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O corpo do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) foi sepultado às 16h no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. Antes do sepultamento, Flávio, um dos cinco filhos do ex-governador, disse que Goldman demonstrava indignação com os retrocessos políticos no Brasil até os últimos dias de vida. Ele tinha 81 anos e estava internado no hospital Sírio-Libanês, onde passou por cirurgia em função de uma hemorragia no cérebro, mas não resistiu.

"Ele se indignava e se revoltava inclusive com a situação trágica de retrocessos que vivemos hoje no Brasil", disse Flávio ao se despedir do pai. A pedido da família, o enterro teve uma cerimônia breve conduzida pelo rabino Yossi Alpern.

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O corpo estava cercado por amigos e parentes. O senador José Serra (PSDB-SP), os ex-vereadores Andrea Matarazzo (PSD), Nabil Bondouki (PT) e o vereador José Rolim (PSDB) eram os únicos políticos presentes. A maior parte das autoridades se despediu do ex-governador mais cedo, no velório.

Serra ressaltou que a ausência de Goldman é ainda mais sentida no momento em que o PSDB passa por mudanças radicais sob o comando do governador João Doria, desafeto do ex-governador. "Ele foi um grande homem público, um batalhador na luta pela redemocratização e por um novo desenvolvimento do Brasil. Neste momento do PSDB e do Brasil, vai fazer mais falta ainda", disse Serra.

Velório

Mais cedo, o velório reuniu lideranças políticas de diversos partidos na Assembleia Legislativa de São Paulo. A grande ausência foi o governador João Doria, desafeto do tucano. O atual governador paulista decretou luto de três dias e ofereceu o Palácio dos Bandeirantes para a família velar o corpo. Os familiares, porém, optaram pela Assembleia.

Presente ao velório, ex-governador Geraldo Alckmin exaltou o papel de Goldman como referência para os tucanos: "Ele é uma bela luz para orientar os novos tempos do PSDB. Sempre foi muito coerente, com uma linha só: olhar para social, defesa da democracia".

Depois de apoiar Paulo Skaf na disputa pelo governo paulista no ano passado, o ex-governador foi alvo de um pedido de expulsão do PSDB por parte do grupo do governador João Doria. "Goldman foi muito generoso comigo. No ano passado, quando fui candidato a governador, ele abertamente me apoiou apesar de estar no PSDB. Guardo com muito carinho essa atitude", disse Skaf ao chegar ao velório.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, lembrou que esteve ao lado de Goldman no período da democratização e classificou o ex-governador como um homem "correto e sério". O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy, do PT, contou que entrou no MDB nos fim dos 70 incentivado por Goldman. "Ele era uma voz progressista no PSDB", afirmou o petista.

O ex-presidenciável Eduardo Jorge, da Rede, chamou Goldman de "porto seguro" no PSDB. "Essa polarização infernal que o Brasil copiou da Argentina está destruindo o PSDB. A perda de Goldman acelera mais esse processo. Goldman era um porto seguro de pessoas sensatas e fiéis ao ideário social-democrata do PSDB".

Goldman morreu no início da tarde de ontem. Ele tinha 81 anos e estava internado desde 19 de agosto no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após passar mal e ser submetido a uma cirurgia no cérebro.

O velório do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman reuniu na manhã dessa segunda-feira, 2, lideranças políticas de diversos partidos na Assembleia Legislativa de São Paulo. A grande ausência foi o governador João Doria (PSDB), desafeto do tucano. Doria não veio mas decretou luto de três dias e ofereceu o Palácio dos Bandeirantes para a família velar o corpo. Os familiares, porém, optaram pela Assembleia.

Presente ao velório, ex-governador Geraldo Alckmin exaltou o papel de Goldman como referência para os tucanos: "Ele é uma bela luz para orientar os novos tempos do PSDB. Sempre foi muito coerente, com uma linha só: olhar para social, defesa da democracia".

