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Cinco milhões de pessoas entraram na pobreza extrema em 2021 nos países da América Latina, o que fez o total de indivíduos nessa situação subir de 81 milhões para 86 milhões na região "mais vulnerável do mundo nesta pandemia", informou a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) nesta quinta-feira (27).

A "pobreza extrema na região aumentou para 86 milhões em 2021 como consequência do aprofundamento da crise social e sanitária derivada da pandemia", disse a Cepal sobre a pobreza, cuja taxa geral caiu levemente de 33% para 32,1% em 2021, totalizando 201 milhões de pobres.

O aumento da extrema pobreza, que passou de 13,1% para 13,8% da população, e a leve queda no indicador geral ocorreram no quadro da recuperação econômica de 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) que os países latino-americanos atingiram em média durante 2021.

Segundo a Cepal, a taxa de aumento da pobreza extrema representa "um retrocesso de 27 anos" na evolução dos indicadores.

“Apesar da recuperação econômica vivida em 2021, os níveis estimados de pobreza relativa e absoluta e pobreza extrema permaneceram acima dos registrados em 2019, refletindo a continuidade da crise social”, disse Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, órgão técnico da Nações Unidas com sede em Santiago do Chile.

Segundo a Cepal, o aumento da pobreza em 2021 afetará principalmente o Brasil e a Costa Rica devido aos cortes nos auxílios estatais. Por outro lado, Chile e República Dominicana manteriam seus níveis, sustentados pela continuidade das transferências fiscais.

“A recuperação econômica de 2021 não foi suficiente para mitigar os profundos efeitos sociais e trabalhistas da pandemia, intimamente ligados à desigualdade de renda e gênero, pobreza, informalidade e vulnerabilidade em que vive a população”, acrescentou Bárcena.

A executiva pediu a manutenção das transferências emergenciais de dinheiro em 2022 ou até que a crise da saúde esteja controlada. Os depósitos foram fundamentais na maioria dos países para manter os níveis de pobreza sob controle.

O serviço de streaming da Warner, HBO Max, divulgou que “Harry Potter: De Volta a Hogwarts” já é a estreia mais assistida da plataforma em toda a América Latina. O especial fez a sua estreia no último sábado (1º).

 

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“De Volta a Hogwarts” se trata de uma celebração, que reúne todo o elenco principal dos filmes do bruxinho, para um bate-papo que visa homenagear os 20 anos de lançamento do primeiro longa-metragem, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (2001).

O especial segue o mesmo formato de produções como “Friends: The Reunion” (2021) e “Um Maluco No Pedaço - A Reunião” (2020), em que os atores relembram os tempos de gravação e contam curiosidades da época.

Além disso, os diretores Chris Columbus, Alfonso Cuarón, Mike Newell e David Yates aparecem para falar sobre suas ideias criativas e processo de concepção dos cenários que dão vida ao universo de “Harry Potter”.

Até o momento, “De Volta a Hogwarts” está disponível apenas com legendas em português, mas a Warner já confirmou que em breve, o especial também será localizado no idioma português brasileiro. 

Quando José Avilez começou a trabalhar com videogames na Venezuela, não imaginava que isso mudaria sua vida. Com a ampliação do uso de criptomoedas para driblar a crise econômica, o negócio ganhou outro patamar e lhe possibilitou comprar uma casa e um carro. "Eu sustento o meu lar agora. Mantenho financeiramente meus pais, irmãos e uma tia", diz.

Assim como Avilez, outras milhões de pessoas usam as criptomoedas em diferentes países da América Latina, um mercado em expansão diante da falta de políticas monetárias próprias, da alta inflação, da desvalorização das moedas locais e da alta taxa de informalidade, além da facilidade de acesso: em 2019, 68% dos latino-americanos tinham acesso à internet, segundo o Banco Mundial, enquanto apenas 18% tinham algum cartão de crédito, por exemplo.

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"Acessar o mercado de criptomoedas e fazer transações é significativamente mais fácil do que o mercado tradicional. Se você tem internet e celular, você já tem acesso ao mercado. Em El Salvador, já tem mais gente com acesso ao app de criptomoedas do governo do que com contas bancárias", afirma o diretor de expansão da Crypto.com para o Brasil, Guilherme Sacamone.

Moeda Oficial

Sem política monetária própria e dependente do dólar, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou o bitcoin como moeda oficial, em setembro, apesar da advertência do FMI dos riscos envolvidos. "O que chama a atenção no caso é que o presidente fez um discurso de mudar paradigmas e digitalização da economia e quer ocupar o espaço de operador da criptomoeda sem pedir registro de recurso. Bukele distribuiu US$ 30 em criptomoeda por cidadão, para encorajar o uso do sistema", disse o professor de geoeconomia internacional da ESPM-SP Leonardo Trevisan.

Recentemente, o presidente salvadorenho anunciou a compra de 100 bitcoins, com os quais teria gastado cerca de US$ 5 milhões. Bukele anunciou ainda a construção da primeira cidade bitcoin do mundo, em Conchagua, utilizando a energia geotérmica de vulcões. Mas, mesmo assim, El Salvador ainda não passa a Venezuela, terceiro país do mundo com maior incidência de criptomoedas, atrás apenas de Ucrânia e Rússia.

"Nós, venezuelanos, começamos a usar as criptomoedas entre 2015 e 2016, quando a crise começou a piorar. A necessidade nos obrigou a procurar métodos alternativos para enviar e receber dinheiro dentro e fora do país. O bitcoin foi o grande salvador dos venezuelanos", conta Avilez.

Movimentação

Em 2020, os países latino-americanos enviaram US$ 25 bilhões em criptomoedas e receberam US$24 bilhões, o que representa 9% de todas as criptomoedas do mundo. A Venezuela representa US$ 3 bilhões desse valor.

O país, com inflação projetada de 1.600%, segundo a Ecoanalítica, já cortou 14 zeros de sua moeda, o bolívar, desde 2008. Apenas em 2021, o governo anunciou o corte de seis zeros. Com isso, o dinheiro perdeu valor e o venezuelano comum precisa recorrer ao dólar ou às criptomoedas.

"Com as criptomoedas, o governo não consegue imprimir quanto de dinheiro quiser e isso dribla a inflação. A emissão de criptomoedas não está sob a jurisdição de nenhuma instituição e isso faz com que ela seja um pouco mais confiável, porque o que define é a tecnologia, que não permite que interesses particulares definam a emissão. Isso se mostra mais confiável para as pessoas", afirma Sacamone.

E foi justamente isso que tirou Avilez da pobreza nos últimos anos. O jovem de 35 anos é mais conhecido como Etinen, nome que usa para as transações que faz com o videogame Tibia. "Basicamente, nossa economia tem base em criptomoedas. Eu uso para vender os jogos e para proteger minhas finanças, afinal temos a maior inflação do mundo e o valor do câmbio bolívar-dólar é muito volátil", conta.

Com o que recebe vendendo o Tibia, Avilez consegue comprar comida, pagar contas e até comprar eletrodomésticos. "Já comprei comida em um mercado de Caracas que se chama Excélsior Gama, aceitaram meus USDT. Também comprei comida pelo delivery e até bilhetes aéreos". Uma assinatura mensal do Tibia vale 11 USDT.

Na Colômbia, o governo revogou qualquer limite em criptomoedas com registro e o uso de criptomoedas chegou aos caixas eletrônicos. O país tem a maior rede de caixas eletrônicos de criptomoedas - atualmente são 60 Coin ATM Radar, que permitem a troca direta de uma moeda, seja física ou de uma conta bancária, e qualquer criptomoeda.

