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Luto no mundo da música. Um dos principais precursores do rock morreu, aos 90 anos, na tarde deste sábado (18). O lendário Chuck Berry foi encontrado sem vida na sua residência, no Missouri, Estados Unidos. 

A morte foi confirmada pelo Departamento de Polícia do Condado de St. Charles. Através do Facebook, as autoridades afirmaram que responderam a uma "emergência médica em Buckner Road aproximadamente às 12h40 de hoje (...) O departamento de Polícia tristemente confirma a morte de Charles Edward Anderson Berry, mais conhecido como o lendário músico Chuck Berry". A imprensa mundial já repercute o falecimento do cantor. 

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Para muitos o pai do rock n'roll, Berry nasceu em 1926 e tornou-se um dos primeiros nomes a fazer sucesso com o ritmo musical que seria popularizado por Elvis Presley, Rolling Stones, Beatles e tantos outros. Inclusive John Lennon era um fã assumido do cantor, compositor de clássicos como "Johnny B. Goode", "Route 6" e "Roll Over Bethoven". 

 

A expectativa de vida continuará aumentando nos países desenvolvidos e alcançará os 90 anos em 2030 para as mulheres de países como Coreia do Sul, França e Espanha - revela um estudo publicado nesta quarta-feira (22).

"Até pouco tempo atrás, muitos cientistas pensavam que a expectativa de vida nunca ultrapassaria os 90 anos", lembrou o professor Majid Ezzati, autor principal do estudo publicado na revista médica britânica The Lancet.

Após combinar 21 modelos matemáticos para prever a evolução da expectativa de vida em 35 países desenvolvidos, os pesquisadores chegaram à conclusão de que as mulheres sul-coreanas são suscetíveis de superar os 90 anos até 2030.

A expectativa de vida de uma sul-coreana ao nascer em 2030 será de 90,8 anos, enquanto que a das espanholas será de 88,07 anos, a das francesas, 88,6 anos, e a das japonesas, 88,4 anos.

A expectativa de vida também evoluirá para os homens, e a diferença em relação às mulheres (que são mais longevas) tenderá a se reduzir em 2030, exceto no México, onde aumentará ligeiramente, e no Chile, França e Grécia, onde ambos os sexos avançarão de forma similar.

Os homens sul-coreanos terão uma esperança de vida de 84,1 anos, à frente de australianos e suíços, ambos com uma expectativa de 84 anos, enquanto a dos espanhóis será de 83,4 anos.

Segundo as últimas estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicadas no ano passado, os três países com maior expectativa de vida para as mulheres em 2015 eram Japão (86,8 anos), Cingapura (86,1 anos) e Espanha (85,5 anos). No caso dos homens, eram Suíça (81,3 anos), Islândia (81,2) e Austrália (80,9).

O dado vai melhorar claramente na Coreia do Sul, com uma alta de 6,6 anos para as mulheres, e de sete anos, para os homens entre 2010 e 2030.

Esse país melhorou o acesso aos cuidados médicos e vem promovendo uma alimentação saudável entre crianças e adolescentes. Além disso, tem taxas de obesidade e de tabagismo entre as mulheres inferiores às da maioria dos países analisados, de acordo com os pesquisadores.

Pouca mudança nos Estados Unidos

O estudo também revela que a situação não mudará significativamente até 2030 nos Estados Unidos, onde a expectativa de vida já é inferior à da maioria dos países desenvolvidos.

A expectativa de vida para as mulheres americanas passará de 81,2 anos, em 2010, para 83,3 anos, em 2030, e de 76,5 para 79,5 anos para os homens.

Para explicar essa situação, os pesquisadores destacam as desigualdades persistentes, a ausência de um sistema de saúde universal e as altas taxas de mortalidade infantil e materna, assim como de homicídios e de obesidade.

A progressão no México será similar à dos Estados Unidos. Para as mulheres, a expectativa de vida passará de 78,9 para 82,9 anos entre 2010 e 2030. No caso dos homens, pulará de 73,1 para 76,1 anos.

No Chile, a expectativa de vida das mulheres passará de 82,9 para 86,8 anos, e a dos homens, de 76,7 para 80,7.

O estudo também revelou que, em geral, os homens melhoraram seu estilo de vida. Antes "fumavam e bebiam mais e eram vítimas de acidentes e homicídios com mais frequência", disse Ezzati, do Imperial College de Londres, para explicar a progressão da expectativa de vida masculina.