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Depois de apoiar Paulo Skaf na disputa pelo governo paulista no ano passado, o ex-governador foi alvo de um pedido de expulsão do PSDB por parte do grupo do governador João Doria. "Goldman foi muito generoso comigo. No ano passado, quando fui candidato a governador, ele abertamente me apoiou apesar de estar no PSDB. Guardo com muito carinho essa atitude", disse Skaf ao chegar ao velório.

O ex-presidente Fernando Henrique, por sua vez, lembrou que esteve ao lado de Goldman no período da democratização e classificou o ex-governador como um homem "correto e sério".

O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy, do PT, contou que entrou no MDB nos fim dos 70 incentivado por Goldman. "Ele era uma voz progressista no PSDB", afirmou o petista.

O ex-presidenciável Eduardo Jorge, da Rede, chamou Goldman de "porto seguro" no PSDB. "Essa polarização infernal que o Brasil copiou da Argentina está destruindo o PSDB. A perda de Goldman acelera mais esse processo. Goldman era um porto seguro de pessoas sensatas e fiéis ao ideário social-democrata do PSDB".

A previsão é de que a cerimônia se encerre no começo da tarde, quando o corpo será transportado para o Cemitério Israelita do Butantã, na zona oeste paulistana, onde ocorrerá o enterro, às 15h. Goldman morreu no início da tarde de Domingo (dia 1º). Ele tinha 81 anos e estava internado desde 19 de agosto no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após passar mal e ser submetido a uma cirurgia no cérebro.

Morreu neste domingo, 01, o ex-governador de São Paulo e deputado federal Alberto Goldman. Ele estava internado desde o dia 19 no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O líder tucano tivera uma hemorragia durante uma operação no crânio. Ex-comunista, Goldman aderiu á social-democracia e se tornou um de seus maiores nomes no País.

Nascido em 12 de outubro de 1937, em São Paulo, filho de Dora, uma dona de casa, e de um alfaiate polonês, Wolf Goldman. Seu avô paterno tinha uma pequena loja de tecidos em uma cidade da região de Lublin, no interior da Polônia - recentemente, ele viajara ao país e tentara encontrar os antigos jazigos da famílias, mas o cemitério havia sido destruído e nada sobrara da memória dos Goldman no lugar. Nem uma lápide. "Impressionante. Os nazistas levaram os vivos e os mortos também."

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Nascido em 12 de outubro de 1937, Goldman era engenheiro formado pela Escola Politécnica, foi deputado estadual por dois mandatos (1971-1978), deputado federal por seis mandatos (1979-1986 e 1991-2006), Ministro dos Transportes (Governo Itamar Franco), secretário de Estado, vice-governador e governador de São Paulo.

Alberto Goldman deixa esposa, cinco filhos e quatro netos.

No Brasil, seu pai começou a trabalhar como alfaiate e, depois, com o irmão montou uma confecção de roupas masculina. Moravam no Bom Retiro, no centro de São Paulo, bairro que então concentrava a população judaica de São Paulo. Alberto Goldman cursou a Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo, onde se formou engenheiro civil. Ali começou a militância política. "No primeiro ano da Poli me filiei ao partido. A base era grande." Era 1955.

O partido era o Partido Comunista Brasileiro, o PCB. "Minha mãe havia sido militante do partido comunista na Polônia. E meu pai não era propriamente militante, mas era próximo." O menino conviveu com discussões em casa, durante a guerra, sobre os acontecimentos no mundo. "Fui me aproximando dessa posição."

Participou do movimento estudantil. Quando deixou a faculdade não se vinculou a nenhuma outra base do partido, mas permaneceu ligado ao grupo da comunidade judaica do Bom Retiro ao lado de militantes como Max Altman e Jacob Wolfenson. "Era um pessoal muito bem formado." Trabalhava então em uma empresa de engenharia que ele abriu depois de sair da faculdade.

