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Após visita do Ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que é vinculada ao MEC, no dia 23 de fevereiro, servidores da instituição usaram as redes sociais para relatar supostas perseguições e demissões por motivação política. A denúncia, divulgada na página do 'Coletivo Fundaj pela Democracia', afirma que durante duas solenidades, que contaram com a presença do ministro e sua comitiva, o clima de perseguição na instituição foi ampliado.

Na ocasião, um monitor circulou com o copo do bloco carnavalesco ‘Eu Acho É Pouco’, no qual supostamente tinha a inscrição ‘Fora Temer’. fato que foi desmentido pelo bloco: “O copo vermelho e amarelo do #EuAchoéPouco não possui a frase “Fora Temer”, muito embora todxs saibam que nosso bloco é contra esse governo golpista”, divulgou a agremiação em uma rede social.

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O fato teria chamado atenção da comitiva de Mendonça Filho, que responsabilizou a coordenadora geral do Museu do Homem do Nordeste (MUHNE), Silvana Araújo, pelo caso. De acordo com a postagem do Coletivo, Silvana foi acusada de liderar uma manifestação contra o ministro e foi exonerada do cargo. Além disso, três estagiários tiveram o pagamento das bolsas suspenso definitivamente e dois monitores foram demitidos.  

Em carta, publicada no último sábado (3), a servidora falou sobre o ocorrido. “Quero crer que o ministro Mendonça Filho, como representante da Pasta da Educação deste país, não esteja a par e compactuando com essa arbitrariedade; aliás, essa e outras tão ou mais sérias que acontecem há oito meses na Instituição. Caso contrário, realmente não temos como pensar e sentir outra coisa a não ser que o propósito é impor uma espécie de "estado de exceção" à Fundaj, onde já ouvi de muitos servidores que eles têm medo de usar qualquer peça de roupa ou objetos de cor vermelha, pois temem serem perseguidos”, escreveu Silvana.

Em nota, a assessoria da Fundação Joaquim Nabuco ressalta que a visita de Mendonça Filho ocorreu com tranquilidade. Além disso, as mudanças no corpo técnico do Museu do Homem do Nordeste já estavam previstas, “obedecendo ao critério de competência técnica e a autonomia de gestão”, divulgou.  

No final da manhã desta segunda-feira (5), o professor Luiz Otávio de Melo Cavalcanti deixou o posto de presidente da Fundaj, cargo que exercia desde junho de 2016 por nomeação do Ministro da Educação, mas não revelou as motivações. A decisão se tornou pública após carta entregue aos funcionários da instituição. Assume a função, interinamente, a diretora de Planejamento e Administração da Fundaj, Ivete Jurema.

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O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) desembarcou, no Recife, na tarde desta quinta-feira (10), para participar de uma reunião com a Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE) e, no final de semana, em Ipojuca. Após o encontro, durante coletiva de imprensa, Bolsonaro voltou a polemizar falando sobre temas como violência, segmento LGBT e sua possível candidatura à presidência, em 2018. “Não estou preocupado com voto. O político que se preocupa com voto se nivela por baixo”, disparou.

Nessa quarta (9), Bolsonaro foi absolvido de processo que respondia por fazer “apologia ao crime de tortura”, ao ter homenageado, durante a votação de impeachment de Dilma Rousseff, o torturador Brilhante Ustra. No entanto, continua réu “por incitação ao estupro e injúria” por ter declarado, em 2014, que “não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (PT) porque ela não merecia”. Questionado sobre o assunto, ele se diz perseguido. 

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“Essas perseguições que eu sofro com ação no Supremo e por mais de 30 processos de cassação, ao longo da minha vida, são protocolados pelas mesmas pessoas e mesmos partidos, o tempo todo. A maioria dos processos que eu respondi foi por ocupar a Tribuna da Câmara e, nós, temos imunidade parlamentar para isso, para poder trabalhar. É a mesma coisa de tirar a caneta de você, você não será uma repórter. Eu, politicamente, sou muito perseguido dentro da Câmara, mas, eu não reclamo não. A gente ganha com isso também”, se defendeu. 

