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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, protocolou ofício no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) defendendo a nova política de preços de combustíveis adotada pela Petrobras. O documento foi entregue pessoalmente na tarde desta terça-feira, 11, em reunião com o presidente do órgão, Alexandre Cordeiro.

A solicitação é uma resposta à representação da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O ministro pede que o Conselho se pronuncie, o mais breve possível, no sentido de "manter a liberdade para o regime de livre precificação de combustíveis no País" e arquive a representação da entidade.

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Silveira afirma que, ao contrário do que alega a entidade, não há evidência de interferência na nova política adotada pela Petrobras e diz que a metodologia é de responsabilidade da diretoria executiva da estatal. Ele defendeu que cabe aos associados da Abicom "melhorarem a eficiência econômica de suas operações, ao invés de buscar tabelar os preços da Petrobras."

"A Abicom tem declarado, na mídia, que houve interferência do governo na definição da nova estratégia comercial da Petrobras para precificação de combustíveis líquidos. Porém, conforme passaremos a expor, não há qualquer evidência de que isto ocorreu, muito menos pertinência nas declarações da referida associação", diz o ministro no ofício.

O ministro destaca que, em seu entendimento, cada agente é livre para definir seus preços. "Não há qualquer dispositivo legal ou obrigação imposta a nenhum agente para seguir o chamado Preço de Paridade de Importação (PPI)", diz.

Crítico à antiga política da Petrobras, o ministro afirma que o PPI é uma "abstração". Ele defendeu que os preços de combustíveis no País devem seguir a oferta, a demanda e os preços de todos os agentes que atuam no mercado. Ainda, que mesmo quando a companhia seguia o PPI, havia reclamações da Abicom.

"Ao se adotar a obrigação do PPI, a Petrobras sempre praticava o preço do seu pior concorrente, do importador mais ineficiente e, por óbvio, beneficiava os associados da Abicom e prejudicava a sociedade brasileira com os preços mais altos possíveis", afirmou.

Questionado sobre a expectativa de uma resposta do Cade após a reunião, o ministro afirmou que o Conselho "tem seu tempo" para analisar o tema. Porém, disse que acredita que o órgão não irá impedir que a competitividade interna dos combustíveis ou de qualquer outro mercado no Brasil se dê através do próprio mercado.

"Tenho absoluta convicção que, pela qualidade da composição desse importante Tribunal que tem como foco, não tenho dúvida, defender o consumidor brasileiro, que ele não vai impedir que a competitividade interna dos combustíveis ou de qualquer outro mercado no Brasil se dê através do próprio mercado, e não através do que os importadores tentam fazer nesse momento. Que é impedir que o mercado seja livre para que tenhamos solução no preço de gasolina, diesel e gás de cozinha."

O ministro voltou a defender que a Petrobras seja a grande indutora da competitividade de preços de combustíveis, em especial de derivados, como gasolina, gás de cozinha e diesel. Segundo ele, cabe ao governo garantir quantidade necessária ao suprimento, ou seja, que não haja desabastecimento e a qualidade do produto.

"Cabe a nós fazer o bom debate e o bom combate para que não haja abuso de preços. Diante disso, fica claro que ninguém é contra os importadores. Pelo contrário, nós queremos que os importadores sejam cada vez mais criativos, inclusive para que possam criar competitividade interna. Até com a própria Petrobras", afirmou.

Contato: marlla.sabino@estadao.com

Nesta quinta-feira (2), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) usou suas redes sociais para dizer que pedirá afastamento do mandato. Em entrevista com a GloboNews, o parlamentar afirmou que a decisão foi influenciada pelo fato de que ele testemunhou um diálogo em que o então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) teria proposto a organização de um golpe de estado. Do Val diz que Bolsonaro estava presente na reunião e concordou com a sugestão.

Segundo o parlamentar, o plano envolvia manter ativos os acampamentos golpistas enquanto seria gravada, sem autorização, uma conversa que tentasse comprometer o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre Moraes. "Eles me disseram: 'Nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte. E você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa pra dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso”, disse Do Val.

