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Médicos têm recorrido à morfina e outros opioides para manejar a dor de pacientes com quadros graves da varíola dos macacos. Esses diagnósticos geralmente levam à internação e têm sido mais comuns em pessoas com lesões na região genital ou perianal. Outros casos raros também começam a surgir e podem levar à morte ou à cegueira com inflamações do pulmão, do cérebro e das córneas.

Tratando casos da monkeypox no pronto-socorro do Hospital Emílio Ribas desde os primeiros registros em São Paulo (e no Brasil), o infectologista Fábio Araújo estima que 10 a 20% dos pacientes que passaram por lá foram considerados "graves". Segundo o balanço mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), 7,8% de todos os casos relatados até hoje levaram à hospitalização. Para ser classificado assim, o quadro pode ser caracterizado por uma ou mais lesões que aumentam de tamanho a ponto de a dor ser descrita como insuportável.

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Nesses casos, o uso de paracetamol ou analgésicos clássicos como a dipirona e o tylenol não surte efeito e a maioria dos pacientes precisa receber morfina ou outro opioide como o tramadol (vendido apenas sob prescrição médica) de forma intravenosa. "Hoje, o que define mais comumente como quadro grave é a dor que não pode ser controlada com analgésicos orais. Pela experiência, já estamos utilizando alguns mais fortes porque sabemos que os do cotidiano não têm funcionado", explica Araújo.

"A resposta que os analgésicos têm nos casos graves é bastante pobre e frustrante", aponta o infectologista Rico Vasconcelos, do Hospital das Clínicas. "A opção de escalar para os opioides, como codeína e tramadol, também é uma ideia ruim se for caso de lesão anal ou perianal, porque eles podem causar eventos adversos como a obstipação (ressecamento das fezes). Ao tentarmos tirar a dor do paciente, ele acaba tendo mais."

As preocupações de Vasconcelos não são infundadas. Dados do Dados do Ministério da Saúde apontam que quase 60% dos pacientes registrados até agora apresentaram ferida genital. Já os médicos relatam que os casos graves da varíola dos macacos estão comumente associados às lesões nessa região, na perianal e, principalmente, anal. "São essas que levam mais o paciente para a dor incurável e intratável", aponta Araújo.

Ele relata ter visto uma prevalência desses quadros entre pessoas vivendo com HIV, que correspondem a 41% dos pacientes mapeados pela OMS, ou com alguma forma de comprometimento do sistema imunológico, como tratamento prévio por radio ou quimioterapia e recém-transplantados, como era o caso da primeira vítima fatal da doença no País. Outras populações vulneráveis são os extremos de idades, crianças ou idosos, e gestantes, em quem o vírus pode induzir ao aborto e causar má formação dos fetos.

'Cacos de vidro espalhados pela boca'

O advogado João Pinheiro, de 31 anos, não tem nenhuma das comorbidades mencionadas acima, mas descreveu a dor de uma ferida da monkeypox no seu lábio inferior como "ter cacos de vidro espalhados pela boca e um alicate apertando". A lesão começou no terceiro dia após o surgimento dos primeiros sintomas e, a princípio, foi confundida como um afta. Durante a consulta em um hospital privado de São Paulo, ele foi orientado a tomar medicamentos para a dor em casa.

Menos de uma semana depois, Pinheiro voltou ao mesmo hospital com a ferida agora quase cinco vezes maior e a dor que classificou como "estrondosa". "Você não consegue pensar em mais nada, não tem dignidade, não tem energia. É só dor", conta.

João precisou tomar morfina nas veias por três dias seguidos para aguentar essa dor, que se espalhava do lábio pelo resto do corpo. "Ela começou a melhorar no segundo dia, mas quando diminuíam as doses, atacava de novo." Catorze dias após o início dos sintomas e cinco depois de ser internado, ele recebeu alta para continuar o restante do tratamento de casa.

"Desde o princípio, temos dito para os pacientes que o que melhora mesmo é o tempo", aponta Vasconcellos. "Parece que a doença tem seu curso e vai segui-lo apesar do que você fizer."

Faltam remédios específicos para a varíola dos macacos

Ainda não há acesso a remédios específicos contra a varíola dos macacos ou expectativa de receber doses suficientes para atender a uma grande demanda. Na última sexta-feira, 19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dispensou a obrigação do registro de importação para medicamentos e vacinas relacionados à varíola dos macacos, em uma tentativa de acelerar o acesso do Brasil às poucas doses disponíveis no mundo. "Uma coisa é sabermos os medicamentos e a outra é como conseguí-los", explica o infectologista David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado de São Paulo.

A situação, ele aponta, é da mesma escassez de ferramentas próprias que o Brasil sofreu para combater o coronavírus. Ao longo da pandemia, o País dependeu da importação de insumos e doses, enquanto o desenvolvimento de tecnologias brasileiras até hoje não saiu do papel. No caso da monkeypox, o cenário é agravado pela falta de fármacos voltados especificamente para este tipo do vírus, uma vez que a única vacina e o único medicamente foram criados para tratar a varíola humana (smallpox).

Com isso, o enfrentamento à varíola dos macacos no Brasil volta a depender do fundo rotatório da Opas, braço da OMS na América Latina, para ter vacinas e medicamentos indicados para a doença. O principal desafio é que, novamente, há uma "alta demanda em muitos países", como lembrou o diretor-geral da OMS em seu último pronunciamento sobre o surto, na quarta-feira, 17.

Em coletiva de imprensa na última segunda-feira, 22, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que "o fato de não existir um tratamento específico não quer dizer que não tenha tratamento" possível para a doença. "Até porque o tratamento pode ser pra melhorar sintomas, dor. Relata-se que a dor provocada por essas bolhas e feridas pode ser forte."

"Estamos atrás desses medicamentos e tentando entrar em contato com as indústrias que produzem e as que importam", explica Uip, acrescentando que o esforço tem sido em conjunto com o Ministério da Saúde e o governo federal, com foco inicialmente voltado para atender os pacientes mais graves da doença. "Mas temos indústrias muito produtivas em São Paulo, por exemplo, não podemos depender de outros países todas as vezes e estar sempre correndo atrás do prejuízo."

Inflamações do cérebro, pulmão e córneas

Alguns casos raros de varíola dos macacos não podem depender apenas do passar do tempo. Enquanto os "graves" ainda são minoria, a doença já se manifestou em pelo menos outros três quadros "fora da curva", com evolução de inflamações no cérebro (encefalite), pulmão (pneumonite) e córneas (ceratite), também mencionados na literatura internacional sobre o novo surto.

Para esses pacientes nos quais os sintomas e desdobramentos da doença podem colocar a vida ou a visão em risco, os governos estadual e federal têm tentado importar doses específicas por meio do "uso compassivo". "Estamos tentando fazer esse apelo pela gravidade dos pacientes. Nesses casos, que são diferentes das compras regulares, o remédio é doado pela empresa com uso específico", explica Uip.

