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A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), principal e mais influente entidade da magistratura, já se insurge no Supremo Tribunal Federal (STF) contra dispositivos da Emenda Constitucional da Previdência, promulgada terça-feira pelo Congresso.

As Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), com pedido de medida cautelar, foram protocoladas nesta quarta no Supremo.

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Além da AMB, subscrevem os Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) e Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT).

As entidades questionam o aumento da alíquota contribuição previdenciária (de 11% para até 19%) sobre a maior faixa remuneratória dos subsídios de membros do Poder Judiciário e do Ministério Público.

Para as entidades, a alteração é inconstitucional, pois violou cláusulas pétreas que tratam da separação de poderes e de direitos individuais. Elas alegam ainda desrespeito a princípios que vedam o confisco tributário, irredutibilidade dos subsídios, entre outros pontos.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tenta concluir ainda nesta terça-feira, 12, a votação da PEC paralela na Casa. A proposta permite a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência. Alcolumbre citou a possibilidade de concluir a votação em dois turnos do plenário nesta terça e deixar o texto pronto para ser votado na Câmara, onde a PEC enfrenta resistências.

"Eu acho que tem 50 senadores (no Senado). Se chegar mais tarde até 60, eu acho que dá até para a gente votar em segundo turno", declarou Alcolumbre, após a sessão de promulgação da reforma da Previdência.

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Ao discursar na sessão, Alcolumbre afirmou que, do jeito como está, o texto da PEC paralela permite um ajuste fiscal de R$ 350 bilhões em dez anos.

Ele defendeu ainda que Câmara e Senado discutam a reforma tributária por meio de uma comissão mista e aprovem um texto no primeiro semestre de 2020.

Sem a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e de ministros do governo, o Congresso Nacional promulgou, nesta terça-feira (12), a reforma da Previdência. A promulgação foi assinada pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em sessão solene do Congresso no plenário do Senado.

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e outros integrantes da pasta acompanharam a sessão. Nos bastidores, Marinho manifestou satisfação pela promulgação, deixando claro que há outros desafios na sequência.

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Na mesa da sessão, estavam apenas parlamentares, entre eles integrantes dos comandos da Câmara e do Senado e líderes do governo.

Bolsonaro chegou a dizer pela manhã que decidiria se iria à cerimônia. Pouco antes do evento, parlamentares foram informados que o presidente não estaria presente.

Alcolumbre minimizou a ausência de Bolsonaro. "É um sinal de que o governo federal, através do Poder Executivo, e o parlamento brasileiro estão trabalhando em harmonia, mas em independência, respeitando cada um o papel do outro", afirmou o presidente do Senado.

Ele citou que, em diversas sessões anteriores de promulgação de emendas constitucionais, não houve a presença do chefe do Executivo.

Está marcada para nesta terça-feira (12), às 10h, no Senado, a sessão solene de promulgação da reforma da Previdência. Ela foi aprovada no dia 22 de outubro e sua promulgação dependia de o presidente de Senado, Davi Alcolumbre, marcar a data. A proposta de emenda à Constituição (PEC) foi aprovada por 60 votos contra 19. Com a reforma, o governo espera fazer uma economia de cerca de R$ 800 bilhões nos próximos dez anos.

Comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e apoiada por Alcolumbre e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a reforma ganhou fôlego após tentativa frustrada do governo anterior. Foi quase um ano de negociações e tramitação até ser aprovada em definitivo. Outros projetos relacionados à Previdência, no entanto, ainda tramitam no Congresso.

A chamada PEC Paralela, aprovada no Senado em primeiro turno na semana passada, traz alterações, como a inclusão de servidores estaduais e municipais na reforma. Ainda hoje, a PEC paralela pode avançar no Senado com a votação dos destaques e, a depender da celeridade dos trabalhos, com a sua votação em segundo turno.

Outro projeto propõe alterações na aposentadoria dos trabalhadores que realizam atividades perigosas. Essa matéria, que conta com o apoio da base do governo e também de integrantes da oposição, deve começar a tramitar no Senado nas próximas semanas.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou em sua conta no Twitter que a "PEC da Previdência será promulgada em sessão solene" no Congresso Nacional às 10h desta terça-feira, 12.