"É preciso fazer um alerta. O país não tem uma economia que justifique a movimentação de tanta criptomoeda e isso acende um alerta na DEA", explica Trevisan. Segundo a agência antidrogas dos EUA, "a criptomoeda favorece a lavagem de recursos ilícitos em razão do anonimato e da velocidade das transações".

Fator importante para levar as classes mais simples da Colômbia a adotarem a criptomoeda em atividades cotidianas está a alta informalidade. Em 2020, ao menos 32,1% da população estava em trabalhos informais. Além disso, é preciso considerar que no país vive a maior comunidade de venezuelanos que fugiram da crise.

"Uma das vantagens da criptomoeda são as baixas taxas bancárias. A informalidade do trabalho na América Latina é muito alta e boa parte das pessoas depende dos recursos do imigrante. As classes D e E, por exemplo, precisam da criptomoeda para fazer a transferência de renda", afirma Trevisan.

Os imigrantes latinos que continuam vivendo nos EUA ou em países da Europa, por exemplo, ou mesmo em outros países latino-americanos, mandaram mais dinheiro a seus parentes durante a pandemia de covid-19 e tentam escapar das altas taxas dos bancos. "A transação em criptomoeda é como um Pix, é um movimento livre", disse Trevisan.

Remessas

Em junho de 2020, a República Dominicana recebeu 26% a mais de remessas do que no mesmo período de 2019. Em El Salvador, o aumento foi de 10%. De acordo com o Banco Mundial, em toda a América Latina, a receita das remessas representa quase 2% do PIB total da região.

Estima-se que existam 6 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos em todo o mundo. Destes, 5 milhões estão na América Latina e no Caribe, principalmente em Colômbia, Brasil, Argentina, Equador, Peru e Chile. Avilez lembra que, apesar do grande êxodo de venezuelanos, muitos não têm condições de deixar o país e as remessas são a única forma de renda.

"Com a crise, muitos foram embora e começou a ocorrer aqui o que não era comum, as remessas. E, para os venezuelanos de fora conseguirem mandar dinheiro para cá, usavam cambistas informais. Agora, esses cambistas recebem em moedas locais (dos outros países), compram criptomoedas e as enviam para cá", afirmou.

Atualmente, o bitcoin é a criptomoeda mais popular na América Latina. O México foi pioneiro na regulamentação do uso e nas operações de casas de câmbio digital, com sua Lei Fintech, de 2018. Já Equador e Bolívia baniram, em 2014, a circulação de criptomoedas em seus territórios.

No Brasil, o uso das criptomoedas está mais voltado para investimentos e ampliação de capital. "Percebemos diferentes modos de uso das criptomoedas em diferentes países, de acordo com cada necessidade. O Brasil é o primeiro país que a gente precisa estar presente em razão do tamanho do mercado, mas o volume ainda é concentrado em grandes transações, ou seja, em investidores que entendem do assunto", disse Sacamone. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de uma forte recuperação em 2021, o crescimento das maiores economias da América Latina deve moderar para taxas de tendência, com a produção da maior parte dos países retornando aos níveis pré-pandemia ao fim de 2022, avalia a Moody's. Segundo a agência, a perspectiva de crédito para a região em 2022 é estável, representando uma melhora em relação à perspectiva negativa em 2021.

"Projetamos que os déficits fiscais irão diminuir e as taxas da dívida gradualmente ficarão estáveis, à medida que as medidas fiscais implementadas para conter os efeitos da pandemia sejam retiradas e o desempenho da receita melhore", diz o vice-presidente da agência de classificação de risco, Samar Maziad.

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Em relatório, a Moody's afirma que, apesar dos encargos mais elevados de dívidas para a maioria dos países latino-americanos, a expectativa é que as métricas de viabilidade da dívida continuem similares aos níveis observados antes da pandemia. Na projeção da agência, os países que enfrentam pressões de financiamento no curto prazo e onde os desequilíbrios permanecerão amplos serão exceções.

"A pandemia aumentou as tensões sociais e os riscos políticos na região, gerando pressões que complicarão a gestão fiscal e a formulação de políticas em geral", observa. Estruturas políticas mais fortes e redes de segurança social eficazes apoiarão os países a conter os riscos políticos e responder aos desafios de modo eficaz, diz a Moody's.

A pandemia de Covid-19 continua a acelerar na Europa e a situação sanitária voltou a deteriorar na América Latina essa semana.

Um indicador importante, o número de casos diagnosticados, reflete, porém, apenas uma fração do número real de infecções e as comparações entre os países devem ser feitas com cautela, pois as políticas de testagem diferem de um país para outro.

Mais de 470.000 casos diários

Com 472.800 contaminações registradas todos os dias no mundo esta semana, o indicador está aumentando pela quarta semana consecutiva (+ 8% em relação à semana anterior), de acordo com balanço da AFP até quinta-feira (11).

Deterioração na Europa e na América Latina

Ao contrário das semanas anteriores, a Europa (+ 13%) já não é a única região que vê a sua situação agravar-se. A zona da América Latina/Caribe (+ 14%) também sofre. Quanto à África, registrou um aumento de + 15% de novos casos, um resultado distorcido, porém, pela recuperação dos dados de Botsuana.

Em outros lugares, a situação continua melhorando no Oriente Médio (-12%), Ásia (-7%) e Oceania (-6%), enquanto é quase estável nos Estados Unidos / Canadá (+ 1%).

Europa concentra acelerações

Os dez países que registraram as maiores acelerações da semana (entre aqueles com pelo menos 1.000 contaminações diárias) estão localizados no Velho Continente: Hungria (+ 77%, 6.600 novos casos por dia), Polônia (+ 66%, 14.600), Alemanha (+ 61%, 31.700), Áustria (+ 57%, 9.600), Croácia (+ 54%, 5.500), França (+ 52%, 9.500), Suíça (+ 49%, 2.900), Itália (+ 48%, 6.700), Espanha (+ 48%, 2.900) e Holanda (+ 42%, 10.900).

Principais diminuições

As três principais reduções também ocorrem na Europa, em países do leste do continente que tiveram surtos no início do outono: Romênia (-35%, 6.500), Letônia (-35%, 1.400) e Estônia (- 34%, 1.200).

Seguem as Filipinas (-33%, 2.200) e a Mongólia (-30%, 900).

Mais contaminações

Os Estados Unidos continuam sendo de longe o país com o maior número de novas infecções em termos absolutos esta semana (73.100 casos diários, -1%), à frente da Rússia (39.800, -1%) e do Reino Unido (34.300, -12%).

Em proporção à população, excluindo micro-Estados, o país com o maior número de casos novos esta semana é a Eslovênia (1.080 por 100.000 habitantes), à frente da Croácia (943) e da Geórgia (833).

Mortes

A Rússia registra o maior número de mortes diárias, 1.205 por dia esta semana, à frente dos Estados Unidos (1.160) e da Ucrânia (673).

Globalmente, 7.160 mortes foram registradas todos os dias esta semana, um número em alta de 2%.

Vietnã vacina a toda velocidade

Sobre as taxas de vacinação, o Vietnã está no topo do pódio esta semana, administrando doses a 1,33% de sua população a cada dia. Em seguida, entre os países com mais de um milhão de habitantes, Irã (0,96%), Taiwan (0,82%), Bangladesh (0,81%), Peru e Cuba (0,79% cada).