Na lista de pedidos para "uso compassivo", estão três remédios: o Tecovirimat, desenvolvido para a varíola humana mas recomendado pela OMS - a Opas, braço da entidade para a América Latina, prometeu 50 doses desse tipo ao Brasil; o antiviral Brincidofovir, usado contra outros vírus do tipo Orthopoxvirus; e o Cidofovir, que também existe na forma de colírio e é mais utilizado para complicações oftalmológicas em pacientes com HIV/Aids.

Apesar de não terem recomendação específica pela OMS ou registro na Anvisa, a FDA (Food and Drugs Administration, agência reguladora dos Estados Unidos criou protocolos recentes para o uso de ambos em pacientes da varíola dos macacos, alertando também que eles podem causar efeitos adversos. "Nosso objetivo é manejar a dor e o conforto, com cuidados locais, para preservar a vida do paciente e depois diminuir dores e sintomas", explica Uip. "Mas esse vírus ainda vai trazer surpresas."

Na coletiva da última segunda-feira, Socorro Gross, representante da OPAS e da OMS no Brasil, frisou que não há evidências específicas e de longo prazo do remédio e da vacina em pacientes da monkeypox. "Nesse momento, os países que estão utilizando a vacina estão desenvolvendo evidências para identificar realmente a efetividade para esse vírus, que é da família dos Orthopox, mas é diferente", explicou.

Hoje, o Brasil é o 3.º país do mundo com mais casos da varíola dos macacos, com 3.896 pacientes confirmados da doença, segundo o balanço mais atualizado desta terça-feira, 23.

O governo do Rio de Janeiro vai abrir, nesta terça-feira (23) à tarde, mais um posto para o diagnóstico de varíola dos macacos. Será em São Gonçalo, na região metropolitana, e vai funcionar de segunda a sexta-feira, no anexo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Columbandê. A Secretaria de  Saúde alertou que não há atendimento clínico ali.

Acrescentou que a coleta de material nos postos será realizada apenas em pacientes encaminhados pelas unidades de saúde da rede pública, após a realização de exame clínico que indique a suspeita de contaminação.

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“O encaminhamento precisa ser feito por uma unidade da rede pública para que os casos suspeitos possam ser notificados e acompanhados adequadamente pelas vigilâncias municipais e estadual”, explicou.

As amostras serão recebidas pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ), no centro do Rio, e enviadas para análise nos laboratórios referenciados pelo Ministério da Saúde no estado do Rio.

“Após o atendimento nos postos de coleta do estado, o paciente deverá retornar à unidade de saúde onde ele recebeu atendimento médico para saber o resultado do teste”, anunciou a Secretaria de Saúde.

Mais postos

Na sexta-feira passada (19), a secretaria inaugurou o primeiro posto de coleta de material para testagem de casos suspeitos da doença no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, no Maracanã, na zona norte da cidade.

Ela prometeu ainda para esta semana a abertura do terceiro posto. Vai funcionar no Centro de Saúde Vasco Barcelos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Segundo a secretaria, a unidade será de referência para atender aos municípios da região que não possuem serviço de coleta.

O planejamento inclui também a abertura de um quarto posto, agora no Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Cidade Universitária, na zona norte.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota técnica (NT 34/2022) com orientações aos centros de reprodução humana (CRHA) assistida envolvendo a varíola dos macacos.

Segundo a agência, embora nenhum caso de transmissão do vírus por meio de células de embriões, sangue ou tecidos tenha sido confirmado, existe potencial para a transmissão por material biológico. A suspeita está baseada em estudos científicos limitados, ou seja, que estão disponíveis neste momento.

Por medida de precaução, a Anvisa recomenda que pessoas com sintomas da doença não doem embriões e gametas pelo período mínimo de 21 dias após o início dos sintomas e a cura total das lesões. Pacientes assintomáticos que tenham contato com pessoas com casos suspeitos ou confirmados devem evitar a doação também por 21 dias, a partir do último dia de exposição ao vírus. 

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"A nota técnica alerta aos médicos, aos responsáveis pelos CRHA e aos pacientes que observem sinais ou sintomas sugestivos da doença, ou mesmo se os pacientes tiveram contatos com pessoas ou animais doentes, para que possam realizar criteriosa avaliação de riscos e benefícios, considerando as possíveis complicações relacionadas à infecção com MPXV [vírus da varíola] durante a gravidez", informa a Anvisa. 

Mais cedo, o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional de prevenção à doença. 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou que o fato de não existir um tratamento específico para a doença não quer dizer que ela não tenha tratamento. Segundo Queiroga, sintomas como dor podem ser amenizados com medidas específicas.

Após o aumento exponencial de casos de varíola dos macacos nos últimos meses, a doença é melhor compreendida, mas muitas dúvidas permanecem, cruciais para saber até que ponto a epidemia pode ser contida.

- Um vírus novo? -

A varíola dos macacos já era conhecida há várias décadas em uma dezena de países africanos. Entre seus sintomas estão a febre e as lesões corporais.

Mas a novidade é que este ano se espalhou para outros continentes. Atualmente, o número de casos supera os 35.000 e também foram registradas as primeiras mortes por esta doença.

O perfil dos infectados também mudou. Trata-se principalmente de homens adultos que mantêm relações com outros homens, em contraste com o que acontece na África, onde a doença afeta principalmente crianças.

Daí vem a primeira pergunta: o vírus mudou por meio de mutações?

"Examinando o genoma, vemos que existem de fato algumas diferenças genéticas", disse a OMS à AFP nesta semana.

"Mas não sabemos nada sobre a importância dessas alterações genéticas e há pesquisas em andamento para estabelecer as [possíveis] consequências dessas mutações na transmissão e gravidade da doença", explicou.

- É sexualmente transmissível? -

Os pesquisadores hesitam em classificar a varíola dos macacos como uma Infecção Sexualmente Transmissível (ISTs), mas está comprovado que os contágios atuais estão principalmente relacionados às relações sexuais.

Esta conclusão, apoiada por vários estudos baseados em centenas de casos, mina a hipótese de um papel importante para a transmissão aérea. Também questiona a necessidade de manter os infectados em quarentena, como é feito em vários países.

No entanto, uma dúvida permanece: o vírus é transmitido simplesmente pelo contato físico durante a relação sexual ou também pelo sêmen?

- Transmissão aos animais ? -

Originalmente, a varíola dos macacos foi identificada como uma doença transmitida principalmente aos seres humanos por meio de animais, especialmente roedores e raramente primatas.

O alto nível de transmissão de pessoa para pessoa é uma característica nova. Mas ainda resta saber se os humanos podem transmitir a doença para os animais.

A questão não é anedótica, pois os animais podem constituir um reservatório de contaminação no qual o vírus pode continuar evoluindo de maneira potencialmente perigosa.

Um estudo de caso publicado na revista The Lancet descreveu recentemente uma primeira infecção de humanos para um cão. Mas até agora é um caso único e, segundo a OMS, o perigo seria que o vírus fosse transmitido a animais selvagens.

"É através do processo de um animal infectar o próximo e o próximo e o próximo que vemos a rápida evolução do vírus", disse Michael Ryan, especialista da OMS, nesta semana.