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O parlamentar, então, teria pedido um tempo para analisar a proposta e responder em um segundo momento. Em seguida, Do Val fala que procurou Alexandre de Moraes, a quem revelou o plano. O ministro teria ficado surpreso e classificado a proposta como “um absurdo”.

Na madrugada de hoje, Do Val fez uma publicação em que relata estar sofrendo com problemas de saúde. Ele também aponta hostilidades que vem sofrendo como definitivas para sua renúncia.

"Após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto, venho através desta, comunicar a todos os capixabas a minha saída definitivamente da política", afirma o post.

Representantes da cúpula do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) delimitaram publicamente nessa terça-feira a atuação de cada um dos dois Poderes no caso do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), após o presidente Jair Bolsonaro perdoá-lo de condenação imposta pela Corte. Presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) disseram que cabe ao Legislativo a palavra final sobre cassações. Em despacho na ação penal contra o parlamentar, o ministro-relator, Alexandre de Moraes, afirmou que Silveira, apesar do ato presidencial, está inelegível.

As manifestações refletem uma negociação iniciada entre os chefes das Casas Legislativas e ministros do STF para buscar uma solução à crise institucional. Ela passa por um entendimento acerca da prerrogativa da Câmara de avaliar a manutenção do mandato do deputado, enquanto seria mantida a decisão do STF de torná-lo inelegível. A Corte reconheceria a prerrogativa de Bolsonaro de conceder o perdão, deixando-o livre da cadeia.

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O primeiro a defender ontem o protagonismo do Congresso no caso foi Pacheco. Segundo ele, a cassação de Silveira precisa passar pela análise da Câmara. "(Em) Uma situação de decretação de perda de mandato por parte do Judiciário, há a necessidade de se submeter à Casa Legislativa, para que a Casa Legislativa decida sobre isso", disse o presidente do Senado a jornalistas após participar de seminário do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

No dia em que Bolsonaro publicou perdão à pena de oito anos e nove meses de prisão de Silveira, Pacheco afirmou, em nota, que o ato não poderia ser revogado, mas deputado não poderia se candidatar. A declaração vai ao encontro do posicionamento de Moraes, que tratou do assunto no despacho em que mandou anexar o decreto presidencial à ação penal na qual o parlamentar foi condenado por incitar a violência contras ministros do STF e atacar a democracia.

A Corte mandou também a Câmara cassar Silveira - há questionamentos se a decisão deve ser automaticamente cumprida ou submetida ao plenário, e se o perdão atinge as punições além da pena de prisão. Por se tratar de condenação em órgão colegiado, o deputado não poderia se candidatar, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Bolsonaro concedeu ao aliado a chamada graça, com perdão irrestrito, e disse que a medida será cumprida.

De acordo com Pacheco, "a melhor inteligência da Constituição" indica que a apreciação de cassação cabe a "maioria dos pares" no Legislativo. "Mandato outorgado pelo voto popular só pode ser retirado pela própria Casa Legislativa através da votação de seus pares", afirmou Pacheco.

Prerrogativa

Cinco dias após Bolsonaro conceder o perdão, Lira se manifestou sobre o caso do colega. O presidente da Câmara disse que cassação é prerrogativa do Congresso. Enquanto o STF julgava Silveira, Lira recorria para que o Legislativo tenha a palavra final após decisões da Corte, que tem defendido que o Congresso Nacional tem apenas de cumpri-las.

"O recurso que nós fizemos não se trata, absolutamente, de nenhum caso específico, é para que a gente ratifique, claramente, o entendimento que as duas Casas (Câmara e Senado) têm. Em detrimento de condenação, a cassação do mandato parlamentar só pelo Congresso Nacional", disse Lira, ao ressaltar que a Casa "não abre mão" dessa prerrogativa constitucional.

Segundo ele, o entendimento da assessoria jurídica da Câmara dos Deputados é de que o Supremo tem a competência para julgar, o presidente da República tem a prerrogativa de conceder o perdão e o Congresso é que tem de decidir sobre mandato parlamentar.