Na sequência, às 14h, o Senado continuará "a análise dos destaques de bancada feitos à PEC Paralela da Previdência", escreveu o senador.

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O plenário do Senado aprovou, em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a inclusão de Estados, Distrito Federal e municípios na reforma da Previdência. A chamada PEC paralela foi aprovada com 56 votos favoráveis e 11 contrários.

Na sequência, irão votar separadamente quatro emendas que sugerem alterações no texto. As alterações serão aprovadas apenas se houver 49 votos favoráveis entre os 81 senadores.

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Uma emenda do PT garante aposentadoria integral, com 100% da média das contribuições, para todos os casos de aposentadoria por incapacidade. O texto da PEC paralela faz uma diferenciação para acidentes ou doenças que não sejam decorrentes do trabalho. Nessas situações, a proposta prevê pagamento de 60% da média das contribuições, mais dois pontos porcentuais por ano de contribuição acima de 15 (mulher) ou 20 anos (homem).

O PROS apresentou uma emenda excluindo a exigência de idade mínima, tempo de contribuição e de atividade prevista na reforma da Previdência no caso de trabalhadores expostos a agentes nocivos à saúde.

Uma emenda da Rede flexibiliza as regras de transição no cálculo dos salários de contribuição para concessão de aposentadoria no regime geral e no sistema próprio da União. O PSDB, por sua vez, propôs uma alteração que garante abono de permanência para o servidor que já cumpriu os requisitos para se aposentar e permanece em atividade.

A Comissão de Constituição e Justça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (6), por 20 votos a 5, o parecer do senador Tasso Jeireissati (PSDB-CE) à chamada PEC Paralela da Reforma da Previdência (133/19). Na terça-feira (5), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que a PEC poderia ser votada ser votada em primeiro turno no plenário da Casa nesta tarde.

De acordo com Alcolumbre, se houver clima de entendimento entre os senadores, seria possível votar também hoje o texto em segundo turno. Em cada um dos turnos, são necessários 49 votos dos 81 parlamentares. Se aprovado, o texto segue para análise da Câmara dos Deputados.

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Estados e municípios

No aspecto fiscal, a principal medida é a inclusão de servidores de estados e municípios na proposta. Esses entes e o Distrito Federal poderiam adotar integralmente as mesmas regras aplicáveis ao regime próprio de Previdência Social da União por meio de lei ordinária. A expectativa é de que ests ponto seja responsável por uma economia de R$ 350 bilhões em 10 anos.

Tasso acatou uma sugestão do senador Otto Alencar (PSD-BA) que altera essa forma de adesão: estados, Distrito Federal e municípios agora podem “delegar à União a competência legislativa” para definir os critérios de aposentadoria dos servidores locais — como tempo de contribuição e a idade mínima. Essa delegação pode ser revogada “a qualquer tempo”, por meio de lei de iniciativa de governadores ou prefeitos.

Segurança pública

Jereissati acatou ainda emenda acatada que beneficia profissionais da área de segurança pública, peritos criminais e guardas municipais, além de oficiais e agentes de inteligência da atividade fim da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Esses profissionais terão regras diferenciadas de aposentadoria, previstas em um projeto de lei complementar.

De acordo com o texto, normas gerais sobre a inatividade e a pensão dos militares dos estados e do Distrito Federal serão de competência da União. Já as mudanças na aposentadoria dos militares estaduais serão baseadas no modelo adotado para integrantes das Forças Armadas, com a possibilidade de aproveitamento de militares da reserva em atividades civis e de contratação de temporários.

Filantrópicas

A ideia de cobrar contribuição previdenciária das entidades filantrópicas ficou fora da PEC paralela. Pelas normas atuais, as entidades filantrópicas são isentas de contribuição. A previsão era que o fim dessa imunidade representaria uma arrecadação extra para os cofres públicos de R$ 60 bilhões nos próximos 10 anos. A Constituição em vigor isenta as instituições beneficentes de assistência social da contribuição para a seguridade. A PEC paralela acabava com o benefício no caso de entidades que oferecem pouca contrapartida à sociedade, chamadas pelo relator até mesmo de “pilantrópicas”, durante audiência pública sobre a proposta.