- Assintomáticos transmitem? -

Ainda não se sabe até que ponto pessoas infectadas com o vírus, mas sem sintomas, podem transmitir a doença.

Um estudo realizado na França e publicado na revista Annals of Internal Medicine, registrou a presença do vírus em alguns pacientes assintomáticos, mas sem determinar se eram transmissíveis.

Esse é um "motivo adicional" pelo qual temos que considerar a varíola dos macacos "como um problema de saúde pública", afirma Stuart Isaac, pesquisador independente do estudo.

- As vacinas são eficazes? -

Diversos países iniciaram campanhas de vacinação, mas as vacinas contra a varíola não foram desenvolvidas especificamente para combater a varíola dos macacos.

Portanto, seu nível de eficácia permanece incerto, embora não reste dúvidas de que fornece certo nível de proteção.

Porém, há sinais promissores no Reino Unido, onde parece que a epidemia está desacelerando. As autoridades britânicas acreditam que a vacina "deveria ter um efeito significativo na transmissão do vírus".

A Indonésia confirmou o primeiro caso positivo para varíola dos macacos, segundo divulgaram autoridades do país. O infectado é um jovem de 27 anos que mora na capital, Jacarta, e voltou de uma viagem ao exterior no dia 8 de agosto, disse o porta-voz do Ministério da Saúde, Mohammad Syahril, em coletiva de imprensa.

Segundo o governo da Indonésia, o homem começou a apresentar sintomas cinco dias depois do retorno e testou positivo para varíola na sexta-feira à noite. Agora ele está isolado em casa, disse Syahril.

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A Indonésia entrou em estado em alerta para a propagação do vírus desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu para os países aumentarem sua vigilância, quando o Reino Unido passou por um surto da doença, em maio. Antes disso, o vírus da varíola dos macacos era endêmico apenas em países africanos. Fonte: Associated Press.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, nesta sexta-feira (19), a dispensa de registro para importação de medicamentos e vacinas destinados à prevenção ou ao tratamento da varíola dos macacos. Na prática, a resolução simplificará a análise documental e facilitará o acesso da população brasileira aos medicamentos ou vacinas para tratamento ou prevenção da doença, diante da situação de emergência de saúde pública de importância internacional declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo decisão, a norma, que terá caráter excepcional e temporário, permitirá que o Ministério da Saúde solicite à agência a dispensa de registro de medicamentos e vacinas que já tenham sido aprovados para prevenção ou tratamento da varíola dos macacos por autoridades internacionais especificadas na respectiva resolução.

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“É importante deixar claro que a Anvisa está exercendo seu papel de agência reguladora. A dispensa de registro é um ato regulatório. E esse ato não significa a aprovação tácita do que vier. Diante de mais um desafio, estamos utilizando uma ferramenta que faz parte do exercício pleno de nossa função”, disse o diretor presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra até o momento 3.450 casos confirmados de varíola dos macacos. Os estados de São Paulo (2.279), Rio de Janeiro (403), Minas Gerais (159) e o Distrito Federal (141) lideram o ranking de casos no país.

Condições

A agência ressalta que as condições do medicamento ou da vacina, em caso de importação, devem ser as mesmas aprovadas e publicizadas pelas respectivas autoridades reguladoras. “O medicamento ou vacina deve ter todos os locais de fabricação, incluindo linhas e formas farmacêuticas, aprovados por autoridades reguladoras integrantes do Esquema de Cooperação em Inspeção Farmacêutica (PIC/S)”, destacou a agência.

A norma prevê também um rito simplificado semelhante ao modelo já adotado para as importações por meio do Covax Facility, a aliança internacional formada para acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição de vacinas contra a covid-19. O pedido de dispensa de registro será avaliado, com prioridade, pelas áreas técnicas da Anvisa e a decisão deverá ocorrer em até 7 dias úteis.

Os grupos vulneráveis e prioritários para uso do medicamento ou vacina ficarão a critério do Ministério da Saúde. A pasta também fará o monitoramento dos medicamentos ou vacinas importados e gerenciará as orientações para notificações de eventos adversos e queixas técnicas e as orientações aos serviços de saúde. Outra atribuição do Ministério da Saúde será assegurar que os medicamentos ou vacinas atendam às condições aprovadas pela autoridade sanitária internacional, garantindo que as vacinas somente sejam utilizadas após a liberação pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

A diretora relatora da matéria, Meiruze Freitas, ressaltou que a Anvisa acompanhará as discussões sobre farmacovigilância e os estudos de efetividade junto à OMS e às autoridades reguladoras internacionais.

Referências internacionais

Pela decisão de hoje serão consideradas as aprovações de medicamentos ou vacinas emitidas pelas seguintes autoridades internacionais:

Organização Mundial da Saúde (OMS)

Agência Europeia de Medicamentos (EMA)

Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA/EUA)

Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA /UK)

Agência de Produtos Farmacêuticos e Equipamentos Médicos/Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão (PMDA/MHLW/JP)

Agência Reguladora do Canadá (Health Canada)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) divulgou, nesta quinta-feira (18), mais uma atualização dos casos notificados envolvendo a varíola causada pelo vírus monkeypox. O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs-PE) contabiliza, até o momento, 240 notificações, sendo 207 casos que ainda estão em investigação, 19 confirmados e 14 casos descartados.
Do total das notificações, 19 pacientes tiveram confirmação laboratorial para a monkeypox e envolvem pessoas residentes nos municípios de Recife (12), Jaboatão dos Guararapes (3), Bodocó (1), Paulista (1), Petrolina (1) e Surubim (1). As faixas etárias são: 20 a 29 (9), 30 a 39 (7) e 40 a 49 (3). Todos são do sexo masculino.
Em todos os casos confirmados, as equipes de vigilância conseguiram identificar vínculo epidemiológico entre os pacientes e pessoas que apresentaram histórico de viagem e/ou que se deslocaram para fora do Estado, em locais que já confirmaram transmissão autóctone da doença. Dos confirmados, todos estão em isolamento domiciliar.
Já os 207 casos que estão em investigação são de pessoas residentes nos municípios de Recife (36), Olinda (27), Jaboatão dos Guararapes (20), Paulista (14), Belo Jardim (10), Limoeiro (9), Cabo de Santo Agostinho (7), Pesqueira (7), Caruaru (6), Abreu e Lima (5), Carpina (4), Vitória de Santo Antão (4), Araripina (3), Ferreiros (3), Ipojuca (3), Petrolina (3), São José do Egito (3), Bom Jardim (2), Buíque (2), Cabrobó (2), Camaragibe (2), Floresta (2), Gameleira (2), Garanhuns (2), Igarassu (2), São João (2), Tabira (2), Afogados da Ingazeira (1), Alagoinha (1), Araçoiaba (1), Camocim de São Félix (1), Goiana (1), Ilha de Itamaracá (1), Inajá (1), Ipubi (1), Itaquitinga (1), Jucati (1), Lagoa do Carro (1), Nazaré da Mata (1), Passira (1), Paudalho (1), Pedra (1), Pombos (1), Rio Formoso (1), Salgueiro (1), Serra Talhada (1), Tacaimbó (1), Timbaúba (1), Venturosa (1) e Vertentes (1).
As faixas etárias são: 0 a 9 (20), 10 a 19 (42), 20 a 29 (47), 30 a 39 (35), 40 a 49 (32) e 50 a 59 (18) e 60 e mais (13), sendo 120 do sexo masculino e 87 do sexo feminino. Os casos notificados estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais.

