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Internautas, políticos e personalidades ironizaram, no Twitter, a citação feita pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) a “Marx e Hegel” no pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (10). O assunto ficou entre os mais comentados do Trending Topics no Brasil e segue sendo muito citado nesta sexta (11).

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A referência usada pelos procuradores foi incorreta, pois quem escreveu o Manifesto Comunista, obra fundadora do socialismo científico, junto com Karl Marx (1818-1883), foi Friedrich Engels (1820-1895).

Hegel - Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Stuttgart, 27 de agosto de 1770 – Berlim, 14 de novembro de 1831) foi um filósofo alemão. É unanimemente considerado um dos mais importantes e influentes filósofos da história. Pode ser incluído naquilo que se chamou de Idealismo Alemão, uma espécie de movimento filosófico marcado por intensas discussões filosóficas entre pensadores de cultura alemã (Prússia) do final do século XVIII e início do XIX.

Com informações da Agência PT

Chega a São Paulo, no próximo dia 15, a campanha '10 Medidas contra a corrupção' - iniciativa dos procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, endossada pela Procuradoria-Geral da República. O lançamento oficial da campanha ocorrerá na sede da Procuradoria em São Paulo, à Rua Frei Caneca, 1360, a uma quadra da Avenida Paulista.

A Procuradoria avalia que embora as assinaturas de apoio já estejam sendo coletadas, o evento será um marco para o engajamento de instituições parceiras e órgãos públicos que possam colaborar na disseminação da campanha. O ato terá a participação do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato.

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Capitaneadas pelo Ministério Público Federal e sem nenhuma vinculação partidária, as '10 medidas contra a corrupção' são um conjunto de providências legislativas propostas para coibir delitos que envolvem o desvio de verbas públicas e os atos de improbidade administrativa.

A campanha reúne vinte anteprojetos de lei que visam a regulamentar as dez medidas propostas, entre elas a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos e do caixa 2, o aumento das penas, a transformação da corrupção de altos valores em crime hediondo e a responsabilização dos partidos políticos. O sumário das medidas e a íntegra dos anteprojetos podem ser consultados em www.10medidas.mpf.mp.br.

Os anteprojetos já foram enviados ao Congresso, mas a pressão popular é fundamental para que eles entrem na pauta de votações. Por isso, a campanha pretende reunir 1,5 milhão de assinaturas em todo o País. Os interessados em colaborar com a iniciativa podem procurar um ponto de coleta para subscrever a lista de apoio.

Em São Paulo, há exemplares disponíveis na sede do Ministério Público Federal e também em pontos móveis. Um deles será instalado em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, 1313, entre os dias 14 e 20 de setembro.

É possível também participar da campanha imprimindo a lista de assinaturas e colhendo o apoio de familiares, amigos e conhecidos. Todas as listas assinadas devem ser endereçadas à Procuradoria da República em São Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta manhã de segunda-feira (3) a intensificação do trabalho de combate à corrupção e prometeu criar uma procuradoria nacional anticorrupção se for escolhido para permanecer mais dois anos no cargo. Em debate com os outros três candidatos que disputam o comando do Ministério Público da União, Janot disse não ter "ambições pessoais" e estar determinado a oferecer num segundo mandato "serenidade e trabalho". O mandato do procurador-geral se encerra em 18 de setembro.

"Estou determinado a oferecer serenidade, acolhimento, trabalho e diálogo. Sem vender ilusões nem alardear bravatas. Carrego a certeza de que é pela pátria proba, pela sociedade ordeira, pelo Ministério Público Federal que isso tudo vale a pena. A minha paz e minha felicidade são fortalezas que residem numa falta de ambição pessoal", afirmou o procurador-geral.

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Nesta quarta-feira, 5, procuradores vão às urnas para formar a lista tríplice que será enviada à Presidência da República, que deve indicar o nome do próximo chefe do Ministério Público. O escolhido precisará passar ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por votação secreta no Senado. A previsão do governo é de que Janot seja o mais bem votado na lista e aprovado pelos parlamentares. No entanto, interlocutores do Planalto reconhecem a dificuldade que Janot terá para passar no Senado, diante da investigação de 13 senadores na Operação Lava Jato.

Na abertura do debate, Janot falou sobre as propostas para o eventual segundo mandato, entre elas a criação da "nova procuradoria nacional anticorrupção", sem detalhar o projeto. Janot falou também em manter membros do Ministério Público no exterior para atuar na cooperação internacional.

Ao responder pergunta sobre os núcleos regionais, nos Estados, de combate à corrupção, Janot afirmou que dá "apoio incondicional" ao trabalho de grupos como a força-tarefa que atua no Paraná na Operação Lava Jato. "Estamos trabalhando para estruturar cada vez mais os instrumentos de trabalho nesses núcleos. Estamos apoiando os grupos de colegas que trabalham em diversas questões, as mais candentes hoje Lava Jato e Ararath e contam com apoio incondicional do PGR", afirmou Janot.

O subprocurador Carlos Frederico Santos, principal opositor de Janot, criticou o atual procurador-geral da República em suas considerações iniciais, sem referência direta ao nome de Rodrigo Janot. "Você conhece o PGR? Você sabe o que pensa o PGR? Ou você sabe o que pensam por ele? Quem dá o norte do MPF? Temos que ter consciência e ver o que é liderança. Líder não pode falar uma coisa e fazer outra, porque ele é o exemplo", afirmou.

A subprocuradora Raquel Dodge defendeu a implementação de um sistema de "compliance" na Procuradoria, para aumentar a qualidade da atuação jurisdicional. Tido como candidato mais "alinhado" com o atual procurador-geral, o subprocurador Mario Bonsaglia disse que pretende "enfatizar a busca de eficiência" do MP na investigação criminal e ter uma instituição "mais transparente".

A Associação Nacional de Procuradores da República, órgão de representação dos procuradores, emitiu nota técnica criticando os projetos de lei encaminhados pelo governo ao Congresso sobre a tipificação do crime de terrorismo. Para os procuradores, os projetos de lei elaborados pelo governo são uma forma "envergonhada" de o País entrar na discussão sobre o assunto e não são suficientes para o combate do terrorismo no Brasil. "Este projeto está tecnicamente equivocado, e não cumpre as obrigações assumidas pelo País, pois, a rigor, e ao contrário do noticiado, não tipifica o crime de terrorismo", diz a nota. "De todos que consultei, ninguém está contente. Todos concordaram com a nota", afirma o presidente da entidade, José Robalinho Cavalcanti.

Segundo Cavalcanti, as propostas apresentadas pelo governo "lamentavelmente não atendem às exigências dos tratados internacionais nem da nossa Constituição, porque não tipifica o crime de terrorismo". Ele explicou que a nota técnica, endereçada a parlamentares, tem o objetivo de "auxiliar" a discussão que deve se dar no Congresso neste segundo semestre.

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O governo federal enviou em junho dois projetos de lei com pedido de urgência ao Congresso para que seja tipificada a existência de "organização criminosa", além da previsão de punições para quem cometer atos terroristas ou contribuir no financiamento dessa prática criminosa. Para evitar sanções financeiras internacionais, o País se comprometeu a aprovar até outubro uma lei que prevê esse tipo de crime.

‘Dificuldade’

Para os procuradores, um dos principais problemas dos projetos do Executivo é o fato de não haver uma lei específica para tratar de terrorismo, tema caro ao governo. Diante das preocupações de que uma lei antiterrorismo possa enquadrar movimentos sociais e manifestações políticas, o governo decidiu encaminhar um projeto que modifica a lei que trata sobre organizações criminosas, incluindo a definição de "organização terrorista". Para Cavalcanti, se o projeto do Executivo for aprovado, haverá dificuldade em combater o terrorismo . "Como operador de direito penal, terei dificuldade de colocar essa interpretação. Isso em cima do mesmo fato, da recusa (do Executivo) de tipificar o crime de terrorismo", afirmou.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), autor de um projeto de lei no Senado que trata sobre terrorismo, está entre os integrantes do Poder Legislativo que foram procurados. "O Brasil não pode ficar sem um projeto como esse", disse o senador. O parlamentar acrescentou ainda que o projeto de sua relatoria deve ser apresentado para apreciação do Senado em agosto. Na nota técnica, a associação de procuradores diz que o projeto de Jucá abrange as exigências necessárias para que o Brasil combata o terrorismo.