No entanto, Jereissati acatou emenda do senador Jorginho Mello (PL-SC), que prevê a edição de lei complementar para tratar da imunidade de entidades beneficentes. Para o senador, existem muitas entidades empresariais disfarçadas de entidades filantrópicas. Diante da complexidade do tema, porém, o relator disse que o instrumento mais adequado seria um projeto de lei, e não uma alteração na Constituição.

Outros pontos

A PEC Paralela da Previdência também traz a possibilidade de criação do Benefício Universal Infantil, aprofundando a seguridade social da criança, já prevista na proposição original. O benefício concentrará recursos nas famílias mais pobres e na primeira infância. “O que a emenda faz, na forma da subemenda, é meramente prever a possibilidade do programa, que necessita de autorização constitucional justamente por integrar outras políticas preexistentes. Por isso, não há eficácia imediata, o que só ocorreria depois da aprovação de eventual projeto de lei”, esclareceu o relator.

Outro ponto da proposta promove alterações para permitir a manutenção do piso de um salário mínimo para a pensão de servidores e inclui a possibilidade de contribuição extraordinária para estados e municípios. Também exige 15 anos de contribuição para que homens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho requeiram aposentadoria (a PEC 6/2019 estabelece 20 anos) e assegura regra de transição mais suave para a mulher urbana, que se aposenta por idade.

Pensão por morte

A elevação da cota de pensão por morte por dependente menor de idade é outra mudança prevista. Na prática, mães com dois filhos menores receberão, em vez de 80% do benefício do marido (60% mais 10% para cada criança), o benefício integral, já que cada filho receberia uma cota de 20%.

O texto também prevê o acúmulo de benefícios (aposentadoria e pensão por morte, por exemplo) quando houver algum dependente com deficiência intelectual, mental ou grave. Pela PEC 6/2019, o beneficiário deverá escolher o benefício maior e terá direito apenas a um pequeno percentual do segundo.

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, espera que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela da Previdência (PEC 133/19) seja aprovada no Senado com mais votos do que a reforma já votada (PEC 6/19), para facilitar a tramitação na Câmara. O texto assegura a estados, Distrito Federal e municípios o acesso a recursos da União, mesmo que eles descumpram regras do regime próprio de previdência social.

“Precisa ter o voto dos senadores de esquerda, vinculados aos governadores, para que tenha uma sinalização de que na Câmara, os deputados dos partidos de esquerda ligados aos governadores do Nordeste também vão votar a favor”, disse Maia. Segundo ele, essa foi a dificuldade enfrentada pela Câmara para incluir estados e municípios na reforma da Previdência já aprovada.

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Na terça-feira (29), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que a PEC paralela  deve ser votada no Plenário na próxima quarta-feira (6) e enviada para a Câmara.

Reformas

Maia voltou a defender a reforma tributária para destravar a economia e fazer o País crescer de forma sustentável. Segundo ele, essa reforma deve seguir junto à administrativa para melhorar a qualidade do gasto público.

O presidente da Câmara deu as declarações durante o 7º Fórum Liberdade e Democracia de Vitória (ES).

*Da Agência Câmara Notícias

 

O PSOL protocolou nesta quinta-feira (31) recurso para que o projeto de reforma da Previdência dos militares seja levado ao plenário da Câmara dos Deputados. A Comissão Especial criada para analisar o texto concluiu a votação na terça-feira, em caráter terminativo. Ou seja, o projeto poderia ir direto para o Senado, sem passar pela avaliação do plenário, a não ser que um requerimento com mais de 51 assinaturas fosse apresentado à mesa.

Foi o que fez o PSOL. O recurso apresentado pelo partido tem 71 assinaturas, principalmente de parlamentares de partidos de oposição, como PSOL, PT e PSB.

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Cabe agora ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, incluir o recurso na pauta do plenário para ser votado pelos 513 deputados. Se o recurso for aprovado, o projeto de reforma então será analisado por todos os deputados no plenário.

Na terça-feira, a Comissão Especial rejeitou um destaque apresentado pelo PSOL que estendia aumento de gratificação previsto no projeto a todos os militares e acabava com a diferenciação por cursos e qualificações. Esse foi o ponto que gerou maior polêmica já que o texto base, aprovado na semana passada, prevê reajuste de até 73% do adicional de habilitação para militares de altas patentes, como generais, e de 12% para militares de patente mais baixa.

