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A ausência de medidas rígidas no Brasil levou a Argentina e o Paraguai a apertarem o cerco para conter a disseminação do coronavírus por caminhoneiros brasileiros. Autoridades dos dois vizinhos só autorizaram o trânsito de caminhões de cargas. Apesar da passagem livre, porém, os transtornos são frequentes.

Na Argentina, caminhoneiros estrangeiros não têm liberdade para circular e parar em qualquer lugar.

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Uma espécie de corredor rodoviário foi estabelecido com a demarcação de postos de combustíveis para os motoristas que abastecem e fazem refeições, diz Gladys da Vinci, diretora da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI).

Segundo ela, no início da quarentena argentina, a situação era tensa e houve casos de caminhoneiros brasileiros discriminados. Na cidade de Salta, noroeste da Argentina, há empresas que evitam receber cargas de transportadoras do Brasil. "Na Argentina, os caminhoneiros descarregam e vão embora. Eles não podem circular nas cidades", explica.

Elogiado pelas medidas contra a covid-19, o Paraguai obriga os motoristas que cruzam a Ponte da Amizade, entre Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este, a dormir nos caminhões, caso entrem no país no fim de semana, quando o despacho nas aduanas é interrompido.

"Tem de dormir no caminhão de sexta a segunda-feira", disse ao Estadão o caminhoneiro Clóvis Zilio. Antes da pandemia, os motoristas podiam passar as noites no Brasil e retornar a pé pela ponte para pegar o caminhão e seguir viagem. Assim como na Argentina, os veículos que entram no Paraguai também passam por desinfecção.

No Rio Paraná, na altura da Ponte da Amizade, a Marinha paraguaia usa embarcações e uma aeronave para monitorar a fronteira e evitar o trânsito entre os dois países. As medidas duras do Paraguai atingem até mesmo os cidadãos do próprio país. Temendo o contágio de paraguaios que estão no Brasil, o governo determinou que eles só podem voltar após cumprir quarentena em albergues e serem testados para saber se estão infectados.

O Ministério da Saúde do Paraguai instalou 45 albergues em diferentes cidades para a quarentena obrigatória, 15 deles destinados para quem testa positivo para a covid-19. Até sexta-feira, 1.936 pessoas haviam sido instaladas nos locais, sendo que 177 tiveram o resultado positivo - boa parte estava no Brasil.

No fim da passarela de pedestres da Ponte da Amizade, do lado paraguaio, foi colocado um portão para impedir o fluxo de quem volta ao país. Oficiais da Marinha vigiam o local 24 horas. Periodicamente, os paraguaios também fazem uma desinfecção do local usado pelas pessoas que aguardam autorização de entrada.

Quando não há vagas nos albergues do governo, os paraguaios passam a noite ao relento, na ponte. Os próprios integrantes da Marinha e voluntários brasileiros ajudam com comida e cobertores. A maioria dos paraguaios que volta trabalha no setor de confecções em São Paulo, cidade com mais casos de contágios do Brasil.

Quase todos os dias, ônibus fretados chegam a Foz do Iguaçu com trabalhadores, alguns lotados de mulheres e crianças. Edgar Ascurra, paraguaio de 25 anos, enfrentou a viagem. No fim de abril, quando chegou à fronteira, ele e um grupo de outros paraguaios foram obrigados a passar três noites na passarela da Ponte da Amizade antes de entrarem no país.

Ascurra era costureiro no Bom Retiro, centro da capital paulista, há mais de 6 anos e deixou a cidade porque ficou sem emprego e dinheiro para bancar o aluguel. Hoje, ele está em um abrigo do governo, em Luque, região de Assunção, cumprindo quarentena para poder, em breve, encontrar a família na cidade de Curuguaty.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

País com mais casos de Covid-19 em números absolutos na América Latina, o Brasil está atrás de quase toda a região nas medidas restritivas de mobilidade, segundo levantamento feito de forma colaborativa por jornalistas de veículos que participam da coalizão LatamCheck, que reúne checadores de fatos de toda a América Latina, Portugal e Espanha. O Estadão Verifica, unidade de "fact-checking" do Estadão, faz parte do grupo.