Na hora de elaborar charutos, o cubano José Castelar (Cueto) não tem limites: em busca de seu sexto recorde no livro Guinness, ele terminou nesta sexta-feira um de 90 metros, dedicado ao aniversário de 90 anos de Fidel Castro, celebrado no sábado.

"O charuto tem 90 metros, em comemoração aos 90 anos de nosso comandante", declarou à AFP Cueto em um dos salões da fortaleza colonial de San Carlos de La Cabaña, sobre a Baía de Havana.

Cueto explicou não conhecer pessoalmente Fidel Castro, que deixou o poder há uma década. Também não sabe se o líder da revolução cubana, que deixou de fumar há 30 anos, sabe da sua iniciativa.

"Acho que não sabe. Há muitos anos que ele não fuma, mas nós estamos lhe presenteamos com o esforço que temos feito para comemorar seu aniversário", disse Cueto, que elabora charutos desde os 14 anos de idade em sua cidade natal de Villa Clara, no centro da ilha.

Desde o dia 2 de agosto, apoiado por um grupo de colaboradores, Cueto trabalhou cerca de 12 horas diárias para terminar o charuto, com o qual também pretende alcançar seu sexto recorde no Guinness.

A encarregada de negócios da embaixada britânica em Havana, Lesley Sunderson, que servirá de testemunha para a homologação do novo recorde cubano participou da cerimônia de apresentação do puro cubano.

Os cinco prêmios Guinness anteriores, apresentados nesta sexta-feira no salão da histórica fortaleza, foram concedidos em 2001 por um charuto de 11,04 metros, em 2003 (14,86 m), de 20,41 m em 2005, de 43,38 m em 2008 e de 81.80 m, em 2011.

Os festejos pelos 90 anos da rainha Elizabeth II continuam no Reino Unido e, neste domingo (15), a celebração no castelo de Windsor foi dedicada a uma das paixões da soberana: os cavalos. O espetáculo incluiu 900 cavalos e 1.500 participantes e marca o início de três dias de festas nesse castelo.

O aniversário da rainha foi comemorado com honras militares em 21 de abril e, seguindo a tradição, os festejos se estendem por mais dois meses para aproveitar a mudança de estação e temperaturas mais amenas. Seu filho, o príncipe Charles, escreveu uma mensagem para celebrar o amor de sua mãe pelos cavalos.

"Estou tão feliz que tenhamos conseguido reunir centenas de membros das Forças Armadas do Reino Unido, da Commonwealth e de outros territórios amigos de ultramar para celebrar esse aniversário tão especial", escreveu o príncipe.

A rainha e seu marido, o príncipe Philip de Edimburgo, chegaram à arena de carruagem, de onde caminharam para o palco que preside a cerimônia. Estavam acompanhados de outros membros da família Real, como o príncipe Harry e seu irmão, príncipe William, ao lado da mulher, Kate.

A festa teve apresentação do cantor Gary Barlow, da extinta banda Take That, da australiana Kylie Minogue e do artista James Blunt. Em seguida, veio um número de Shirley Bassey, que entoou a canção-tema do filme de James Bond "007 - Os diamantes são eternos". Finalmente, os presentes cantaram "parabéns" e o hino nacional "God Save the Queen".

O príncipe Charles leu, nesta quinta-feira (21), um trecho de Henrique VIII de William Shakespeare na rádio BBC, em homenagem aos 90 anos da rainha Elizabeth II, em uma apresentação pouco frequente do herdeiro da Coroa. O filho da rainha Elizabeth II leu um trecho do discurso do arcebispo Thomas Cranmer ao rei Henrique VIII, por ocasião do nascimento da futura rainha Elizabeth I.

"Será, para felicidade da Inglaterra, uma princesa anciã; muitos dias a verão, e no entanto não passará um sem um feito com que coroá-lo", recitou o príncipe Charles, que aos 67 anos se tornou o herdeiro ao trono britânico mais idoso.

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A rainha Elizabeth II da Inglaterra completa 90 anos nesta quinta-feira sem dar sinais de fraqueza ou de eventuais problemas provocados pela idade. O primeiro-ministro David Cameron também prestou homenagem à rainha, que chamou de "rocha a se agarrar para nossa nação".