No seu despacho, Moraes afirma que o decreto em favor de Silveira não alcança a inelegibilidade, conforme entendimento pacificado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele escreve que o ato foi anexado para analisar se o perdão pode ser concedido antes do trânsito em julgado - antes de esgotados todos os recursos da defesa e da acusação - e para definição dos efeitos secundários, como não poder se candidatar.

A decisão de Alexandre não tem relação com a análise da constitucionalidade do decreto, a qual será feita pelos ministros da Corte durante o julgamento de ações que questionam o perdão concedido e estão sob relatoria da ministra Rosa Weber. A magistrada deu dez dias para que o Planalto se manifeste. Ainda não há data para que o Plenário da Corte analise o caso.

Respeito

No entanto, Moraes escreve que, apesar de a concessão da graça ser ato discricionário e privativo do chefe do Poder Executivo, ela "não constitui ato imune ao absoluto respeito à Constituição Federal". Dessa forma, o decreto é passível de controle pelo Judiciário, que se incumbe de analisar se as normas contidas na medida "estão vinculadas ao império constitucional".

O ministro ainda intimou a defesa de Silveira a se manifestar, em 48 horas, sobre o perdão e também o descumprimento de medidas cautelares por parte do deputado. Como mostrou o Estadão, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal informou ao Supremo anteontem que a tornozeleira eletrônica do deputado está descarregada desde 17 de abril, domingo de Páscoa. Ontem, ele foi ao Congresso e disse que estava sem o equipamento. Após a manifestação da defesa, a Procuradoria-Geral da República terá 48 horas para se manifestar sobre o assunto.

Tensão

Bolsonaro manteve a tensão elevada no embate com o Judiciário. Ontem, ele fez novas críticas ao Supremo, sem citar explicitamente o caso de Silveira. "Não podemos admitir que alguns de nós, que podem ter certos poderes, interfiram no destino da nossa Nação", afirmou o presidente ao participar da abertura da 23.ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) será o relator do processo sobre a prisão de seu colega Daniel Silveira (PSL-RJ), preso na noite de terça-feira (16) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após dirigir ameaças e ofensas aos integrantes da Corte e fazer apologia da ditadura militar. A Câmara decidirá nesta sexta-feira (19) o destino de Silveira, e a tendência é que mantenha a prisão.

Antes de ser escolhido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), como relator do caso, Sampaio publicou um vídeo em sua página no Facebook condenando a atitude de Silveira.

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"Não se pode conceber que, a pretexto dessa mesma liberdade (de expressão) você venha incitar movimentos antidemocráticos. E, mais do que isso, o uso da violência e da ameaça para constranger ministros da mais alta Corte do nosso País", disse o tucano, que já foi promotor, na quarta-feira (17).

Líderes de pelo menos 11 partidos vão orientar suas bancadas a votar pela manutenção da prisão de Silveira. A mudança na estratégia para salvar o deputado ocorreu depois que o plenário do Supremo ratificou por unanimidade (11 a 0), na quarta, a decisão de Moraes, responsável por determinar a prisão em flagrante do parlamentar. Os deputados, muitos deles investigados, como o próprio Lira, não querem afrontar a Corte.

Além disso, antes mesmo da conversa entre Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira, 18, a equipe econômica já havia manifestado preocupação com o fato de o imbróglio político prejudicar a votação de medidas importantes, como as reformas.

O argumento de que a Câmara não pode perder tempo com crises envolvendo um deputado extremista, em detrimento de uma pauta necessária para a retomada da economia, serviu para convencer até o Centrão a abandonar Silveira.

Até agora, o presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a prisão do aliado. Apoiadores do presidente, no entanto, têm usado as redes sociais para pressionar deputados a votar pela liberdade de Silveira. A hashtag #DanielSilveiraLivre é um dos principais assuntos do Twitter.

"Os parlamentares prestarão contas se ratificarem a decisão ilegal do STF", disse o presidente do PTB, Roberto Jefferson.

O pastor Silas Malafaia ameaçou fazer campanha contra os deputados da bancada evangélica que votarem por manter a prisão do parlamentar. "Deputado evangélico que votar em favor dessa aberração jurídica de manter um deputado preso por suas falas vou denunciar (...), para nunca mais ser votado por nós", afirmou Malafaia.

