Tópicos | Villas Bôas

Depois de confessar ter usado um cartão falso de vacinação da Covid-19, a mulher do tenente-coronel Mauro Cid, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, foi envolvida em uma segunda investigação da Polícia Federal: a que mira uma trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas eleições.

Uma perícia no celular dela recuperou conversas golpistas com Ticiana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, após o segundo turno.

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Elas defendem uma nova eleição, com voto impresso, e a destituição do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que segundo Gabriela 'tem que cair'.

"Estamos diante de um momento tenso onde temos que pressionar o Congresso", escreve Gabriela. A filha do general responde: "Ou isso ou a queda do Moraes."

Gabriela também sugere uma mobilização de caminhoneiros, que na época estavam obstruindo rodovias federais em protesto contra a vitória de Lula. "Invadir Brasília como no 7 de setembro e dessa vez o presidente, com toda essa força, agirá."

A mulher de Mauro Cid também parece mobilizar doações aos manifestantes bolsonaristas e convocar amigos para os protestos. "Não estamos mais em tempo de brincadeira", escreve. "As Forças Armadas estão ao nosso lado."

Gabriela chega a sugerir a confecção de cartazes com mensagens como 'senadores covardes', 'Rodrigo Pacheco culpado' e 'impeachment AM' (Alexandre de Moraes).

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EX-PRESIDENTE JAIR BOLSONARO

"O presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado.

Registramos, ainda, que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas - pedidos de agendamento, recados etc - que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações."

Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten, advogados do ex-presidente

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MAURO CID E GABRIELA CID

"Por respeito ao Supremo Tribunal Federal, todas as manifestações defensivas serão feitas apenas nos autos do processo."

Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore

COM A PALAVRA, TICIANA VILLAS BÔAS

A reportagem busca contato com Ticiana. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou na manhã deste domingo (6) o ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília. Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada por volta de 10h40 e retornou à residência oficial cerca de 1h30 depois.

Antes de chegar à casa de Villas Bôas, Bolsonaro cumprimentou populares em frente ao Quartel General do Exército. Na volta, também conversou com um casal de apoiadores por alguns minutos na entrada do Alvorada.

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Villas Bôas, que foi assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no início do governo Bolsonaro, tem esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença de caráter degenerativo. O general esteve no Palácio do Planalto na quinta-feira (3), em cerimônia alusiva ao Dia Mundial de Doenças Raras, normalmente celebrado em 28 de fevereiro.

Na ocasião, o presidente elogiou o ex-comandante do Exército: "Ele está umbilicalmente ligado a uma palavra sagrada, mais forte e mais valiosa que a própria vida: a nossa liberdade", disse Bolsonaro no evento. O presidente também afirmou que Villas Bôas é uma pessoa "ímpar na vida pessoal e profissional", além de uma inspiração. "Pessoa que sempre transmitiu fé, coragem e patriotismo."

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou seu discurso em cerimônia alusiva ao Dia Mundial de Doenças Raras, normalmente celebrado em 28 de fevereiro, para elogiar o general Eduardo Villas Bôas. "Ele está umbilicalmente ligado a uma palavra sagrada, mais forte e mais valiosa que a própria vida: a nossa liberdade", declarou o presidente nesta quinta-feira.

Em 2018, Villas Bôas, então comandante do Exército, fez um tuíte interpretado como pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para rejeitar um pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, ele publicou que o Exército compartilhava do "anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade" e que também estava "atento às suas missões institucionais".

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Na avaliação de Bolsonaro, Villas Bôas, presente na solenidade de hoje no Planalto, é uma pessoa "ímpar na vida pessoal e profissional", além de uma inspiração. "Pessoa que sempre transmitiu fé, coragem e patriotismo", declarou o presidente.

O chefe do Executivo lembrou em seguida que chegou a dizer, em 2016, que o general seria seu ministro da Defesa caso fosse o presidente da República. Villas Bôas enfrenta uma esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença de caráter degenerativo.

Na cerimônia, o governo ainda lançou a Caderneta do Raro. Trata-se de um documento com o registro da doença e os serviços médicos utilizados pelo paciente.

"A caderneta deve acompanhar a pessoa com doença rara em serviços de saúde, internações, emergências, viagens, campanhas de vacinação, matrículas em creche, escola, associações ou quando houver procura pelos serviços de assistência social", explicou o Executivo em nota. "Ao registrarem as informações, os profissionais de saúde compartilham os dados com a família e facilitam a interação do acompanhamento multidisciplinar, conforme a necessidade de cada caso".