Ligou-se aos Comitês Municipal e estadual do partido, uma militância clandestina. "Participava das reuniões e discussões." Tinha já três filhos quando, em 1969, após o Ato Institucional-5 (AI-5) , foi procurado em seu escritório de engenharia pelo dirigentes do partido Moacir Longo e Hércules Correa dos Reis, ambos cassados pelo regime. "Em nome do comitê estadual, eles me comunicaram que o partido queria que eu fosse candidato a deputado estadual." Os militares haviam acabado de cassar em 1968 o deputado estadual Fernando Perrone (MDB), que era o homem do partido na Assembleia Legislativa.

"Resisti durante meses. Não queria entrar nisso. Era um loucura, pois era a pior época para isso (entrar na política)." Quando decidiu ser candidato, teve de enfrentar a oposição do pai. "Meu pai fazia campanha contra mim, achando que eu havia enlouquecido. E acho que ele tinha razão", lembrava décadas depois. Era o começo de uma carreira que não teria mais fim. "Tento, tento e não consigo deixar a política", dizia o ex-governador.

Goldman só aceitou se candidatar porque acreditava que não seria eleito. "Mais do que isso. Eu não acreditava que seria registrado no tribunal eleitoral." Quando o desembargador Adriano Marrey recebeu o processo para decidir pelo registro da candidatura, disse: "Tem aqui uma série de informações do Dops, mas para mim informações do Dops não valem nada."

Depois do registro da candidatura, o engenheiro teve de enfrentar a campanha. Goldman lembrava que então a repressão contra o partido não era forte. Mesmo assim, durante a campanha, teve os passos vigiados pela polícia política. "Onde eu ia eles me acompanhavam." Fazia comícios na porta de fábricas, com um caixote e um megafone para discursar contra o governo. Usava um Fusca para se deslocar. Elegeu-se em 1970 pelo MDB com o apoio do partido. Recebeu 17.226 votos.

"Fui eleito pelo trabalho do partido. O partido tinha bases em vários lugares, como entre os ferroviários, na Lapa, na zona norte e na Vila Formosa. E no estado, na área da Sorocabana e em Santos. E nas associações de amigos de bairro e em sindicatos, como o dos metalúrgicos e da construção civil." Foi o oitavo mais votado em sua legenda, o MDB.

Depois de eleito, passou a manter encontros com integrantes do Comitê Central em casa e em restaurantes. Os contatos eram esparsos. "Comecei a fazer os discursos que tinha de fazer e meus colegas achavam que eu ia ser cassado." Com o tempo a repressão se abateu sobre a estrutura do partido, que buscava uma política de frente democrática contra a ditadura militar.

Após as primeiras prisões em 1972, Goldman pensou que seria logo preso. Aproveitou um convite do Departamento de Estado americano para acompanhar as eleições presidenciais entre o republicano Richard Nixon e o democrata George McGovern para ficar 20 dias fora do país. "Quando voltei estava mais calmo." Era o início da ação da repressão contra o partido. "Por algum fator que não sei explicar, nunca fui cassado".

Atravessou a década de 1970 com certeza que continua sob vigilância. Foi avisado por Ivahir Rodrigues Garcia, delegado de polícia e deputado estadual, que tinha os passos controlados. "Sou teu colega aqui. Você tem duas funcionárias aqui, uma delas é agente do Dops.", disse o delegado. Goldman nunca manteve nada arquivado, Mantinha nomes e endereços na memória. "Sabia que era vigiado e que a qualquer momento podia ser apanhado."

Em 1974, é reeleito deputado estadual com 75 mil votos. Tornara-se o segundo mais votado do estado em meio avalanche de votos dada ao MDB. "Fazia palestras em universidades. Passei a ser uma referência de oposição ao regime. Sempre procurei fazer meus discurso, muito duros, mas nunca ultrapassando uma linha e evitando as agressões pessoais."