A rejeição causou reação entre representantes de associações de praças - militares de baixa patente - que acompanharam a votação. A sessão chegou a ser suspensa em meio a muita gritaria e gritos de "Bolsonaro, traidor". Militares da reserva e mulheres de militares que estavam mais exaltados foram retirados do plenário por seguranças.

O relator do projeto da Previdência dos militares, deputado Vinícius Carvalho (Republicanos-RJ), disse que a proposta de estender um aumento de gratificação a todos os militares custaria R$ 130 bilhões em dez anos aos cofres públicos. O governo pretende economizar R$ 10,4 bilhões em uma década com a reforma e a reestruturação das carreiras previstas no projeto.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), apresentou na tarde desta segunda uma proposta de reforma da Previdência para o Estado. O projeto foi entregue por Caiado ao presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSB).

Goiás foi um dos primeiros Estados a apresentarem formalmente um projeto próprio de reforma previdenciária, conforme adiantou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, no sábado. O mesmo caminho deve ser seguido por São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

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Pelo Twitter, Caiado disse que a proposta de Goiás "vai adequar as regras estaduais às federais, exatamente como o Congresso Nacional aprovou".

O governador disse que o déficit atual na Previdência do Estado, de R$ 2,9 bilhões, pode chegar a R$ 6 bilhões em 10 anos, se o regime não for modificado.

"Em Goiás, a folha de pagamento do funcionalismo cresceu 490% em 15 anos. Nossas receitas cresceram apenas 328%. Precisamos fechar essa conta e trazer sustentabilidade financeira para o Estado", tuitou o governador.

A queda de braço entre o governo de Jair Bolsonaro e o setor de praças das Forças Armadas e policiais no debate das reformas da Previdência abriu uma divisão no bolsonarismo a menos de um ano eleições municipais de 2020, a ponto de aproximar a oposição de uma das principais bases eleitorais do presidente. O Palácio do Planalto ainda não deu sinais de que pretende reagir e intervir no embate, que pode causar fissuras políticas.

As discussões ocorrem na Câmara, que debate um projeto de lei específico sobre as regras de aposentadoria dos militares da Aeronáutica, Exército e Marinha. Por lobby de oficiais, o texto passou a incluir os policiais e bombeiros militares - estes últimos na folha dos governos estaduais. Para as Forças Armadas, a proposta inclui uma revisão nas carreiras, com alteração dos vencimentos, pensão e benefícios. O impacto sobre o soldo é o motivo da celeuma.

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A revolta é maior entre os praças do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, que reclamam da disparidade de benefícios a oficiais propostos pelo Ministério da Defesa. Os cabos e soldados das polícias também se queixam, mas a maioria viu com satisfação que as regras, antes diferentes em cada Estado, devem ser nacionalizadas e equiparadas às das Forças Armadas. Quem não conseguiu tratamento simétrico foram as polícias civis, incluídas as Polícias Federal e Rodoviária Federal, entre outras categorias da segurança. As regras dessas categorias foram debatidas e fixadas pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/19, que trata da reforma da Previdência e deve ser promulgada em novembro.

Embora os deputados neguem uma relação direta de causa e efeito, o recente racha na bancada do PSL na Câmara expôs insatisfações e desalinhamentos referentes aos interesses das categorias da segurança pública e defesa nacional. Todos os cinco deputados federais do PSL que são delegados das polícias Civil e Federal aderiram ao grupo do presidente do partido Luciano Bivar (PE). Por outro lado, os seis deputados que são oficiais da reserva do Exército e da Aeronáutica alinharam-se ao clã Bolsonaro.

A divisão entre Bolsonaro e Bivar extrapola, no entanto, questões de classe e envolve o controle da estrutura e dos recursos do partido. Em 2020, o PSL administrará R$ 361 milhões em recursos públicos. São R$ 123 milhões do Fundo Partidário, destinado ao funcionamento do PSL, e mais R$ 239 milhões do Fundo Eleitoral, voltado para bancar as campanhas.