A Mesa Diretora da Câmara protocolou nesta quarta-feira (17) representação contra o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) no Conselho de Ética, abrindo caminho para a cassação do parlamentar. O documento foi encaminhado "para fins do art. 240" do regimento interno da Câmara, dispositivo que estabelece as condições para que um deputado perca o mandato. O texto diz que Silveira quebrou o decoro parlamentar e abusou de suas prerrogativas ao ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e fazer apologia ao Ato Institucional nº 5, o mais duro da ditadura militar.

"Incorreu em abuso de prerrogativa ao publicar vídeo em que durante 19m9s, além de atacar frontalmente os ministros do STF por meio de diversas ameaças e ofensas à honra, expressamente propõe medidas antidemocráticas contra aquela Suprema Corte, defendendo o AI-5, a substituição imediata e a adoção de medidas violentas contra a vida e a segurança de todos os ministros", destaca a representação, assinada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).

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Responsável por decisões administrativas e também políticas, a Mesa Diretora da Câmara determinou ainda, nesta quarta, 17, a reativação do Conselho de Ética, que está parado desde o ano passado, por causa da pandemia do novo coronavírus. "Registre-se que o representado é investigado em inquérito policial no STF, a pedido da Procuradoria-Geral da República, por outros atos que também poderiam configurar abuso de prerrogativas", afirma o documento, em referência a Silveira.

Lira tentou demover o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de decretar a prisão de Daniel Silveira. Sem sucesso, passou o dia em conversas com líderes partidários em busca de acordo para contornar a crise.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho "03" do presidente Jair Bolsonaro, saiu em defesa de Silveira no Twitter. "Dentre outros fatores, amanhã votarei pela libertação do Dep. Fed.@danielPMERJ em nome das garantias da imunidade parlamentar, liberdade de expressão, devido processo legal, ampla defesa e contraditório", escreveu o deputado.

Esta é a primeira prova de fogo do presidente da Câmara, que assumiu o comando da Casa no dia 1º, e tenta encontrar uma solução para evitar uma crise institucional. Lira é réu em processos que tramitam no STF. A derrubada da decisão de Moraes pelo plenário da Casa pode soar como enfrentamento à Corte. Todos os 11 ministros do Supremo referendaram a decisão de Moraes.

A temperatura da Câmara sobre o caso mudou ao longo do dia. Até meados da tarde, a estratégia era revogar a prisão de Silveira ­- prerrogativa que a Constituição reserva aos parlamentares no plenário -, mas, mesmo assim, indicar uma punição, abrindo um processo contra ele no Conselho de Ética da Casa.

Após os 11 ministros do STF decidirem manter a prisão em flagrante, porém, muitos aliados bolsonaristas mudaram o tom e passaram a admitir a prisão de Silveira. Mesmo assim, a Câmara está dividida, como mostrou a mensagem postada por Eduardo Bolsonaro. Uma reunião do colégio de líderes foi convocada para a tarde desta quinta-feira, 18, com o objetivo de tratar do tema.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou, nesta quarta-feira (17), que a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) "não é assunto de governo". Ex-vice-líder do governo, Silveira foi preso ontem por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o deputado publicar vídeo com ofensas e ameaças a membros da Corte.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PR), convocou para esta tarde reunião extraordinária da Mesa Diretora da Casa e do colégio de líderes para tratar sobre a prisão de Silveira. Os parlamentares devem definir quando a Casa vai analisar o assunto em plenário. Em caso de prisão de parlamentares em flagrante de crime inafiançável, a Constituição prevê que a respectiva Casa legislativa delibere sobre a detenção.

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"Não é assunto de governo", disse Barros ao Estadão/Broadcast ao ser questionado se o governo havia definido alguma posição sobre a prisão de Silveira e se o caso seria comentado. A prisão do deputado foi determinada no âmbito do inquérito que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra ministros do Supremo e seus familiares. O caso pode ser analisado pelo plenário do STF nesta quarta-feira.