Elizabeth II passará o dia no castelo de Windsor, onde durante a noite participará em um jantar apenas com a família. O Parlamento será iluminado com as cores vermelho, azul e branco em sua homenagem e o exército vai disparar salvas de canhão na Torre de Londres e no Hyde Park.

A celebração oficial - com desfile militar e um grande piquenique no Mall, a avenida diante do Palácio de Buckingham - só deve acontecer em junho, de acordo com a tradição dos reis britânicos, que esperavam o bom tempo para festejar o aniversário.

Na sexta-feira, a rainha vai almoçar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a primeira-dama Michelle.

A rainha Elizabeth II celebra nesta quinta-feira seu 90º aniversário com uma reunião familiar, um bolo confeitado por uma estrela da TV e desfrutando da mesma popularidade de quase sempre.

Ela reina por mais de 63 anos e não mostra sinais de querer se aposentar, apesar de, nos últimos anos, ter delegado parte de suas funções a membros mais jovens da família real.

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Uma nova pesquisa sugere que o público britânico quer que as coisas continuem como estão, e 70% acreditam que deveria reinar o maior tempo possível, o maior percentual registrado desde 1981.

O apoio à monarquia continua sendo elevado, com 76% de aceitação, segundo pesquisa da Ipsos-Mori para o King's College de Londres.

"A rainha é muito popular, agrada pessoalmente e o povo opina que fez um excelente trabalho", afirmou à AFP Roger Mortimore, professor no Instituto de História Contemporânea britânica da prestigiosa universidade.

As celebrações de quinta-feira serão discretas: os principais eventos públicos, incluindo um desfile militar e um almoço para 10.000 pessoas no Mall, a longa avenida diante do palácio de Buckingham, terão de esperar até junho pela festa oficial do aniversário.

Mesmo assim, a rainha receberá uma torta confeitada por Nadiya Jamir Hussain, a popular vencedora do reality "The Great British Bake Off", um concurso televisivo de confeitaria.

"Estou tão nervosa que sequer posso olhar para forno", confessou Hussain, que apresentará pessoalmente o bolo à rainha.

Elizabeth, à frente de quatro gerações da Casa de Windsor, presidirá um jantar de aniversário em família, organizado por seu herdeiro, o príncipe Charles.

Charles e seu filho William estão cada vez mais assumindo funções da rainha, apesar de, em 2015, ela ter participado de 341 compromissos, incluindo visitas ao Estado a Malta e Alemanha.

William, que, com sua esposa, Catherine, e seus dois filhos pequenos deu uma nova energia à família real, prestou homenagem à matriarca, a quem ele e seu irmão Harry chamam de "a chefe".

"Sou incrivelmente afortunado por ter minha avó em minha vida. À medida que se aproxima dos 90, tem uma energia extraordinária", disse.

- Almoço com Obama -

A rainha viu 12 primeiros-ministros em Downing Street desde chegou ao trono em 1952, reunindo-se uma vez por semana com eles, além de receber informações diárias das atividades do Parlamento.

O primeiro-ministro conservador David Cameron prestará homenagem à monarca no Parlamento, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também apresentará seus respeitos quando almoçar com ela na sexta-feira, em Windsor.

Em setembro do ano passado, a rainha quebrou o recorde da rainha Vitória e se tornou a/o monarca britânica/o com mais tempo no trono.

A rainha é amplamente considerada uma presença constante e estabilizadora neste mundo turbulento, uma percepção que cultiva ao se recusar a tornar públicas suas opiniões pessoais.

Sua determinação de se distanciar da política se viu sob pressão à medida que se aproxima o referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, em 23 de junho, como já aconteceu com o referendo de independência da Escócia.

Dessa forma, um jornal, The Sun, publicou a manchete "A rainha apoia a saída da UE", com base em declarações anônimas que asseguram ter ouvido há anos um comentário desfavorável ao bloco europeu.

A manchete resultou num pouco frequente desmentido do palácio de Buckingham, que recordou que a rainha sempre foi e sempre será politicamente neutra.

O cantor francês Charles Aznavour, de 90 anos, lançará no dia 4 de maio um novo álbum, de nome "Encores", a expressão em inglês para pedir bis em um show.

"É a primeira vez que que componho um álbum que fala de meu passado", declarou Aznavour, que em sua obra fala, entre outras coisas, sobre "a guerra, a resistência e os lugares onde íamos nos embebedar".