Conforme o estudo, Brasília fez apenas recomendações de isolamento social, mas não decretou nenhuma medida obrigatória que implicasse em distanciamento ou fechamento de estabelecimentos de ensino ou locais públicos. No entanto, diz o levantamento, vários governos locais, como o da cidade de São Paulo, determinaram quarentena obrigatória e suspenderam aulas - em algumas regiões do País é crime circular sem justificativa.

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De acordo com o estudo, os países com mais restrições são Panamá, Bolívia e Equador, enquanto os que adotaram políticas mais frouxas, além do Brasil, estão Nicarágua e México. Dos 19 países analisados, 10 determinaram quarentenas obrigatórias em todo o território. Em outros 3, houve obrigação de isolamento rigoroso somente nas regiões mais afetadas pela pandemia.

Hoje, toda a América Latina tem pelo menos 200 mil casos confirmados de coronavírus.

O levantamento mostra ainda que todos os países fecharam suas fronteiras, com exceção de México e Nicarágua, e suspenderam aulas presenciais - só a Nicarágua que as manteve.

Na Bolívia, no Equador, em El Salvador, em Honduras, no Paraguai, no Peru e na República Dominicana há toque de recolher e a população - exceto os trabalhadores de atividades essenciais - só pode sair em determinados horários para fazer compras ou outras atividades permitidas. Os países mais restritivos no toque de recolher são Bolívia (do meio-dia às 19 horas) e Equador (das 14 horas às 5 horas).

A Nicarágua foi o país com as medidas mais relaxadas em relação à pandemia. O governo não decretou quarentena, toque de recolher e as aulas e as competições esportivas foram mantidas. Por outro lado, o Panamá tem uma das políticas mais radicais do continente, com toque de recolher e saída autorizada por gênero.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O confinamento em vários países da América Latina para conter a pandemia de Covid-19 disparou os pedidos de ajuda de vítimas de violência doméstica, obrigadas a conviverem com seu agressor em uma região onde a média de feminicídios ultrapassa dez por dia.

Da ONU ao papa Francisco, acumulam-se os pedidos para que se dê atenção ao drama dessas mulheres em um contexto de medidas excepcionais com restrição de circulação, economia paralisada e limitações de acesso à Justiça.

- O medo em casa -

"A quarentena deixa milhares de mulheres em um inferno, trancadas com um agressor que temem mais do que o coronavírus", disse à AFP Victoria Aguirre, representante da ONG argentina MuMaLá, que luta contra a violência de gênero.

Na Argentina, 18 mulheres foram assassinadas por seus companheiros, ou ex-companheiros, nos primeiros 20 dias de quarentena, que começou em 20 de março. Os pedidos de ajuda por telefone aumentaram 39%.

A situação se repete no México, no Brasil e no Chile, onde as ações do governo e de associações civis são insuficientes para conter os assassinatos.

A América Latina registrou cerca de 3.800 feminicídios em 2019, segundo dados preliminares. Isso representa um aumento de 8% em relação ao ano anterior, de acordo com o Observatório de Igualdade de Gênero da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).

- Tormento diário -

O México registrou 983 feminicídios em 2019, e 3.226 mulheres foram vítimas de homicídio doloso, de acordo com dados oficiais.

No ano passado, o número de emergências pela violência contra a mulher recebeu por volta de 530 denúncias por dia.

Desde 24 de março, quando se iniciou a quarentena por Covid-19, "os pedidos de ajuda aumentaram", disse à AFP a diretora do Instituto Nacional das Mulheres do México (Inmujeres), Nadine Gasman.

Os pedidos de ajuda cresceram 60% na Rede Nacional de Refúgios e a acolhida de vítimas aumentou em 5%.