Além de afirmar que não está preocupado com os votos para alcançar a presidência do Brasil, em 2018, Bolsonaro também foi convicto ao dizer que não se preocupa com as críticas pela postura polêmica sobre diversos temas. “Não é porque tem uma repercussão negativa que eu vou contemporizar para ver como fica. Para nós vivermos em sociedade, temos que ter leis, por exemplo, se você pegar a Constituição, lá diz que família é constituída por um homem e uma mulher. Se alguém quiser fazer diferente, é muito simples. Pega um deputado federal e diga que a família será representada por pares, que pode ser dois homens e duas mulheres e, se daí for mudado, nós todos respeitaremos esse advento de uma nova família”. 

“Enquanto isso não acontecer, a Constituição diz que família é formada por um homem e uma mulher e nós temos que respeitar. Há muitos artigos nela que discordo, mas que sou obrigado a respeitar pela harmonia de um povo, mas, família é família. Uma pessoa cresce, um garoto cresce, na sua integridade, vendo um homem e uma mulher ao seu lado e não dois homens ou duas melhores com todo o respeito que eu tenho aos casais homossexuais. No dia que um casal homossexual gerar filhos, eu não terei nada a falar sobre esse filho gerado por dois homens e duas mulheres”, acrescentou.

Violência

O deputado foi perguntado se conhecia o Pacto pela Vida, política de segurança de Pernambuco, que visa prevenir homicídios. Jair Bolsonaro disse desconhecer. “Cada estado, geralmente, tem o seu programa. O Pacto pela Vida para mim é de do cidadão de bem. Se for essa a política, eu estou com eles. Por exemplo, quando divulga 60 mil mortes violentas por ano. Eu pergunto: quantos bandidos e quantos inocentes? Se for 60 mil bandidos [mortos], têm que passar para 120 mil e não preservar a vida de marginal. Eles não poupam as nossas vidas, então, é por aí. Desconheço o Pacto pela Vida, então, não vou criticar ou elogiar. Eu posso falar pelas UPPs [Unidade de Polícia Pacificadora] do Rio de Janeiro, que começou muito bem, mas depois, sem investimentos de outros setores do estado na área, a bandidagem voltou.

“Você assiste uns 200 bandidos fugindo com fuzis nas costas. Se depender de mim teremos uma barreira de contenção na frente. Vagabundo entrega arma ou morre porque o mal se espalhou por todo o estado do Rio de Janeiro e, depois, muitos voltaram para as suas comunidades, que as UPPS estão amordaçadas também. O policial não pode fazer nada lá”, disse. 

Vitória de Trump

Sobre a comparação que está sendo feita entre ele e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, com a exceção de que este último é bilionário e não tinha carreira política, Bolsonaro disse que também não tem trajetória no governo. “Se você analisar a minha vida, eu não tenho carreira política. Eu, lá dentro, nunca fui presidente de comissão, nunca integrei à mesa, nunca fui líder de Partido e olha que eu fui o mais votado, no Rio de Janeiro, e fui o terceiro mais votado do Brasil e o meu Partido nunca me deu essa oportunidade de fazer política, de negociar. Eu nunca tive essa oportunidade. Fiz o meu trabalho como integrante do conhecido baixo clero”.

Sobre o evento, no Recife, ele também polemizou. “O encontro, em Porto de Galinhas, com mais de 200 coronéis, em sua maioria, do Nordeste, vai ser um momento para falar de tudo. De futebol, de política, menos de mulher”. 

 

 

 

Cinquenta advogados chineses pró-direitos humanos foram detidos ou perseguidos pela polícia nos últimos dias, indicaram neste sábado ativistas e ONGs, em uma campanha que mostra um endurecimento da repressão de Pequim contra as vozes críticas.