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Aznavour lançou seu último disco em 2011. Ao longo de sua carreira, lançou cerca de 50 álbuns, compôs mais de mil canções, atuou em cerca de 80 filmes e deu shows em mais de 9o países.

"Jamais falei a palavra adeus", declarou o cantor em 2011, pouco antes de uma série de 22 shows no Olympia de Paris para celebrar seus 87 anos.

O cantor está atualmente em turnê mundial que já o levou a Nova York, Moscou, Montreal, Londres, Berlim, Los Angeles e Erevan, capital da Armênia, de onde sua família é originária.

Charles Aznavour bem que havia prevenido: "deixei de comemorar meu aniversário aos 50 anos" e se a sala de Berlim estava livre na noite desta quinta-feira (22), foi "por puro acaso". Tirando o "Parabéns pra você" cantado em coro pela plateia no início do espetáculo, e uma dezena de buquês de flores jogados no palco, o aniversário de 90 anos de Aznavour, o último dos "grandes" da chanson francesa, foi, então, como ele quis: "um dia normal de trabalho".

"Tenho a mesma voz de quando eu tinha 20 anos", disse ao público como forma de introdução. "Agora tenho mais quatro vezes vinte anos. E naquela época já me diziam que minha voz era um desastre", brincou. O comentário serviu de desculpas para uma voz que, evidentemente, já não consegue mais atingir as mesmas notas de antes. O público do 02 World, cerca de 4.000 pessoas, em sua maioria mais jovens do que o cantor, conhecia suas músicas de cor e, claro, perdoou quaisquer falhas.

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Sua energia se manteve intacta, sobretudo ao iniciar o espetáculo com sua música-homenagem, "Les immigrants", para depois tomar um rumo mais nostálgico: "I didn't see the time go by", "La jeunesse", "Il faut savoir", "Les plaisirs démodés", "La bohème". Sua atuação no palco, tradicionalmente sóbria, está ainda mais minimalista. Mas, como é seu costume, Aznavour soube embalar a plateia.

Filho de um casal de imigrantes armênios, Charles Aznavourian nasceu em 22 de maio de 1924 em Paris, e atualmente detesta tanto a ideia de comemorar seu aniversário quanto a de dizer adeus aos palcos. Após a apresentação ao público berlinense, o "Sinatra francês" seguirá para Frankfurt, Londres, Varsóvia, Barcelona e Roma durante o verão no hemisfério norte. No outono será a vez de Moscou e Antuérpia.

Acompanhada por uma orquestra de 21 músicos regida pelo maestro Flávio Mendes, Bibi Ferreira sobe ao palco do Teatro Shopping Frei Caneca, em São Paulo, para apresentar o musical Bibi - Histórias e Canções nesta quinta-feira (4). O espetáculo, que comemora os 90 anos de idade da cantora, é transmitido ao vivo para 27 cinemas do País. No Recife, a exibição acontece na sala 03 do UCI Kinoplex Recife. Os ingressos estão à venda na bilheteria e terminais de autoatendimento ou no site da rede e custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada).

Bibi - Histórias e Canções apresenta um repertório eclético em gêneros e idiomas, que passeia pelo fado, tango, ópera, musical americano e pelo repertório de Piaf. O público também pode esperar interpretações inéditas de canções brasileiras de compositores como Chico Buarque, Noel Rosa, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e brincadeiras com óperas clássicas e textos nacionais.

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Bibi também abre brechas para momentos marcantes de sua carreira, interpretando Minha querida Lady (adaptação de 1962 do musical My fair lady), Alô Dolly (de 1965, adaptação de Hello, Dolly), Gota d’água (Chico Buarque 1975), Piaf, a vida de uma estrela da canção (1983) e Bibi Ferreira vive Amália Rodrigues (2001). As músicas ainda são intercaladas por histórias que nortearam os 70 anos de carreira da artista.

A atriz, cantora e diretora foi considerada a atriz mirim mais requisitada do Rio de Janeiro, tendo começado a carreira aos 24 dias de vida. A estreia profissional de Bibi nos palcos deu-se em 1941, quando participou da peça La locandiera. Três anos mais tarde, montou sua própria companhia teatral  e dirigiu, durante quatro anos, peças de grande sucesso em Portugal.

Além de comemorar os 90 anos de Bibi, Histórias e canções abrirá, em novembro, os eventos de teatro do ano do Brasil em Portugal e depois segue para Nova York, onde será apresentado no Lincoln Center.