Daniel Silveira também é investigado no inquérito que mira o financiamento e organização de atos de teor antidemocrático em Brasília. Em aceno ao STF, o envolvimento no inquérito que apura as manifestações foi um dos motivos para a destituição de Silveira da vice-liderança do governo.

Na época, em julho do ano passado, o deputado bolsonarista chegou a dizer que sua saída do cargo era para acomodar parlamentares do Centrão. No mês seguinte, Ricardo Barros assumiu a liderança do governo na Casa no lugar do então líder Vitor Hugo (PSL-GO). E, em 30 setembro de 2020, o governo nomeou dez novos nomes, totalizando 14, para a vice-liderança na Câmara para que cada partido da base de apoio ao governo tivesse um cargo na liderança.

Indicado pelo Centrão para a presidência da Câmara, Arthur Lira tem agora o primeiro teste diante do Judiciário desde que assumiu o comando da Casa. Em suas redes sociais, Lira se comprometeu a tratar a prisão de Silveira com "serenidade" e se guiar pela Constituição.

Preso nessa terça-feira (16), por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) coleciona polêmicas desde que se candidatou ao cargo político em 2018. Conhecido por posar ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) e do ex-governador Wilson Witzel (PSC) portando uma placa quebrada com o nome de Marielle Franco (PSOL), vereadora assassinada no Rio, Silveira já havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, também autorizada por Moraes, em junho do ano passado.

Silveira foi preso na noite de terça, após divulgar um vídeo com apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5) e discurso de ódio contra os integrantes do STF. A ordem de prisão em flagrante pela prática de crime inafiançável foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes para ser cumprida "imediatamente e independentemente de horário", o que não é um procedimento comum.

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A liminar de Moraes deve ser referendada pelo plenário do Supremo na sessão desta quarta-feira, 17, e conforme previsto na Constituição, em caso de prisão em flagrante por crime inafiançável, o processo deverá ser enviado dentro de 24 horas para a Câmara, a quem caberá resolver sobre a detenção do deputado.

O vídeo de terça, contudo, não é o primeiro ato polêmico em que o deputado se envolveu. Desde que ainda era candidato, em 2018, até aqui, Silveira coleciona comportamentos problemáticos, desde a destruição de uma placa em homenagem a Marielle Franco - cena que o projetou para o Brasil -, passando pela "inspeção" de colégios no Rio, ameaça de tiro e agressões em protestos.

Relembre algumas das polêmicas envolvendo o deputado:

Destruição de placa em homenagem a Marielle

Então candidato, o deputado se envolveu em sua primeira polêmica ao posar junto de aliados com uma placa quebrada com o nome de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada, em 2018. Ao lado de Silveira estavam o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) e o ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). Na época, Amorim escreveu uma postagem em suas redes sociais afirmando que, com o candidato a deputado federal Daniel Silveira, quebrou ao meio a placa, colocada em uma das esquinas da Praça Floriano, na Cinelândia, no centro do Rio, por apoiadores da vereadora. Ele defendeu que houve uma "depredação do patrimônio público" por parte de aliados de Marielle ao "removerem ilegalmente" a placa com o nome original, "colando uma placa fake". "Cumprindo nosso dever cívico, removemos a depredação e restauramos a placa em homenagem ao grande marechal". E conclui: "Preparem-se, esquerdopatas: no que depender de nós, seus dias estão contados".

'Inspeção' de colégios

Antes mesmo de ser diplomado deputado, em novembro de 2018, o parlamentar eleito resolveu "inspecionar" o Colégio Estadual Dom Pedro II e, depois, disse que a diretora da unidade havia "entregado as chaves do colégio para vagabundos" em 2016, durante manifestações do movimento estudantil. Não há provas que corroborem a versão dele; Silveira afirmou que o colégio é um lugar que "fede a marxismo cultural".

A diretora o processou e o caso também rendeu uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo com o processo, Silveira não parou de tentar "fiscalizar" unidades de ensino. Em outubro de 2019, ele e Amorim almejaram entrar numa unidade do Colégio Pedro II, de competência federal, na zona norte do Rio. Foram alvo de protesto dos alunos, que lembraram do ato envolvendo a placa de Marielle.

Polícia Militar e ameaças de agressões e tiros

Quando duas manifestações - a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro - dividiam a orla de Copacabana, o Estadão revelou uma cena preocupante. Silveira fazia uma transmissão ao vivo dos atos e resolveu se aproximar do cordão de isolamento que dividia os dois grupos. Quando pediu a um policial para deixar que ele se aproximasse dos manifestantes pró-democracia e contrários a Bolsonaro, ouviu do PM que ele já havia mandado "queimar aquela bandeira ali". Em resposta, o deputado assentiu e comemorou a iniciativa.

Silveira foi da Polícia Militar do Rio por cerca de sete anos, até 2018. Tem bom trânsito na corporação e se orgulha da farda: no Twitter, exibe a sigla PMERJ no nome. No mesmo dia da manifestação, pouco depois, o deputado postou um vídeo em que afirma que há muitos agentes armados participando de manifestações pró-Bolsonaro. E que torce para um dos críticos do presidente tomar um tiro "no meio da caixa do peito".

Não parou por aí: disse que ele mesmo gostaria atirar contra um opositor. "eu tô torcendo para isso. Quem sabe não seja eu o sortudo. Vocês me peguem na rua em um dia muito ruim e eu descarregue minha arma em cima de um filho da puta comunista que tentar me agredir. Vou ter que me defender, não vai ter jeito. E não adianta falar que foi homicídio, foi legítima defesa. Tenham certeza: eu vou me defender."

Inquérito do STF e operação da PF

Silveira foi o único político com foro no Supremo alvo de uma operação da Polícia Federal em junho do ano passado, quando foram detidos bolsonaristas acusados de participarem de convocações para atos antidemocráticos, que pregavam o fechamento dos Poderes - inquérito tocado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Em entrevista ao Estadão, Silveira negou ter envolvimento na organização de protestos pró-governo e disse desconhecer a existência de uma centralização na "coordenação ou financiamento" de grupos bolsonaristas. O deputado ainda defendeu que o foguetório contra o STF foi "ato religioso".

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a abertura de um inquérito para apurar "fatos em tese delituosos envolvendo a organização de atos contra o regime da democracia participativa brasileira" no dia 20 de abril. O pedido do PGR foi acatado por Moraes, sorteado como relator.

O deputado nunca disfarçou alguns de seus pensamentos inconstitucionais. No Twitter, por exemplo, já defendeu várias vezes, desde o início do mandato, o fechamento do STF.

A líder do PSOL na Câmara, deputada Talíria Petrone (RJ), anunciou nesta quarta-feira, via redes sociais, que o partido entrará com pedido de cassação do mandato do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara.

Segundo a parlamentar, o PSOL já está articulando para que outros partidos de oposição também assinem o pedido de cassação. "Como deputado, ele não pode ameaçar as instituições democráticas e a imunidade parlamentar não pode ser desculpa para isso" afirmou.

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Silveira foi preso na noite de terça-feira (16) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após ter compartilhado vídeo com apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5) da ditadura militar e ataques e ameaças a membros da Corte.

A Câmara deve analisar ainda hoje e dar uma resposta até o fim do dia à prisão em flagrante de Silveira, aliado do presidente Jair Bolsonaro.

Preso na noite dessa terça-feira (16) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) disse que a decisão que fundamentou a prisão é "louca", e prometeu processar o ministro assim que deixar o cárcere. Silveira falou à reportagem do Estadão enquanto era levado para a Superintendência da Polícia Federal no centro do Rio de Janeiro (RJ).

A ordem de prisão em flagrante foi expedida por Alexandre de Moraes após o deputado bolsonarista publicar um vídeo nas redes sociais com ofensas e ameaças aos ministros do STF. "Não existe flagrante de crime. Não existe crime algum. A decisão é absurda. Não precisa ser jurista para entender que ela é totalmente esvaziada", disse o parlamentar. "É uma prisão muito mais política do que jurídica. No momento, sou um preso político", afirmou.