Esses países estão todos na América Latina e na Ásia, uma tendência que vem sendo observada há vários meses. Os países dessas regiões estão gradativamente alcançando os campeões da imunização, que até então estavam localizados principalmente na Europa, América do Norte e Oriente Médio.

Até o momento, os Emirados Árabes Unidos são o país mais vacinado do mundo, com 89% de sua população totalmente vacinada. Estão à frente de Portugal (86%). Seguem Singapura (80%), Espanha e Camboja (79% cada), Coreia do Sul (78%), Itália, Malásia, Canadá, Uruguai e Dinamarca (76% cada), Irlanda, Japão e França (75% cada).

A Organização Pan-Americana da Saúde informou nesta quarta-feira(18) que 60% da população sofre de ansiedade ou depressão nas Américas, alertando para uma "crise de saúde mental" na região devido à pandemia e instando os países a tomarem medidas para aliviá-la.

“Hoje enfrentamos uma crise de saúde mental que, se não for resolvida, terá graves consequências. Não só agravará o fardo dos transtornos mentais em nossa região, mas também prolongará o impacto da pandemia”, alertou em coletiva de imprensa a diretora da Opas, Carissa Etienne.

Desde que a covid-19 chegou à região, há 16 meses, lembra ela, o estresse e o medo invadiram o cotidiano, com perdas de empregos sem precedentes que se somaram à emergência sanitária.

Etienne disse que embora a demanda por apoio psicológico nunca tenha sido tão alta, três quartos dos países que forneceram dados à Opas relataram problemas para oferecer apoio à população.

"Mais da metade dos programas escolares de saúde mental e mais de três quartos dos programas fora da escola foram parcial ou totalmente interrompidos em um momento em que mais de 15% dos jovens sofrem de depressão", disse ela.

“Quase 90% dos países participantes relatam que os serviços de psicoterapia e aconselhamento em saúde mental foram interrompidos, mas hoje até 60% das pessoas em nossa região sofrem de ansiedade ou depressão”, acrescentou. Ela também destacou maiores dificuldades no acesso a medicamentos e tratamentos especiais.

Etienne ressaltou a importância de integrar a atenção à saúde mental aos planos de resposta à covid-19 e instou os países a honrar seus compromissos a esse respeito.

"Os países devem investir em saúde mental agora para enfrentar a ameaça constante da pandemia e limitar seus efeitos em cascata nos próximos anos", disse ela.

Nesse sentido, destacou o fortalecimento dos serviços psicossociais no Chile, em Trinidad e Tobago e na Costa Rica, que, segundo ela, são modelos a serem seguidos.

"Esta pandemia é um lembrete de que uma boa saúde mental é vital para a saúde de nossa região e o bem-estar de nossas sociedades", disse Etienne.

Lançado na América Latina em 29 de junho, o serviço de streaming da WarnerMedia, HBO Max, alcançou 67 milhões de assinaturas no mundo inteiro. As informações foram divulgadas pela própria empresa, por meio do portal Deadline.

Até o momento, o serviço de streaming conta com vários conteúdos da Warner Bros, Adult Swim, Cartoon Network, Crunchyroll, HBO, TNT, CW, TCM e Rooster Teeth, que inclui diversas animações, como “Looney Tunes” (1949) e “Rick and Morty” (2013); séries, entre elas, “Friends” (1994-2004) e “Supernatural” (2005-2020); além de filmes consagrados, como as franquias “Harry Potter” e “Senhor dos Anéis”.

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De acordo com a AT&T, empresa responsável pela WarnerMedia, a estimativa é que até o final de 2021 o serviço alcance uma média de 70 milhões de assinantes. Antes de estrear na América Latina, a empresa também estabeleceu uma meta entre 120 milhões e 150 milhões até 2025.

Vale lembrar que até o final de julho, O HBO Max pode ser assinado no Brasil com um desconto vitalício de 50%. Com isso, o plano para dispositivo móvel sai por R$9,95 e a assinatura para outros dispositivos fica por R$13,95.

Presente este ano na competição de Cannes, a América Latina ganha destaque nesta quinta-feira (15) com "Memória", um filme símbolo do paradigma do cinema mais atual: gravado na Colômbia, produzido também pelo México, protagonizado pela britânica Tilda Swinton e dirigido por um tailandês premiado.

O filme de Apichatpong Weerasethakul, Palma de Ouro em 2010 por "Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas", estreia na reta final da competição, cujo júri anunciará no sábado os premiados.

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Junto com Swinton, participam a francesa Jeanne Balibar, os colombianos Juan Pablo Urrego e Elkin Díaz e o mexicano de origem espanhola Daniel Giménez.

"Tem um toque de melancolia e uma espécie de suspense", disse à AFP o diretor, sobre seu primeiro filme gravado fora da Tailândia, em inglês e espanhol.

A história se concentra em uma cultivadora de orquídeas que visita sua irmã doente em Bogotá. Alguns sons estranhos, como estrondos, que apenas ela escuta, impedem-na de descansar.

Começa, então, uma busca para encontrar a origem do fenômeno misterioso, em uma viagem sensorial e contemplativa que a levará para a floresta.

"Para mim, a realização de um filme, a experiência de assistir a um filme, é como um sonho, como uma imersão", declarou o cineasta, de 50 anos.

Ele foi para a Colômbia em 2017, para um festival de cinema, e ficou quatro meses por lá, como contou ao jornal francês Le Monde na semana passada.

"Me interessa muito a cultura latino-americana e, obviamente, a floresta amazônica", afirmou.

Ao longo destes meses, viajou muito. "Minha primeira intenção era ir para a Amazônia, mas me sentia tão fascinado pelas cidades e pelas pessoas que, até o momento, esse sonho ainda não foi realizado", acrescentou.

À margem de outras duas coproduções mexicanas, o musical "Annette" e "Bergman Island", com Tim Roth, "Memória" é o único selo latino-americano de longa-metragem.

Entre os curtas, dois brasileiros competem pela Palma de Ouro.

Em "Sideral", Carlos Segundo narra, com ironia e uma certa ternura, a fuga de uma faxineira... para o espaço. Ela foge em um foguete que decola do Brasil e, quando seu esposo e as autoridades se dão conta, já é tarde demais. Terão de esperar dois anos pelo seu retorno.

"Céu de Agosto" é uma "reflexão sobre o que significa ser brasileiro agora" e um "questionamento sobre o futuro", disse sua diretora Jasmin Tenucci.

Esta exploração se dá pela história de uma jovem grávida e angustiada com a saúde de seu bebê, em meados de agosto de 2019, quando uma imensa nuvem de fumaça escureceu, de repente, a cidade de São Paulo. Sua origem: os incêndios da Amazônia, que ardiam há mais de uma semana.

Com uma população de mais de 126 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Nacional de Estadística y Geografía (INEGI), o México pode ser uma boa opção de intercâmbio e também para aperfeiçoar o idioma espanhol. O LeiaJá traz, neste domingo (30), mais uma reportagem da série "Pós-pandemia: planejando a viagem dos sonhos", para te ajudar a entender melhor as vantagens de fazer uma viagem ao País.

Sob o comando do presidente Andrés Manuel Lópes Obrador, o México possui 299 entidades governamentais, 146 embaixadas e consulados. Atualmente consultora de Recursos Humanos (RH) da Ford, Joana Sifuentes, 27, relembra o intercâmbio profissional que ela fez para o país. “O meu intercâmbio durou aqui um ano e meio, eu vim para trabalhar na parte de consultoria de risco da PWC, que é uma empresa de consultoria internacional, também eu vim com a AIESEC (organização internacional de estudantes que permite a estes o seu desenvolvimento pessoal e profissional por meio de intercâmbio, entre outros programas). Eu tinha acabado de terminar um intercâmbio profissional na Índia, voltei para o Brasil e em dois meses eu já tinha oferta para vir aqui para o México", recorda.

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"Fiquei um ano e meio como trainee e depois eu fui efetivada”, explica ela, que chegou no País em outubro de 2016. Sobre o que despertou o seu interesse em fazer intercâmbio no México, Joana revela que foi o desejo de aprimorar o espanhol. “Eu realmente queria fazer intercâmbio em um país da América Latina, principalmente para melhorar meu espanhol, eu já falava, mas eu queria aprimorá-lo", explica.

Em relação aos pontos positivos em fazer um intercâmbio e morar no México, Sifuentes destaca: “Acho que fazer intercâmbio é positivo independente do lugar, eu acho que é uma experiência de vida gigantesca, você vai literalmente ralar para caramba, mas vai aprender a se virar. É um processo de independência gigantesco de autossuficiência, no sentido financeiro, no sentido emocional, enfim, é um aprendizado contínuo, gigantesco, diversos desafios, acho que é uma experiência que indico completamente e que é transformadora”, comenta ela.

“Morar no México, em certos aspectos, lembra muito o Brasil, mas nesse momento, inclusive com o agravamento da pandemia e no sentido econômico, é um país que está muito mais estável que o Brasil, então tem essa vantagem, no quesito oferta de trabalho aqui está muito mais atrativo", opina Joana.

Morando há quase cinco anos no México, Joana também tem elogios à cultura mexicana. “É riquíssima, muito diversa também, um país que, antes da colonização da América, tinha diversas etnias já presentes, diversas culturas, eles tinham os povos originais aqui do México, eles tinham um nível muito avançado de civilizações, então eles tinham diversas construções, pirâmides, ruínas pelo país inteiro. Nesse sentido, ele é muito rico culturalmente", conclui.

A respeito de como deve ser a preparação financeira de quem deseja fazer intercâmbio no México, o diretor financeiro da WE Intercâmbio, Guilherme Borges, explica que é necessário que o estudante pesquise acerca de custos com as necessidades que ele terá no lugar em que deseja estudar. “O estudante deve procurar pesquisar sobre o custo de vida da cidade que ele pretende fazer o intercâmbio e se preparar financeiramente para a moradia, alimentação e despesas diárias (transporte, passeios, etc), além do custo com o curso que ele irá fazer”, alerta.

“O ideal é começar a planejar hoje! O máximo de antecedência possível para organizar a viagem irá proporcionar tempo e tranquilidade para deixar tudo pronto e conseguir até mesmo flexibilidade em relação a valores (variação de câmbio, sazonalidade, etc). Caso o estudante planeje passar mais de 90 dias no País, será necessário aplicar para o visto de estudante. Nesse caso, indicamos um mínimo de três meses de antecedência até a viagem. A melhor forma de planejar é procurando uma agência competente, que ofereça assessoria completa pré, durante e pós viagem”, acrescenta.

Palacio de Bellas Artes, localizado na Cidade do México. Foto: Pixabay

Acerca de quais são os programas de intercâmbio mais procurados para o país, Guilherme informa que, entre outros, os cursos mais procurados por estudantes são os de graduação e pós-graduação. “O México possui excelentes instituições de ensino reconhecidas internacionalmente e um fator que facilita é que algumas universidades brasileiras têm vínculo com instituições mexicanas”, pontua o diretor financeiro, explicando, ainda, que não é autorizado trabalhar no País com visto de estudante.

Em relação à duração e quanto custam programas de intercâmbio para o México, Borges informa: “Um orçamento de quatro semanas, apenas o curso sai por R$ 4.269,00. Já um de 12 semanas (aproximadamente três meses), sai por R$ 11.200,00. Ambas as cotações seriam para programas que não exigiriam o visto de estudo”.

Borges fala, ainda, sobre os impactos da pandemia da Covid-19 no setor de intercâmbio no país. “Assim como em qualquer lugar do mundo, os impactos da pandemia envolvem vários aspectos, dentre os quais podemos citar a questão do fechamento das fronteiras internacionalmente, cancelamento de voos e grande quantidade de requisitos exigidos aos viajantes, o que trouxe grandes impactos ao setor de viagens e turismo, além de toda a questão psicológica do medo da contaminação, o que faz com que as pessoas evitem viagens que possam ser adiadas durante esse tempo”, comenta o diretor financeiro da WE Intercâmbio.

No que diz respeito às restrições impostas pelo país por causa da Covid-19, principalmente em relação à entrada de estrangeiros para trabalhar ou estudar, Guilherme conta que o México vem flexibilizando o ingresso de viajantes em seu território. “Apesar de estar no top 10 países mais atingidos pelo vírus no mundo, o México tem flexibilizado a entrada de estrangeiros tendo como exigência para a entrada atualmente apenas o preenchimento de um formulário de identificação de fatores de risco”, finaliza.

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Só 3% da população da América Latina e Caribe está vacinada contra a covid-19, lamentou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta sexta-feira (21), dia em que a região ultrapassou um milhão de mortes pelo coronavírus.

"Esta pandemia está longe de terminar e está atingindo fortemente a América Latina, afetando nossa saúde, economias e sociedades inteiras. No entanto, apenas 3% de nossas populações foram vacinadas", disse a diretora da Opas, Carissa Etienne.

"A região é um epicentro do sofrimento pela covid-19. Deve ser também um epicentro da vacinação", frisou em um comunicado.

Segundo dados do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, 1.001.781 pessoas morreram devido ao vírus SARS-CoV-2 na América Latina e no Caribe.

Cinco países concentram quase 89% dessas mortes: Brasil (44,3%), México (22,1%), Colômbia (8,3%), Argentina (7,3%) e Peru (6,7%). Cerca de 3% de todas as mortes ocorreram na América Central e 1% no Caribe.

No entanto, das mais de 153,5 milhões de pessoas vacinadas em todo o continente americano, apenas 21,6% estão na América Latina e no Caribe.

Etienne destacou a disposição de alguns países de doar dezenas de milhões de doses de vacinas sobressalentes para a região, incluindo os Estados Unidos e a Espanha, e pediu que outros sigam o exemplo.

"Urgimos aos países que têm doses extras que considerem a possibilidade de doar uma parte significativa delas para as Américas, onde essas doses que salvam vidas são desesperadamente necessárias e serão utilizadas prontamente", afirmou ela.

O coronavírus já tirou mais de um milhão de vidas na América Latina e no Caribe, onde a vacinação avança em um ritmo lento demais para conter a pandemia, ao contrário de lugares como Estados Unidos e Europa, que já veem uma saída para a crise.

Desde que o vírus mortal apareceu na região em 26 de fevereiro de 2020 em São Paulo até esta sexta-feira, 1.001.404 mortes e 31.586.075 infecções foram registradas, de acordo com a contagem da AFP às 18h05 de Brasília.

Quase 90% das mortes registradas estão distribuídas em cinco países que representam 70% de sua população: Brasil (446.309 mortes), México (221.080), Colômbia (83.719), Argentina (73.391) e Peru (67.253).

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, descreveu o milhão de mortes como "um marco trágico para todos os habitantes da região".