Um escritório jurídico de Pequim, Beijing Fengrui, especializado na defesa dos direitos civis, foi o primeiro a chamar a atenção, depois que ao menos cinco de seus funcionários foram detidos.

Wang Yu, uma de suas experientes juristas, desapareceu na quinta-feira, depois de ter enviado uma mensagem aos seus amigos para avisá-los que indivíduos tentavam entrar em sua casa. "Desde então, não tivemos notícias dela", declarou William Nee, um investigador instalado em Hong Kong, que trabalha para a ONG Anistia Internacional (AI).

Um dia depois, três policiais detiveram outro famoso advogado do Fengrui, Zhou Shifeng, em um hotel de Pequim, e o levaram preso depois de cobrir sua cabeça, contou uma testemunha.

Sua prisão ocorreu após uma colaboradora chinesa da revista alemã Die Zeit, que havia sido defendida por Zhou no outono (boreal), ter sido libertada depois de nove meses de detenção. "Ao menos cinco funcionários do Fengrui foram detidos (...) com o pretexto de uma 'investigação', mas não foram acusados", explicou à AFP o advogado Zhang Qingfang, amigo dos presos.

"A repressão se estendeu muito" e atingiu muitas personalidades emblemáticas da luta pelos direitos humanos na China, disse Nee.

Intimidação

Segundo a AI, 50 advogados e ativistas foram vítimas desta vasta campanha de intimidação em todo o país. "Em muitas cidades pessoas foram detidas interrogadas, desapareceram ou viram sua liberdade de movimento ser limitada", afirmou Nee.

Apenas a metade delas voltou para casa na noite de sábado, enquanto as outras seguiam provavelmente presas, acrescentou a AI.

Uma ONG chinesa, Weiquanwang (Rede de Defesa dos direitos), confirmava a amplitude desta campanha contra os advogados em todo o país, estimando em 57 o número de pessoas perseguidas pela polícia nas últimas 48 horas.

As forças de segurança detiveram na sexta-feira o famoso ativista Li Heping, depois de vasculhar sua casa e apreender seus computadores, segundo o jornal americano The New York Times. Ele se tornou conhecido em casos de expropriações abusivas e havia defendido dissidentes como Chen Guangcheng, o ativista cego que conseguiu fugir aos Estados Unidos.

Liu Xiaoyuan, advogado do artista chinês Ai Weiwei e do intelectual uigur Ilham Tohti (condenado à prisão perpétua por suas ideias "separatistas"), também está entre os presos.

Por sua vez, Sui Muqing, reconhecido defensor dos direitos humanos na província meridional de Guangdong, foi preso na sexta-feira e acusado de "fomentar distúrbios e atiçar discórdias", uma vaga acusação utilizada pelas autoridades para calar as vozes críticas ao regime, segundo a mesma ONG.

Várias ONGs e especialistas denunciaram um endurecimento da repressão de Pequim contra os dissidentes, sob a presidência de Xi Jinping.

O grupo Twitter anunciou que reforçará as medidas de precaução para evitar que a rede social seja usada com fins de perseguição ou sirva para a publicação de mensagens abusivas ou violentas.

O serviço de mensagens instantâneas destacou que está melhorando os procedimentos que permitirão denunciar este tipo de comportamento com um telefone celular.

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"E, para permitir reações mais rápidas, realizamos várias melhorias nas ferramentas e procedimentos que permitem verificar os tuítes e as contas", escreveu em um blog Shreyas Doshi, diretor de gestão de produtos de segurança de usuários.

As atualizações estão disponíveis para uma quantidade reduzida de usuários no momento, mas ficarão para todos os usuários nas próximas semanas.

"Estamos longe de ter terminado com este tipo de mudanças. Nos próximos meses, poderá encontrar mais parâmetros de uso, outras melhorias no procedimento de denúncia e novas medidas contra as contas de usuários que cometem abusos", acrescentou Doshi.

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