Diretórios

Na disputa com o Planalto, Luciano Bivar conta com um apoio significativo. A maioria dos presidentes de diretórios estaduais do PSL está alinhada a Bivar, como Delegado Waldir (GO) e Delegado Pablo (AM). Nesse grupo, também estão outros dois presidentes de diretórios com estreita ligação com o mundo policial - os ex-deputados federais Carlos Manato (ES) e Fernando Francischini (PR). Antigos aliados de Bolsonaro, os dois estão atualmente desprestigiados pelo presidente. Os dirigentes estaduais têm acesso a verbas públicas, cargos e poder de decisão final sobre as candidaturas nas eleições.

O posicionamento dos deputados do PSL que são delegados reflete a resistência dos policiais com a reforma da Previdência. Em julho, no auge das negociações, os policiais revoltaram-se com o governo, apesar de o presidente ter participado diretamente de algumas conversas. Eles queriam regras mais brandas, equiparáveis às dos militares, que vão se aposentar com paridade salarial aos postos equivalentes da ativa e receber o valor integral. Além disso, a regra de transição dos militares é mais suave, com um pedágio de apenas 17% a mais do tempo necessário para se aposentar. À época, Eduardo Bolsonaro disse que ceder aos pleitos dos policiais significaria deixá-los "de fora da reforma".

Eles não conseguiram nenhuma das reivindicações. A cena mais marcante da insatisfação foi a ocupação pelos policiais do salão verde da Câmara. Sentados no chão, fizeram coro: "Bolsonaro traidor". Foi a primeira evidência de que a tramitação das reformas atingia os pilares eleitorais de Bolsonaro.

"As forças policiais não ficaram satisfeitas com o tratamento que receberam do governo. Queriam ser tratadas de forma diferenciada e acabaram no bolo", afirma o deputado Felício Laterça (PSL-RJ), delegado da Polícia Federal. Recentemente, Laterça foi excluído do cargo de vice-líder do partido na Câmara por Eduardo Bolsonaro.

A bancada do partido foi eleita com apoio das entidades policiais, que representam uma rede expressiva. O setor é formado por 963 mil integrantes, considerando só o número de profissionais na ativa, conforme dados do governo. São PMs, civis, federais e rodoviários federais, além dos militares das três Forças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio às discussões sobre a reforma da Previdência, aprovada definitivamente no Senado na última semana, as novas contribuições em previdência privada em agosto somaram R$ 11,5 bilhões, valor 23,4% maior que o do mesmo período de 2018.

Mas, se para quem já era investidor desse sistema, a preocupação com as mudanças nas regras pode ter incentivado mais aportes, para quem ainda não contava com planos do tipo o apetite cresceu em proporção menor. O número de clientes chegou a 13,3 milhões, um crescimento de 2,2% em relação a agosto de 2018. Os dados são da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar.

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Os planos que lideraram os novos depósitos foram os do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), indicados para quem faz a declaração do Imposto de Renda de maneira simplificada. Eles representaram 93% dos aportes realizados no período. O restante optou pelo Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), indicado para clientes de renda mais alta, que fazem a declaração completa do IR. A principal diferença entre esses dois planos é que o PGBL permite ao investidor abater, no imposto de renda, suas contribuições, até o limite de 12% de sua renda bruta anual.

Para o presidente da FenaPrevi, Jorge Nasser, além de a discussão da reforma da Previdência ter estimulado o brasileiro a pensar no futuro e na aposentadoria, a maior variedade de produtos dentro da previdência privada também estimulou o aumento dos aportes. "Com a queda dos juros, oferecemos, para quem ingressa ou já tem produtos, a possibilidade de fundos com uma porcentagem maior em renda variável. Esse movimento já tem uns quatro anos. Em 2016, os fundos multimercado representavam 5,7% desse mercado. Hoje, são cerca de 12%."

Para Nasser, essa possibilidade de diversificação atraiu novos aportes e também fez clientes migrarem recursos investidos em outros produtos para os fundos de previdência. Esse movimento, porém, também pode revelar uma questão comportamental. Michel Viriato, professor do Insper, avalia que, para o investidor que já era cliente da previdência privada, migrar os recursos para esse produto foi a opção que pareceu mais adequada ao objetivo de ter renda na velhice.