- "Rede de justiceiras" -

Em São Paulo, centro dos casos de Covid-19 no Brasil, durante os primeiros dez dias de quarentena, as denúncias aumentaram em 30%.

Cerca de 700 voluntárias formaram a chamada "rede de justiceiras", que fornece assistência médica, jurídica e psicológica via WhatsApp.

De acordo com Ada Rico, da ONG argentina "La Casa del Encuentro", "todos os dias uma mulher é abusada, violentada, ou agredida, em casa, por seu companheiro, ou seu ex".

"Em tempos normais trabalhamos para que os denunciem, mas hoje a urgência é tirá-las do local. A rapidez pode ser a diferença entre viver, ou morrer", destacou.

Os milhares de fiéis que enchem ruas e igrejas na América Latina para celebrar a Semana Santa terão de ficar em casa este ano, devido à pandemia do novo coronavírus. Várias iniciativas foram pensadas, porém, para que possam se aproximar da celebração, como o uso de helicópteros.

Confira abaixo o que foi planejado para alguns pontos desta região que inclui vários dos países com mais católicos do mundo, como Brasil, México, Colômbia e Argentina:

- Cristo no helicóptero -

No Equador, a arquidiocese local decidiu fazer um passeio de duas horas de helicóptero, da imagem do Cristo del Consuelo. Dos ares, padres transmitirão uma bênção a quem colocar imagens religiosas nas janelas de suas casas.

No Panamá, o arcebispo José Domingo Ulloa fez, em um helicóptero, a tradicional oferenda de ramos no domingo passado, devido à quarentena total.

- Brasil: sem tapetes de serragem -

A Confederação Nacional de Bispos do Brasil, país com mais católicos do mundo (cerca de 120 milhões), pediu para que as missas sejam feitas a portas fechadas e transmitidas pela TV, por rádio e pelas redes sociais.

Além disso, foram suspensas tradições centenárias e muito populares, assim como as procissões da Paixão de Cristo e o ritual de lavar os pés praticado na Quinta-feira Santa.

A montagem de tapetes gigantes de serragem nas ruas da cidade colonial de Ouro Preto, em Minas Gerais, também não vai acontecer este ano.

As igrejas evangélicas, com uma influência crescente e mais de 42 milhões de membros, também promovem seus cultos pela Internet, TV e rádio. No Domingo de Ramos, foi feito um dia de jejum nacional com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

- 'Semana Santa em casa' -

Na Venezuela, dada a atual quarentena, a Igreja Católica fez o convite para celebrar uma "Semana Santa em casa" através de transmissões no Instagram e no Facebook, um plano dificultado pela intermitência da conexão à internet e pelos apagões, especialmente no interior do país.

Já em Cuba, pela primeira vez em 60 anos de Revolução, o Partido Comunista permitiu que as principais cerimônias e ritos religiosos da Semana Santa fossem transmitidos na rádio e na televisão do Estado.

Na Colômbia, diante do confinamento geral, ritos e missas serão realizados a portas fechadas e, em alguns casos, com transmissão televisiva, ou por redes sociais.

A Argentina segue o mesmo exemplo: o arcebispo Marcio Poli irá celebrar uma missa de Páscoa sem fiéis, que será transmitida pela TV e por streaming.

No Peru, o passeio pelos 33 templos e a procissão de Cristo, acompanhada de uma centena de lhamas e mulas, serão substituídos por missas e orações virtuais, ou televisionadas, em meio ao confinamento generalizado.

Assim como no Peru, a procissão do Santo Entierro de El Salvador, que aconteceria na Sexta-feira Santa, foi cancelada devido à quarentena domiciliar obrigatória.

Alguns governos da América Latina começam a recomendar e em alguns casos a exigir o uso de máscaras por parte da população em zonas de aglomeração ou em que haja dificuldade para manter distância adequada, com o objetivo de conter o coronavírus. Após recomendações internacionais, autoridades de saúde do Chile aconselharam neste domingo (5) o uso generalizado das máscaras em lugares movimentados e disseram que será divulgado um vídeo com instruções para fabricá-las em casa.