Após a crise gerada pela troca no comando das Forças Armadas, o Exército publicou em suas redes sociais uma foto do encontro de seu novo comandante, general Paulo Sérgio Nogueira, com seus dois antecessores, Edson Pujol e Eduardo Villas Bôas.

"Antigo, atual e futuro Comandante do Exército de Caxias: laços inquebrantáveis de respeito, camaradagem e lealdade", diz a postagem do Exército.

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A publicação vem depois de a mudança feita pelo presidente Jair Bolsonaro ter gerado desgaste pela tentativa de politização das Forças Armadas, com mais apoio explícito a seu governo. Foi a primeira vez na história que um presidente trocou a cúpula militar do País no meio do mandato.

Villas Bôas, um dos presentes no encontro, é apontado como um dos fiadores da indicação do general Paulo Sérgio Nogueira, que não era a primeira opção de Bolsonaro para o posto. Ele contrariou o presidente em recente entrevista ao jornal Correio Braziliense, na qual apontou a possibilidade de uma terceira onda de covid-19 no País e defendeu o isolamento social. Bolsonaro, por sua vez, é crítico às restrições adotadas por governadores e prefeitos como forma de conter a propagação da doença.

Também pesou a favor de Paulo Sérgio o fato de ter um perfil apaziguador, hábil no trato com subordinados e um estilo "um manda, outro obedece", como definiu certa vez o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde que teve a gestão marcada apenas pelo cumprimento de ordens do presidente.

O novo comandante do Exército também é próximo do ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, que deixou o cargo por, entre outros motivos, se recusar a substituir Edson Pujol, com quem Bolsonaro nunca teve boas relações, e a confrontar decisões do Supremo Tribunal Federal.

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O deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) publicou vídeo nas redes sociais, nesta terça (16), atacando todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, com especial destaque ao ministro Edson Fachin, que subiu o tom contra uma declaração de 2018 feita pelo ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

Silveira é investigado no inquérito que mira o financiamento e organização de atos democráticos em Brasília. Em junho, ele foi alvo de buscas e apreensões pela Polícia Federal e teve o sigilo fiscal quebrado por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Em depoimento, o parlamentar negou produzir ou repassar mensagens que incitassem animosidade das Forças Armadas contra o Supremo ou seus ministros.

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A gravação contra os demais integrantes do Supremo foi feita após o ministro Edson Fachin classificar como 'intolerável e inaceitável' qualquer forma de pressão sobre o Poder Judiciário. A manifestação do ministro foi feita após revelação que um tuíte de Villas Bôas, feito em 2018 e interpretado como pressão para que o Supremo não favorecesse o ex-presidente Lula, teria sido planejado com o Alto Comando das Forças Armadas.

No vídeo, Silveira afirma que os onze ministros do Supremo 'não servem pra porra nenhuma pra esse país', 'não têm caráter, nem escrúpulo nem moral' e deveriam ser destituídos para a nomeação de 'onze novos ministros'. A única exceção que é elogiada é o ministro Luiz Fux, a quem o deputado diz respeitar o conhecimento jurídico, mas mesmo o presidente da Corte é incluído nas críticas generalizadas aos integrantes do tribunal, chamados de 'ignóbeis'.

"Vá lá, prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Fala pro Alexandre de Moraes, o homenzão, o fodão, vai lá e manda ele prender o Villas Bôas. Vai lá e prende um general do Exército", disse o deputado. "Eu quero ver, Fachin. Você, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, o que solta os bandidos o tempo todo. Toda hora dá um habeas corpus, vende um habeas corpus, vende sentenças".

"Fachin, um conselho pra você. Vai lá e prende o Villas Bôas, rapidão, só pra gente ver um negocinho, se tu não tem coragem. Porque tu não tem culhão pra isso, principalmente o Barroso, que não tem mesmo. Na verdade ele gosta do culhão roxo", continuou o deputado. "Gilmar Mendes… Barroso, o que é que ele gosta. Culhão roxo. Mas não tem culhão roxo. Fachin, covarde. Gilmar Mendes… (o deputado faz gesto simulando dinheiro) é isso que tu gosta né, Gilmarzão? A gente sabe".

Silveira também afirma na gravação que já imaginou o ministro Fachin 'levando uma surra', assim como 'todos os integrantes dessa Corte aí'.