Tornou-se líder da bancada do MDB, que tinha então dois terços da Assembleia Legislativa paulista. "Eu podia aprovar o que quisesse e derrubar o que quisesse." Conviveu com o governador Paulo Egídio Martins (Arena), que lhe mandava os projetos antes, iniciando uma relação que se transformaria em amizade pessoal.

Em 1975, após a prisão e morte do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.º Exército, o governador Paulo Egídio chamou a bancada do MDB ao palácio dos Bandeirantes para um encontro com o presidente Ernesto Geisel. Disse então para o Geisel: "Presidente, estão matando gente em São Paulo." Geisel ouviu o relato de Goldman, com a bancada do MDB em torno dos dois. "Eu sei", disse.

Meses depois, após mais uma morte no DOI - a do operário Manoel Fiel Filho - o presidente removeria do comando do 2.º Exército o general Ednardo D'Ávila Mello. Para acalmar a linha dura, cassaria dois deputados comunistas - Nelson Fabiano e Marcelo Gatto. "Na hora que sabia de uma informação de uma prisão, ia para os jornais denunciar. Era a forma de anunciara que a pessoa havia sido presa para preservar a vida dele." Foi assim com o dirigente comunista Marco Antônio Tavares Coelho, preso no Rio e trazido para São Paulo. "Isso preservava a vida das pessoas."

Em 1977, propôs a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a invasão da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, invadida pela polícia de São Paulo para impedir um congresso estudantil. Presidiu a comissão que interrogou o então secretário da Segurança, o coronel Erasmo Dias. Ia então para Buenos Aires para encontrar com integrantes da direção do partido no exílio. Em 1978, elegeu-se deputado federal. Elegeu-se com 102 mil votos e seria reeleito em 1982 pelo MDB.

Em 1986, após a legalização do PCB em 1985, torna-se líder do partido na Câmara dos Deputados e integrante do Comitê Central do partido. Candidata-se pelo partido e, pela primeira e última vez não é reeleito. "Meu voto era muito PMDB. E na lei de então prevalecia o nome do partido."

Se torna secretário de coordenação de programas do governo de Orestes Quércia (PMDB) em 1987 e, em seguida, deixa o PCB e retorna ao PMDB. Depois seria secretário de administração. Em 1990, apoia a candidatura de Luiz Antonio Fleury Filho ao governo do estado. "Foi uma invenção nossa. Uma infeliz invenção." No quercismo, o ex-governador permaneceria até 1996. Ingressou então com outros emedebistas no PSDB.

Em 1990, voltou a se candidatar e a ser eleito deputado federal. No governo Itamar Franco (1992-1995), tornou-se ministro dos Transportes. Como tucano, elegeu-se deputado ainda em 1998 e 2002. Em 2006, elegeu-se vice-governador na chapa de José Serra (PSDB), assumindo o governo do Estado em 2010 após a renúncia do colega, que se candidatou à presidência.

"Quando saí do governo em 2011, decidi pagar minhas dívidas com os filhos e netos. Nesses 40 anos de política não os vi crescerem. Um dos meus filhos é traumatizado com a política. Não deixava meus netos falarem em política." O menino assistia à televisão nos anos 1970 e ouviu o nome do pai. Era um militar que o acusava Goldman de subversão. "Meu filho me perguntou: 'Pai, você é comunista?' Hoje ele tem 50 anos. Ficou traumatizado."

Levava os netos ao cinema. Tornou-se vice-presidente do PSDB e um dos principais adversários do atual governador João Doria, que lutou pela sua expulsão do partido. Bem-humorado, gostava de fustigar o adversário. Na segunda-feira, dia 19 de agosto, foi internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Passou por uma cirurgia no cérebro e teve um sangramento. "Minha vida política foi mais do que fazer proselitismo. Foi minha forma de contribuir com o País."

O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman rebateu o governador João Doria pelas críticas dirigidas ao PSDB na posse do cargo no dia 1º de janeiro. Integrante da ala mais tradicional do partido e adversário interno de Doria, Goldman defendeu que a legenda faça oposição ao presidente Jair Bolsonaro e admitiu a possibilidade de deixar a PSDB caso o governador paulista assuma o comando da sigla.

