Tópicos | reeleições

Nas 13 capitais em que prefeitos tentam reeleição, pesquisas de intenção de voto colocam eles à frente do levantamento em pelo menos oito. Além de São Paulo, os atuais prefeitos também levam a melhor em Florianópolis, Curitiba, Campo Grande, Porto Velho, Palmas, Natal e Aracaju. Metade deles devem levar eleição no primeiro turno. Em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) tem a situação mais confortável.

A eleição em meio à pandemia do novo coronavírus tem favorecido candidatos que já são conhecidos do público, segundo analistas políticos. Pelo menos nas capitais, os concorrentes têm acesso a alianças maiores e controla as máquinas públicas municipais. O cenário também é desfavorável aos outsiders. Levantamento feito pelo Estadão mostra que em apenas três capitais candidatos que nunca disputaram uma eleição aparecem nas duas primeiras colocações das pesquisas.

##RECOMENDA##

O caso de Porto Alegre é uma das exceções. O prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB) parece cada vez mais distante da reeleição. Alvo de um processo de impeachment em que já há votos para destituição, ele ainda disputava com equilíbrio um lugar no segundo turno com Sebastião Melo, do MDB, até a pesquisa Ibope do fim de outubro.

Outra exceção é o Rio, onde o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos) briga com Benedita da Silva (PT) para chegar ao segundo turno contra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). Crivella enfrenta uma rejeição de mais de 50%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com apenas cinco votos contrários, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta terça-feira, 26, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga o chefe do poder Executivo que deseja disputar a reeleição a se afastar do cargo. Hoje, a licença é obrigatória apenas para aqueles que vão concorrer a um cargo diferente do que ocupam. É o caso do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que deve se licenciar em abril, seis meses antes do pleito, para concorrer a Presidência da República.

Embora a discussão tenha explicitado uma divisão entre as posições, até mesmo integrantes de partidos da base, como Eunício Oliveira (PMDB-CE), votaram a favor da proposta. Os votos contrários vieram dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), José Pimentel (PT-CE), Romero Jucá (PMDB-RR), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Por se tratar de uma PEC, o texto ainda precisa ser apreciado pelo plenário do Senado, em dois turnos, além de passar pela Câmara dos Deputados.

##RECOMENDA##

A proposta de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS) previa inicialmente o afastamento de presidente, governadores e prefeitos que pleiteiam a reeleição quatro meses antes. O texto aprovado, modificado pelo relator da proposta, Luiz Henrique (PMDB-SC), sugeriu que a licença ocorra "a partir do primeiro dia útil após a homologação da candidatura", ou seja, após as convenções partidárias, em junho.

Na prática, a proposta abre brechas para que os vices que não compuserem a chapa à reeleição, os presidentes do Legislativo ou do Judiciário ocupem a cadeira de presidente, governadores e prefeitos. No caso do governo federal, por exemplo, o texto permite que o vice-presidente, Michel Temer, esteja à frente da Presidência por pelo menos três meses. Permanecendo Temer como vice na chapa de Dilma, o próximo na sucessão é o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Como o deputado vai disputar a eleição de outubro - Alves deve ser tentar se reeleger deputado -, não poderia estar na Presidência, cabendo ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a prerrogativa de chefiar o Executivo federal no período. Se o senador decidir concorrer ao governo de Alagoas, a cadeira da presidente Dilma fica temporariamente nas mãos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.

Para o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), a proposta criará uma nova "novela". "Se o nosso interesse é garantir a transparência do pleito, temos que ter coragem de votar o fim da reeleição. Aqui estamos estabelecendo uma renúncia obrigatória e, diante da falta do titular, vamos criar uma insegurança jurídica", afirmou o senador.

A autora do projeto rebateu a alegação de Braga. "Qual o mal tem de, eventualmente no caso do presidente da Republica, se o presidente do STF assumir a Presidência?", questionou Ana Amélia. Na justificativa do projeto, a senadora argumenta que a permanência de chefes do Executivo no cargo durante a campanha à reeleição "tem sido um fator de desequilíbrio nas disputas eleitorais". "Todo um sistema de regras foi criado para tentar coibir o uso da máquina do governo nas campanhas por parte de prefeitos, governadores e do presidente da República, sem sucesso aparente", argumentou.

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que altera a chamada Lei Pelé e limita o número de reeleições de dirigentes de entidades esportivas. Se aprovada em plenário, a alteração vai fazer com que um dirigente possa ter apenas dois mandatos consecutivos, concorrendo apenas uma vez à reeleição.

O Projeto de Lei 253/2012 é de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e determina também que um mandato não pode ter duração maior do que quatro anos. Assim, os presidentes das entidades como confederações e federações não poderiam permanecer mais do que oito anos no cargo.

##RECOMENDA##

De acordo com a proposta, ficam ainda proibidas as eleições de cônjuges e parentes dos dirigentes, até o segundo grau ou por adoção. "A matéria segue agora para a Câmara dos Deputados e lá tenho certeza de que os representantes do povo brasileiro deverão apreciar com a presteza e a diligência necessárias", comemorou Cunha Lima.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando