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O presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Mauro Cunha, considera essencial o ressarcimento da totalidade dos acionistas da JBS, após a delação dos controladores da empresa que abalou o País e reduziu abruptamente o valor de mercado da companhia - foram mais de R$ 5 bilhões desde o dia 17 de maio.

"Me deixa muito preocupado o que estão dizendo de que esses R$ 10,3 bilhões (do acordo de leniência) vão ressarcir apenas BNDES e fundos de pensão. E os outros acionistas?", questionou ele, em entrevista ao Broadcast. Para o representante, não só os fundos de pensão e BNDES devem ser ressarcidos de prejuízos com a JBS, mas também os acionistas minoritários.

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"Se os fundos e a estatal forem mais uma vez os únicos a receber, vamos estar dizendo para os investidores 'não invistam no Brasil porque vocês não terão seu dinheiro de volta se forem roubados", afirmou.

O Grupo J&F chegou a um acordo de leniência, divulgado na noite de ontem. Segundo a Coluna do Estadão, o documento prevê que do total a ser pago, R$ 8 bilhões serão destinados a Funcef (25%), Petros (25%), BNDES (25%), União (12,5%), FGTS (6,25%) e Caixa Econômica Federal (6,25%). O restante da multa, R$ 2,3 bilhões, será pago por meio de projetos sociais, especialmente nas áreas de educação, saúde e prevenção da corrupção.

A Amec divulgou ontem um comunicado se posicionando em relação ao caso JBS. Para a instituição, o evento deixou expostas as fragilidades do mercado de capitais brasileiro. "Outras lições que já deveríamos ter aprendido no passado deveriam estar em prática e isso não está acontecendo", disse Cunha.

Para ele, atualmente, o investidor pode fazer muito pouco como acionista minoritário de uma empresa brasileira para se proteger. Apesar disso, ele elogia a atuação recente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Desde o último dia 18, o órgão regulador do mercado de capitais já instaurou oito processos administrativos envolvendo a JBS.

Os processos investigam questões que não foram contempladas no acordo de leniência. Um dos inquéritos administrativos, por exemplo, está relacionado à atuação da companhia no mercado de dólar futuro. "Às vezes, as maneiras como a coisa anda torna o evento um tanto opaco para quem observa do lado de fora, muitas vezes a CVM trabalha, mas a gente não consegue ver", disse. "Se ela tivesse mais recursos, estaria olhando para mais situações e possivelmente teria encontrado os problemas de uma empresa como essa, antes de estourar".

Sobre o futuro da companhia, Cunha afirmou que os investidores vão olhar a JBS com "lupa". "O sistema de supervisão interna da JBS claramente não funcionou, cabe aos reguladores apurar agora", afirmou.

Para ele, não o mercado de capitais não deve mais aceitar a "governança de papel" e as responsabilidades precisam ser apuradas. (Colaborou Gabriel Vieira, especial para a Agência Estado)

O presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Mauro Cunha, que é conselheiro da Petrobras representando os minoritários, disse nesta terça-feira (6) que o caso Pasadena é apenas "um gota no oceano" em relação ao que vem acontecendo com as ações da estatal.

"Acho que se está perdendo muito tempo com Pasadena, quando vemos o que acontece com as ações da Petrobras. Pasadena é uma gota no oceano. É bom para a discussão política e frágil do ponto de vista técnico. Ele (o prejuízo que a estatal teve com Pasadena) é incapaz de criar o prejuízo que os acionistas tiveram no período", disse. Cunha não fazia parte do conselho da companhia à época em que a compra de Pasadena foi aprovada.

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Recentemente o líder dos minoritários entrou com reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a Petrobras para exigir que a empresa tornasse pública a sua decisão de não aprovar as demonstrações financeiras da estatal. "No balanço a companhia sumarizou o meu voto e a CVM ainda não se pronunciou", disse.

Acionistas minoritários da Petrobras aproveitaram nesta segunda-feira assembleia anual para protestar contra a influência do governo na companhia. Um dos acionistas chegou a vaiar um par de vezes, de forma relativamente tímida, mas sendo escutado pelos mais de 100 presentes, a reeleição do ministro da Fazenda, Guido Mantega, como presidente do conselho de administração da petroleira.

“Fora Mantega”, disse o investidor João Antonio Lian, arrancando alguns risos de apoio de investidores e petroleiros ao seu redor. Minoritários também elegeram nesta segunda-feira o presidente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec), Mauro Cunha, para cadeira no conselho de administração voltada a acionistas minoritários detentores de ações ordinárias (ON).

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Avanço

A eleição de Cunha para uma das dez cadeiras do conselho teve o apoio de investidores estrangeiros. Apesar de ocorrer sem surpresas, foi vista no mercado como um avanço em termos de governança na companhia. Até hoje, o governo garantia nome de seu agrado no cargo com voto de instituições como BNDES e BNDESPar, que desta vez se abstiveram.

Os ataques, em sua maioria lidos ao microfone com pedido de registro em ata, se direcionaram à influência do governo nas decisões da companhia, e não à presidente Graça Foster. Acionista minoritário, Luís Eduardo Potsch chegou a perguntar se Graça não seria apenas uma “executora das determinações de Brasília”. Perguntou ainda se Guido Mantega não seria o verdadeiro CEO (presidente) da Petrobras.

Em todas as vezes, Graça agradeceu as colocações de forma cordata e não teceu comentários. A executiva não participou dos outros dois compromissos da agenda de relações com investidores de nesta segunda-feira: a teleconferência com analistas de mercado, pela manhã, para comentar os resultados obtidos pela Petrobras no primeiro trimestre, e a entrevista coletiva com jornalistas realizada a seguir, com o mesmo propósito. Mas Graça fez questão de conduzir, pela primeira vez desde que tomou posse no cargo, a assembleia. Foi elogiada por parte dos críticos.

Despedida

“Quem manda na Petros (fundo de pensão dos funcionários) é a Petrobras; e quem manda na Petrobras é o governo”, declarou o presidente do conselho fiscal da Petros, Silvio Sinedino.

Sinedino, que se despede do cargo de membro do conselho de administração da Petrobras em vaga reservada a representante de empregados, contestou voto da Petros na condição de minoritário.

Os fundos de pensão que integram o grupo de acionistas da empresa, por serem patrocinados por estatais (Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), têm seus votos questionados pelos demais minoritários. Costumam acompanhar as decisões da União, controladora da petroleira.

Fernando Siqueira, da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet), protestou contra o estrangulamento financeiro da companhia por meio do congelamento do preço dos combustíveis. “Não se pode fazer controle de inflação transferindo todo o ônus para uma única empresa”, disse Siqueira.

Nesta terça-feira (18), o Sindicato dos Professores em Pernambuco (Sinpro PE) solicitou à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego um comando de fiscalização na Academia Metropolitana de Educação e Cultura de Igarassu (AMEC). O sindicato solicita que sejam regularizados os direitos trabalhistas e os salários dos profissionais. 

De acordo com o Sinpro, a Escola de Aplicação da Faculdade de Igarassu (FACIG) recebeu denúncias por várias irregularidades. Não assina o CTPS dos professores; recolhe o FGTS e o INSS e não repassa o mesmo para o Governo; não paga férias; recusa-se a dar aumento salarial dos professores; além de cometer atraso do pagamento salarial. 

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Para regularizar a situação, o Sinpro exige o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, cálculos trabalhistas, agenda trabalhista e previdenciária, contribuição sindical, alterações salariais e demais anotações que se fazem necessárias na legislação.

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