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A prisão foi determinada por Alexandre de Moraes como parte do chamado "inquérito das fake news", que apura ataques e ofensas contra ministros da Corte. "Em se tratando do Alexandre de Moraes, nada é ilegal né? Nada tem sentido". "A (minha) prisão não faz sentido", disse Silveira.

No começo da noite, Silveira parecia não acreditar que seria preso. "kkkkkk… estou aguardando me prenderem", escreveu ele no Twitter por volta das 19h desta terça. "É claro que vai ser revertida (a prisão). Vai ser revertida e ele (Alexandre de Moraes) vai ser processado. Ele é um marginal da lei. Pode colocar que o Daniel Silveira diz que o Alexandre de Moraes é um marginal. Pode colocar isso aí. E que ele ganhou um inimigo poderosíssimo", afirmou.

O deputado também disse que não defende o fechamento do STF, e sim a destituição dos atuais ministros - hipótese que não existe na Constituição de 1988. "Eu nunca defendi que o Supremo seja fechado. Eu defendi a destituição desses onze ministros e a nomeação de novos onze. E continuo defendendo", disse.

Agora, caberá aos demais deputados decidir se mantém ou não a prisão de Silveira. Conforme determina a Constituição, em caso de prisão em flagrante por crime inafiançável, o processo deverá ser enviado dentro de 24 horas para a Câmara, a quem caberá resolver sobre a detenção do deputado. Logo depois de assinar a decisão, Moraes entrou em contato com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), por telefone. O ministro também conversou com os colegas do STF ao longo do dia para definir a reação da Corte.

A prisão de Silveira marca o primeiro desgaste entre STF e Câmara desde que Lira assumiu o comando da Casa, há duas semanas. Aliados de Lira temem que a decisão leve a uma nova crise entre o Judiciário e o Legislativo.

Em vídeo divulgado nas redes sociais minutos antes de ser preso, na noite desta terça-feira, 16, o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está "entrando numa queda de braço" que não poderia vencer. Moraes expediu no fim da noite desta terça (16) um mandado de prisão por crime inafiançável contra o parlamentar, que mais cedo divulgou vídeo com discurso de ódio contra integrantes da Corte.

A prisão do deputado não é um procedimento comum. Conforme previsto na Constituição, em caso de prisão em flagrante por crime inafiançável, o processo deverá ser enviado dentro de 24 horas para a Câmara, a quem caberá resolver sobre a detenção do deputado.

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Na gravação divulgada após a chegada da PF à sua casa em Petrópolis (RJ), Silveira diz que não iria resistir à prisão e que seria conduzido para a Superintendência da Polícia Federal no Rio.

"Ministro, eu quero que você saiba que você está entrando numa queda de braço que você não pode vencer. Não adianta você tentar me calar", disse o parlamentar, referindo-se a Moraes. "Você acha que vai me assustar e me calar? Eu vou colocar um por um de vocês em seus devidos lugares".

A prisão do deputado foi determinada no âmbito do inquérito sigiloso que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra ministros do Supremo e seus familiares. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, Moraes entrou em contato com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), por telefone, logo depois de assinar a decisão.

Em uma decisão de oito páginas, Moraes destacou que a conduta do parlamentar revela-se ‘gravíssima’, pois atenta contra o Estado democrático de direito e suas instituições republicanas.

Silveira investigado no inquérito que mira o financiamento e organização de atos democráticos em Brasília. Em junho, ele foi alvo de buscas e apreensões pela Polícia Federal e teve o sigilo fiscal quebrado por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Em depoimento, o parlamentar negou produzir ou repassar mensagens que incitassem animosidade das Forças Armadas contra o Supremo ou seus ministros.

A gravação que levou Silveira à prisão foi divulgada após o ministro Edson Fachin classificar como "intolerável e inaceitável" qualquer forma de pressão sobre o Poder Judiciário.

A manifestação do ministro foi dada após a revelação de que um tuíte do general Eduardo Villas Bôas, feito em 2018 e interpretado como pressão para que o Supremo não favorecesse o ex-presidente Lula, teria sido planejado com o Alto Comando das Forças Armadas.