"O que você vai falar? Que eu tô fomentando a violência? Não, só imaginei. Ainda que eu premeditasse, ainda assim não seria crime, você sabe que não seria crime. Qualquer cidadão que conjecturar uma surra bem dada nessa sua cara com um gato morto até ele miar, de preferência após a refeição, não é crime", afirmou. "Na minha opinião, vocês já deveriam ter sido destituídos do posto de vocês e uma nova nomeação convocada e feita de onze novos ministros. Vocês nunca mereceram estar aí. E vários que já passaram também não mereceram. Vocês são intragáveis".

O ministro Gilmar Mendes usou as redes sociais nesta terça, 16, para rebater o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. Mais cedo, o militar ironizou a reação do ministro Edson Fachin, que subiu o tom nesta segunda contra uma declaração dita por ele há três anos.

"A harmonia institucional e o respeito à separação dos poderes são valores fundamentais da nossa república. Ao deboche daqueles que deveriam dar o exemplo responda-se com firmeza e senso histórico: Ditadura nunca mais!", escreveu Gilmar.

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A polêmica teve início após o livro General Villas Bôas: Conversa com o Comandante, lançado pela Editora FGV a partir de uma longa entrevista dada ao pesquisador Celso Castro, revelar que o ex-comandante do Exército teria planejado com o Alto Comando da Força o tuíte que foi interpretado como pressão para que o Supremo Tribunal Federal (STF) não favorecesse o ex-presidente Lula.

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?", escreveu Villas Bôas na ocasião.

O texto chegou a ser interpretado como ameaça de golpe, caso Lula fosse libertado. O ex-presidente cumpria pena estabelecida pelo juiz Sérgio Moro, no processo do tríplex do Guarujá. Sua libertação poderia ter influência na campanha eleitoral. A disputa foi vencida, no segundo turno, por Jair Bolsonaro, derrotando o petista Fernando Haddad.

Nesta segunda, 15, o ministro Edson Fachin afirmou ser 'intolerável e inaceitável' qualquer forma de pressão sobre o Poder Judiciário, tuíte este respondido por Villas Bôas.

"A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição", completou o ministro. Em 2018, Fachin era relator do pedido apresentado pela defesa de Lula, que acabou sendo negado pelo plenário do STF.

Com forte influência no Exército, força que comandou por quatro anos - entre os governos Dilma Rousseff e Michel Temer - o general Eduardo Villas Bôas é um dos principais "gurus" do presidente Jair Bolsonaro. E o presidente já deixou isso claro em algumas ocasiões.

Um dia após assumir a Presidência, por exemplo, Bolsonaro lembrou a influência do general ao afirmar que Villas Bôas foi um dos responsáveis por ele ter chegado ao Planalto. "O que nós já conversamos morrerá entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui", afirmou na ocasião o presidente.

O ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas reagiu, nesta terça-feira, 16, à manifestação feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin sobre os militares na segunda-feira, 15. Em sua conta no Twitter, o general ironizou o fato do ministro subir o tom sobre um fato ocorrido há três anos.

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A polêmica envolvendo o militar e o ministro do Supremo teve início após Villas Bôas afirmar, em um livro recém-lançado, ter planejado com o Alto Comando da Força o tuíte que foi interpretado como pressão para que o Supremo Tribunal Federal não favorecesse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018.

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?", escreveu Villas Bôas na ocasião, um dia antes da Corte julgar um habeas corpus ajuizado pelo petista, o chefe militar primeiro tuitou que a Força compartilhava "o anseio de todos os cidadãos de bem". Depois, divulgou novo tuíte citando as instituições, com tom ainda mais político.

O texto chegou a ser interpretado como ameaça de golpe, caso Lula fosse libertado. O ex-presidente cumpria pena estabelecida pelo juiz Sérgio Moro, no processo do triplex do Guarujá (SP). Sua libertação poderia ter influência na campanha eleitoral. A disputa foi vencida, no segundo turno, por Jair Bolsonaro, derrotando o petista Fernando Haddad. Moro depois passou a fazer parte do governo como ministro da Justiça - mas deixou o cargo no ano passado.

Após a revelação - feita no livro "General Villas Bôas: conversa com o comandante", de Celso de Castro - repercutir, Fachin publicou uma nota nessa segunda-feira, condenando a ação dos militares. "Anoto ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário", afirmou Fachin. "A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição", completou o ministro.

Em 2018, Fachin era relator do pedido apresentado pela defesa de Lula, que acabou sendo negado pelo plenário do STF.

Reação de parlamentares

A nota de Fachin provocou reações de deputados bolsonaristas e de opositores do governo, que criticaram o ministro do STF nesta terça-feira. No entanto, enquanto os aliados do presidente miraram na subida de tom de Fachin em relação aos militares, deputados de partidos de esquerda criticaram a demora do ministro em se pronunciar sobre o caso e cobraram uma investigação.