"Não nos confundimos nem com o setor petista e muito menos com o setor mais reacionário e retrógrado da sociedade que hoje vê em Jair Bolsonaro a redenção do País, não é o que vai acontecer. Temos que manter uma postura de oposição, mas absolutamente independente. A nossa posição é classificada como social-democrata", disse Goldman à rádio Eldorado.

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O tucano disse que vai fazer de tudo para impedir, em maio, que Doria tenha sucesso na tentativa de assumir o controle do partido na eleição para a Executiva Nacional da legenda. Doria tenta emplacar o deputado Bruno Araújo (PE) na presidência do PSDB. "Não quero que o partido seja conduzido e dominado por alguém, muito menos pelo João Doria."

Goldman admite, inclusive, deixar o PSDB se Doria avançar na condução dos tucanos. "Pode acontecer dependendo do andar da carruagem, mas não é minha intenção. Minha intenção é levar a luta interna até o limite possível."

No discurso de posse, Doria criticou indiretamente administrações tucanas anteriores e defendeu uma reestruturação da legenda. Goldman demonstrou forte discordância e disse que o discurso está alinhado com a suposta intenção do correligionário de se candidatar à Presidência da República em 2022.

"A afirmação do governador João Doria a respeito das administrações é evidente e absolutamente equivocada, para não dizer mais do que isso. Está dentro de uma linha de atuação com o objetivo político dele, mas não é a realidade do Estado."

Criticando a intenção de privatizar a Sabesp, empresa que detém a concessão dos serviços públicos de saneamento básico no Estado de São Paulo, Goldman declarou que o governador e o secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, "não conhecem ainda o Estado".

No "day after" em que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réu por corrupção o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-governador de São Paulo e ex-vice-presidente nacional do PSDB Alberto Goldman, uma das lideranças históricas da sigla, defende que o partido reveja a candidatura dele ao Senado Federal nas eleições gerais deste ano.

Em entrevista à Rádio Eldorado, Goldman reconheceu que a decisão do STF traz um desgaste político ao PSDB, principalmente num ano eleitoral, por isso argumentou que a legenda deve ponderar com muito cuidado se deve ter Aécio candidato (à reeleição ao Senado) em Minas Gerais: "Uma candidatura majoritária de Aécio não me parece conveniente nessas eleições", avaliou.

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A posição de Goldman é a mesma de outras lideranças do partido e do próprio presidenciável tucano, ex-governador Geraldo Alckmin, pelo temor de que o episódio possa gerar desgaste em uma campanha que promete ser muito acirrada e cujo cenário ainda está bem pulverizado.

Oficialmente, Alckmin, que também é presidente nacional da legenda, diz que Aécio é quem decidirá sobre seu futuro político. Mas, nos bastidores, há um movimento para tentar descolar esse episódio do partido como um todo, caracterizando-o com um problema pessoal do senador mineiro e não um modus operandi do PSDB. "É um episódio individualizado, que não atingiu o partido em sua totalidade, mas do ponto de vista político trouxe um desgaste", afirmou Goldman à Rádio Eldorado.

Na entrevista, o ex-presidente nacional do PSDB disse que a obrigação da Justiça, neste caso, é levar as investigações adiante, fazendo ressalva de que "podem não existir provas contra Aécio, mas há indícios" e que alguém que foi presidente nacional da legenda não poderia jamais ter pedido dinheiro ou tido uma conversa daquelas com um empresário (Joesley Batista, do grupo J&F).

Para Goldman, a perda de liderança nacional de Aécio Neves é clara. "Se esvaiu, sua posição no PSDB ficou fragilizada", avaliou. Por isso defende que, mesmo que tenha prestígio junto ao seu eleitorado (em Minas Gerais), não seria conveniente para o PSDB que Aécio seja candidato a um cargo majoritário neste pleito. "O partido não tem culpa (do que ocorreu), mas sofreu um desgaste e vamos sofrer com isso na campanha", disse Goldman.