"Esta pandemia está longe de terminar e está atingindo fortemente a América Latina, afetando nossa saúde, economias e sociedades inteiras. No entanto, apenas 3% de nossas populações foram vacinadas", denunciou a funcionária, instando os países com sobras de doses a doarem "uma parte significativa" para as Américas, onde "são desesperadamente necessárias e serão usadas prontamente".

"No momento, a situação é terrível. Nunca tivemos algo assim em nosso país", disse à AFP Jacil Farias, um aposentado de 82 anos em São Paulo, descrevendo a situação no Brasil, o segundo país mais afetado pela pandemia mundial e que apresenta a maior taxa de mortalidade do continente.

Embora o número de mortes diárias tenha diminuído em mais de um terço em seis semanas - após ter ultrapassado 3.000 óbitos na primeira quinzena de abril - o Brasil continua lutando contra o vírus, em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro está sob investigação por seu enfrentamento da crise de saúde.

"Nosso país é bom, mas nossos líderes são fracos", lamentou Farias.

O México, o segundo país mais afetado do continente, experimentou uma queda ainda mais pronunciada do coronavírus nos últimos meses, pois atualmente registra 230 mortes por dia, em comparação com mais de 1.300 no final de janeiro.

Em um sinal dessa melhoria, as salas de aula serão reabertas na Cidade do México a partir de 7 de junho, 14 meses depois de os alunos terem sido mandados para casa. Dois outros estados mexicanos, que somam várias semanas de baixas em infecções, já abriram suas portas, e outros quatro o farão antes do final de maio.

A situação é oposta na Colômbia, onde os números atingem níveis sem precedentes, com 490 mortes por dia e onde as maciças manifestações contra o governo não perdem o fôlego nas ruas. Como em outros países da região, o vírus exacerbou a pobreza, a desigualdade e a violência.

Na Argentina, que registrou 35.884 novas infecções e 435 mortes na quinta-feira, o governo de Alberto Fernández impôs um confinamento total por nove dias porque o país "vive o pior momento da pandemia".

"As pessoas não se cuidam, nenhum de nós se cuida e queremos sair e viajar", disse à AFP Alicia Sepúlveda, moradora de Buenos Aires.

Seu vizinho Uruguai, que foi citado durante a maior parte de 2020 como modelo na gestão da pandemia, atingiu seu pior momento em abril e agora parece se estabilizar em um patamar ainda muito elevado.

Nos últimos quatorze dias, 20,73 pessoas morreram diariamente em média, o maior número de mortes per capita do mundo, à frente da Argentina (14,16) e da Colômbia (13,22), segundo balanço da AFP.

"Até que os mortos não sejam seus mortos, até que aconteça em sua família, é difícil" que o vírus seja visto como uma ameaça real, disse à AFP Carla Romero, auxiliar de enfermagem de um centro de terapia intensiva em Montevidéu.

- Uma luta desigual -

Enquanto os Estados Unidos gradualmente voltam à normalidade e os europeus suspendem cada vez mais as restrições graças às suas campanhas de imunização, a América Latina vacinou totalmente apenas 3% de seus habitantes, de acordo com a Opas.

O acesso à vacina e ao equipamento necessário para combater a pandemia reflete a lacuna econômica entre as regiões e determinará como e quando os países sairão da crise.

Nesse contexto, a América Latina tem motivos de preocupação, já que apenas 4% dos produtos médicos utilizados para responder à covid-19 vêm da região, o que explica a escassez de equipamentos de proteção individual, oxigênio, medicamentos e vacinas nos países latino-americanos, disse a Opas.

Em países como Argentina e Brasil, a vacinação, e com ela a esperança de deixar para trás o pior da epidemia, avança lentamente.

Outros, como Chile e Uruguai, alcançaram um alto índice de imunizações, semelhante ao dos países mais ricos.

Ao passar pela região, o vírus não só semeou a morte, mostrando as deficiências dos sistemas de saúde locais, com hospitais lotados e falta de material, mas também atingiu com força economias frágeis e marcadas por desigualdades.

Nenhum país foi poupado do impacto violento da crise econômica causada pelo coronavírus. Até o Chile, antes considerado uma das economias mais prósperas da região, sofreu uma contração econômica de 5,8% em 2020, seu pior registro em 40 anos.

Mais de um milhão de pessoas perderam seus empregos, situação que em casos extremos levou muitos a se estabelecerem em acampamentos, uma das faces mais visíveis da pobreza.

“A coisa mais difícil foi a fome”, disse Ingrid Lara à AFP em um desses campos em Santiago.

Desde que o vírus foi descoberto em dezembro de 2019 na China, a América Latina e o Caribe é a segunda região do mundo com mais mortes, atrás da Europa (1.119.433 mortes) e à frente dos Estados Unidos e Canadá (614.248 mortes).

O milhão de mortes na região representa pouco menos de 30% dos 3,4 milhões de mortes oficialmente registradas pela covid-19 em todo o mundo.

O Instituto Gamaleya, da Rússia, anunciou que foi concluída nesta quinta-feira, 20, a produção do primeiro lote da vacina contra a covid-19 Sputnik V no Brasil. Fabricadas em planta da União Química em São Paulo, as doses serão exportadas a países da América Latina que já aprovaram o uso do imunizante, como Argentina e México. Em publicação no perfil oficial da Sputnik V no Twitter, o Instituto informou que as vacinas deverão passar por controle de qualidade antes da exportação.

A vacina russa ainda aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para seu uso no Brasil. Negado em um primeiro momento, o pedido para a administração em caráter emergencial foi questionado por técnicos do órgão, que alegaram dados insuficientes para a aprovação. Os desenvolvedores do imunizante negam qualquer problema na segurança da vacina.

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Diretora-geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne demonstrou preocupação com o ritmo da vacinação em países latino-americanos, durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira. Segundo ela, apenas 3% dos latino-americanos foram completamente vacinados contra a Covid-19.

Para tentar contornar o acesso limitado aos imunizantes, Etienne pede que países que contam com a estrutura para fabricar os imunizantes acelerem a sua produção.

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Esta alternativa, no entanto, responde aos problemas de mais longo prazo, e uma solução para curto prazo é necessária, segundo ela, ao citar doações de vacinas por países desenvolvidos.

De acordo com o diretor assistente da Opas, Jarbas Barbosa, os países que aceitaram receber doses da vacina da Pfizer, que exige armazenamento a temperaturas mais baixas, começarão a receber as doses na última semana de maio. O aporte, no entanto, ainda é limitado, disse Barbosa.

Sobre a situação da pandemia nas Américas, Etienne disse que a região registrou mais de 1 milhão de casos de covid-19 na última semana, e segue como o epicentro da crise sanitária global.

Os Estados Unidos, puxados pela rápida vacinação, reportam a principal melhora na trajetória do vírus, enquanto o Brasil registrou uma pausa na tendência de aumento de infecções, vista em semanas anteriores.

A Google anunciou nesta sexta-feira (14) que adquiriu uma propriedade de 30 hectares no Uruguai "com o objetivo de garantir opções" para continuar expandindo seus centros de dados na América Latina.

"A Google LLC, por meio de sua subsidiária Eleanor Applications SRL, adquiriu um terreno de 30 hectares no Science Park em Canelones, no Uruguai, com o objetivo de garantir opções para continuar expandindo nossos centros de dados na América Latina se o negócio precisar", informou a empresa em um comunicado.

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"Estamos muito entusiasmados por podermos aumentar nossa presença no Uruguai", acrescentou.