De máscara, o ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich, anunciou a nova medida, enquanto reportava 310 novos casos da doença no país, para um total de 4.473, e outros sete mortos, com total de 34. "Surgiu uma recomendação" tanto dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos como da Organização Mundial de Saúde (OMS), disse o ministro sobre o uso das máscaras. "Apesar de que a evidência de proteção não é muito grande, o uso de máscaras por todo cidadão quando se encontra em lugares onde há concentração de gente...é absolutamente prudente", afirmou Mañalich.

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Minutos antes, as emissoras do país mostraram uma reunião do presidente Sebastián Piñera com seu gabinete ministerial na qual todos estavam de máscara pela primeira vez desde o início da crise.

Na Colômbia, a partir deste domingo e até nova ordem todos que utilizam o transporte público, táxis e áreas de grande circulação, como supermercados, bancos e farmácias, devem levar obrigatoriamente máscaras, informou o ministro da Saúde, Fernando Ruiz. Segundo ele, na próxima semana devem ser recebidas no país mais de 15 milhões dessas máscaras. O presidente Iván Duque anunciou no sábado que na próxima semana avaliará com sua equipe da área de saúde se prolonga ou não a quarentena obrigatória de 19 dias, que em princípio termina em 13 de abril.

Na Argentina, se analisam medidas para flexibilizar a quarentena em alguns setores nas próximas semanas, segundo as autoridades. Em toda a América Latina há mais de 26.400 casos de coronavírus, com mais de 830 mortes. Fonte: Associated Press.

O Facebook vai reduzir qualidade de streaming de vídeo em sua plataforma e no Instagram na América Latina, replicando medidas adotadas para as atividades da empresa na Europa. A medida vem para reduzir congestionamento de dados em uma região que está começando a sentir os efeitos da pandemia de covid-19.

No domingo (22), o Facebook acompanhou medidas tomadas por Netflix, YouTube, Amazon e Walt Disney no sentido de reduzir congestionamento de dados da internet na Europa uma vez que milhões de pessoas estão com recomendação para não saírem de casa ou em regime de trabalho remoto.

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"Para ajudar a aliviar as redes neste período de alta demanda devido à pandemia de covid-19, vamos reduzir temporariamente a resolução em bits dos vídeos no Facebook e Instagram na América Latina", afirmou o Facebook em comunicado.

"Queremos garantir que as pessoas possam permanecer conectadas...e continuaremos trabalhando com nossos parceiros para administrar qualquer limitação de transmissão de dados", acrescentou a empresa.

A plataforma de streaming GloboPlay anunciou que a transmissão de vídeos em 4K e em alta definição será temporariamente suspensa a partir desta segunda-feira.

Questionada sobre planos sobre redução da qualidade do streaming no Brasil, como adotado na Europa, a Netflix afirmou que "vai continuar a trabalhar com os provedores de internet e governos de todo mundo e que vai aplicar estas mudanças em outras regiões, se necessário".

Mais de 95% das crianças da América Latina e Caribe - 154 milhões - estão temporariamente fora da escola pelo coronavírus, informou o Unicef, que pretende enfrentar a "crise educativa sem precedentes" com a campanha #AprendoEmCasa.

"Quase 90% dos centros do ensino infantil, fundamental e médio da região estão fechados pela pandemia e o percentual está crescendo rapidamente", afirmou em um comunicado o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base em dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

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"Esta é uma crise educativa sem precedentes na história recente da América Latina e do Caribe", afirmou Bernt Aasen, diretor do Unicef para a região.

"Se a situação for prorrogada, há um grande risco de meninos e meninas ficarem para trás em sua curva de aprendizado e de que os alunos e alunas mais vulneráveis não retornem às aulas", alertou Aasen.