Serviço
UCI Kinoplex Recife Shopping – Sala 03 (Av. Padre Carapuceiro, 777 - Loja BV 174 - Boa Viagem)
Tel: (81) 3207 0000

Otto Lara Resende completaria, hoje, 90 anos. Jornalista, cronista, escritor, ele era um artista múltiplo, um pensador que, acima de tudo, sabia ouvir. Mineiro de São João Del Rei, ele fazia parte de uma família de vinte filhos. Aos 18 anos já trabalhava como jornalista em Belo Horizonte.

Anos depois, no Rio de Janeiro, passou pelos principais jornais, como O Globo, Diário Carioca, Correio da Manhã, Última Hora, Manchete, Jornal do Brasil e TV Globo. Otto era um frasista genial. O amigo dramaturgo, Nelson Rodrigues, dizia que ele era tão bom de papo que deveriam colocar um taquígrafo atrás do amigo para vender as anotações para uma loja de frases.

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O jornalista fez entrevistas inesquecíveis na TV Globo, como uma em 1987, que proporcionou ao telespectador no Programa Painel um bate-papo genial com o amigo Rodrigues.

Otto foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. O jornalista morreu em 1992 depois de uma infecção hospitalar. No mesmo ano recebeu uma homenagem em uma praça no Rio de Janeiro. O jornalista, especialista em ideias gerais, deixou textos inesquecíveis que até hoje merecem ser lidos, como o conto "O lado Humano" e as crônicas "Bom dia para nascer", publicadas na Folha de São Paulo.

Confira algumas frases de Resende:

Há em mim um velho que não sou eu.

Europa é uma burrice aparelhada de museus.

Tenho para mim que sei, como todos os brasileiros, os três primeiros minutos de qualquer assunto.

 

Como pai, me considero, modéstia à parte, uma mãe exemplar.

Sou um falante que ama o silêncio.

A tocaia é a grande contribuição de Minas à cultura universal.

O mineiro só é solidário no câncer.

Todo mundo que cruzou comigo, sem precisar parar, está incorporado ao meu destino.

Deus é humorista.

Ultimamente, passaram-se muitos anos.

Devo ter sido o único mineiro que deixou de ser diretor de banco.

 Sou um sobrevivente sob os escombros de valores mortos.

Texto de jornal é estação de trem depois que o trem passou. Deixou de ter interesse.

A morte é noturna. À noite, todos os doentes agonizam.

 Leio muito à noite. Só não sou inteiramente uma besta porque sofro de insônia.

Sou autor de muitos originais e de nenhuma originalidade.

 O mineiro seria um cara que não dá passo em falso, é cauteloso. Em Minas Gerais não se diz cautela, se diz pré-cautela...

 A morte é, de tudo na vida, a única coisa absolutamente insubornável.

 Escrever é de amargar.

Comunista, homossexual e ateu, vida e morte marcadas por polêmicas: esse era o italiano Pier Paolo Pasolini. Escritor e poeta, foi responsável por uma das obras mais perturbadoras e controversas da história do cinema - Salò ou os 120 dias de Sodoma, último filme do cineasta, foi banido em muitos países. O motivo: cenas fortes de perversão sexual e tortura, em um paralelo com o livro Marquês de Sade & o Sadismo e os últimos anos da Itália fascista.

Artista nato, Pasolini se expressava de várias formas. Era também pintor e escrevia romances. Formado em letras, era também poeta e roteirista, trabalhando com renomados doretores como Federico Fellini. Esquerdista, não poupava críticas nem aos que tinham a mesma orientação política. Pasolini ficaria conhecido pelas obras polêmicas, mas paradoxalmente fez vídeos que retrataram fielmente a vida de Jesus Cristo.

O italiano deixou clássicos como Mama Roma, que conta a história de uma prostituta que tenta se reinventar no papel de mãe. Outras obras inesquecíveis são Medeia, com Maria Callas no papel central e Contos do Cantebury que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim.

Adaptou obras clássicas, como Édipo Rei e Decameron. Transgressor e polêmico em vida, Pasolini teve a morte também fora dos padrões. Foi espancado e assassinado em uma praia perto de Roma, em circunstâncias mal esclarecidas. Chocando e quebrando tabus, Pier Pasolini deixou a sua marca inconfundível na história do cinema. Faleceu em 5 de março de 1922.