No entanto, a empresa esclareceu que, "embora as perspectivas para o projeto sejam animadoras", ainda existem várias questões pendentes antes de se confirmar a construção do centro de infraestrutura.

"A compra do imóvel é um marco importante neste processo e reforça o compromisso do Google com o Uruguai e a América Latina e com o desenvolvimento do ecossistema tecnológico local", acrescentou.

O ministro da Indústria, Omar Paganini, expressou sua satisfação com o anúncio.

"É uma grande satisfação que o Google anuncie este importante passo em frente para seu projeto no Uruguai. Isso confirma a confiança nas capacidades e no potencial que o ecossistema tecnológico do país oferece", tuitou.

As negociações para a instalação desta sede começaram durante o governo anterior, do esquerdista Tabaré Vázquez (Frente Amplio, FA).

O prefeito (prefeito) de Canelones, Yamandú Orsi, pertencente ao FA, afirmou que "trata-se de uma boa notícia" que a Prefeitura "vem monitorando desde 2019".

"Esta é uma boa notícia para o departamento de Canelones (onde se encontra o imóvel adquirido) e fundamentalmente para este país que necessita de investimentos", acrescentou Orsi.

Na América Latina, o Google possui até agora um único centro de dados, localizado em Quilicura, no Chile.

O Mercado Livre, empresa do segmento de vendas via internet, anunciou que abrirá 16 mil vagas de emprego na América Latina, sendo 7,2 mil destinadas ao Brasil. As oportunidades são para vários níveis escolares e fazem parte do plano da empresa de duplicar o quadro de funcionários neste ano e melhorar o serviço prestado ao cliente.

Para participar, os interessados nas vagas para o Brasil podem acessar o endereço eletrônico, já quem deseja concorrer às outras oportunidades da América Latina, devem acessar a página do Linkedin da empresa ou um site específico da companhia em espanhol. “Serão novos integrantes de um time que vibra o DNA do Mercado Livre e que irão apoiar a expansão da rede logística, fortalecer as áreas de TI, serviços financeiros e de produtos que geram soluções tecnológicas para todo o nosso ecossistema”, detalhou a empresa nas redes sociais.

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A seleção dos candidatos, assim como os benefícios e a jornada de trabalho, irão variar conforme o cargo pretendido. Os contratados para vagas no Brasil trabalharão nas principais capitais e cidades onde a companhia opera. Confira mais informações sobre as vagas ofertadas na plataforma de empregos do Mercado Livre.

América Latina e Caribe superaram nesta terça-feira(6) a marca de 800 mil mortes por covid-19, enquanto a vacinação avança de forma desigual no mundo e ressurgem dúvidas sobre os efeitos do fármaco da AstraZeneca.

Enquanto isso, o FMI ofereceu uma dose de esperança ao projetar uma recuperação na economia global e o governo dos Estados Unidos se prepara para anunciar que todos os adultos do país em breve estarão qualificados para a vacinação.

Com um total de 800.099 mortos (em mais de 25,3 milhões de casos), a América Latina é a segunda região mais afetada pelo coronavírus, atrás da Europa no número de óbitos (974.318), segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.

O Brasil é o país mais afetado da região, com mais de 332.000 vítimas fatais, superado apenas pelos Estados Unidos (555.000).

Na região, seguem o México, com 204.399 morte, Colômbia com 64.293, Argentina com 56.471 e Peru com 53.138.

Os cinco países representam quase 89% das mortes na região.

Em todo mundo, o coronavírus provocou mais de 2,8 milhões de mortes e infectou 131,7 milhões.

- "Restabelecer o equilíbrio" -

O imunizante do laboratório anglo-sueco AstraZeneca enfrenta uma polêmica por sua possível relação com coágulos sanguíneos graves.

Uma fonte da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) confirmou "um vínculo" entre casos de trombose e pessoas que receberam a vacina.

"Está claro que há um vínculo com a vacina, que provoca esta reação. Mas ainda não sabemos por quê", disse Marco Cavaleri, diretor de estratégia de vacinas da EMA, ao jornal italiano Il Messaggero.

A EMA, que dias atrás descartou o vínculo, declarou que ainda deve se pronunciar sobre o assunto.

Vários países determinaram a aplicação desta vacina a algumas faixas etárias, como França, Alemanha e Canadá.

A Universidade de Oxford anunciou nesta terça-feira a suspensão dos testes em crianças da vacina que criou com a AstraZeneca, enquanto se aguarda uma decisão da agência farmacêutica britânica, embora tenha esclarecido que "não há preocupação" quanto à sua segurança.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) insiste nos benefícios do imunizador AstraZeneca. “Não há evidências de que a relação risco-benefício deva ser modificada”, disse Rogério Pinto de Sá Gaspar, diretor de regulação e pré-qualificação da OMS.

“Estas vantagens são verdadeiramente importantes para reduzir a mortalidade da população vacinada”, frisou, rejeitando a tendência excessiva de realçar os riscos.

“Precisamos restabelecer o equilíbrio (de nossa mensagem) sobre os benefícios que a vacina traz”, acrescentou.

- Perspectiva encorajadora -

Nos Estados Unidos, cuja campanha de vacinação está progredindo em um ritmo muito bom, o presidente Joe Biden se prepara para anunciar que todos os adultos poderão ser vacinados a partir de 19 de abril e não a partir de 1º de maio como originalmente planejado.

Nesse contexto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ofereceu uma perspectiva encorajadora em seu último relatório semestral "Perspectivas da Economia Mundial".

Após uma contração global em 2020 de 3,3% devido à emergência de saúde, a pior recessão em tempos de paz desde a Grande Depressão, o FMI prevê um aumento de 6% no PIB global este ano (+0,5 pontos da projeção de janeiro) e 4,4% em 2022 (+0,2 pontos).

Também prevê que o volume de comércio de bens e serviços no mundo recupere 8,4% em 2021 e 6,5% em 2022.

"Mesmo com a grande incerteza sobre o curso da pandemia, uma saída para esta crise econômica e de saúde é cada vez mais visível", disse a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath.

- Novas restrições -

Enquanto a vacinação avança a um ritmo desigual no mundo, confinamentos e restrições se multiplicam devido à repercussão das infecções em vários países.

Na Colômbia quase oito milhões de habitantes de Bogotá ficarão sob confinamento estrito a partir do próximo sábado.

"A terceira onda de contágio já começou, um terceiro pico vai acontecer, mas depende do nosso comportamento (...) para que possamos controlar seus efeitos muito negativos", advertiu a prefeita Claudia López.

No Chile, que enfrenta uma aceleração dos casos, que acontece ao mesmo tempo que o rápido avanço do processo de vacinação, o Senado aprovou o adiamento por cinco semanas da eleição de prefeitos e constituintes prevista para o próximo fim de semana.

O Uruguai, considerado por meses como um exemplo de boa gestão da emergência sanitária, atualmente registra um dos maiores índices de contágio, chegando a 120.000 com mais de 1.140 mortes, desde o início da pandemia. No entanto, a vacinação prossegue em um ritmo rápido, com mais de 20% da população inoculada com a primeira ou segunda dose das vacinas CoronaVac ou Pfizer.

E na Argentina, onde as infecções também aumentaram, pessoas com sintomas compatíveis com a doença esperavam horas para fazer o teste em frente a hospitais de Buenos Aires, que nas últimas 24 horas registraram um recorde de infecções.

A Índia, uma potência produtora de vacinas, luta para conter a propagação do vírus. Nova Delhi e o centro financeiro de Mumbai impuseram nesta terça-feira toques de recolher noturnos.

