para que possam ter tranquilidade. "Como uma empresa vai querer se instalar em Itu, por exemplo?", diz, se referindo à cidade que tem sido uma das mais prejudicadas com a crise hídrica e está em esquema de racionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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