*Da assessoria 

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O Ministério da Saúde (MS) deverá saber nesta semana quando terá as primeiras vacinas disponíveis contra a varíola dos macacos.

Segundo a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, a fase de tratativas com o laboratório produtor da vacina terminaram, mas falta uma posição do laboratório sobre o calendário de entrega.

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“Esperamos ter o calendário das vacinas nesta semana”, disse ela. “Não temos como apresentar um calendário [de entrega de vacina] neste momento. Sabemos que uma parte das vacinas vai chegar em breve. Esperamos que o fornecedor nos especifique quando nós poderemos transportar a vacina para o Brasil”, disse ela, em coletiva de imprensa, no Ministério da Saúde.

A aquisição dessas vacinas deve ser feita através da Opas, uma vez que o laboratório responsável por elas fica na Dinamarca e não tem representante no Brasil. Assim, o laboratório não pode solicitar o registro do imunizante junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e caso o país queira comprá-lo, a OPAS deve intermediar a transação.

Socorro Gross estava acompanhada do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de secretários da pasta. Queiroga esclareceu que as 50 mil doses solicitadas pelo Brasil, caso cheguem, irão para profissionais de saúde que lidam com materiais contaminados.

“Se essas 50 mil doses chegarem aqui no ministério amanhã, não terão o condão de mudar a história natural da situação epidemiológica em relação à varíola dos macacos. Essas vacinas, quando vierem, serão para vacinar um público muito específico”.

Queiroga também não considera, até o momento, declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por causa da doença. Segundo ele, a área técnica do ministério não se manifestou nesse sentido.

Além disso, de acordo com Queiroga, mecanismos de vigilância em saúde já foram reforçados; pedidos de registros de testes rápidos já foram feitos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e outras providências podem ser tomadas fora do âmbito da Espin, caso seja necessário.

Até o momento, Estados Unidos e Austrália já declararam emergência em seus territórios.

Dados

Na coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde também divulgou dados atualizados sobre a doença. No mundo inteiro foram registrados 35.621 casos em 92 países.

Os países com mais casos são Estados Unidos (11,1 mil), Espanha (5,7 mil), Alemanha (3,1 mil), Reino Unido (3 mil), Brasil (2,8 mil), França (2,6 mil), Canadá (1 mil), Holanda (1 mil), Portugal (770) e Peru (654).

Até o momento, 13 mortes foram registradas, em oito países. São eles: Nigéria (4), República Centro-Africana (2), Espanha (2), Gana (1), Brasil (1), Equador (1), Índia (1) e Peru (1).

No Brasil, foram confirmados até o momento 2.893 casos. Além disso, existem 3.555 casos suspeitos de varíola dos macacos, com uma morte.

Entre os contaminados, 95% são homens e a maioria está na faixa dos 30 anos de idade. Apesar de ser uma doença que acomete, em sua maioria, homens que fazem sexo com homens, o ministro faz um alerta para não se estigmatizar a doença a esse grupo específico ou mesmo discriminá-lo.

“Essas referências feitas aqui a homens que fazem sexo com homens é uma constatação tão somente epidemiológica. Não podemos incorrer nos erros do passado. Nós já sabemos o que aconteceu na década de 80 com HIV/Aids. Não é para discriminar as pessoas, é para protegê-las”.

Queiroga também afirmou que apesar do nome, a doença não é transmitida pelos macacos e fez um apelo para a não agressão desses animais, por medo da doença.

“A varíola dos macacos é uma zoonose e o roedor é a provável origem da zoonose. Não é o macaco. O macaco é tão vítima da doença quanto nós, que também somos primatas. Portanto, não saiam por aí matando os macacos achando que vão resolver o problema da varíola dos macacos”.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco confirmou, nesta segunda-feira (15), mais dois casos da varíola dos macacos. Agora, Pernambuco totaliza 15 casos confirmados da varíola. De acordo com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs-PE), o Estado contabiliza 157 notificações da doença, com 132 casos em investigação e 10 descartados. 

Dos 15 casos confirmados, 10 são de pessoas residentes em Recife, três em Jaboatão dos Guararapes, um em Paulista e um em Petrolina. As faixas etárias são: 20 a 29 (8), 30 a 39 (5) e 40 a 49 (2). Todos são do sexo masculino. Com a nova atualização, os casos importados - anteriormente confirmados - de pessoas residentes do Rio de Janeiro (1) e São Paulo (1) passam a ser contabilizados por seus respectivos Estados.

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A equipe de vigilância conseguiu identificar, em todos os casos confirmados, um vínculo epidemiológico entre os pacientes e pessoas que apresentaram histórico de viagem e/ou que se deslocaram para fora do Estado, em locais que já confirmaram a transmissão originária da doença. Todos os 15 casos confirmados estão em isolamento domiciliar.

No entanto, os 132 casos que estão em investigação, são de pessoas residentes nos municípios de Olinda (18), Recife (14), Jaboatão dos Guararapes (13), Paulista (10), Pesqueira (9), Limoeiro (7), Belo Jardim (5), Abreu e Lima (4), Carpina (4), Vitória de Santo Antão (4), Araripina (3), Cabo de Santo Agostinho (3), Caruaru (3), Bom Jardim (2), Buíque (2), Floresta (2), Gameleira (2), Ipojuca (2), Petrolina (2), Afogados da Ingazeira (1), Alagoinha (1), Araçoiaba (1), Bodocó (1), Cabrobó (1), Camaragibe (1), Ferreiros (1), Garanhuns (1), Goiana (1), Ilha de Itamaracá (1), Inajá (1), Lagoa do Carro (1), Nazaré da Mata (1), Palmares (1), Paudalho (1), Pedra (1), São João (1), Serra Talhada (1), Surubim (1), Tacaimbó (1), Timbaúba (1), Venturosa (1) e Vertentes (1).

As faixas etárias são: 0 a 9 (12), 10 a 19 (29), 20 a 29 (26), 30 a 39 (26), 40 a 49 (16) e 50 a 59 (15) e 60 e mais (8), sendo 79 do sexo masculino e 53 do sexo feminino. Os casos notificados estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os governadores detalharem as medidas tomadas e previstas para combater a varíola dos macacos.

A ordem foi dada em uma ação movida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), que cobra a elaboração de um plano nacional para o enfrentamento da doença e de um cronograma para imunização da população.

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O processo foi distribuído por sorteio ao gabinete de Moraes. Ele também pediu pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU).