Outros países, no entanto, aliviados com o progresso da vacinação, decidiram flexibilizar as restrições.

O Reino Unido, por exemplo, anunciou a reabertura em 12 de abril na Inglaterra de comércios não essenciais, mas recusou autorizar novamente as viagens.

Portugal e Grécia também avançaram na contenção da crise.

E o estado mais populoso dos Estados Unidos, a Califórnia, anunciou que espera uma reabertura total em 15 de junho.

A América Latina superou nesta sexta-feira (2) 25 milhões de infectados pelo novo coronavírus, em meio ao avanço alarmante da pandemia, que leva ao aumento das medidas de restrição em vários países e à tentativa de acelerar a vacinação.

A região superou 25 milhões de infectados às 17h GMT, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais. Além disso, registra 788 mil mortos pela doença.

Os recordes de infecções diárias, como no Peru, e de mortos, como no Uruguai, seguem alarmando o continente. O Chile anunciou ontem que fechará suas fronteiras a partir de segunda-feira e durante todo o mês, devido ao número recorde de novas infecções. "Precisamos urgentemente de um esforço adicional, porque estamos em um momento muito crítico", disse o porta-voz do governo, Jaime Bellolio.

Esta decisão coincide com o maior número diário de infecções desde o início da pandemia no Chile: 7.830. Aos quais se somam 193 falecidos. No total, o país, onde as variantes brasileira e britânica circulam, ultrapassou um milhão de casos e 23 mil mortes.

A esperança reside na vacinação, que avança em um ritmo desigual entre os países. O processo é bem-sucedido nos Estados Unidos, que já vacinaram cerca de 100 milhões de pessoas com ao menos uma dose, segundo dados da autoridade de saúde divulgados ontem.

O presidente americano, Joe Biden, voltou a pedir que a população "não baixe a guarda", para "terminar este trabalho" contra a pandemia. No país, que registra o maior número de mortos pela doença no mundo, autoridades informaram que os vacinados podem voltar a viajar com precaução, embora os que cheguem do exterior tenham que apresentar um teste negativo.

- Novas restrições -

Outro país latino onde a situação se agrava é o Equador, onde foi declarado estado de exceção por 30 dias em várias províncias, que concentram 70% da população, devido ao aumento das infecções. Os novos casos se devem, em parte, às novas variantes do vírus, que afetam setores da população até então mais preservados e agravam os sintomas de alguns pacientes, sendo mais virulentas, segundo o governo.

O segundo turno das eleições presidenciais no Equador, em 11 de abril, será mantido, com o aumento das medidas de segurança sanitária.

O Uruguai, até recentemente considerado um exemplo na gestão da covid-19, registrou 35 mortes nesta quinta-feira, um recorde diário. O país já ultrapassou 1.000 óbitos e as infecções continuam aumentando.

O governo uruguaio defende a "liberdade responsável" e resiste à pressão de opositores para que imponha restrições.

Em vários países da região, são registrados casos da variante brasileira do novo coronavírus, a P1, que se acredita ser mais contagiosa. O Brasil experimentou o pior mês da pandemia em março, com mais de 66.000 mortos, e é o segundo país com mais óbitos, um total de 321.000.

- Mais vacinas -

Diante da situação alarmante de seu vizinho, a Bolívia ordenou o fechamento preventivo de sua fronteira com o Brasil, que se estende por 3.400 km, a partir desta sexta, por uma semana.

No Uruguai, quase 20% da população já foi inoculada com a primeira ou segunda dose da CoronaVac ou Pfizer. Na Argentina, 1 milhão de doses da vacina Sinopharm, fabricada na China, foram recebidas nesta quinta-feira.

No Brasil, cerca de 8% dos 212 milhões de cidadãos receberam a primeira dose da vacina e 2,3% estão totalmente imunizados. Analistas atribuem essa lentidão à demora do governo do presidente Jair Bolsonaro em fechar acordos com as farmacêuticas.

Nesta sexta-feira, o laboratório chinês Sinovac anunciou que dobrou a capacidade de produção de sua vacina CoronaVac, para 2 bilhões de doses por ano. O imunizante já é aplicado em 20 países.

- Avanço lento na Europa -

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, observou esta semana que não há vacinas suficientes na região para impedir os surtos ativos, e defendeu a prevenção. "Quando as vacinas chegarem, faremos nosso trabalho para que sejam distribuídas o mais rápida e equitativamente possível, mas agora não temos vacinas suficientes para impedir os surtos ativos", declarou.

Na Europa, a campanha de vacinação também está longe das metas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou ontem a lentidão, que chamou de inaceitável. Somam-se a isso as limitações na administração das vacinas.

A Holanda suspendeu ontem a aplicação da AstraZeneca em pessoas com menos de 60 anos, após novos casos de coágulos sanguíneos. O Reino Unido já identificou 30 casos de coágulos em pessoas que receberam a vacina, mas afirmou que o risco é muito baixo, após a administração de 18,1 milhões de doses.

burs-bl/tjc/mr/lb

Confinamento no Chile e restrições de voos na Argentina. A América Latina reforça suas medidas diante de uma nova onda brutal da Covid-19, que devasta o México e o Brasil, enquanto na Europa aumenta a tensão sobre a produção e distribuição de vacinas.

O coronavírus, que já fez mais de 24 milhões de casos e 757 mil óbitos na América Latina e Caribe, continua avançando na região, preocupada com a aumento da incidência da variante brasileira, considerada muito mais contagiosa que a cepa original.

Apesar do otimismo com as vacinas, a realidade da pandemia tem levado autoridades de vários países a impor novas medidas para reduzir a circulação do vírus.

Assim, o Chile, que lidera o processo de vacinação contra a covid na América Latina, confinará mais de 80% de seus 17 milhões de habitantes a partir de sábado.

"É importante que a população entenda que vivemos uma situação preocupante", disse o ministro da Saúde, Enrique Paris, em entrevista coletiva na quinta-feira.

A Argentina anunciou, por sua vez, a suspensão dos voos regulares com Chile, Brasil e México a partir de sábado. A restrição se soma àquela já em vigor para viagens aéreas do Reino Unido e Irlanda do Norte.

O país sul-americano mantém o fechamento de suas fronteiras para turistas e recomenda aos argentinos e residentes que não viajem para o exterior.

- "Genocídio" -

Os casos de coronavírus também estão aumentando em países como Uruguai, Venezuela, Peru e Paraguai, que atribuem a atual onda da pandemia à ferocidade da variante brasileira, chamada P1.

O Brasil registrou mais de 100.000 infecções por covid-19 em 24 horas pela primeira vez na quinta-feira, um novo pico em uma pandemia que já matou mais de 300.000 pessoas no país.

Esses dados se devem, entre outros fatores, ao desrespeito às recomendações de isolamento social e ao surgimento da cepa local do vírus.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou nesta sexta as mortes por coronavírus de o "maior genocídio" da história do país e criticou o atual presidente, Jair Bolsonaro.

"Na terça-feira, 3.158 pessoas morreram por covid no Brasil. Este é o maior genocídio de nossa história. Nossa atenção não deve estar nas eleições do próximo ano, e sim na luta contra o vírus e na vacinação da população. Temos que salvar o Brasil do coronavírus", disse Lula em entrevista à revista alemã Der Spiegel.

Sobre Bolsonaro, "durante um ano ele não levou o vírus a sério e nos contou mentiras. Durante um ano ele provocou todos os que não concordavam com ele", denunciou.

