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Em mais uma promessa, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, reforçou seu compromisso em reindustrializar e produzir empregos na região Nordeste, região onde obteve o pior desempenho do primeiro turno e que seu adversário no segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acumula vantagem.

"O Nordeste vai ser reindustrializado, vai ter emprego para o Nordeste, e estamos em andamento, não paramos desde o começo, em buscar alternativas para o futuro", disse o chefe do Executivo, em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, na noite desta quinta-feira (20). "Não gosto de falar porque soa promessa. Mas isso já não é uma promessa, é uma coisa que a sair do papel, é uma realidade", emendou.

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No sábado (15), em agenda em Fortaleza, no Ceará, o presidente já havia renovado promessas para a região e, em meio a frases polêmicas envolvendo a população nordestina, ele alegou nunca tê-la criticado. No início de outubro, Bolsonaro relacionou a alta votação de Lula no Nordeste à taxa de analfabetismo na região. "Lula venceu em 9 dos 10 Estados com maior taxa de analfabetismo. Você sabe quais são esses Estados? No nosso Nordeste. Não é só taxa de analfabetismo alta ou mais grave nesses Estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores na região", disse.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, esteve nesta sexta-feira (19) em Osasco (SP), onde conversou com funcionários de três das empresas que funcionam no antigo terreno da Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários (Cobrasma). O local foi simbolicamente escolhido para destacar uma das propostas do ex-governador do Ceará: a necessidade de estabelecer um novo pacto entre governos, empresários e trabalhadores para reindustrializar o país. 

“Escolhi este lugar porque ele é simbólico do problema do Brasil. Aqui, funcionava uma grande empresa brasileira que, no auge, empregava 12 mil pessoas. Hoje, vocês são ao redor de 600 pessoas”, comentou Ciro Gomes ao discursar a empregados da Comercial Brasileira de Ferro e Aço (CBFA), uma das companhias que funcionam em parte do enorme terreno pertencente à antiga Cobrasma. 

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Inaugurada em 1944, a Cobrasma foi a primeira fabricante de equipamentos ferroviários em aço do Brasil. Depois, passou a produzir peças para a indústria automobilística e Petrobras e chegou a ser qualificada para fabricar equipamentos para produção de energia nuclear. Em 1998, encerrou as atividades. Dados da própria Cobrasma indicam que o número máximo de empregados, 6.833, foi registrado em 1964, a partir de quando começou a decair. 

“Pessoas perderam a oportunidade de defender suas famílias com salários decentes, previdência, aposentadoria, somando-se [aos atuais] quase 10 milhões de brasileiros que estão desempregados e a outros 5 milhões de desalentados que desistiram de procurar emprego”, acrescentou o candidato, referindo-se a dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Para o candidato, que defende que a política industrial deve ser o centro de qualquer projeto de desenvolvimento nacional, a campanha eleitoral é o momento de os candidatos apresentarem soluções para os problemas que o país enfrenta, como a má qualidade da educação e o baixo crescimento econômico. 

“Uma campanha não deve ser uma troca de insultos, uma briga, mas sim uma ocasião para que cada candidato apresente um diagnóstico sobre o que está acontecendo com o Brasil. Sobre porque há tanta gente desempregada. Por que o salário-mínimo tem, hoje, o pior poder de compra dos últimos 20 anos e por que a inflação voltou pesada nos alimentos? Por que a educação do filho do trabalhador não prepara para a disputa cada vez mais difícil da vaga de trabalho moderna. A ocasião política é esta.”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 3, que o processo de reindustrialização da economia brasileira será impulsionado porque o País é uma "democracia segura" para receber investimentos. A declaração foi feita por videoconferência durante a cerimônia, em Brasília, de posse da nova diretoria da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Segundo Guedes, o mundo passa agora por um processo de reconstrução das cadeias globais de produção e o Brasil se beneficiará desse processo garantindo segurança energética e alimentar para o mundo.

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"A ruptura das cadeias globais começou com a guerra comercial entre China e Estados Unidos. A pandemia acelerou isso e a guerra na Rússia também aprofundou o problema. O jogo agora é a reconfiguração das cadeias produtivas globais. Somos uma democracia segura para receber investimentos", disse.

O ministro da Economia afirmou que o processo de desindustrialização no Brasil nas últimas três décadas decorreu do encarecimento do dólar, dos juros altos, da complexidade tributária e da inflação descontrolada.

"Tudo o que fazemos é na direção inversa. Reduzimos impostos e propusemos ao Congresso a redução do Imposto de Renda para as empresas. Temos um Banco Central independente e vamos lutar para recuperar a economia", disse.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Roriz Coelho, disse, nesta segunda-feira, 26, que o Brasil tem condições de dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita entre 15 e 20 anos. "Isso é possível e para isso precisamos elevar os investimentos e a participação da indústria de transformação no PIB", comentou.

De acordo com Roriz, para que a renda per capita do País avance da marca atual, próxima a US$ 11 mil, para US$ 22 mil, até 2029, seriam necessários alguns avanços da economia: o crescimento médio do Brasil deveria atingir 5,3% por ano no período, o que levaria à renda dos cidadãos a subir 4,7% a cada 12 meses.

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Ele destacou que há exemplos internacionais de países que dobraram a renda per capita num prazo rápido: Japão e Coreia do Sul levaram 13 anos, a França precisou 18 anos e no caso da Alemanha foram necessários 20 anos, de 1957 a 1977.

O vice-presidente da Fiesp destacou ainda que seria relevante também que os investimentos saíssem de 18,1% do PIB atingido em 2012 para a média de 23,7% ao ano nos próximos 15 anos. Seria importante, por fim, o incremento dos anos de escolaridade dos trabalhadores de 9,1 anos para 12,3 anos, o que ajudaria a elevar a produtividade para um avanço médio de 2,3% no período.

Esses fatores juntos colaborariam muito para que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil subisse de 0,717 para 0,8 em 15 anos. "Podemos levar quatro décadas para atingir esse nível de desenvolvimento, mas é possível avançarmos com maior rapidez". Coelho participou do seminário Reindustrialização do Brasil - Chave para um projeto nacional de desenvolvimento, realizado na sede da Fiesp.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que não falta dinheiro no Brasil para a implementação de projetos, mas sim falta de gestão por todo lado. "As pessoas pensam que as coisas no Brasil são de graça. Não são. Este ano a arrecadação deverá chegar a R$ 1,7 trilhão. Não falta dinheiro no Brasil. Falta é gestão por todos os lados", criticou Skaf, acrescentando que por isso faltam infraestrutura, saúde e educação de qualidade.

Segundo ele, um trabalhador sem educação e sem boa saúde não consegue produzir bem. "Não temos como cobrar produtividade de uma pessoa que não tem boa saúde e educação". Paulo Skaf participou, nesta segunda-feira, 26, da abertura do seminário Reindustrialização do Brasil - Chave para um projeto nacional de desenvolvimento, realizado na sede da Fiesp.

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