Uma hipótese foi levantada por moradores como possível causa do incêndio que atingiu a comunidade Beira-Rio, no bairro da Campina do Barreto, Zona Norte do Recife. Segundo familiares de Vanessa Gomes Barbosa, uma das vítimas encaminhadas para o Hospital da Restauração, um antigo namorado dela, Marcelo José dos Santos, 55, teria ateado fogo no barraco por vingança. No entanto, ele nega a culpa pelo ocorrido.
Segundo a família, Marcelo dos Santos namorou Vanessa Barbosa, mas a família não aprovava e o relacionamento acabou no fim do ano passado. Moradores, porém, afirmam que o homem dormia na hora do incidente e que teriam visto o momento em que ele saía de casa, quando as chamas já estavam consumindo os barracos. O suspeito chegou a ser abordado pela polícia, mas foi liberado. "Eu não queimei casa alguma", disse ele.
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O incêndio 25 barracos. O fogo teria começado por volta das 3h e em menos de meia hora já havia se alastrado por diversas residência. Mesmo com a ajuda de populares, o incêndio só foi controlado após a chegada dos Bombeiros. Além de Vanessa Barbosa, seu namorado, Carlos Alberto Pinheiro, 42, também foi socorrido para a Policlínica Amaury Coutinho e, em seguida, encaminhado para o Hospital da Restauração (HR).
De acordo com a assessoria do Hospital da Restauração, a mulher teve queimaduras em 15% do corpo, com braço e torso atingidos, mas o quadro é estável. Já Carlos Alberto teve queimaduras de segundo e terceiro graus nos membros superiores, tórax e face, inspirando cuidados. Ambos socorridos estão na unidade de tratamento de queimados do HR sem previsão de alta.
O morador Antônio Alves Cunha, 54, era vizinho do primeiro barraco incendiado e perdeu tudo. “O fogo pegou muito rápido, subia pelas paredes. Só estou com a roupa do corpo”, afirmou. Outro prejudicado foi o cunhado dele, Jobson Alves Moreira. “Eu sempre saía com medo, porque eu sabia que essas casas eram fracas”, disse.
Já o pintor Carlos Antônio da Silva Filho, 32, ainda conseguiu salvar documentos e alguns eletrodomésticos. “Você trabalha para construir e depois tem que ver tudo se acabando.”, lamentou.
A Defesa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Social estiveram no local cadastrando as famílias e verificando o local da ocorrência. Os atingidos serão encaminhados para casa de parentes ou abrigos da Prefeitura. Um caso semelhante havia prejudicado duas famílias no ano passado na mesma localidade.
“Onde existem aglomerados urbanos, barracos de madeiras que ficam juntos, acabam ocorrendo situações deste tipo”, afirmou a gerente geral de atenção social da Defesa Civil, Keila Ferreira.
Funcionários da Diretoria de Controle Urbano (Dircon) e da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) participaram da demolição de restos de estruturas e de retirada de materiais.