"É vital que recorram a todas as ferramentas e canais disponíveis, seja através de rádio, televisão, internet ou celulares, para enfrentar o desafio com um esforço conjunto dos Estados, do setor privado, dos pais e dos meninos e meninas".

O Unicef fez um apelo para o estímulo de conteúdos acessíveis em rádio e televisão para os menores em risco de exclusão, sem acesso à internet, com deficiência, migrantes e de comunidades indígenas".

Neste sentido, a agência da ONU afirmou que trabalha ao lado dos governos da região e de outros aliados para "desenvolver métodos flexíveis de ensino à distância com conteúdos tanto digitais, como para rádio e televisão, assim como materiais de leitura e tarefas guiadas".

O fechamento das escolas também afeta outros serviços escolares importantes: alimentação, recreação, atividades extracurriculares e apoio pedagógico, assim como serviços de saúde e de água, saneamento e higiene.

Por isto, o Unicef e seus sócios iniciam esta semana a campanha digital de alcance regional #AprendoEmCasa "para proporcionar às famílias e educadores da região ferramentas educativas e de treinamento gratuitas, assim como conselhos e exemplos de boas práticas de saúde e higiene.

As medidas de contenção estão aumentando na América Latina, onde quase todas as fronteiras terrestres já estão fechadas, na esperança de conter a propagação da epidemia de coronavírus. De acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais, a América Latina possui 3.760 casos de contaminação, incluindo 45 mortes. O Brasil, com seus 210 milhões de habitantes, é o país mais afetado, registrando 1.128 casos, incluindo 18 mortes.

Depois da Venezuela - o primeiro país latino-americano a decretar uma contenção geral a partir de 17 de março - e a Argentina confinada desde sexta-feira, a Bolívia entrou em quarentena obrigatória neste domingo, seguida na terça-feira pela Colômbia.

"Temos que ficar em casa 24 horas por dia" porque "esse é o caminho para derrotar o coronavírus", disse a presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, enquanto o país contabiliza 19 casos de coronavírus, sem nenhuma morte.

Outra consequência para o país andino, abalado desde o final de outubro por uma grave crise pós-eleitoral, o adiamento sine die das eleições gerais de 3 de maio, que permitiriam aos bolivianos escolher o sucessor do ex-presidente Evo Morales.

O referendo constitucional previsto para o final de abril no Chile, também agitado por uma grave crise social, já foi adiado para 25 de outubro.

A Colômbia, que anunciou sua primeira morte no sábado, já havia colocado em confinamento mais de 25 milhões dos 48 milhões de habitantes desde sexta-feira para testar o dispositivo. A medida será aplicada a partir de terça-feira, e até meados de abril, para toda a população. Mas, esta madrugada, houve rebeliões em várias prisões do país.

No Twitter, o presidente Iván Duque garantiu sua "determinação em garantir a tranquilidade do país e a da população privada de liberdade. Protegeremos suas vidas, mas não podemos aceitar rebeliões".

A pandemia na América Latina, onde o primeiro caso foi declarado em 26 de fevereiro no Brasil, continua seu avanço inexorável, alimentando temores sobre a capacidade dos sistemas de saúde de lidar com a propagação do vírus.

Praias movimentadas

No Brasil, onde o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro minimiza constantemente a epidemia e denunciou a "histeria" em torno da Covid-19, os governadores dos dois estados mais afetados, São Paulo e Rio de Janeiro, tomaram a iniciativa de medidas restritivas.

O estado de São Paulo, 45 milhões de habitantes, que já conta com 15 mortos, ficará em "quarentena por quinze dias entre (terça-feira), 24 de março, e até 7 de abril", anunciou o governador João Doria no sábado.

Ele explicou que a medida "implica o fechamento de todas as lojas e serviços não essenciais", incluindo bares e restaurantes, principalmente na cidade de São Paulo, de 13 milhões de habitantes e o pulmão econômico do Brasil e da região.