Pelo lado bolsonarista, o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) foi um dos que atacou a declaração do ministro. "Não Fachin! Intolerável e inaceitável não são as pressões sobre o judiciário. Intolerável e inaceitável é que marginais da lei componham a suprema corte. Intolerável e inaceitável é que você esteja nesta corte. Isso sim é intolerável, isso sim é inaceitável."

Já no campo da oposição, um dos parlamentares a criticar a demora do ministro em se manifestar sobre o tema foi o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). "Fachin, do STF, reagiu tardiamente à ameaça do então comandante do exército Villas Boas. Em 2018, o general postou mensagem pra atemorizar quem poderia dar HC a Lula. Na época, covardia e lavajatismo prevaleceram. O tribunal tentará reescrever essa história com suspeição de Moro?", escreveu.

Fachin também é relator dos casos relacionados à Lava Jato no STF.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin reagiu durante à revelação feita em livro pelo general Eduardo Villas Bôas, que relata ter articulado com a cúpula do Exército, em 2018, postagens no Twitter, que faziam "alerta" ao Supremo, pouco antes de a corte julgar um habeas corpus para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele início de abril, o plenário do STF negou, por maioria de votos, o Habeas Corpus (HC) 152752 apresentado pela defesa de Lula. Fachin era o relator do HC.

"Anoto ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário. A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição", afirmou o ministro por meio de nota, ao mencionar publicações sobre o tema feitas pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

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Fachin lembra que está na Constituição (art. 142) que "as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."

O ministro do STF menciona a invasão do Capitólio nos Estados Unidos e a atitude dos militares americanos, que controlaram a situação. "Frustrou-se o golpe desferido nos Estados Unidos da América do Norte contra o Capitólio pela postura exemplar das Forças Armadas dentro da legalidade constitucional. A grandeza da tarefa, o sadio orgulho na preservação da ordem democrática e do respeito à Constituição não toleram violações ao Estado de Direito democrático", afirmou Fachin.

Em seu livro, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), revela ter planejado com o Alto Comando da Força o tuíte. Na ocasião, um dia antes da Corte julgar um habeas corpus ajuizado pelo petista, o chefe militar primeiro postou na rede social que a Força compartilhava "o anseio de todos os cidadãos de bem". Depois, divulgou novo tuíte citando as instituições, com tom ainda mais político.

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?", dizia. O texto chegou a ser interpretado como ameaça de golpe, caso Lula fosse libertado. O ex-presidente cumpria pena estabelecida pelo juiz Sérgio Moro, no processo do triplex do Guarujá (SP). Sua libertação poderia ter influência na campanha eleitoral. A disputa foi vencida, no segundo turno, por Jair Bolsonaro, derrotando o petista Fernando Haddad.

A versão está no livro "General Villas Bôas: Conversa com o Comandante", lançado pela Editora FGV a partir de uma longa entrevista dada ao pesquisador Celso Castro. Nela, o militar detalha, do seu ponto de vista, como se deu a construção daquele recado. Para ele, não foi uma ameaça, e sim um "alerta".

Segundo o general, houve duas motivações para a mensagem. Uma era o que chamou de insatisfação da população com o País. A outra era a demanda que chegava ao Exército por uma intervenção militar - Villas Bôas afirmou considerar essa medida impensável. Além de planejado com o Alto Comando, o recado, segundo o general, passou por revisão dos comandantes militares de área, seus subordinados.

Em novo gesto para amenizar a crise interna no PSL, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse na tarde desta quarta-feira, 16, que "está tudo" certo com partido e que "se Deus quiser a gente vai resolver isso aí". "O Brasil tá acima do nosso partido. Nosso partido é o Brasil", disse o presidente. As declarações foram feitas após visita ao general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que deixou o hospital no último dia 12. Bolsonaro afirmou que conversa com Villas Bôas antes de tomar muitas decisões.

Bolsonaro voltou a repetir que o PSL deve se unir pela "transparência". "Não falo sobre PSL para evitar pingue-pongue. Se Deus quiser a gente vai resolver isso aí", disse o presidente. Mais cedo, Bolsonaro havia dito que não pretende "tomar o partido de ninguém".

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Nesta terça-feira, 15, a operação de busca e apreensão deflagrada pela Polícia Federal em endereços ligados ao presidente do PSL, Luciano Bivar, no Recife, agravou a crise que envolve o partido de Bolsonaro e ameaça prejudicar o andamento de projetos de interesse do Palácio do Planalto no Congresso.