Na Câmara, o texto encaminhado pelo governo ainda precisa passar pelo crivo de duas comissões, a de Segurança Pública e de Constituição e Justiça (CCJ). Na primeira, a relatoria é do deputado Alberto Fraga (DEM-DF). "Fui procurado porque eles dizem que meu projeto é mais completo, melhor do que o que o governo mandou. Acho que tem muita chance de ser aprovado", afirmou o deputado do DEM, que, além de relator o texto do Executivo na comissão, é autor de outro projeto sobre terrorismo.

"O meu (texto) fala em prevenção. Hoje, se você descobre uma célula terrorista preparando um atentado, não há previsão nenhuma de punição. No meu existe", disse Fraga.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), relator do texto na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, considera o envio do texto pelo governo um avanço, mas diz que, a partir das considerações feitas por diversos setores, é possível melhorá-lo. A previsão é de que texto comece a ser apreciado na Casa em agosto, na volta do recesso do Legislativo.

Os procuradores da República que atuam na força-tarefa Lava Jato saíram em defesa aberta do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da operação sobre desvios, corrupção e cartel das maiores empreiteiras do País na Petrobras. Em 'nota à imprensa', os procuradores manifestaram 'total apoio' a Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), diante de entrevista da criminalista Dora Cavalcanti, publicada dia 27 de junho no jornal O Globo ("Advogada da Odebrecht estuda denunciar juiz da Lava-Jato por 'violação aos direitos humanos").

"A entrevistada parece desconhecer que o sistema judicial brasileiro prevê vários recursos e diversas instâncias recursais, tendo os investigados inúmeras possibilidades de obter a revisão das decisões tomadas pelo Juízo Federal, não sendo razoável, muito menos respeitoso ao sistema republicano, que sejam lançadas, por meio de notas ou entrevistas como aquelas recentes, acusações vagas, desrespeitosas e infundadas à atuação do juiz federal Sérgio Moro", argumentam os procuradores.

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Segundo a força-tarefa "a afirmativa (de Dora) de que pretende recorrer a uma Corte Internacional para a garantia do direito de seus clientes sugere, fortemente, que os dez delegados, os nove procuradores, o juiz federal, a Corte de primeira instância, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e os ministros do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal estão mancomunados para violar direitos humanos dos seus clientes, o que é de uma total irresponsabilidade, senão desespero".

"Essa abordagem conspiratória, já refletida em entrevista anterior, negligencia a independência, maturidade e imparcialidade de nossas Cortes, refletindo estratégia que procura reverter, no campo midiático, as inegáveis evidências em desfavor da cúpula da empresa", prossegue o texto divulgado pelo Ministério Público Federal.

"Em uma República, não se deve pretender que a justiça seja cega para os crimes praticados por ricos e poderosos, mas sim cega na diferenciação entre ricos e pobres, pessoas com ou sem influência, fatores que em nada devem afetar o resultado dos processos", assinalam os procuradores.

A força-tarefa atribui 'abordagem superficial e interessada' à entrevista da criminalista. Os procuradores observam, por exemplo, a existência de "farta prova material dos crimes praticados" pelos alvos da 14ª fase da Lava Jato, a Operação Erga Omnes, entre eles o presidente da maior empreiteira do País, Marcelo Odebrecht.