"Se tivesse um pouco de grandeza, ele deveria pedir perdão às famílias dos 300.000 mortos por covid e dos milhões de infectados", disse.

Nesse contexto desanimador, o instituto Butantan de São Paulo anunciou nesta sexta-feira que está desenvolvendo uma vacina "100% brasileira" contra o coronavírus.

"Os resultados foram excelentes nos testes pré-clínicos", disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva.

O projeto agora aguarda autorização da Anvisa para iniciar os testes clínicos em abril e a vacinação em julho.

O México, por sua vez, ultrapassou as 200.000 mortes por covid-19 na quinta-feira. Com 126 milhões de habitantes o país é o terceiro mais enlutado pela pandemia em números absolutos, depois dos Estados Unidos e do Brasil.

- Nova fábrica da AstraZeneca na Europa -

Na Europa, Bruxelas e o Reino Unido travam uma polêmica sobre o acesso às vacinas do laboratório anglo-sueco AstraZeneca contra a covid-19.

Horas depois de a União Europeia (UE), que enfrenta problemas de abastecimento, se mostrar disposta a bloquear as exportações de doses da AstraZeneca para fora do bloco, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou nesta sexta uma fábrica para a produção dessa vacina na Holanda.

"Uma nova fábrica foi aprovada para a produção da substância ativa da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca", declarou a EMA, com sede em Amsterdã.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia alertado na quinta-feira que a AstraZeneca, que entregou apenas 30 das 120 milhões de doses prometidas para o primeiro trimestre à UE, deveria "recuperar o atraso e honrar [seu] contrato" com o bloco "antes de poder exportar vacinas novamente".

A fábrica na Holanda elevará para quatro o número de fábricas autorizadas a produzir a substância ativa da vacina AstraZeneca, disse a EMA.

A UE exportou cerca de 21 milhões de doses, entre todas as vacinas produzidas no seu território, para o Reino Unido, mas não recebeu nenhuma das produzidas do outro lado do Canal da Mancha, apesar de o contrato assinado com a AstraZeneca prever a entrega de vacinas de duas fábricas britânicas.

O Brasil deve ajudar a empurrar para baixo o crescimento da América Latina, segundo projeções para este e os próximos dois anos feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Enquanto o cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para a média da América Latina e Caribe é de 3,2% entre 2021 e 2023, o Brasil deve crescer 2,7% no período.

Quando se exclui os brasileiros da listas dos países do chamado Cone Sul (que inclui Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai), a expectativa é de crescimento de 3,5% do PIB.

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Andrew Powell, assessor principal em Economia do BID, pondera que o Brasil terá uma taxa de crescimento menor em 2021, em parte devido à ter passado melhor pela recessão em 2020. "Ainda assim, o Brasil tem desafios significativos: precisa aprovar um conjunto de reformas pró-crescimento, bem como adotar uma política fiscal que mantenha a confiança e garanta a sustentabilidade fiscal, estabilize o aumento da dívida do setor público e reduza gradualmente os níveis da dívida."

O caminho para toda a região superar de forma mais eficiente os desafios colocados pela pandemia passa por medidas como aprofundar a integração regional, reduzir a informalidade, apoiar pequenas e médias empresas durante a recuperação econômica e liberar recursos fiscais para maior investimento público em infraestrutura, atraindo também o investimento privado.

O BID também ressalta que o mercado de trabalho nos países latinos foi fortemente impactado pelo choque na economia internacional e pelas medidas de confinamento estabelecidas para tentar conter o avanço da covid-19. Estima-se que 10% dos empregos foram perdidos entre fevereiro e outubro de 2020. No mês passado, essa porcentagem havia caído para 7%.

Para cada trabalho formal perdido, cerca de 3,5 empregos informais foram destruídos. A instituição ressalta que diversos países da região não têm um sistema consolidado de seguro-desemprego, e mesmo naqueles que têm, os benefícios são limitados. "No Brasil, país com um dos sistemas mais desenvolvidos da região, antes da crise apenas cerca de 13% dos trabalhadores desempregados recebeu este benefício."

Para a instituição, é preciso ressaltar a falsa oposição entre cuidar da economia e controlar o avanço da pandemia do novo coronavírus. E o Brasil precisa acelerar o programa de vacinação também para conseguir atrair investimentos e sair mais rapidamente da crise.

"É preciso lembrar que não há escolha entre crescer a economia ou enfrentar o vírus, como mostram experiências ao redor do mundo: China, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Austrália e alguns outros países se saíram bem na luta contra a pandemia e agora estão crescendo. Os países que tiveram mais casos e precisaram impor lockdowns para proteger os sistemas de saúde estão sofrendo mais na economia, e a crise sanitária deve ser a prioridade", avalia Powell.

Especialistas em encontrar drogas, armas e corpos, os cães policiais latinos são treinados atualmente para detectar o novo coronavírus. Vários projetos estão em andamento, como o da polícia de El Salvador, que compartilhou sua experiência durante uma formação de brigadas caninas de sete países na cidade mexicana de Xalapa.

O olfato apurado dos cães torna possível que eles detectem o vírus, segundo estudos nos quais seu adestramento se baseia. A iniciativa salvadorenha usa aromas artificiais que lembram o suor de uma pessoa infectada.

"É algo delicado, pois parece que as cepas mudam muito, mas conseguiu-se sintetizar as já conhecidas, foram retirados 'pseudo-aromas' para treinar os cães", explica Wilber Alarcón, especialista no manejo de agentes caninos da polícia antinarcóticos de El Salvador. Segundo ele, a preparação dos cães mostrou grande eficácia na identificação de compostos associados ao novo coronavírus.

A previsão é de que, em três meses, um esquadrão de 15 animais comece a patrulhar aeroportos, terminais de ônibus e postos fronteiriços. Os pseudo-aromas também são usados para que os cães aprendam a detectar drogas ou explosivos.

- Por todo o mundo -

Programas semelhantes existem em outros países da região, como Argentina, Chile, Colômbia e México. Em Sonora, neste último, autoridades e associações privadas já contam com seis cães atuantes, e preparam cerca de 30, informa Juan Mancillas, líder da "Caninos contra a Covid". Os animais são das raças golden retriever, labrador, pastor alemão e pastor belga.

O uso de cães contra a doença se estende a cerca de 20 países, como França, Estados Unidos e República Tcheca, onde o rendimento dos animais é colocado à prova com diferentes tipos de amostras, que remetem a campos variados da Covid-19. Trata-se de uma ferramenta veloz e eficaz para romper cadeias de contágios, se considerado, por exemplo, o tempo que leva um teste de laboratório.

Citando um estudo americano de uma década atrás, adestradores tchecos explicaram que os vírus alteram o tecido humano e afetam o olfato do paciente, o que é detectado pelos cães.

- 'Infalíveis' -

O trabalho desses animais na pandemia aumenta ainda mais seu prestígio olfativo, demonstrado na detecção do câncer e na luta contra a criminalidade. Os exemplares da Companhia K9, força de elite do governo de Veracruz, ostentam dezenas de certificações e campeonatos, a ponto de um desses cães custar 24 mil dólares.

A capacidade desses agentes é tamanha que, em 2020, eles conseguiram detectar um carregamento de maconha coberto com camadas grossas de graxa para motor e café. Em 2016, localizaram um corpo enterrado a três metros de profundidade, um recorde nacional.

"São animais infalíveis, nunca erram. Os humanos erram", resume Daniel Valentín Ortega, instrutor da Companhia K9.

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