No estado do Rio de Janeiro, praias, bares e restaurantes já foram fechados após decisão do governador Wilson Witzel, que anunciou na sexta-feira que suspenderia as ligações terrestres, marítimas e aéreas com outros estados.

No Chile, o segundo país mais afetado, com 537 casos relatados, incluindo um octogenário que morreu no sábado, a primeira morte registrada no país, nenhuma medida oficial de quarentena foi anunciada.

Os espaços públicos foram, no entanto, esvaziados pelos moradores de Santiago, a região mais afetada pela epidemia, e as manifestações na Plaza Italia foram paralisadas.

Mas a alta frequentação das praias, a cem quilômetros de Santiago, nos últimos dias suscita a preocupação das autoridades que poderiam endurecer as restrições.

Embora quase todas as fronteiras terrestres já estejam fechadas e os voos dos países mais afetados suspensos em um número muito grande de países, vários governos também reforçaram as medidas de contenção parcial.

Na Guatemala, o toque de recolher foi declarado ou prorrogado, e o Paraguai prorrogou a suspensão das aulas e de todos os eventos culturais e esportivos até meados de abril.

A crise também perturba o cenário político: no Equador, o segundo país a registrar o maior número de mortes (7) na região, atrás do Brasil, os ministros da Saúde e do Trabalho renunciaram neste fim de semana.

A primeira, Catalina Andramuño, deixou o cargo devido a divergências sobre o orçamento destinado à luta contra a epidemia.

Seu colega do Trabalho, Andrés Madero, deu positivo para o vírus, disse em sua carta de despedida.

Considerada a maior da América Latina, a companhia aérea chileno-brasileira LATAM anunciou nesta quinta-feira (12) que reduzirá seus voos internacionais em 30%, devido à menor demanda e a restrições de viagens impostas pelos governos em razão da pandemia de coronavírus.

"Diante de um cenário complexo e extraordinariamente dinâmico, a LATAM está adotando medidas imediatas e responsáveis para salvaguardar a sustentabilidade da empresa a longo prazo, protegendo os planos de viagens de passageiros e tentando cuidar do emprego de seus 43.000 trabalhadores", afirmou o vice-presidente comercial da companhia aérea, Roberto Alvo, em um comunicado à imprensa.

A medida será aplicada principalmente para voos da América do Sul para Europa e Estados Unidos entre 1º de abril e 30 de maio de 2020.

Além disso, a empresa informou que também decidiu "suspender novos investimentos, despesas e contratações, incentivos para licenças não remuneradas e antecipação de férias", em meio a restrições de entrada e saída para países como Estados Unidos, Itália, ou El Salvador, para impedir a expansão do coronavírus.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estimou na semana passada que as companhias aéreas poderiam perder até US$ 113 bilhões em receita em 2020, devido ao impacto do novo coronavírus.

Essa estimativa não leva em consideração as perdas no transporte de mercadorias. O cenário mais crítico envolve uma redução de 19% na receita aérea global de passageiros.

A companhia aérea LATAM oferece serviços aéreos para 145 destinos em 26 países, com presença direta na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Possui mais de 42.000 funcionários e opera aproximadamente 1.400 voos diários, transportando mais de 74 milhões de passageiros anuais.

Em 2018, 3.529 mulheres foram vítimas de feminicídio em 15 países da América Latina e do Caribe, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). O homicídio de mulheres com 15 anos ou mais, mortas por razão de gênero, vem ocorrendo de maneira assustadora na região: uma vítima foi morta a cada duas horas na América Latina e Caribe apenas pelo fato de ser mulher.

A luta contra o feminicídio faz parte da pauta de grupos feministas latino-americanos que retomam sua agenda de protestos a partir de hoje, Dia Internacional da Mulher. "Todos os anos, as mulheres comemoram esse dia e, dessa vez, é um ano de movimentação social. É um momento importante para denunciar muitas coisas", afirma Marcela Betancourt, chilena de 48 anos, do movimento Las Tesis Senior, de mulheres com mais de 40 anos que replicaram a coreografia Um Violador em seu Caminho, em um vídeo que viralizou na internet.