O ano era 1922. Vivia-se um momento importante para a concepção da cultura brasileira: uma época de grandes transformações na arte. Mudanças que seriam introjetadas no Brasil por um grupo de jovens artistas brasileiros, financiados pela elite cafeicultora paulista, que lutava por uma ruptura com a estética vigente.

Entre os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, o Theatro Municipal de São Paulo realizou uma mostra que reuniu centenas de trabalhos artísticos, entre eles, a música de Villa-Lobos; o poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira (criador da poesia moderna brasileira, que causou reações adversas na sociedade); o discurso triunfalista de Menotti del Picchia; as esculturas de Brecheret; as pinturas de Anita Malfatti (acusada por Monteiro Lobato de expor quadros que retomavam a estética do pintor cubista Pablo Picasso). Além disso, o local foi cenário da exposição dos quadros de Di Cavalcanti, conhecido como "o pintor das mulatas".

A semana seria conhecida como o símbolo da renovação artística e promoveu uma grande revolução no panorama das artes plásticas brasileiras. Houve quem pagasse 186 mil reis para assistir aos festivais nos camarotes e frisas do Theatro Municipal.

Foi a partir de 1922 que o movimento Modernista ganhou espaço entre a sociedade intelectual da época e se tornou o principal assunto de discussões entre escultores, artistas plásticos e muitos escritores, por incluir em suas programações manifestações experimentais além de, também, as obras consideradas “do passado” pelos próprios modernistas.

O livro "A Semana que não terminou", do jornalista Marcos Augustos Gonçalvez, lançado na última sexta-feira pela Cia das Letras, explora bem essa rede de relações e a jornada dos que fizeram A Semana de Arte Moderna, reconstituindo passo a passo o evento, como também revela as contradições do movimento, como os encontros em 1921 no restaurante Trianon com magnatas (a elite cafeeira), jornalistas e escritores como Graça Aranha, que não faziam parte da geração modernista.

A Semana de Arte Moderna tinha a ideia de ruptura com o passado e, eao mesmo tempo, existia uma grande preocupação imediatista com a inserção na arte moderna internacional. Isso gerou uma forte polêmica entre os que defendiam um caminho próprio para a arte brasileira e os que acreditavam que o significado de moderno é "ser diferente" e essa diferença era representada pelo o que se criava fora do País.

Os debates intermináveis da Semana de Arte e suas consequências tiveram desdobramentos que afetam a cultura brasileira até hoje. Entre as discussões está a defesa ardorosa de Oswald de Andrade que considerava o modernismo algo “original e de diferente visão” e, em oposição a Oswald, o ataque ferrenho de Monteiro Lobato ao movimento, considerando a arte moderna como “caricatural e tipicamente europeia”, em que o escritor vinculou o modernismo a um “grau de perturbação mental”.

Nesse bate boca sem fim, o Modernismo foi construindo ao longo dos anos uma ideia de brasilidade, que em 1922 - durante os três dias da mostra -, não era sequer um esboço. Na verdade, os traços da cultura nacional foram sendo inseridos e, consequentemente, a valorização da tradição brasileira foi acontecendo.

Graças a essa teia de discussões foi possível o surgimento do "Manifesto Antropofágico", um manifesto literário escrito por Oswald de Andrade que reafirmava os valores estéticos da poesia brasileira, mas apregoando o uso de uma "língua literária não catequizada".

Passados exatos 90 anos da Semana que marcou todas as vertentes culturais do Brasil, é impossível não pensar no modernismo brasileiro sem associá-lo diretamente ao folclore de “Macunaíma” (1928) de Mário de Andrade, à antropofagia de Oswald de Andrade e às telas de Tarsila do Amaral, retomada posteriormente pelo Movimento Tropicalista de 1960. Sem esquecer das gerações seguintes, que foram agregando valores as fases do modernismo e contruibuindo para consolidar uma gama de análises estéticas e culturais no País.

Um grande exemplo é a poesia construtivista de João Cabral de Melo Neto e o Movimento Armorial, este último encabeçado pelo escritor Ariano Suassuna, que orienta todas as expressões artísticas – música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura – a criar uma arte erudita, porém popular.

É inegável a importância e os desdobramentos da Semana de Arte de 22. É que o evento, considerado um divisor de águas nas artes do País, mudou para sempre a forma do País se ver.

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