O vice-presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo Alberto Goldman criticou o vazamento da delação premiada que implicou o nome do presidente Michel Temer, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), além de outros políticos, e que resultou nesta quarta-feira, 14, no pedido de demissão do assessor especial da Presidência, José Yunes.

Em vídeo divulgado por ele em seu canal no YouTube e replicado pelo partido, Goldman afirmou que conhece os citados na delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que muitos são "inconfiáveis", mas que não tem dúvida da honestidade de muitos outros.

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A estratégia do vice-presidente tucano foi a mesma adotada por Temer e por outros políticos da base aliada, de atacar o vazamento de delações para minar os efeitos negativos da colaboração premiada dos executivos da empreiteira, que também envolvem peemedebistas e tucanos.

Ao criticar o vazamento, Goldman questionou a quem interessaria a divulgação de uma delação que ainda não passou pelos trâmites legais do Ministério Público e do Judiciário e que "de alguma forma irregular chegou aos meios de comunicação". "Isso não podemos aceitar, porque dessa forma você põe no mesmo saco todo mundo, gente que não cometeu crimes e irregularidades e gente que, nós sabemos, cometeram grandes crimes e são responsáveis em grande monta pelo que se passou no País nos últimos anos", disse, em vídeo com o título "O joio e o trigo".

O tucano cobrou do Ministério Público que assuma a responsabilidade sobre os processos e que os conduza de maneira legal. "Se ele (MP) está fazendo um papel muito importante nos últimos anos, não pode se deixar levar por desvios tão graves como esses que estão ocorrendo", disse Goldman, em referência ao vazamento da delação. Ele afirmou que o MP e a Justiça precisam manter a credibilidade para que o País possa retomar o desenvolvimento e "ultrapassar essa fase terrível que o petismo nos deixou."

Em meio às discussões sobre a sucessão da Executiva Nacional do PSDB, o vice-presidente do partido, Alberto Goldman, não poupou críticas à cúpula a legenda. As eleições internas do PSDB estão previstas para ocorrer em maio de 2017 e sua nova composição deverá ditar os rumos da sigla na disputa presidencial de 2018.

"A Executiva tem se mostrado um órgão cartorial. Num ano totalmente conturbado como esse, que teve até impeachment, nós só nos reunimos uma única vez para decidir se iríamos apoiar ou não o governo Temer. Isso não é nada", disse Goldman.

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A atual direção, comandada pelo senador Aécio Neves (MG), foi reeleita em julho de 2015, oito meses após o tucano ser derrotado na disputa presidencial de 2014 para a petista Dilma Rousseff. Na ocasião, não houve disputa e o senador foi eleito por aclamação.

Fundo Partidário

Além da falta de encontros para discutir os rumos para a legenda, Goldman também questionou a "ausência de critérios" dos repasses do Fundo Partidário feitos aos candidatos que disputaram as eleições municipais deste ano. "O critério da distribuição do Fundo Partidário para as campanhas não foi informado como foi feito. Depois deverá ser feita uma prestação de contas, como determina a Lei Eleitoral, mas isso só depois que o dinheiro já foi repassado. Vão surgir questões de por que esse recebeu mais do que aquele?"

De acordo com integrantes da Executiva, no primeiro turno, o PSDB desembolsou, com recursos oriundos do Fundo Partidário, cerca de R$ 30 milhões. A previsão é de que a legenda repasse cerca de R$ 2 milhões para os candidatos que disputam uma vaga no segundo turno, no próximo dia 30.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o valor representa cerca de R$ 100 mil para cada um dos 19 candidato tucanos que estarão nas urnas no próximo dia 30. Aécio, presidente nacional do PSDB, foi procurado, mas até a conclusão desta edição não houve resposta às críticas feitas pelo vice-presidente da legenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-governador de São Paulo e vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, criticou nesta terça-feira (27) no seu blog, a falta de unidade dentro da própria legenda. Além de alfinetar seus correligionários, o tucano também alfineta a presidente Dilma Rousseff (PT).