"Segundo o prêmio Nobel de Economia Richard Thaler, as pessoas dividem seus investimentos em caixinhas. Na caixinha da velhice, com as mudanças da Previdência Social em pauta, esse produto foi a primeira opção." Ele explica ainda que, apesar de não ser a única opção de guardar dinheiro para ter renda no futuro, esse pode ser um investimento educativo. "Quando depende de você tomar a atitude de aplicar, a primeira reação é não se mover por isso. Se você já tem um plano com aportes periódicos, não é preciso nenhum movimento. A atitude seria interromper os aportes."

Novos clientes

A entrada mais acelerada de novos clientes, porém, depende da recuperação econômica. "É um mercado pró-cíclico, cresce quando a economia cresce. Ainda temos 42% dos adultos declarando-se endividados", diz o presidente da FenaPrevi. Para Raphael Swierczynski, CEO da Ciclic, startup que tem como acionista a BB Seguros, a busca por informações ligadas à previdência privada cresceu expressivamente no decorrer de 2019, mas ainda não se converteu em novos clientes. "Há expectativa de que o mercado vai experimentar novos patamares de contratantes nos próximos meses."

Preste atenção

1. A Previdência privada é um investimento de médio e longo prazos. Por isso, é importante que o cliente defina seu objetivo final, para escolher o melhor produto. Ele pode optar, por exemplo, entre converter seus investimentos em uma renda futura ou juntar seu montante para decidir depois o que fazer. É possível também ter um plano no nome de um menor ou ainda usá-lo como planejamento de herança

2. Definir prazos é importante para escolher a tributação. O regime progressivo de tributação parte da alíquota de zero a 27,5%, e aumenta no decorrer do tempo. Já o regime regressivo parte de uma valor maior, 35%, mas diminui com os anos e, após o décimo ano, fica abaixo de 10%. Logo, quanto mais tempo o dinheiro for ficar investido, mais o sistema regressivo pode ser interessante.

3. Para quem faz a declaração do IR na versão completa, compensa optar pelo plano PGBL, que tem benefício fiscal, mas desconta o imposto sobre o montante investido. Para quem faz a declaração simples, o mais indicado é o VGBL, que tira o IR apenas dos rendimentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em seu quarto dia de compromissos oficiais na Ásia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (25), que o governo brasileiro estuda um plano para estimular a oferta de emprego entre pessoas com até 29 anos de idade e com mais de 55.

Na China, ele afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário Especial da Previdência, Rogério Marinho, avaliam a medida, mas que ainda não é possível prever quantos postos de trabalho poderão serão criados.

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Bolsonaro se encontrou com diversas autoridades chinesas, entre elas o presidente da China, Xi Jinping. Os dois chefes de estado assinaram diversos atos nas áreas de infraestrutura, agricultura, energia e educação.

Em momento descontraído, Bolsonaro entregou a Xi Jinping um agasalho do Flamengo, que vai disputar a final da Libertadores, no dia 23 de novembro, no Chile.

Na área de educação a Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, e a Fundação Nacional de Ciência Natural da China assinaram acordo de colaboração. A parceria prevê troca de informações acadêmicas, educacionais e científicas entre Brasil e China.

O presidente convidou a China para participar do megaleilão de óleo e gás, previsto para 6 de novembro. O governo brasileiro espera arrecadar mais de R$ 106 bilhões.

Bolsonaro reafirmou que o principal objetivo da sua viagem de 12 dias pelo continente asiático e Oriente Médio e ampliar o comércio brasileiro.

“Fazermos os contatos necessários para que seja ampliado o nosso comércio. Nós queremos nos inserir, realmente, sem qualquer viés ideológico, nas economias do mundo”.

Ele também falou sobre a necessidade de privatizar as empresas estatais brasileiras.

“Alguns criticam as privatizações. Arrebentaram com as estatais, conseguiram quase quebrar uma petroleira. Então, estamos em uma situação que não tem mais alternativa. O sistema energético, não temos o suficiente para investir para que ele não entre num colapso brevemente. Então você tem que se adaptar à realidade. Não é o que você quer, é o que é possível ser feito”.

Esta sexta-feira foi o último dia do presidente Jair Bolsonaro na China. Sábado ele viaja para a capital da Índia, Nova Delhi.

 

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, evitou nesta quinta-feira, 24, cravar quando o governo irá enviar ao Congresso a agenda de medidas pós-Previdência. Chamada de agenda de transformação do Estado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o pacote deve incluir a reforma administrativa, a PEC emergencial para acionar os gatilhos da regra de ouro e o novo pacto federativo. Já a reforma tributária, pode ficar para o próximo ano.

