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A Universidade de Pernambuco (UPE) realizará, no próximo domingo (2) e segunda-feira (3), o Sistema Seriado de Avaliação (SSA) para estudantes do primeiro e segundo ano do ensino médio. Dados divulgados pela UPE apontam que cerca de 50 mil estudantes estão inscritos para o SSA1 e SSA2.       

No domingo (2), os candidatos terceiranistas responderão 44 questões distribuídas em conteúdos referentes às disciplinas de português, matemática, física, filosofia e língua estrangeira (inglês e espanhol). Já na segunda-feira (3), a prova terá 46 quesitos com conteúdos de biologia, química, história, geografia e sociologia.

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Para o professor de química Francisco Coutinho, a questões envolvendo assuntos referentes a disciplina aparecerão voltadas para a parte de cálculo. “A prova de química do SSA1 deve vir explorando a parte estequiometria, ligações químicas, distribuição eletrônica e geometria molecular. Já para os segundanistas, o SSA2 vem com nível mais alto na parte de cálculo. Os alunos devem estudar assuntos como cinética química, equilíbrio químico e efeito dos catalisadores”, pontuou.

O professor de matemática Ricardo Rocha alerta os candidatos para assuntos recorrentes na prova. O docente destacou alguns conteúdos que sempre são abordados em questões na prova. “Tanto na prova do SSA1 como no SSA2, os assuntos mais comuns são estatística e razão e proporção. Mas, em especial para os alunos dos primeiros anos, os assuntos sempre pertinentes na prova são gráficos, funções do primeiro e segundo grau e exponencial. Também costuma cair áreas das figuras planas, porcentagem, trigonometria, semelhança de triângulos, MMC, MDC. Já para os segundanistas, sistema linear está presente em pelo menos uma questão. É importante destacar que geometria espacial predomina na prova, figuras como prisma, cubo e paralelepípedo são figuras essenciais”, pontuou.  

Na parte de humanas, o professor de história Luiz Neto ressaltou o caráter técnico e conteudista da prova. “O SSA é uma prova bastante técnica, tem uma quantidade de assuntos reduzidos, é menos interpretativa e exige uma maior capacidade de obtenção de conteúdos factuais”, afirmou. O docente também destacou alguns assuntos que podem estar presentes no exame. “O SSA é uma prova que envolve todos os assuntos que você viu no ano. Por ser uma prova reduzida, é bem provável que todos os assuntos que estão no edital realmente caiam na prova. Como dica para o SSA1, é importante revisar a parte da Grécia Antiga, idade média e período holandês. Já no SSA2, iluminismo, imperialismo e segunda revolução industrial são assuntos que devem ser revisados pelo estudante”, ressaltou.

As provas do SSA1, que serão aplicadas a estudantes do primeiro ano, têm início às 8h15 e término às 12h15, com fechamento dos portões nos locais de prova às 8h. Já para os segundanistas, as provas começam às 14h15, terminam às 18h15 e os portões fecham às 14h.

 

Enzo Fabiano e João Gael completaram um ano de vida e a comemoração foi em uma festa com o tema do Mickey Mouse, na última quarta (4). Os gêmeos são filhos de Pepê, da dupla Pepê e Neném e Thalyta Santos, que compartilharam nas redes sociais os detalhes da festança dos pequenos. A cantora e a esposa teriam gasto cerca de R$ 15 mil na comemoração. 

Apesar de terem nascido no mês de dezembro, os gêmeos só ganharam sua primeira festa agora por conta dos compromissos de Pepê. A celebração do primeiro ano de vida dos meninos aconteceu em um buffet, em São Paulo, e teria custado cerca de R$ 15 mil, segundo o portal R7. 

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No Instagram, Pepê publicou alguns momentos da festa e legendou: "Minha família, amo vocês. Muito feliz com tudo isso". A esposa de Pepê, Thalyta, engravidou após uma inseminação artifical. O procedimento foi um presente da clínica que também atendeu Neném.

