O novo aeroporto internacional de Berlim entrou em operação neste sábado (31), com nove anos de atraso e em um contexto em que o setor aéreo atravessa a pior crise de sua história por conta da pandemia do novo coronavírus. Dois aviões, respectivamente, das companhias aéreas Lufthansa e Easyjet pousaram por volta das 14h00, hora local (10h00), marcando assim simbolicamente o batismo do Aeroporto Brandenburg Willy-Brandt (BER), no sudeste da capital da Alemanha.
O primeiro voo comercial, entre Berlim e Londres, está marcado para domingo. Não houve grande pompa na inauguração das instalações, devido à crise sanitária, mas também por todos os contratempos que abalaram este grande projeto criado após a reunificação (fracassos, negligências, suspeitas de corrupção, demissões ...).
Além disso, cem manifestantes de várias associações ambientais se reuniram no local, em meio a fortes medidas de segurança, para protestar contra a sua inauguração, segundo jornalistas da AFP.
"O avião representa um grande fardo para o clima. Não precisamos de um novo grande aeroporto", disse Ludwig Bräutigam, 50, membro do coletivo ambiental "Extinction Rebellion".
A construção do “BER”, com uma área de 360.000 m2 e cujo terminal 1 pode receber 27 milhões de pessoas por ano segundo os operadores, teve início em 2006, e deveria ter sido concluída em 2011.
Seu custo inicial, estimado em 1,7 bilhão de euros (2 bilhões de dólares), aumentou para 6,5 bilhões (7,65 bilhões de dólares). Em 2012, as obras foram interrompidas repentinamente porque os dispositivos de segurança contra incêndio não funcionavam.
A inauguração, prevista para algumas semanas depois, na presença de Angela Merkel e 10 mil espectadores, teve que ser cancelada às pressas. A crise de saúde, que praticamente paralisou o tráfego aéreo nos últimos meses, agravou ainda mais as preocupações dos administradores aeroportuários.