"O cronograma para o envio das propostas será decidido entre o ministro, o Planalto e os líderes partidários. Se vai em uma, duas ou três semanas, não muda muita coisa. Já a reforma tributária é um debate que já está ocorrendo no Congresso entre Estados e municípios", limitou-se a responder o secretário.

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Sobre a PEC emergencial, Mansueto adiantou que o objetivo é acionar gatilhos de redução de gastos antes que o governo precise descumprir normas constitucionais com o teto de gastos e a regra de ouro. O secretário não deu detalhes sobre quais gatilhos entrarão na PEC emergencial, mas disse que deverão ser semelhantes aos já previstos em caso de estouro das regras.

Mansueto também não quis estimar quanto a PEC emergencial abrirá de espaço para despesas discricionárias. "Temos que esperar o debate político. Temos que ver ainda quais as medidas estarão na PEC. Não temos decisão sobre piso mínimo para gastos com saúde e educação, por exemplo", afirmou.

Sobre o novo pacto federativo, Mansueto comentou que existe a possibilidade do governo abrir mão de parte dos recursos da União com a exploração do petróleo para dividir com Estados e municípios não produtores. "Isso ainda não está decidido, mas os Estados e municípios produtores já recebem uma parte deles", disse.

Após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse que não vai esperar a PEC paralela da Previdência e que vai apresentar já na próxima segunda-feira, 28, um projeto de reforma à Assembleia Legislativa do Estado em linha com o texto aprovado pelo Senado nesta semana. "Apresentaremos um projeto que já inclui todos os municípios do Estado. Não temos tempo a perder. Não sei como será o rito da PEC paralela que, por causa das eleições municipais do ano que vem, pode inclusive ficar para 2021", disse o governador.

Caiado lembrou que Goiás já tem mais servidores inativos que ativos. Ele adiantou que a reforma que será proposta à assembleia goiana prevê a cobrança de alíquotas extraordinárias dos servidores públicos. "Serão mudanças significativas, mas que devem ser implementadas de maneira gradual", completou o governador, que disse estar otimista com a aprovação do projeto pelos deputados estaduais ainda este ano.

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Embora não faça parte das negociações com o Tesouro Nacional, Caiado avaliou que a aprovação de um reforma da previdência no Estado ajudará na adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) dos Estados. Uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) obriga o Tesouro a incluir Goiás no regime desde que o Estado cumpra as etapas exigidas.

Apesar da importância da reforma da Previdência para a saúde fiscal do governo e a confiança na economia, a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) enxerga o texto aprovado como "paramétrico" e insuficiente para resolver a questão no longo prazo. "É uma reforma paramétrica que adequa o Brasil ao padrão internacional de tempo de trabalho, de contribuição, mas não resolve o problema final de que estamos tendo cada vez menos trabalho formal e cada vez menos jovens, com as pessoas vivendo mais", diz Luís Ricardo Marcondes Martins.

A avaliação é de que a nova previdência abre espaço para discussões sobre novos modelos estruturais para o setor, a exemplo do modelo de capitalização.

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"Você só vai romper esse pacto de gerações com a capitalização de recursos do FGTS, de contribuição do trabalhador e do empregador", defende o presidente da entidade. "Sem isso, daqui a cinco anos estaremos revendo novamente esses parâmetros de idade. A demografia é implacável."

Agora, o objetivo da Abrapp é apresentar em 50 dias um projeto de Lei de Proteção ao Poupador Previdenciário - apelidado pela entidade como LPPP - para incentivar a poupança previdenciária de longo prazo. "É algo nos moldes do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é o momento de se buscar isso."

A entidade quer, entre outras coisas, adequar o perfil de tributos para incentivar a poupança de longo prazo. O projeto deve ser apresentado pelo deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP).

A Comissão Especial que discute a reforma da Previdência dos militares na Câmara dos Deputados aprovou o texto base do projeto, que altera as regras para o ingresso na reserva e reestrutura a carreira das categorias. A votação é terminativa, mas o projeto pode ir ao plenário da Casa se for apresentado um requerimento com 51 assinaturas.