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No Chile, o grupo Las Tesis ganhou notoriedade no ano passado, quando rompeu as fronteiras e chegou à Europa. Mas a história começou em Valparaíso como um grupo de artes cênicas. "A

transformação social não tem incluído o feminismo, o direito das mulheres. Então, as meninas de Valparaíso fizeram uma performance para passar a mensagem de como somos abusadas e tratadas como culpadas por esse abuso. E elas fizeram algo que já há muito sabemos, falaram do Estado como cúmplice porque não fornece cuidados com o bem-estar da mulher", disse Marcela.

Muitos outros grupos feministas traduziram a letra para seus idiomas e a coreografia Um Violador em seu Caminho escapou das ruas chilenas e ganhou o mundo. No Brasil, no ano passado, a interpretação foi feita no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Em todo mundo, as mulheres têm medo de caminhar sozinhas, de pegar um Uber à noite, de ficar por último no trabalho. Muitas sofrem abusos dentro do próprio relacionamento. Essa explosão é assim porque temos um elemento em comum: o medo de caminhar sozinhas", resume Marcela, que convocou a realização da performance no ano passado em frente ao Estádio Nacional, em Santiago.

"O Estádio Nacional foi um centro de abuso durante a ditadura. Nossa performance foi uma homenagem a essas mulheres assassinadas lá. Fizemos o convite e cerca de 10 mil mulheres participaram", lembra a ativista.

No Chile, uma decisão do Senado, na semana passada, foi vista como uma vitória para esses grupos: a aprovação, por 28 votos a favor, 6 contra e 4 abstenções do projeto de lei que "garante a paridade de gênero nas candidaturas que podem vir a integrar a nova Constituinte". Agora, a lei deve ser promulgada pelo presidente, Sebastián Piñera.

A Constituinte escreverá uma nova Carta Magna para substituir a escrita ainda na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), uma das demandas mais presentes nas manifestações sociais do ano passado. Um plebiscito sobre o tema será realizado no dia 26 de abril.

"Nunca tivemos uma Constituição cidadã, sempre a mesma oligarquia que decide e muitos direitos não são respeitados. Agora, é um momento histórico para mudar a Constituição com paridade de gênero. A mulher tem de ficar dentro dessa transformação. Não podemos ficar segregadas novamente", afirma a ativista.

Vizinhança. No México, grupos feministas também convocaram marchas para hoje e uma paralisação para amanhã denominada #Undíasinnosotras (#UmDiaSemNós). Recentemente, dois feminicídios na Cidade do México - o de uma jovem de 25 anos, esfaqueada por seu parceiro, e o de uma menina de 7 anos, vítima de abuso sexual - abalaram o país e impulsionaram os movimentos.

O protesto contra a violência de gênero chegou até as igrejas. Situada em um bairro da capital, a Igreja de São Cosme e São Damião decidiu retomar a tradição católica de cobrir na Quaresma todas as imagens e esculturas religiosas com mantos roxos. Neste ano, porém, foram recobertas apenas as figuras femininas.

Enquanto grupos feministas exigem do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador políticas públicas para combater a violência contra as mulheres, o mesmo se repete no Peru, onde o número de feminicídios, em 2019, foi o mais alto em uma década: 168 casos. Grupos feministas peruanos também convocaram marchas para o Dia Internacional da Mulher.

Na Argentina, os protestos de movimentos feministas coincidem com a retomada da discussão sobre a despenalização do aborto. Nesta semana, o presidente argentino, Alberto Fernández, apresentará um projeto de legalização da prática ao Congresso.