Em um texto curto intitulado de “Para rir e para chorar”, Goldman ironizou duas situações distintas: “No meio desta noite insone, leio duas notícias, uma para rir, outra para chorar. Para rir: no México Dilma minimizou o esquema de corrupção da Petrobras ao dizer que apenas quatro dos 90 mil funcionários da empresa estão sendo acusados. É o que ela disse: “apenas 4”. Faltou dizer que os quatro eram os diretores e gerentes que comandavam a empresa.  Estão presos.  Não é para rir?”, alfinetou.

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No parágrafo seguinte, o tucano frisou a divergência do PSB na votação da reforma política. “Para chorar: na votação do distritão, que seria o tiro fatal na tão medíocre e nascente democracia brasileira, felizmente derrotado, o PSDB deu 26 votos contra e 21 a favor. Uma bela demonstração de unidade e de organização partidária! Para um partido que se diz arauto da democracia e se pretende apto a governar, não é para chorar?”, pontuou em tom sarcástico.

Carta de insatisfação com o PSDB- Além da crítica de Goldman em seu próprio blog, circula na internet que o vice-presidente nacional do PSDB emitiu uma carta à cúpula nacional do partido garantindo que a legenda não seria capaz de dizer o que faria se tivesse vencido as eleições presidenciais: "Nós não temos um projeto de país". 

Outro desabafo do tucano é em relação à reforma política e alterações previdenciárias que segundo ele "não são discutidas e decididas pelo partido em seu foro natural e legítimo"  revelando  que "a falta de debate interno se agravou no período recente, de Aécio Neves".

O vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, publicou um texto em seu blog nesta terça-feira, 20, sugerindo que seja aberto um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Apesar de não mencionar o termo, o tucano afirma que a "tarefa" da oposição, diante da crise econômica e dos desdobramentos das investigações de corrupção na Petrobras, será pensar numa maneira de fazer uma "transição democrática", pois a petista não teria condições políticas de terminar o mandato.

"Como (Dilma) vai resistir quatro anos em um quadro de superação difícil, se não impossível? Como e quando será possível uma transição democrática, supondo que a situação não possa ser mantida pelos quatro anos desse mandato?", escreve Goldman. Segundo ele, pensar no que fazer diante desse quadro é "questão posta para a oposição". "É a nossa tarefa", completa.

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Questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se estava sugerindo que a oposição deveria entrar com um pedido de impeachment contra a presidente, Goldman disse que esse seria "um caminho legal", mas afirmou que era preciso debater o assunto, porque ele ainda não tinha "uma resposta". "O País aguenta que essa gente continue dirigindo o País por mais quatro anos? Eu acho que não. Mas nós não temos a resposta para o passo seguinte", afirmou.

No texto, o tucano diz que o início desta semana pareceu um prenúncio do "fim do mundo", já que na segunda-feira, 19, o País passou um por um apagão de energia que atingiu 10 Estados e o Distrito Federal. Ele também criticou os recentes anúncios de aumento de impostos feitos pela equipe econômica do governo e disse que Dilma está tomando todas as medidas que prometeu que não tomaria durante a campanha eleitoral. Por fim, cita o escândalo da Petrobras que, segundo ele, mostra "uma total deterioração do governo e dos partidos que o sustentam".

Desde que o candidato o tucano Aécio Neves perdeu as eleições do ano passado, os petistas acusam o PSDB de querer "vencer no tapetão" e tentarem forçar um "terceiro turno" eleitoral. O partido têm incentivado, por exemplo, que os seus militantes participem de manifestações que pedem o impeachment da presidente e adotou medidas que questionam a legitimidade do pleito, como uma auditoria do resultado das eleições que teve início nesta semana em Brasília.

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