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As provas do primeiro dia do Sistema Seriado de Avaliação para alunos do 1º ano (SSA 1) da Universidade de Pernambuco (UPE) estão sendo realizadas na manhã desta segunda-feira (9). De acordo com relatório divulgado pela UPE foram, ao todo, 2.274 alunos faltosos - que representam 11,73% de abstenções no primeiro dia de provas. Até o momento houve apenas uma eliminação de candidato por porte de celular, na Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco, localizada no Recife.

Em números totais, a cidade onde mais ocorreram abstenções foi a capital Recife, com 1.043 faltas, totalizando 9,90% de alunos desistentes. Ao todo, foram 19 locais de aplicação de provas e 10.538 alunos fazendo o exame na capital do estado. 

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Na tarde desta segunda-feira (9) haverá ainda o primeiro dia de aplicação das provas do SSA 2, destinados a alunos do segundo ano do Ensino Médio. 

Com sobriedade, a França relembrou, neste domingo (13), o primeiro aniversário dos atentados de Paris, em um dia solene, ao longo do qual foram inauguradas placas em memória das 130 vítimas do Estado Islâmico (EI).

Depois da reinauguração da sala de espetáculos parisiense Bataclan, com um show do cantor Sting, no domingo, o presidente francês, François Hollande, liderou as cerimônias oficiais para honrar seus mortos. Há um ano, 90 pessoas morriam nesse estabelecimento.

Os eventos começaram às 9h locais (6h em Brasília), em frente ao Stade de France, onde Hollande descerrou uma primeira placa em memória de Manuel Dias: um português de 63 anos que faleceu a poucos metros do estádio, quando um suicida detonou seu cinturão de explosivos.

Depois de um minuto de silêncio, o filho da vítima, Michael Dias, leu uma mensagem, na qual recordou seu pai e fez um apelo pela tolerância.

"Não deixo de ouvir meu pai, que nos diz que não devemos viver com medo. Frente a esse medo de viver, de sair, devemos continuar avançando livres, sem nunca ceder a quem quer nos aterrorizar", declarou Michael, de 31. Esse vibrante discurso foi o único pronunciado nas comemorações.

Também participaram do evento várias pessoas que ficaram feridas nas explosões que ocorreram nas imediações do estádio nacional, enquanto as seleções da França e da Alemanha disputavam uma partida.

Hollande, que estava presente no estádio naquela noite de 13 de novembro de 2015, falou durante 15 minutos com algumas das vítimas, entre elas um guarda do estádio que ficou confinado a uma cadeira de rodas.

Seguindo a ordem cronológica dos ataques, o presidente socialista, acompanhado do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, e da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, inauguraram em seguida outras placas perto de bares e restaurante no nordeste da capital, onde morreram 39 pessoas.

Ao cair da noite, milhares de pessoas depositaram 3.500 lanternas no canal Saint Martin, com mensagens de paz como "Nunca esqueceremos", "pensamos em vocês" e "bondade".

O arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, presidiu uma missa em memória das vítimas na Catedral de Notre-Dame. Nele, felicitou os franceses por evitarem "uma guerra civil, uma guerra de religiões". Neste domingo, o premiê disse à rede BBC que o estado de emergência será prolongado.

Não serão esquecidos

Olivier, de 28 anos, lutava para conter as lágrimas durante a cerimônia que aconteceu em frente ao bar Le Carillon e ao restaurante Le Petit Cambodge. Ele foi baleado no braço e viu um amigo morrer. Neste domingo, acompanhou a mãe de seu amigo nas homenagens. "Tinha de vir apoiá-la", afirmou à AFP.

A última placa foi inaugurada diante do Bataclan, onde um comando radical invadiu atirando durante uma apresentação da banda americana Eagles of Death Metal. "Foi uma cerimônia sóbria, digna e emotiva. Nunca pensei que ouvir os nomes das vítimas me afetaria tanto", disse Thierry, um dos sobreviventes, à AFP.

No sábado, a música voltou a soar na casa, com Sting, em uma emocionante apresentação, onde se fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. O show de Sting durou uma hora e meia e, depois das últimas notas de "The Empty Chair", vários espectadores se abraçaram, enquanto outros ovacionaram tanto a apresentação do cantor britânico quanto o renascimento desse estabelecimento.