Reforma da Previdência

Perguntado sobre expectativa para votação da reforma da Previdência, Bolsonaro disse que se reunirá com o presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM).

O presidente Jair Bolsonaro faz, na tarde desta quarta-feira, 16, uma visita à casa do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Villas Boas recebeu alta hospital no último sábado, 12, após melhora no quadro respiratório que havia provocado sua internação. O ex-comandante, de 67 anos, sofre de uma doença neuromotora degenerativa. Ele estava internado desde o dia 6 no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, quando foi transferido do Hospital das Forças Armadas (HFA).

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Em frente à casa de Villas Boas há uma faixa com a seguinte mensagem: "Mais uma batalha vencida, comandante. Nosso highlander!!! A equipe não racha... Juntos somos mais fortes".

O general é tido como conselheiro do governo para assuntos do Exército.

No final de agosto, o presidente Bolsonaro disse que Villas Bôas agiu em silêncio durante momento "crítico" do Brasil, quando teria garantido "liberdade e democracia". "A história sabe disso."

Em 2018, quando o STF discutia a possibilidade de um habeas corpus que poderia evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o militar usou as redes sociais para criticar a discussão na Corte: "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo: quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?"

O general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), recebeu alta hospital neste sábado, 12, após resolução do quadro respiratório que provocou sua internação, informou a assessoria de comunicação do GSI.

Villas Bôas estava internado desde o dia 6 no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, quando foi transferido do Hospital das Forças Armadas (HFA).

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O ex-comandante, de 67 anos, sofre de uma doença neuromotora degenerativa.

Mais cedo, o GSI havia informado que o general tinha apresentado uma "melhora considerável" do quadro. Agora, segundo a assessoria, Villas Bôas já está em casa, e continua com visitas restritas aos familiares.

"A família agradece a dedicação e o empenho da equipe médica e interdisciplinar do Hospital das Forças Armadas e do Hospital Sírio Libanês de Brasília", diz a nota.

O assessor especial do Gabinete de Segurança Instituição (GSI), Eduardo Villas Bôas, manifestou preocupação com os efeitos do caso envolvendo a suposta troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da Lava Jato durante a operação. Para o ex-comandante do Exército, a situação pode tomar um vulto que comprometa a reforma da Previdência. Ele chegou a comparar o caso com a delação da JBS durante o governo do ex-presidente Michel Temer.

"Do ponto de vista do ministro, eu tenho receio que isso venha a tomar um vulto que venha a prejudicar o País. Nós já tivemos esse exemplo no governo Temer, quando quem saiu perdendo foi o País", afirmou Villas Bôas após reunião com os senadores Chico Rodrigues (DEM-RR) e Vanderlan Cardoso (PP-GO) no Senado. Perguntado, ele respondeu que se referia a efeitos em propostas como a reforma da Previdência. "Mas eu acho que, com a firmeza e a transparência do ministro Moro, e bom senso, isso vai se resolver sem trazer prejuízos para os programas e projetos que estão sendo encaminhados", ponderou.

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Villas Bôas minimizou o conteúdo das supostas mensagens reveladas e disse que a invasão a celulares particulares é o ponto mais grave do caso. "O que aconteceu relativo ao ministro é muito pequeno, eu não estou vendo gravidade. Eu volto ao oportunismo para tentar enfraquecer o ministro Moro e o próprio projeto de diminuição da violência", comentou. Há dois dias, o ex-comandante do Exército divulgou uma nota nas redes sociais em que falava em "insensatez e oportunismo" para tentar esvaziar a Lava Jato.

O assessor do GSI alertou ainda para uma "vulnerabilidade perigosa" para o próprio governo e para a iniciativa privada diante do risco de invasão de mensagens.

O ex-comandante do Exército Brasileiro General Villas Bôas publicou um texto em seu Twitter no qual sai em defesa da operação Lava Jato e do ministro da Justiça, Sergio Moro. O general da reserva disse que o momento atual é "preocupante" e chamou a Lava Jato de "esperança" para a normalização ética das relações institucionais do Brasil.

"Momento preocupante o que estamos vivendo, porque dá margem a que a insensatez e o oportunismo tentem esvaziar a operação Lava Jato, que é a esperança para que a dinâmica das relações institucionais em nosso País venham a transcorrer no ambiente marcado pela ética e pelo respeito ao interesse público. Expresso o respeito e a confiança no ministro Sergio Moro", escreveu o militar.

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Desde a noite de domingo, 9, repercute a divulgação de supostas conversas entre Sergio Moro, então juiz da Lava Jato, com o procurador federal e coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol, além de outros diálogos entre procuradores. As conversas se deram no aplicativo Telegram e foram vazadas pelo site The Intercept.