Na ação, o PSB disse que falta gestão e planejamento para desacelerar a transmissão da doença. "O controle de constitucionalidade do Supremo Tribunal Federal tem enfatizado que o princípio constitucional da precaução deve orientar as políticas públicas e gerenciar os riscos coletivos, com o devido planejamento estatal das políticas públicas e com estratégia multilateral", afirma o PSB.

O Brasil tem 2.747 casos confirmados da doença, segundo dados divulgados na sexta-feira, 12, pelo Ministério da Saúde. Em duas semanas, o crescimento de notificações foi de 118,2%.

O ministro Alexandre de Moraes foi escolhido como relator de um processo contra o presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o combate à varíola dos macacos.

Na ação, movida pelo PSB, o partido sustenta que houve falta de gestão institucional do governo federal em relação à monkeypox, ou varíola dos macacos, e pede que o STF determine à União e aos Estados campanhas de vacinação contra a doença. O partido também acionou o STF para obrigar o governo a promover a prevenção de grupos vulneráveis, especialmente a comunidade LGBTQIA+, alvo de piadas do presidente em entrevistas dadas recentemente.

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Como relator, Moraes será responsável por julgar o pedido do PSB e determinar se o governo deve cumprir o pedido. "A inexistência de plano nacional efetivo e operacional de combate à disseminação da MONKEYPOX, além da inércia e falta de gestão institucional, promove verdadeira violação à Jurisprudência que se desenvolveu no Supremo Tribunal Federal acerca da necessidade de proteção à saúde pública como um direito indisponível e irrenunciável", diz a petição inicial.

Moraes é alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro pela atuação do ministro no inquérito das fake news e no Tribunal Superior Eleitoral (STF). O ministro vai tomar posse na presidência do TSE no próximo dia 16 e presidirá a Corte durante as eleições. Moraes se reuniu com Bolsonaro no último dia 10, em mais uma tentativa de conciliação entre os dois. O magistrado também foi sorteado para julgar o registro da candidatura de Bolsonaro à reeleição no TSE.

As ocorrências relacionadas à varíola dos macacos mais que dobraram nos últimos dois dias, em Pernambuco. Conforme o monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), as notificações saltaram de 47 para 96 entre terça (9) e quinta-feira (11). 

As notificações se dão pela suspeita do diagnóstico. Do total, 13 homens foram confirmados com a doença. Até o momento, os casos confirmados no estado se concentram na Região Metropolitana do Recife (RMR): oito no Recife, dois em Jaboatão, um de Paulista, um do Rio de Janeiro e um de São Paulo. Os pacientes têm idades entre 20 e 49 anos, e estão em isolamento domiciliar. 

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Outros sete casos já foram descartados, entre eles a ocorrência envolvendo dois reclusos da Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, em Limoeiro. As amostras dos demais reclusos foram enviadas ao Rio de Janeiro para serem analisadas pelo laboratório da Fiocruz. 

Ainda seguem em aberto 76 suspeitas espalhadas por todas as regiões de Pernambuco. De acordo com a SES, os casos em investigação são de moradores das cidade de Recife (15), Olinda (11), Jaboatão dos Guararapes (5), Paulista (5), Abreu e Lima (4), Pesqueira (4) Carpina (3), Caruaru (3), Limoeiro (3), Petrolina (3), Araripina (2), Camaragibe (2), Ipojuca (2), Araçoiaba (1), Belo Jardim (1), Bodocó (1), Buíque (1), Cabo de Santo Agostinho (1), Floresta (1), Gameleira (1), Inajá (1), Nazaré da Mata (1), Rio Formoso (1), Tacaimbó (1), Timbaúba (1), Vitória de Santo Antão (1) e São Paulo (1). 

Nos registros da literatura médica, as lesões causadas pela varíola dos macacos (monkeypox) aparecem como pápulas, marcas sólidas e pouco elevadas que frequentemente evoluem para pústulas, com pus em seu interior, ou para vesículas, bolhas repletas de líquido que, rompidas, se tornam feridas. Com o aumento do número de casos no surto atual da doença, no entanto, outras manifestações clínicas dessas lesões têm sido analisadas por estudos e percebidas por profissionais da saúde.

Segundo o médico dermatologista Egon Luiz Rodrigues Daxbacher, coordenador do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), trata-se de um comportamento esperado quando os casos de uma infecção aumentam ou, então, quando se analisa surtos diferentes da doença. "Estamos nos deparando com quadros diferentes e essas lesões estão começando a ser descritas agora. À medida que mais casos forem reconhecidos e mais exames forem feitos, será possível ter mais informações sobre essas características, se são novas ou fenômenos isolados", explica.

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No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), um dos centros de referência para atendimento de casos da doença no Brasil, também têm sido notadas características que variam da descrição clássica de monkeypox. "Sempre se falou que as lesões estariam em igual estágio, mas, na prática, temos encontrado em diferentes estados; algumas manchinhas, outras pápulas e outras com bolhas, o que seria mais semelhante ao que ocorre na varicela ou na catapora", exemplifica Ana Catharina Nastri, médica infectologista e Supervisora da Enfermaria da Divisão de Infectologia do hospital.

Segundo os médicos, algumas das formas de ocorrência que têm sido registradas são:

- Pápulas

- Pústulas

- Lesões umbilicadas em que no meio da elevação da vesícula há uma saliência para baixo, que se assemelha a um umbigo

- Uma única lesão em todo o corpo do paciente

- Lesões apenas em áreas de mucosas, como a boca

- Lesões em apenas uma parte do corpo

- Superficiais com formação de bolhas

Em casos em que a contaminação ocorreu por contato sexual, as marcas são notadas concentradas na região genital e, segundo informou em nota a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, observou-se que o aspecto delas se modifica em casos em que os diagnósticos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e monkeypox se misturam.

A infectologista ressalta que observações similares têm sido feitas também em outros países. Uma pesquisa científica realizada no Reino Unido e publicada no periódico The British Medical Journal identificou dor na região do ânus e inchaço no pênis como novos sintomas relacionados à ocorrência de monkeypox. Além de lesões cutâneas e da dor, os 197 pacientes que foram submetidos à análise clínica também relataram ter tido febre.

Publicado na mesma revista, um estudo conduzido na Espanha com 185 pacientes registrou uma nova forma de lesão caracterizada pela formação de pseudo-pústulas esbranquiçadas em que não há líquido ou pus. Depois de algum tempo, elas passam por um processo de necrose e rompem na forma de feridas. A pesquisa sugere que as marcas aparecem de forma localizada na região do corpo em que ocorreu a inoculação do vírus no organismo, o que acontece em doenças causadas por outros vírus do gênero Orthopoxvirus e pode, com mais estudos, se demonstrar uma característica do atual surto de varíola dos macacos.

Como diferenciar de outras doenças?

Desde o diagnóstico do primeiro caso de monkeypox registrado na capital de São Paulo, há dois meses, a doença já se espalhou por 67 municípios do Estado. Com 1.370 casos registrados até a terça-feira, 9, a capital concentra hoje 80% dos 1.636 pacientes. De acordo com a experiência clínica obtida até o momento, as marcas da varíola dos macacos podem se assemelhar às provocadas por outras doenças.