Na casa, com capacidade para quase 1.500 lugares, reuniram-se sobreviventes e familiares das vítimas, além de várias autoridades. Os mil ingressos colocados à venda na última terça-feira se esgotaram em menos de meia hora. Sting não cobrou pelo show, cuja renda será destinada a associações de vítimas do atentado.

Jesse Hugues, o vocalista do Eagles of Death Metal, assim como outro membro dessa banda, teriam tido sua entrada barrada pelas polêmicas declarações sobre a segurança do lugar em março passado, mas o agente do grupo desmentiu a notícia.

O programa oficial das homenagens terminou na prefeitura do distrito IX de Paris, onde dezenas de balões multicoloridos foram soltos em memória das vítimas. Caroline Langlade, da associação Life for Paris, pediu que "se dê tempo às vítimas para que se recuperem".

Entre los presentes nas homenagens, havia turistas estrangeiros, embora Paris e seus arredores tenham perdido cerca de dois milhões de visitantes este ano. "Muitos japoneses não vêm mais a Paris por conta dos atentados, mas eu queria estar do lado da França", explicou Yoshihide Miwa, de 49.

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O segundo dia de prova do Sistema Seriado de Avaliação (SSA 1) é marcado por atrasos e expectativa dos pais dos candidatos. Na manhã desta segunda-feira (1º), na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (Poli), no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, o trânsito dificultou a chegada de alguns estudantes.

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Nesse momento de tensão para a realização das provas, a presença dos pais é marcante. A universitária e mãe de dois candidatos, Andrea Mendes, afirma que sua ansiedade é em dobro. “Já passei por isso e sei como é difícil. Meus filhos são do primeiro e segundo ano. A menina que está realizando a prova hoje de manhã está um pouco ansiosa por ser seu primeiro vestibular, já meu filho está mais tranquilo e concentrado”, declarou.

Já a doméstica Célia dos Anjos confessa estar mais apreensiva por ser a primeira vez de seu filho. “Eu estou mais nervosa que ele. Ele está tranquilo, mas meu coração fica apertado. Fico só pensando em como ele vai se sair e se ele vai saber fazer tudo direito. Mas confio nele e sei que vai dar tudo certo”, falou.

A secretária Juracema Torres se emociona em ver alguns candidatos se atrasarem e não conseguirem entrar para fazer a prova. “Fico com o coração abalado quando vejo um jovem correndo e se deparando com o portão fechado. Eu me coloco no lugar dele e imagino como é a sensação”. Ele complementa dizendo que a presença dos pais é essencial para ajudar o desempenho dos filhos. “Passamos segurança, é fundamental esse apoio. É como eu digo ao meu marido, ele paga as coisas e eu marco presença”, disse a secretária.

Atrasos

No prédio da Poli, os portões fecharam às 8h03 e o cenário foi de correria. Alguns candidatos que estavam atrasados tiveram que correr e conseguiram entrar no prédio, porém, outros não tiveram a mesma sorte. Sete estudantes não conseguiram chegar a tempo e encontraram os portões fechados.

O fera Victor Hugo, 15, foi o último estudante a se atrasar e afirmou que o trânsito dificultou sua chegada. “Saí de Camaragibe no mesmo horário de ontem, 6 da manhã. Mas o trânsito na Caxangá estava muito ruim. Por isso não consegui chegar a tempo”, declarou.

Em um ano, o Papa Francisco mudou a imagem da Igreja Católica, devastada por escândalos, com uma revolução pacífica, marcada por uma linguagem direta e simples, embora muitos especialistas e católicos ressaltem que ainda falta muito para adaptar o mundo moderno a uma instituição milenar e antiquada.

O papa argentino, que veio "do fim do mundo", como ele mesmo afirmou, e que prometeu uma Igreja pobre para os pobres poucos dias após sua eleição, na tarde de 13 de março de 2013, quando apareceu com um crucifixo de ferro no balcão da basílica de São Pedro, despertou grandes expectativas e muitas esperanças entre os católicos de todo o mundo por seus gestos de abertura e suas palavras tolerantes.

O primeiro papa jesuíta e latino-americano da história cumpriu com regularidade no Vaticano o tradicional protocolo de cerimônias e visitas de Estado que lhe impõe seu papel de líder de mais de um bilhão de católicos.