Parlamentares fizeram, nesta terça-feira, 7, manifestações de apoio ao assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, após críticas que o general e outros militares do Palácio do Planalto têm recebido do escritor Olavo de Carvalho, apontado como um guru do presidente Jair Bolsonaro.

Nas declarações de parlamentares, tanto na Câmara quanto no Senado, o discurso majoritário foi que as declarações de Olavo de Carvalho causam obstáculos ao governo e à discussão de temas relevantes no Congresso Nacional. "O Olavo de Carvalho vive nos EUA e acaba atrapalhando as pessoas que querem ajudar o Brasil com seus comentários e suas colocações. Chegamos a um momento que o Brasil precisa de pessoas para ajudar a construir", escreveu no Twitter o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que defendeu o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Alberto Santos Cruz, outro militar alvo das críticas de Carvalho. "É um homem que tem ajudado o Brasil, o governo, o presidente Bolsonaro e tem ajudado muito na articulação política. Em relação ao Olavo de Carvalho, ele não está ajudando o Brasil."

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No plenário do Senado, parlamentares pediram a palavra para criticar Olavo e defender a ala militar do Planalto. "Chega de achincalhe, chega de deboche, chega de palavras pequenas, chega de xingamentos. Se não quer ajudar a carregar o piano, pelo menos saia de cima e pare de fazer peso", disse o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), citando o escritor.

Declarações no mesmo sentido também vieram da oposição. O líder da minoria na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), manifestou solidariedade a Villas Bôas e aos militares "que têm sido ofendidos, agredidos pelo ideólogo central deste governo".

Na Câmara, a bancada do MDB emitiu uma nota para manifestar desagravo ao ex-comandante do Exército afirmando que, sob o comando dele, o Brasil realizou uma eleição pacífica em 2018. "É por esse motivo que devemos, sempre que possível, ouvir sua voz. Ela é, indubitavelmente, a voz de um democrata", diz a nota.

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), não quis defender ou criticar algum dos dois lados. "Eu não falo sobre isso. O Olavo é meu amigo, os militares são meus amigos. Acho que ambos são importantíssimos", disse Joice, se afastando de comentar se havia desgaste com os embates. "Não é problema da líder do governo no Congresso, eu não me meto em questões que envolvam disputa de tuíte pra lá ou pra cá", afirmou a líder, emendando ser favorável à "pacificação nacional".

Em atrito público e contínuo com os militares do governo de Jair Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho publicou em suas redes sociais na madrugada desta terça-feira, 7, um comentário em que critica generais por, em sua avaliação, se esconderem "por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas".

A publicação veio após o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que por problemas de saúde, utiliza uma cadeira de rodas, publicar uma nota na segunda-feira, 6, dizendo que Olavo, ao atacar militares, acentua "divergências nacionais". Olavo de Carvalho cita o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato e adversário político do atual governo.

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"Nem o Lula seria vil e porco o bastante para, fugindo a argumentos sem resposta, se esconder por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas. Mas os nossos heroicos generais são", escreveu.

Nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro divulgou nota na qual exalta o escritor pelo combate à esquerda e diz que sua obra "em muito contribuiu" na eleição de 2018. "Quanto aos desentendimentos ora públicos contra militares, aos quais devo minha formação e admiração, espero que seja uma página virada por ambas as partes", completou o presidente.

Um dos nomes mais respeitados nas Forças Armadas, o ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas quebrou o silêncio que reina na caserna e entre os generais que despacham no Palácio do Planalto para defender, primeiro no Twitter e depois em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, os ministros militares dos ataques do guru bolsonarista Olavo de Carvalho e seus seguidores, incluídos os filhos do presidente Jair Bolsonaro.

Villas Bôas, que está na reserva e exerce o cargo de assessor especial do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que Olavo "passou do ponto", está agindo com "total desrespeito aos militares e às Forças Armadas" e "presta enorme desserviço ao País". A seguir, os principais trechos da entrevista:

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Olavo de Carvalho voltou a atacar os militares pelo Twitter. O sr. rebateu. Qual o tamanho do incômodo dos srs.?

Bolsonaro entendeu que trazer militares para trabalhar em setores do governo seria uma cooperação importante para o restabelecimento da capacidade de gestão e a busca de combate à corrupção. Isso não significa que as Forças Armadas estão participando do governo, mas trazendo consigo seus valores. Portanto, os militares exercem uma natural influência que contribui para a estabilidade do País e do governo. Talvez por isso, o sr. Olavo de Carvalho se sinta desprestigiado e queira disputar espaço com os militares, junto à Presidência da República. Isso não dá direito a ele de traçar comentários desairosos a toda uma classe profissional, que representa uma instituição. Desconheço os tipos de valores que animam o sr. Olavo de Carvalho a tecer tais comentários.