"Foram, a título de exemplo, apreendidas planilhas com divisão das obras por empresa, nas quais constava a empresa Odebrecht como parte do "clube" de empreiteiras cartelizadas", afirmam os procuradores. "Dezenas de milhões de dólares pagos por empresas no exterior aos funcionários da Petrobras foram bloqueadas e devolvidas. Tal é a robustez das provas que várias das empresas não colaboradoras já reconhecem boa parte dos crimes praticados. A insistência da Odebrecht, bem como de seus advogados, em negar a realidade, a ausência de apuração dos fatos na empresa e a falta da aplicação pela empresa de qualquer sanção àqueles que praticaram os crimes apenas confirma as demais evidências de que a corrupção era determinada e praticada na cúpula da empresa. Não se trata de prejulgar mérito ou investigados, mas de repetir juízo sobre as provas já feito, em caráter provisório, em processo público, em pedidos de medidas cautelares."

Os procuradores abordam a delação premiada, mecanismo que tem sido usado em larga escala pela força-tarefa, mas duramente contestado por defensores dos empreiteiros. Eles se reportam, ainda, ao Caso Banestado, complexa investigação do Ministério Público Federal que desmontou esquema de evasão de divisas da ordem de US$ 30 bilhões. "Ao contrário do que sugere a advogada, os acordos de colaboração premiada são de responsabilidade do Ministério Público Federal, não do juiz. O número de colaborações no presente caso decorre de vários fatores, sobretudo da robustez das provas em relação aos investigados, da experiência prévia dos procuradores com essa técnica de investigação e estratégia de defesa, desenvolvida no caso Banestado; mas principalmente do interesse público envolvido em seu emprego, dadas as peculiaridades do crime de corrupção e a sofisticação das técnicas de lavagem empregadas. O argumento de que prisões foram usadas para obter colaborações não tem qualquer base na realidade, pois mais de dois terços das colaborações foram feitas com réus soltos, fato que a advogada que atua no feito não deve desconhecer."

A 'nota à imprensa' divulgada pela força-tarefa da Lava Jato finaliza. "Cabe às partes, seja no curso do processo penal ou da investigação criminal, quando insatisfeita com alguma decisão, valer-se dos meios processuais adequados e, no caso da defesa, dos inúmeros recursos previstos. Embora todos tenham o direito de expressar sua opinião sobre decisões, não cabe buscar, por meio de acusações absolutamente infundadas na imprensa, e afirmação irresponsável e desconectada da realidade sobre suposto sentimento do juiz, tolher a liberdade da Justiça, que tem o dever de fazer cumprir a lei e a Constituição, com pleno respeito aos direitos e às garantias do cidadão."

A Odebrecht nega taxativamente envolvimento com o cartel das empreiteiras na Petrobras e afirma que nunca pagou propinas.

A Advocacia-Geral da União (AGU) contestou na Justiça do Distrito Federal um pedido da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para o pagamento do 14º e 15º salários à categoria, nos moldes recebidos por deputados federais e senadores. Dentre os argumentos, os advogados da União defendem que a solicitação da entidade não tem qualquer amparo legal, pois foi baseada em uma norma revogada.

Na ação apresentada à Justiça, a ANPR alega que os procuradores da República teriam direito ao recebimento das mesmas parcelas concedidas aos parlamentares. O direito estaria baseado nos princípios da isonomia de vencimentos, nos termos da Lei nº 8.448/1992, até a regulamentação do Decreto Legislativo nº 210/2013.

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A Procuradoria-Regional da União da 1ª Região (PRU1), unidade da AGU, questiona que além de não ter base jurídica, o pedido também encontra diversos impedimentos na Constituição Federal. O estatuto proíbe a vinculação ou equiparação de qualquer tipo de remuneração para vantagem pessoal do serviço público.

Segundo os advogados, a ANPR sabe que a base do pedido em uma norma que já havia sido revogada desde a publicação da Emenda Constitucional nº 19/1998 e da Lei nº 10.593/2002. Para a AGU, a ação deve ser utilizada como um instrumento para resolução de conflitos e afirmação de direitos assegurados pelo ordenamento jurídico, e "não como um meio ardiloso com fins contrários aos preceitos que devem guiar uma relação processual, como a lealdade e a boa-fé".