Depois de muitas negociações e acordos, parlamentares retiraram mais de uma dezena de destaques que haviam sido apresentados ao texto. Outros três restaram e serão votados na próxima terça-feira, 29.

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Um dos acordos foi feito com o PT para beneficiar os militares de patente mais baixa. Em troca, o partido de oposição se comprometeu a não apresentar requerimento para votação em plenário.

O PSOL e o PSB, no entanto, prometeram trabalhar para reunir as assinaturas necessárias. "A matéria está praticamente resolvida. Acho que a possibilidade de ir a plenário já foi maior", afirmou o presidente da Comissão, deputado José Priante (MDB-PA).

Após a conclusão da reforma da Previdência na Câmara e no Senado, a data da promulgação da medida ainda é incerta. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que agendará uma sessão do Congresso Nacional para promulgar a reforma em 5, 12 ou 19 de novembro.

O "coração" da reforma da Previdência, como a idade mínima e regras de transição, entra em vigor assim que a proposta for promulgada. Outras alterações, que dependem de edição de uma lei complementar, como alíquotas previdenciárias, passam a valer quatro meses após a promulgação.

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"Alguns trechos da emenda constitucional começam a vigorar a partir da promulgação, outros trechos começam a vigorar a partir do ano seguinte. Então ninguém vai ganhar nem perder, todo mundo vai ganhar", disse, em tom de brincadeira, ao fazer referência a um discurso da ex-presidente Dilma Rousseff.

Até a promulgação, Alcolumbre quer aprovar a PEC paralela, que inclui Estados e municípios na reforma, e também um projeto de lei regulamentando a extensão da aposentadoria especial por periculosidade, que fez parte de um acordo na reta final da votação da reforma no Senado. "Não é uma condição", ponderou.

A PEC paralela deve ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no próximo dia 6. Alcolumbre manifestou intenção de votar o texto no mesmo dia no plenário do Senado e já deixá-lo pronto para ser analisado pela Câmara.

Na reta final da votação da reforma da Previdência no Senado, o governo não conseguiu manter o texto e concordou em apoiar a aprovação de um destaque do PT que garante aposentadoria especial para trabalhadores em atividades perigosas, como vigilantes armados. De acordo com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, a alteração não diminui a economia fiscal de R$ 800,3 bilhões em dez anos.

O custo que havia sido calculado com a alteração, de R$ 23,3 bilhões, está relacionado à judicialização do tema e não entrou na conta dos R$ 800,3 bilhões, explicou Marinho.

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"Não há nenhuma redução da economia que foi proposta porque o que nós queríamos era evitar judicialização e esse custo (do destaque) não estava no nosso cálculo (de R$ 800,3 bilhões)", afirmou Marinho, após reunião com senadores governistas e de oposição. Dentro do acordo, o governo se comprometeu em patrocinar um projeto de lei complementar para regulamentar a extensão da aposentadoria especial para atividades com periculosidade.

Na esteira do acordo, a Rede Sustentabilidade retirou um destaque de sua autoria que excluía a exigência de idade mínima para trabalhadores expostos a agentes nocivos. Essa modificação ameaçava uma economia de R$ 53,3 bilhões.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai usar um parecer da consultoria da Casa para tentar um acordo que mantenha o texto da reforma da Previdência sem alterações. O Senado ainda precisa analisar duas tentativas de alteração na proposta.

Um dos destaques, apresentado pelo PT, procura garantir aposentadoria especial para trabalhadores em atividades com grau de periculosidade, como vigilantes.

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O destaque causou impasse na sessão da véspera. Senadores procuram um entendimento que responda à seguinte pergunta: a Constituição atualmente permite aposentadoria diferenciada por periculosidade? Se sim, os parlamentares resistem em manter o texto original da reforma e retirar esse direito.

O governo argumenta que esse tipo de benefício não está previsto desde 1995, ou seja, o Congresso não estaria retirando um direito garantido.

O parecer da consultoria do Senado aponta no mesmo sentido. Além disso, de acordo com Alcolumbre, não há risco de o texto retornar à Câmara. "Nem volta para a Câmara nem está retirando direito. Não existe esse direito hoje em lugar nenhum", afirmou Alcolumbre.

Alcolumbre propôs ainda tratar o tema em um projeto de lei.

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