Depois de controlada a rebelião dos detentos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), na unidade do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, no início da tarde desta quarta-feira (11), o presidente da Funase, Alberto Vinicius do Nascimento, divulgou um balanço geral do fim do conflito.
Entre os esclarecimentos, foram confirmadas três mortes, 16 feridos, três fugas (dois deles foram recapturados), além de três reclusos transferidos para outra unidade e outros quatros que seguiram para a Delegacia de Homicídios de Proteção a Pessoa (DHPP), onde vão prestar depoimentos sobre o ocorrido, todos maiores de 18 anos.
##RECOMENDA##De acordo com o presidente, um grupo de jovens saiu do Pavilhão 1 e se dirigiram ao Pavilhão 2 onde cometeram os assassinatos. “Nós ainda estamos investigando se havia richa entre eles, por isso que encaminhamos os jovens para o DHPP, já que eles saíram de uma ala e foram para outra, cometer os crimes”, pontuou.
Entre os mortos estavam Alan Fraga de Oliveira, 19 anos (que teve a cabeça decapitada), José Mário de Oliveira Filho, 19, e Pedro Henrique de Oliveira Lima, de 18. “Eles foram assassinados com pauladas, pedradas e dois deles ainda tiveram os corpos queimados”, confirmou Nascimento.
Dos três fugitivos, dois foram recapturados. Já entre os feridos, nove deles precisaram ser transferidos para o Hospital Dom Helder Câmara, localizado no mesmo município, para receber maiores cuidados. Apenas um permanece internado. Três pavilhões ficaram deteriorados, as Alas 1, 2 e 4, sendo a Ala 1 totalmente destruída.
Entre as reivindicações dos detentos estavam à insatisfação com a administração da nova diretora da unidade, Suzete Lúcio, e a superlotação do local que hoje comporta 367 presos para uma capacidade de 166. “Eles querem a saída da diretora, mas não há nenhuma cogitação para a substituição dela. A transferência deles para outras unidades está sendo analisada”, relatou o presidente.
Segundo Nascimento, há indícios de que o conflito tenha começado em decorrência da saída do antigo administrador, por ordem do Ministério Público. “O afastamento deste diretor que estava na unidade já há quatro anos, sem nenhum tipo de ocorrência como violência ou rebelião, pode ter provocado o acontecido. Porém, abrimos uma investigação administrativa para apurar se houve algum tipo de conivência por parte de algum funcionário, já que no momento do confronto, três agentes estavam como possíveis reféns, mas saíram da confusão ilesos e sem negociação”, advertiu.
Na ocasião, estavam trabalhando 13 agentes plantonistas e oito diaristas. Apenas um dos funcionários sofreu um ferimento no punho, mas sem gravidade.