Ana Catharina Nastri explica que as lesões têm aparecido nas palmas das mãos dos pacientes, o que era uma característica comumente atribuída à sífilis. No que diz respeito à aparência, elas também podem ser confundidas com feridas causadas por Infecções Sexualmente Transmissíveis, como as manchas vermelhas da gonorreia disseminada, as bolhas localizadas e concentradas da herpes e a própria sífilis, que, segundo a médica, pode desencadear diversos tipos de erupções cutâneas.

Podem, ainda, ser muito semelhantes às lesões umbilicadas e firmes do molusco contagioso - doença relativamente comum em crianças causada pelo poxvírus, parente da varíola - e até mesmo de reações farmacológicas, capazes de desencadear, entre outras manifestações, manchas vermelhas e bolhas na pele.

Em caso de suspeita de infecção, alguns dos fatores a serem considerados são a existência de contato com alguém contaminado, mesmo que indireto, e a existência de lesões. A orientação é procurar atendimento médico para eliminar a dúvida ou efetivar o diagnóstico: "Existem algumas características que são mais sugestivas, como a forma umbilicada, mas já houve resultado positivo para a doença em casos que, apenas observando as lesões, acharíamos que não era", explica a infectologista.

Para Daxbacher, é preciso ter cuidado para que a apresentação de diferentes tipos de vesículas não seja um fator que leve à diminuição das confirmações de casos. "Isso é o mais importante quando descrevemos novas variantes de uma doença; ter as informações para poder suspeitar e realizar o diagnóstico quando ele não necessariamente seria considerado", pontua.

Cuidados necessários com as lesões

Segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola dos macacos é considerada leve, moderada ou grave de acordo com o número de lesões exibidas pelo paciente. Ainda que seja possível que elas não se alastrem por todo o corpo ou, então, que exista uma única ferida, os especialistas reforçam que isso não torna a manifestação da doença menos contagiosa. As formas de prevenção, que incluem evitar contato íntimo com pessoas contaminadas, reduzir atividade sexual com múltiplos parceiros e lavar as mãos antes de comer ou tocar o rosto, permanecem as mesmas.

O mesmo vale para a necessidade de isolamento de pessoas contaminadas e a forma de tratar as lesões em casa, já que os casos em que os pacientes precisam ser internados não são tão numerosos. A recomendação é manter as feridas sempre limpas com água e sabão, sem necessidade de fazer curativos e sem tocá-las com frequência. Se precisar ir ao médico, é preciso cobrir todas as lesões com as vestimentas ao sair de casa e, caso alguma secreção vaze pelo tecido, a peça de roupa é considerada contaminada.

Isolamento

O tempo de isolamento para os casos de varíola dos macacos pode variar de 14 dias a mais de um mês, e só pode ser interrompido quando a pele estiver totalmente recuperada - diferente, por exemplo, da catapora. "Enquanto houver ferimento, mesmo com crosta seca, o paciente ainda é considerado um potencial transmissor", reforça o dermatologista. O tempo que leva para o desaparecimento das feridas varia, a depender de fatores como a extensão coberta por elas, sua quantidade, seu tamanho e se estão na pele ou em tecido de mucosa.

A Secretaria Municipal da Saúde esclarece que todos os pacientes estão em monitoramento pelos órgãos de Vigilância Sanitária municipal e estadual e não apresentam sinais de agravamento. O atendimento para os casos suspeitos está disponível em toda a rede municipal de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), prontos-socorros e prontos atendimentos e, segundo a SMS, a rede conta com insumos para coleta de amostras das lesões cutâneas (secreção ou partes da ferida seca) para análise laboratorial.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, nesta quinta-feira (11), o balanço dos pedidos de registro de produtos para o diagnóstico de varíola dos macacos. No total, foram cinco pedidos e todos já tiveram sua análise iniciada.

Segundo a agência, os dois primeiros produtos foram Viasure Monkeypox Virus Real Time PCR Detection Kit, fabricado na Espanha pela empresa CerTest Biotec, e Monkeypox Virus Nucleic Acid Detection Kit, fabricado na China pela empresa Shanghai BioGerm Medical Technology. Ambos são ensaios moleculares, passaram pela avaliação do corpo técnico da Anvisa e aguardam complementação de informações por parte das empresas solicitantes para continuidade da análise.

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O terceiro produto, que teve o pedido de registro submetido no dia 8 de agosto, também é um ensaio molecular e corresponde ao Standard M10 MPX/OPX, que tem como fabricante legal a empresa nacional Eco Diagnóstica, mas que tem parte da sua produção ocorrendo em outro país. A análise técnica da documentação está em curso.

Os pedidos mais recentes deram entrada na quarta-feira (10). Um deles, o Monkeypox Virus Antigen Rapid Test, o primeiro pedido relacionado a teste rápido para detecção de antígeno, fabricado pela empresa chinesa Shanghai BioGerm Medical Technology, e o produto Kit Molecular Monkeypox (MPXV) Bio-Manguinhos, fabricado no Brasil pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos.

Em nota, a Anvisa destacou que a prioridade é “a avaliação de todos os pedidos de registro de produtos para diagnóstico in vitro que possam ser utilizados como recurso para o enfrentamento da monkeypox [varíola dos macacos, em inglês]”.

Em dois meses completados nesta segunda-feira, 8, a varíola dos macacos se espalhou por 67 municípios de São Paulo. O primeiro caso no Brasil - foi confirmado na capital paulista, em 9 de junho. Hoje, a cidade ainda concentra a grande maioria (80%) dos 1.636 pacientes do Estado, contabilizando 1.305 pessoas infectadas pelo vírus.

A doença se espalhou primeiro pelos municípios vizinhos à capital, atingindo Guarulhos (26 casos), Santo André (25), São Bernardo do Campo (26), Osasco (24) e quase todas as outras cidades da região. Agora, o vírus avança no interior, seguindo das maiores para as menores cidades. Em Campinas, já são 20 casos confirmados, enquanto a pequena Conchas registrou o primeiro paciente positivo no balanço desta segunda. Em Piracicaba, foram confirmados mais quatro casos nesta manhã, dentre os quais está um bebê de apenas um ano.

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Um navio cargueiro com casos suspeitos de varíola dos macacos entre os tripulantes foi autorizado a atracar no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, nesta segunda-feira. A embarcação MV Capitain John P, de bandeira do Chipre, estava fundeada desde a última quinta-feira, 4, em área distante da costa, aguardando autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adentrar o porto.

Três tripulantes com sintomas da doença desembarcaram entre quinta e sexta-feira, 5, e foram atendidos na rede de saúde do município. Eles apresentavam erupções cutâneas compatíveis com as produzidas pela doença, mas o resultado dos exames ainda não saiu. Outros 22 tripulantes permanecem a bordo do navio. O cargueiro saiu do porto de San Lorenzo, na Argentina.