A PRU1 pediu a condenação da ANPR por má-fé, demonstrando que uma entidade associativa formada por procuradores da República tem conhecimento jurídico suficiente para saber que um dispositivo legal foi revogado. "Logo, basear um pedido em legislação sabidamente revogada é uma atitude desleal, induz o juízo a erro, e assoberba a Justiça com pedidos contrários à ordem jurídica". O caso está sendo analisado na 5ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, classificou como "miserável" o salário que procuradores da Fazenda recebem quando chamados para assessorar juízes e magistrados.

"Sabe por que (o procurador) não recebe pelo tribunal? Porque a remuneração do tribunal é miserável. Tem que receber sua gratificação originária e a complementação", criticou Barbosa. O valor do salário, de acordo com Barbosa, é de aproximadamente R$ 10 mil.

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A declaração foi feita quando Barbosa defendia a possibilidade de procuradores da Fazenda serem convocados para assessorar magistrados em seus gabinetes.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) questiona essa possibilidade, alegando que, em processos em que o Fisco é questionado, a presença de procuradores da Fazenda nos gabinetes dos tribunais pode desequilibrar o processo.

Os advogados alegam que o fato de os procuradores da Fazenda receberem o salário da Procuradoria, mesmo cedidos aos tribunais, mostra o vínculo permanente que eles mantêm com o Fisco.

A Siemens vai dar aula de ética empresarial e compliance - conjunto de práticas que buscam adequar às leis os atos de uma organização - para um grupo de procuradores da República e servidores do Ministério Público Federal. A convite de dois órgãos setoriais do MPF, o presidente da multinacional alemã no Brasil, Paulo Ricardo Stark, vai dar palestra no auditório do 5.º andar da sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília, no próximo dia 6.

A iniciativa causou perplexidade e indignação de procuradores que contestam o fato de a escolhida para o evento ter sido justamente a empresa que está no centro do escândalo do cartel no setor metroferroviário, sob investigação do MPF, da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo. Procuradores consideram "inadequado" o convite à Siemens, ainda que seu presidente não esteja sob suspeita de práticas ilícitas - Stark depôs à PF, semana passada, na condição de testemunha.

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Em maio, a própria Siemens procurou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para fazer um acordo de leniência, no qual seis executivos que ocuparam cargos estratégicos na companhia relataram como atuava o esquema para fraudes em licitações bilionárias, no período de 1998 a 2008. Stark, engenheiro eletricista, assumiu o posto máximo da Siemens em 2011, no lugar de Adilson Antônio Primo, demitido por "desídia e insubordinação".

O convite par a palestra partiu de duas Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF, que coordenam, integram e revisam o exercício funcional dos membros da instituição, procuradores e subprocuradores. São organizadas por função ou por matéria. A 3.ª Câmara se dedica a temas do consumidor e ordem econômica. A 5.ª Câmara atua na área do patrimônio público e social. Na comunicação interna, sobre o convite ao mandatário do grupo alemão, a 3.ª Câmara do MPF menciona "o recente exemplo que a Siemens deu na aplicação de sua política corporativa de ética e compliance".

O texto aos procuradores destaca argumento do coordenador da 3.ª Câmara, subprocurador da República Antonio Carlos Fonseca da Silva. "É possível sonhar com uma sociedade em que a confiança é restaurada como dogma dos contratos, das relações de consumo, marcando o vínculo entre o empreendedor e seus patrocinadores, a sociedade consumidora, entre os rivais que competem por produtos e serviços de qualidade, por preços competitivos."

Fonseca ingressou no MPF em 1984, no cargo de procurador. Atualmente, oficia nos processos do Superior Tribunal de Justiça. Foi conselheiro do Cade, de 1996 a 1998. Livre mercado Segundo a nota divulgada a todos os procuradores, o coordenador da 3.ª Câmara avalia que as grandes companhias "têm incorporado ao conceito de sustentabilidade dos negócios o compromisso efetivo de atuar limpo também do ponto de vista do cumprimento das leis e regulamentos".