Paralelamente, foi capaz de romper os moldes, de improvisar e falar abertamente durante suas homilias matinais e ângelus dominicais contra as injustiças sociais, a falta de ética e até das fofocas, intrigas e ambições que tanto desacreditaram a Cúria romana, a influente maquinaria vaticana.

O Papa que concedeu entrevistas exclusivas aos três principais meios de comunicação italianos, que se define como uma pessoa normal, que abandonou qualquer luxo e circula em um carro comum, atrai multidões à praça de São Pedro, gerando o que muitos classificaram de uma verdadeira "franciscomania".

Isso ficou marcado em sua primeira viagem ao exterior como Papa, quando participou na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013. Ele atraiu multidões de jovens e conquistou admiradores que sequer esperavam se deixar seduzir por seu carisma.

A bordo do avião de volta para o Vaticano, não evitou a pergunta da repórter brasileira sobre a delicada questão da homossexualidade e se despiu de qualquer arrogância ao responder à pergunta com outra pergunta que ganhou as manchetes: "quem sou para julgar os gays?".

O Ângelus de domingo se transformou no programa mais visto da televisão pública italiana.

Durante as audiências de quarta-feira, cuja presença de fiéis aumentou em 30%, beija crianças, saúda amigos, abraça políticos. Entrou para a história a foto do Papa beijando o rosto de uma pessoa que sofre de neurofibromatose, um gesto de compaixão inédito, tão popular quanto as chamadas telefônicas a desconhecidos que o escrevem.

Diante do tímido "avô sábio", como chama seu antecessor, Bento XVI, com quem convive dentro do Vaticano após sua surpreendente renúncia, Francisco se apresenta como uma pessoa extrovertida, que não teme controvérsias, que aborda temas tabu para a igreja, como a homossexualidade, inclusive a dos padres, a barriga de aluguel, as mães solteiras e até seu papel de Papa infalível.

"Dizem que está dessacralizando a função do Papa, que é muito acessível", lembrou recentemente o vaticanista italiano Andrea Tornielli, do site Vatican Insider.

São as primeiras críticas a um estilo de papado que oscila entre o folclórico e o moderno, que para alguns observadores latino-americanos é peronista, pelo fato de se proclamar como o "porta-voz dos humildes", e se apresentar ao mesmo tempo como conservador e progressista.

"É um pontífice ponderado", resume Sandro Magister, o especialista em assuntos vaticanos da revista italiana L'Espresso.

Expectativas provocadas por Francisco

Embora não existam dúvidas de que a imagem da Igreja mudou em um ano, surgiram muitas perguntas sobre a modernização moral e social que Francisco quer levar adiante dentro da entidade.

Como primeiras medidas, o Papa impulsionou um gigantesco debate sobre a família, convocou dois sínodos, enviou um questionário a todos os bispos sobre as "novas formas de família", razão pela qual são esperadas importantes decisões sobre este tema quente.

A Igreja católica deverá responder em um prazo não muito longo e com medidas concretas às esperanças dos divorciados que voltaram a se casar, de mães e pais solteiros, dos casais que não oficializaram sua união, dos que defendem a contracepção.

Mas traduzir em gestos concretos as palavras de Francisco não é uma tarefa fácil para uma organização que sobreviveu por dois mil anos e cujas transformações são viáveis no longo prazo.

A batalha a favor da reforma da desacreditada Cúria romana e de suas controversas finanças, acusada de corrupção e lavagem de dinheiro, já começou.

Para isso criou um tipo de ministério da Economia, com uma equipe mista internacional de cardeais, bispos e especialistas auditores, de modo a acabar com o ancestral centralismo da Igreja e favorecer a transparência financeira e administrativa.

Todas estas medidas foram tomadas por recomendação de várias comissões lideradas por cardeais de sua confiança, muitos deles latino-americanos, um método incomum dentro dos palácios pontifícios.

São apenas os primeiros passos, cujos resultados ainda não chegaram.

Os mais duros e críticos ao pontificado foram as vítimas dos padres que abusaram sexualmente delas e que pedem medidas mais firmes contra o fenômeno, negando-se a se resignar e a aceitar os pedidos de perdão e as promessas de tolerância zero.