A Anvisa foi informada sobre os casos suspeitos pelo capitão do navio e notificou a Santos Port Authority, que administra o cais, sobre a situação a bordo. A autoridade portuária informou que está seguindo os protocolos sanitários e as recomendações da agência. A entrada do navio no porto foi permitida para facilitar a inspeção que será realizada por agentes da Anvisa e das Vigilâncias Epidemiológicas estadual e municipal. A cidade de Santos tem 4 casos confirmados da doença até o momento.

Transmissão

A Secretaria de Saúde do Estado reforçou que o atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. O vírus da monkeypox, que faz parte da mesma família da varíola, é transmitido entre pessoas e a prevalência de contágio é por contato íntimo e/ou sexual, especialmente com quem apresentar as erupções no corpo. A melhor forma de prevenção é evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; higienizar as mãos com água, sabão e álcool em gel; não compartilhar roupas de cama, talheres, copos e objetos pessoais. Também é recomendado o uso de máscaras, protegendo contra gotículas de saliva entre casos confirmados e contactantes.

O principal sintoma da monkeypox é o aparecimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas no rosto, dentro da boca ou em outras partes do corpo. Outros sintomas são caroço no pescoço, axila e virilha, febre, dor de cabeça, calafrios, cansaço e dores musculares.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu o segundo pedido de registro de kit para teste para monkeypox, a varíola dos macacos. O pedido é para o produto Monkeypox Virus Nucleic Acid Detection Kit e foi apresentado pela empresa Comércio e Indústria de Produtos Médico-Hospitalares e Odontológicos Ltda (CPMH).

De acordo com a agência reguladora, o pedido foi solicitado no dia 2 de agosto e já está em análise pela equipe técnica. Anteriormente, a Anvisa já havia o pedido de registro da empresa Biomédica. A solicitação foi analisada e a reguladora emitiu exigência, que é um pedido de informações e dados necessários para a conclusão da análise pela equipe técnica.

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O processo do registro envolve avaliar fabricação, confiabilidade dos resultados e efetividade para o diagnóstico.

Diagnóstico

De acordo com a Anvisa, atualmente o diagnóstico da monkeypox no país é feito por meio de ensaios moleculares de PCR com metodologia desenvolvida pelo próprio laboratório de análise clínica, com base em protocolos validados. Essa forma de atuação está regulamentada e é equivalente à aplicada por diferentes países, principalmente quando ocorre epidemia por agentes etiológicos emergentes.

Situação no país

Segundo dados do Ministério da Saúde, até ontem (5), 2004 casos de varíola dos macacos foram registrados no país. A pasta acompanha outros 1.962 casos. Até o momento, uma morte foi confirmada pela doença, em Minas Gerais.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou no início da semana  que o Brasil receberá, por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o antiviral Tecovirimat para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos.

 

Os Estados Unidos declararam, nesta quinta-feira (4), emergência de saúde pública pela varíola dos macacos. A medida permite ao governo destinar recursos, coletar dados e mobilizar profissionais adicionais para combater a doença.

"Estamos preparados para elevar a resposta a este vírus para outro patamar e instamos todos os americanos a levarem a sério a varíola dos macacos e a assumirem a responsabilidade de nos ajudar a enfrentar este vírus", disse o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Xavier Becerra.

Com validade de 90 dias e possibilidade de renovação, a emergência foi declarada no dia em que 6.600 casos foram superados no país, cerca de um quarto deles no estado de Nova York. Especialistas acreditam em uma subnotificação porque, muitas vezes, os sintomas são brandos, como lesões simples.

Até agora, os Estados Unidos entregaram cerca de 600 mil doses da vacina comercializada como Jynneos na América do Norte (Imvanex na Europa), desenvolvida inicialmente contra a varíola humana. O número é baixo considerando que cerca de 1,6 milhão de pessoas estão no grupo de alto risco no país.

Cerca de 99% dos casos registrados nos Estados Unidos são de homens que têm relações sexuais com outros homens, informou o Departamento de Saúde na semana passada. Esta é a população prioritária para vacinação.

Diferentemente de surtos anteriores na África, o vírus agora é transmitido principalmente através da atividade sexual, mas os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) advertem que ele também pode ser transmitido dormindo na mesma cama, compartilhando roupas ou por contato próximo prolongado.

No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também declarou a varíola dos macacos como emergência sanitária, uma classificação reservada para as doenças mais preocupantes.

Nesta quinta, a agência reguladora de medicamentos dos EUA, a FDA, afirmou que avalia uma autorização para que os profissionais de saúde apliquem cinco doses de vacina em uma única vez, modificando a forma em que é inoculada.

Os primeiros sintomas da varíola dos macacos são febre alta, inflamação dos gânglios linfáticos e pústulas na pele semelhantes às da varíola humana.

O governo de São Paulo informou nesta quinta-feira, 4, que duas grávidas, cinco crianças e cinco adolescentes foram diagnosticados com a varíola dos macacos (monkeypox) no Estado e estão em isolamento. Embora o vírus tenha se espalhado mais rapidamente entre homens gays e bissexuais, especialistas alertam que a contaminação pode migrar para outros grupos.

"Pode acontecer com todo mundo", disse o secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, David Uip, durante o anúncio de um plano de enfrentamento da doença em São Paulo. Uip ponderou que, até agora, há a prevalência da doença em determinados grupos, como homens que fazem sexo com outros homens, mas essa situação é "transitória". "Daqui a pouco, todas as pessoas vão estar passíveis de contaminação."

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Apesar de a letalidade da doença ser considerada baixa, de um modo geral, e a maioria dos casos não precisar de internação, o risco é maior para grávidas, crianças com menos de 8 anos de idade e pessoas imunodeprimidas, como pacientes com câncer e transplantados. O Brasil registrou, na semana passada, a primeira morte pela doença, de um paciente imunossuprimido. O avanço da doença expõe a necessidade de providências, como a preparação da rede de assistência, cooperação com municípios e capacitação de profissionais.

As medidas anunciadas pelo governo paulista incluem deixar 93 hospitais e maternidades de retaguarda, ampliar a testagem e vigilância genômica nas redes pública e privada e criar um protocolo especial de atenção às gestantes que se infectarem. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, esse hospitais serão referência e receberão os casos mais graves com necessidade de internação e leitos de isolamento ou Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

O Estado de São Paulo já confirmou 1.298 casos da doença, a maior parte no município de São Paulo - atualmente duas pessoas estão internadas. No Hospital Emílio Ribas, referência para doenças infecciosas, chegam diariamente 30 casos suspeitos da doença.

No caso das grávidas diagnosticadas com o vírus, haverá acompanhamento e indicação para o parto em uma unidade de saúde de alto risco. A recomendação geral para o parto, no caso das gestantes infectadas, será a cesariana, para evitar a transmissão ao bebê. Em casos em que não houver lesões na região perianal, pode ser avaliada a possibilidade de parto vaginal.

O governo paulista também orientou que puérperas (mulheres que acabaram de dar à luz) infectadas suspendam a amamentação por 14 dias por precaução. Ainda não está claro se a transmissão pode ocorrer por meio do leite materno. O contato da mãe infectada com o recém-nascido também deve ser reduzido.