No vídeo, Silveira afirma que os onze ministros do Supremo "não servem pra porra nenhuma pra esse país", "não têm caráter, nem escrúpulo nem moral" e deveriam ser destituídos para a nomeação de "onze novos ministros".

"Fachin, um conselho pra você. Vai lá e prende o Villas Bôas, rapidão, só pra gente ver um negocinho, se tu não tem coragem. Porque tu não tem culhão pra isso, principalmente o Barroso, que não tem mesmo. Na verdade ele gosta do culhão roxo", continuou o deputado. "Gilmar Mendes… Barroso, o que é que ele gosta. Culhão roxo. Mas não tem culhão roxo. Fachin, covarde. Gilmar Mendes… (o deputado faz gesto simulando dinheiro) é isso que tu gosta né, Gilmarzão? A gente sabe", diz o deputado no vídeo de 19 minutos.

O deputado também faz apologia ao AI-5. "(Em 19)64 foi dado o contragolpe militar, que teve lá os 17 atos institucionais. O AI-5, que é o mais duro de todos como vocês insistem em dizer, aquele que cassou três ministro da Suprema Corte, você lembra? Cassou senadores, deputados federais, estaduais… foi uma depuração", diz Silveira. "Com um recadinho muito claro: se fizer besteirinha, a gente volta."

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), bolsonarista que quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, pagou R$ 110 mil por 11 serviços da consultoria Samuel Maciel Sociedade Individual de Advocacia, que ainda não existia legalmente. Apenas um dia depois dos pagamentos, a empresa foi oficialmente aberta, com sede em Petrópolis (RJ), cidade do político. As informações são da revista Época.

Embora tenha utilizado dinheiro do contribuinte para fazer o pagamento, Silveira poderia ter recorrido, sem gastos aos cofres públicos, a uma consultoria legislativa à disposição dos deputados, especializada em 22 áreas. Além disso, o bolsonarista não apresenta documentos que comprovam que o trabalho foi executado. No primeiro contrato de Silveira com a empresa consta que os serviços de "consultoria e assessoria jurídica" duraram de 24 de abril a 23 de maio de 2019.

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A data de abertura oficial da empresa, segundo registra a Receita Federal, é de 25 de abril. As notas fiscais emitidas pela empresa seguintes ao primeiro pagamento seriam quase todas do deputado, um dos pouquíssimos clientes a contratar seus serviços, se não o único, durante um ano. Tanto Silveira quanto o escritório se recusaram a comentar o caso.

  O deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro Daniel Silveira (PSL) está causando nas redes sociais após gravar um vídeo no qual diz que o brasileiro parece só funcionar na “porrada” e o bandido na bala. Ele, que é um dos integrantes da comitiva de parlamentares em visita à China, também faz uma crítica a escritor Olavo de Carvalho.

“Em primeiro lugar, vai pra p… que te pariu. Começa por aí, a quem servir a carapuça, f…-se. Sabe porque, por que o eufemismo não funciona com brasileiro. Brasileiro só parece que funciona na porrada e o bandido na bala. A gente tem que ser desse jeito, tem que ser puto, tem que falar com raiva, tem que odiar o brasileiro”, disse elevando o tom. 

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Silveira também criticou o governo do PT. “Todos nós parlamentares aqui na China botamos nossa cara a tapa para poder enfrentar sempre o sistema comunista que estava se implantando no Brasil. Que você, idiota coletivo, imbecil, que só acredita em uma fonte de um blog que inventa uma m…. e esvazia o conteúdo, ajudou a colocar. Você não falava nada do governo do PT, com Lula, com a Dilma. Com esses imbecis que governavam você, que tirava da sua geladeira, que não aumentavam o seu salário, isso você não falava", disparou. 

“Bastou o Bolsonaro ser eleito e uma comissão ser convidada pela embaixada do Brasil na China e pelo governo chinês para apontar soluções no agronegócio, portuário, de aviação, automobilista e dentre outras tantas tecnologias, que você fala um monte de merda porque o professor Olavo de Carvalho falou sobre a empresa Huawei. O Olavo, professor, guru da sapiência humana e a única fonte de inteligência do Brasil”, ironizou. 

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