Para Fonseca "existe uma crescente conscientização de que pagar propina não vale a pena, o que é bom para a imagem da empresa e também para a sociedade em geral". "A prática da propina, além de ser um ilícito e de desviar recursos escassos que poderiam ser melhor aplicados no desenvolvimento das necessidades crescentes da população, priva a sociedade dos frutos que se espera do sistema de livre mercado", alerta o subprocurador-geral, segundo o texto enviado aos procuradores. A Siemens não se manifestou sobre o convite a seu presidente no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) enviou nesta segunda-feira, 29, à Assembleia Legislativa o projeto de Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sem o dispositivo que atribuía aos procuradores a missão de defender agentes públicos - servidores efetivos e comissionados e também ex-servidores - em demandas judiciais.

Alckmin negou que o texto tenha sido elaborado sem transparência, conforme alegam procuradores que pediam que o texto fosse submetido à análise do Conselho Superior da PGE, antes de ser encaminhado ao Legislativo. "Isso está sendo debatido há praticamente um ano", destacou o governador.

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Ele disse que é importante oferecer mais segurança jurídica aos servidores. "Imagine um funcionário da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), ou um órgão qualquer, ele toma uma decisão, amparado por apoio jurídico do Estado, depois alguém resolve processar o funcionário. O que ele faz para se defender? Isso acaba travando um pouco a administração, porque ele (funcionário) não quer assumir a responsabilidade. Mas, para que não haja nenhuma dúvida, mandamos retirar esse item da proposta."

"Houve um recuo do governo, é bom", declarou Márcia Semer, presidente da Associação dos Procuradores do Estado, que liderou mobilização da classe para que a defesa de servidores réus - até por improbidade - não fosse incluída no projeto. "É uma vitória dos procuradores e estamos felizes com a decisão do governador." A Casa Civil rechaçou taxativamente que o governo tenha recuado. Assinalou que o governo só poderia recuar se tivesse enviado o projeto de lei e depois mudado. "O governo só tem um projeto, a versão final enviada à Assembleia. Não tem cabimento falar em recuo."

Os procuradores continuam mobilizados. Uma comissão vai estudar e redigir emendas. "Vamos fazer um corpo a corpo diário com os deputados", declarou Márcia. "Vamos apresentar também emendas propositivas, como a instalação de uma ouvidoria na PGE composta por integrante da sociedade civil e com assento no Conselho da PGE. É adequado às carreiras que exercem função essencial à Justiça." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) enviou nesta quarta-feira à presidente Dilma Rousseff uma nota técnica em que sugere que ela vete um artigo da nova Lei de Lavagem de Dinheiro, aprovada há duas semanas pelo Senado. A entidade pede que Dilma exclua da norma um artigo que prevê o afastamento cautelar automático de um servidor público de suas funções se for indiciado em uma investigação por lavagem de dinheiro.

No documento de 27 páginas enviado à Dilma, a entidade argumenta que o indiciamento não é um ato processual; é uma decisão "unilateral e inquisitorial" do investigador. "Não tem estatura legal ou constitucional. É deliberação policial precária, fundada em suspeitas não submetidas ao titular da ação penal, nem verificadas pela autoridade judicial", afirmaram os subscritores da nota, o presidente da ANPR, Alexandre Camanho de Assis, e o diretor jurídico da associação, Vladimir Aras.

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A associação ponderou que até mesmo as comissões parlamentares de inquérito, que têm poderes investigatórios previstos pela Constituição, poderiam afastar servidores públicos por meio de indiciamentos. A proposta inverteria a lógica processual, na avaliação da ANPR, ao por o juiz como "revisor das decisões administrativas do órgão policial".

Entretanto, a entidade elogia as inovações da proposta, entre elas o fim do rol dos chamados crimes antecedentes. Pela lei atual, a 9.613/1998, o delito de lavagem de dinheiro só ocorre se o produto da dissimulação dos recursos ilícitos tiver origem em crimes como tráfico de drogas ou contrabando de armas, por exemplo.

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