Nesta semana, o Ministério da Saúde orientou que gestantes, puérperas e lactantes usem máscaras em lugares fechados e façam sexo com preservativos como forma de se prevenir da doença.

Em relação às crianças infectadas que estão hoje em isolamento, o governo paulista informou que o contágio possivelmente ocorreu após contatos próximos em festas com pessoas contaminadas. O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, lembrou que a contaminação pode ocorrer por meio de beijos e abraços e que, portanto, esse tipo de contato deve ser evitado em caso de suspeita da doença.

Na capital paulista, os registros da doença em crianças levaram a Prefeitura a promover uma capacitação com mais de 3 mil profissionais da Educação, como professores e diretores, para que saibam identificar as lesões e encaminhar os casos suspeitos a unidades básicas de saúde. O curso foi disponibilizado posteriormente no YouTube e já tem mais de 15 mil visualizações.

"É importante que a equipe tenha conhecimento das primeiras lesões. Por isso, temos ampliado a capacitação", explicou o secretário da Saúde da cidade de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco.

O Estado de São Paulo avalia replicar esse tipo de capacitação nas escolas da rede, segundo informou a coordenadora de Controle de Doenças do Estado, Regiane de Paula."Isso é um pouco do que imaginamos que possamos fazer para todo o Estado junto com as escolas estaduais, levar o treinamento e capacitação", disse Regiane.

Uip destacou que a varíola dos macacos é uma doença "absolutamente diferente" da covid-19, do ponto de vista de contágio e letalidade. "Mas não (é diferente em relação à) necessidade de providências." Já o secretário Gorinchteyn lembrou que não se trata, no momento, de uma "emergência de saúde pública", como foi com a covid-19, mas é preciso trabalho integrado.

Entre as medidas anunciadas, o secretário disse ainda que o Estado está investindo na vigilância laboratorial e genômica por laboratórios públicos e privados, sob o comando do Centro de Vigilância Epidemiológica e do Instituto Adolfo Lutz.

A validação de diagnósticos positivos não dependerá da confirmação pelo Instituto Adolfo Lutz, informou a pasta, mas as amostras continuarão a ser enviadas para o instituto estadual a fim de que seja feito o acompanhamento genômico da doença. A rede também vai credenciar outros laboratórios do Estado para a realização de exames em tempo real.

"Você pode errar uma vez, mas não pode ser surpreendido a segunda vez. Na pandemia de covid, faltou governança, resposta rápida, informação, insumos e vacinas até determinado momento. E sobrou o aprendizado. Estamos no meio de uma pandemia e entramos em um surto do monkeypox", disse Uip.

Vacinas e tratamento

O governo paulista ainda aguarda a compra de 50 mil doses de vacina pelo Ministério da Saúde, que serão distribuídas entre os Estados, e a definição de qual será o público prioritário para a aplicação dessas doses. O Instituto Butantan e o Ministério da Saúde também negociam o envio de insumo farmacêutico ativo (IFA) para que a vacina possa ser produzida no Brasil, pelo Butantan ou pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas essas tratativas não terão respostas imediatas.

O município de Limoeiro, no Agreste pernambucano, notificou quatro casos suspeitos de contaminação pelo vírus Monkeypox (varíola dos macacos). A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde, em nota (íntegra no fim da publicação) nessa quarta-feira (3). Os casos foram registrados na Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, em pacientes do sexo masculino e sem histórico de viagem para países endêmicos. 

Segundo o comunicado, os presos receberam atendimento médico, realizaram coleta de material conforme os protocolos vigentes e foram orientados quanto à necessidade de manter isolamento, uma vez que a transmissão do vírus ocorre por contatos próximos com lesões, fluidos corporais (relações sexuais, independentemente de orientação sexual), gotículas respiratórias e materiais contaminados.

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O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Ressocialização (Seres), para obter informações sobre possíveis processos de apuração interna. O órgão informou que as medidas sobre o caso seguirão definições da Secretaria Estadual de Saúde.

Também na quarta-feira (3), a Secretaria Municipal de Saúde de Araripina, no Sertão de Pernambuco, notificou o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos na cidade. No total, Pernambuco tem 18 notificações de possíveis casos de infecção por monkeypox, de acordo com o balanço do último dia 28 de julho. Eram 19, mas uma foi descartada. Um novo balanço deve ser divulgado nesta quinta-feira (4). 

Sete casos tiveram confirmação laboratorial para o vírus e os demais permaneciam sob investigação clínica. Os casos confirmados são de moradores do Recife (3), Jaboatão dos Guararapes (2), além de dois casos de outros estados, Rio de Janeiro (1) e São Paulo (1). As faixas etárias são: 20 a 29 (3), 30 a 39 (1) e 40 a 49 (3). Todos são do sexo masculino. 

Confira a nota da Prefeitura de Limoeiro sobre os novos casos 

A Prefeitura de Limoeiro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que nesta quarta-feira, dia 3 de agosto de 2022, foram identificados os primeiros casos suspeitos de contaminação pelo vírus Monkeypox (Varíola dos Macacos) no Município de Limoeiro, especificamente na Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, em pacientes do sexo masculino e sem histórico de viagem para países endêmicos. 

Imediatamente, a Secretaria de Saúde de Limoeiro adotou, junto à II Gerência Regional de Saúde – II GERES, todas as providências necessárias, realizando contato com a unidade notificadora e, na sequência, iniciando as investigações epidemiológicas e as notificações dos casos junto ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco – CIEVS/PE. 

Os pacientes já receberam atendimento médico, realizaram coleta de material conforme os protocolos vigentes e foram orientados quanto à necessidade de manter isolamento, uma vez que a transmissão do vírus ocorre por contatos próximos com lesões, fluidos corporais (relações sexuais, independentemente de orientação sexual), gotículas respiratórias e materiais contaminados. 

Neste momento, a adoção de medidas preventivas é fundamental, dentre as quais se destacam: manter distanciamento social; lavagem de mãos com água e sabão; uso de máscara cobrindo nariz e boca, e uso de preservativos. 

Por fim, registramos que novas informações serão repassadas conforme o andamento das investigações. 

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O Ministério da Saúde recomendou, nessa segunda-feira (1º), que grávidas, puérperas e lactantes mantenham o uso de máscaras em locais fechados como forma de prevenir a infecção pela varíola dos macacos. A pasta também orienta que esse grupo de mulheres use preservativo nas relações sexuais, uma vez que a transmissão pelo contato íntimo é apontada como uma das causas do novo surto.

O alerta para o uso de camisinha vale para o sexo vaginal, oral e anal, diz a nota técnica do ministério. Embora a doença esteja avançando mais velozmente entre homens que fazem sexo com outros homens, especialistas afirmam que o vírus deve, em breve, se espalhar para outros grupos.

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Ainda conforme o documento, gestantes, puérperas e lactantes devem se manter afastadas de pessoas que apresentem febre e lesões cutâneas. Em casos de sintomas suspeitos, elas devem procurar ajuda médica. Para pacientes sintomáticos, a recomendação é manter isolamento por 21 dias e monitorar os sinais da doença - se persistirem, é preciso fazer novo teste.

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