Olavo passou do ponto?

Sim. Passou do ponto. Aliás, já vem passando do ponto há muito tempo, agindo com total desrespeito aos militares e às Forças Armadas. E, quando digo respeito, é impressionante que ele, como um homem que se pretende culto e inteligente, desconhece normas elementares de educação. É também muito grave a maneira como ele se refere com impropérios a oficiais da estatura dos generais Mourão (vice-presidente da República), Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo) e Heleno (ministro) e aos militares em geral.

O que fazer diante disso?

Rebater Olavo de Carvalho seria dar a ele a importância e a relevância que não tem e não merece. Ele está prestando um enorme desserviço ao País. Em um momento em que precisamos de convergências, ele está estimulando as desavenças. Às vezes, ele me dá a impressão de ser uma pessoa doente, que se arvora com mandato para querer tutelar o País.

O presidente Bolsonaro está sendo tímido na defesa dos militares?

O presidente, desde sempre, tem sido enfático ao expressar o seu respeito, a sua admiração e o seu apoio às Forças Armadas, tanto verbalmente como em inúmeras ocasiões. Eu desconheço como é o relacionamento do presidente da República com Olavo. O presidente não me disse diretamente, mas soube que ele já expressou o seu descontentamento com as posturas do sr. Olavo.

Mesmo assim Olavo e filhos do presidente mantêm os ataques...

Isso tudo é resultado de uma certa influência do sr. Olavo num grupo importante de apoiadores de Bolsonaro. O presidente deve estar pesando isso antes de tomar uma decisão (sobre esse assunto).

A que o sr. atribui essa guerra?

Uma patologia muito comum que acomete todos aqueles que se deixam dominar por uma ideologia é a perda da capacidade de enxergar a realidade e a inconformidade de não ver todos os preceitos que ele professa serem implantados na sociedade.

Há uma corrente olavista que acusa os militares de tutelar o presidente...

Absolutamente. O presidente Bolsonaro tem uma personalidade bastante independente na sua maneira de ser. Ele interage com seus assessores, se orienta e se aconselha pelas observações que lhes são apresentadas. Ele sempre foi assim. Mantém absoluta independência de pensamento e na maneira de agir.

Os olavistas levantam teses de que os militares querem assumir o poder em dois anos, com o vice Hamilton Mourão.

Isso é uma inverdade que beira o ridículo. Não passa na nossa maneira de pensar algo desse tipo, porque seria uma deslealdade com o presidente e a lealdade é o valor que os militares tomam como religião. O general Mourão, a quem conheço com profundidade, tampouco se prestaria a participar desse tipo de articulação.

O general Santos Cruz pode deixar o governo? Os militares podem se afastar por conta dos ataques?

Não acredito. Cada um está imbuído em auxiliar o governo e o Santos Cruz expressa isso, a enorme responsabilidade que ele tem, e a sua importância para a articulação política em relação ao que ocorre no Congresso.

Se o governo não der certo, a conta vai para os militares?

Embora o que estejamos vivendo não represente as Forças Armadas no governo, mas pela importante presença dos militares em cargos de chefia, certamente uma parte da conta será debitada aos militares.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, reagiu às críticas do escritor Olavo de Carvalho, guru bolsonarista, contra os militares do governo de Jair Bolsonaro. Em nota publicada em suas redes sociais, o general chama Olavo de "Trotski de direita", em referência ao revolucionário bolchevique, figura central da guerra civil russa.

"Mais uma vez o sr. Olavo de Carvalho a partir de seu vazio existencial derrama seus ataques aos militares e as Forças Armadas demonstrando total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de mínimo de humildade e modéstia", escreve Villas Bôas.

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"Verdadeiro Trotski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros", diz Villas Bôas.

Olavo de Carvalho tem feito duras críticas ao general Santos Cruz, da Secretaria de Governo, que em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo citou a necessidade de se aprimorar a legislação que trata das redes sociais. "(O uso das redes sociais) Tem de ser disciplinado, até a legislação tem de ser aprimorada, e as pessoas de bom senso têm de atuar mais para chamar as pessoas à consciência de que a gente precisa dialogar mais, e não brigar", disse na ocasião.