Elas pedem a prisão para todos em todos os países, enquanto o movimento conservador Legionários de Cristo, símbolos desses abusos, se renovou com a bênção papal.

Em seu primeiro ano de governo, a presidente Dilma Rousseff se destacou pela personalidade forte, pela elegância na relação com os adversários políticos e por perder boa parte do tempo lidando com crises ministeriais. Essa é a visão de cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado, que consideraram a rotina de crise maléfica para a governabilidade. Segundo os analistas, ao gastar tempo e energia administrando denúncias, o governo perdeu uma oportunidade única de emplacar as reformas necessárias, como a política e a tributária.

"Minha impressão foi que ela ficou administrando os conflitos da base. Não foi um ano transformador", resumiu Carlos Melo, do Insper. Os analistas afirmam que o primeiro ano do governo é o momento ideal para a implementação de reformas, já que o presidente assume a administração com o respaldo das urnas. "Não ter feito as reformas compromete. Um governo novo tem mais força política para fazer reformas", reforçou o cientista político Rubens Figueiredo.

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Mas se Dilma passou o ano consertando o "malfeito", ela ganhou o apoio da população ao se mostrar intolerante com a corrupção. "Ao contrário do governo anterior, as denúncias tiveram consequências", lembrou Figueiredo. A ideia de "faxina" ganhou destaque, mas os analistas apontam que a impressão de "limpeza profunda" não condiz com a realidade. "Faxina seria a disposição do governo de limpar a casa. No caso, o vaso quebrou e Dilma só recolheu os cacos", comparou Carlos Melo. O professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley, compartilha da opinião de Melo. "Não é propriamente uma faxina", ponderou. Mesmo com uma reforma ministerial, a qualidade da base de apoio, ressaltou Melo, impede que a presidente se livre facilmente do ciclo de denúncias. "Enquanto a gente tiver essa composição, e a sociedade tem culpa porque vota mal, não tem faxina. Ela pode se livrar de alguns móveis velhos, mas faxina de verdade é mais difícil", disse.

Oposição

A rotina de troca de ministros, embora tenha agradado a opinião pública, comprometeu o bom desempenho do governo Dilma Rousseff, indicam os cientistas. "É como numa empresa, se você começar a trocar toda hora a diretoria, vai ter problema de performance. Cada um que entra compromete a ação administrativa", afirmou Figueiredo. "No Brasil, a boa administração briga com a política", emendou. Refém dos interesses da base aliada, a presidente não teve força para emplacar sua agenda e teve de negociar para não perder a governabilidade. Por isso, mesmo com a ineficiência da oposição, os analistas acreditam que os partidos aliados acabaram agindo como inimigos. "A oposição não foi dos partidos de oposição, que foram uns zero à esquerda. Ela teve mais oposição dentro de casa", analisou Melo.

Se Dilma não teve sorte com sua base, a primeira mulher presidente do Brasil "caiu no gosto do eleitorado". "Para mim houve superação das expectativas e o resultado é melhor do que a encomenda. É notável que ela tenha níveis de popularidade à altura do Lula", elogiou Wanderley. O professor da UFMG acredita que a popularidade de Dilma se deve à continuidade das políticas sociais do governo Lula.

Jogo de cintura

Na opinião dos analistas, a presidente Dilma também se destacou por seu jogo de cintura e capacidade de liderança. Mesmo alinhada com Lula, Dilma não se mostrou submissa ao antecessor. "Ela tem luz própria", observou Figueiredo. Um exemplo disso foi a condução da política externa brasileira em determinadas situações, como no endurecimento do discurso com a Síria. "Ela foi bem, foi menos polêmica, evitando bolas divididas. O governo assumiu o que a população queria ouvir", ressaltou Melo.

Outro ponto positivo de Dilma, segundo os cientistas, foi a aproximação com os governadores da oposição e a elegância no trato com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, menosprezado por Lula durante seus oito anos de governo. "Ela se mostrou uma presidente sensível, com uma postura menos bélica", comentou Figueiredo.

O estilo reservado de Dilma também foi elogiado. "É um governo menos voltado para o espetacular. O governo Lula era um governo show, enquanto ela é mais voltada para a administração", acrescentou Figueiredo.

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