Em postagem no sábado, 4, Olavo de Carvalho comparou o ministro a Ciro Gomes (PDT), candidato derrotado à Presidência, e disse que Santos Cruz "fofoca e difama pelas costas". O ministro retrucou e, em entrevista, chamou Olavo de "um desocupado esquizofrênico".

No Twitter, Olavo de Carvalho fez uma sequência de comentários sobre o militar. "O Santos Cruz quer que a segurança pública esteja às ordens de organizações notoriamente esquerdistas", escreveu no Domingo (5). "O Santos Cruz não é capaz de imaginar o que seja um escritor. Só conhece politiqueiros e fofoqueiros de m.... como ele mesmo", continuou nesta segunda-feira.

Ainda nesta segunda, negou que queira "tirar" Santos Cruz do cargo. "Não sou um agente político, sou um escritor e professor. Não quero tirar o Santos Cruz da p.... de ministério que ele ocupa. Quero apenas despertar sua inteligência e seu senso moral para que ele corrija o imenso mal que está fazendo. Fique com o cargo, mas tome jeito.".

Para Villas Bôas, Olavo de Carvalho "age no sentido de acentuar as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o País. A escolha dos militares como alvo é compreensível por sua impotência diante da solidez dessas instituições e a incapacidade de compreender os valores e princípios que as sustentam."

Bolsonaro tem boa relação com Villas Bôas. Após deixar o comando do Exército, o general virou consultor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, órgão comandado pelo general Augusto Heleno. Em janeiro, o presidente recém-empossado disse que Villas Boas era "um dos responsáveis" por sua eleição. Já Villas Bôas diz que Bolsonaro resgatou Brasil de "amarra ideológica".

O presidente eleito Jair Bolsonaro compareceu, na noite desta quarta-feira (7) à comemoração do aniversário de 67 anos do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Mais de cem pessoas estiveram presentes à homenagem, realizada no Hotel de Trânsito de Oficiais do Exército, no Setor Militar Urbano.

A grande maioria dos presentes era de oficiais-generais das três Forças Armadas. Os comandantes da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, cotado para assumir o Ministério da Defesa na gestão Bolsonaro, e comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, também estiveram presentes.

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Nos dois primeiros dias em Brasília depois que se elegeu, Bolsonaro visitou o Ministério da Defesa e os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O presidente eleito tem reiterado que "os militares terão lugar de destaque" no seu governo.

Bolsonaro permanece em Brasília até esta quinta-feira (8), quando terá encontro com parlamentares para discutir a reforma da Previdência. O presidente eleito sinalizou que deverá voltar à capital na semana que vem.

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, de 66 anos, foi internado em um hospital da rede privada em Brasília para "realização de procedimentos médicos" e receberá alta ainda nesta quarta-feira, 25, segundo informações obtidas no Exército, que não deu mais detalhes. O Centro de Comunicação do Exército emitirá uma nota mais tarde sobre o assunto. Villas Bôas enfrenta uma doença degenerativa e atualmente está usando cadeira de rodas.

A Procuradoria da República no Distrito Federal cobrou explicações nesta quarta-feira, 4, do ministro interino da Defesa, Joaquim Silva e Luna, sobre as declarações do comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas.

Ontem, véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF), Villas Bôas afirmou em uma rede social que o Exército está "atento às missões institucionais". A afirmação do comandante tem sido interpretada como uma forma de pressão sobre o STF no caso da revisão da possibilidade de prisão após a 2ª instância.

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"Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais", disse Villas Bôas.

Como ministro tem foro privilegiado, o procurador Ivan Marx, que assina o pedido de explicações, pediu à Procuradoria-geral da República que encaminhe a solicitação para Silva e Luna.

"Oficie-se ao ministro da Defesa (via PGR), com cópia integral do presente procedimento, para ciência e manifestação sobre eventual risco de função interventora das Forças Armadas", diz a manifestação de Marx.

A solicitação de informação do procurador foi no âmbito do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) em que se apura as declarações de outro militar, o general Antônio Hamilton Mourão.

O general, que foi para a reserva em fevereiro, afirmou em palestra realizada em setembro do ano passado que as Forças Armadas poderiam optar por uma "intervenção militar" caso o Judiciário não solucionasse o problema político do País.

No procedimento, o procurador afirma que, em tese, Mourão fez "propaganda de processo ilegal para alteração da ordem política ou social e incitou à subversão da ordem política e social, conforme vídeo divulgado e notícias vinculadas em diversos canais de comunicação". A apuração foi prorrogada pelo procurador Marx, em janeiro deste ano, após o Exército encaminhar uma resposta que não satisfez o MPF.

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