Usando bandanas verdes, as ativistas em favor da legalização do aborto devem fazer uma greve de mulheres e uma marcha até o Congresso argentino amanhã. Hoje, será realizada uma missa na Basílica de Luján, a 75 quilômetros de Buenos Aires, com o lema "Sim às mulheres, sim à vida", organizada pelos grupos contrários à legalização do aborto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um homem de 64 anos morreu neste sábado (7) na capital argentina pelo novo coronavírus, tornando-se a primeira vítima fatal da doença na América Latina, reportou a imprensa local. O falecido, originário de Buenos Aires, retornou recentemente da Europa e tinha sido hospitalizado após ir ao médico com sintomas de febre, tosse e dor de garganta, segundo fontes coincidentes citadas pela imprensa local.

A Argentina reportou outros oito casos de coronavírus. As autoridades sanitárias de Buenos Aires convocaram uma coletiva de imprensa no hospital onde faleceu o homem, que - segundo fontes médicas em declarações à agência oficial Télam - apresentava antecedentes de diabetes, hipertensão, bronquite crônica e insuficiência renal.

O homem, que tinha voltado com a esposa de uma viagem à Europa em 25 de fevereiro, apresentou sintomas três dias depois e foi ao Hospital Argerich da capital argentina em 4 de março, quando foi internado. O indivíduo apresentou sintomas de pneumonia e durante sua internação teve assistência mecânica.

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Mobilizadas novamente nas ruas de México, Argentina e Chile, as feministas latino-americanas mantêm a pressão sobre seus governos, decididas a conseguir avanços concretos contra a violência de gênero e a favor do aborto.

Em 19 de fevereiro, milhares de mulheres argentinas se concentraram mais uma vez em frente ao Congresso de Buenos Aires. Foi a primeira mobilização do ano a favor da legalização do aborto, um tema que querem que seja debatido rapidamente pelos legisladores.

"Desta vez será histórica!", diz Mabel Gabarra, advogada e fundadora da Campanha pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito, uma demanda que não parou de crescer há uma década e que agora está no centro do debate político.

Depois que o Senado argentino rejeitou a legalização do aborto, em agosto de 2018, as feministas contam agora com a renovação parcial da Câmara Alta nas eleições de dezembro, que deram maioria à coalizão do presidente de centro-esquerda Alberto Fernández.

O presidente declarou reiteradas vezes sua opinião favorável à modificação da lei - que atualmente só autoriza o aborto em caso de estupro ou em caso de risco de vida para a mãe -, mas sem mencionar a legalização desta prática.

"A história dos movimentos feministas mostram que as mobilizações devem impor um equilíbrio de poder, é preciso manter a pressão", afirma a historiadora Lissell Quiroz-Pérez, especialista em América Latina e em feminismo da Universidade de Rouen (França), que destaca a enorme mobilização das argentinas nos últimos anos sobre temas feministas.

No Chile, palco há mais de quatro meses de uma mobilização sem precedentes contra a desigualdade social, salpicada por violência policial, incluindo casos de agressão sexual, as feministas se envolveram nos protestos.

Em 25 de novembro, as jovens do coletivo LasTesis realizaram em Santiago a performance "Un violador en tu camino" (Um estuprador no seu caminho), em que denunciaram as faltas do Estado, da Justiça e da Polícia na luta contra a violência de gênero.

- "Políticas eficazes" -

Ainda que a partir de uma mobilização gigantesca, o país tenha adotado em 2017 uma lei para descriminalizá-lo nos casos de risco de vida para a mãe, estupro e inviabilidade do feto, "no Chile ainda não temos uma lei contra a violência de gênero, ainda existe um Parlamento que não compreende a importância de erradicar este tipo de violência", explicou Claudia Dides, diretora da ONG feminista Miles.

O hino do LasTesis deu volta ao mundo e esteve presente na manifestação de 19 de fevereiro em Buenos Aires, outra demonstração da multiplicação de pontes entre os movimentos feministas latino-americanos nos últimos anos, embora os contextos sejam às vezes muito diferentes.

Se as mulheres no Uruguai, em Cuba e na Cidade do México podem abortar livremente, as da América Central enfrentam leis antiaborto especialmente duras.

Em outros lugares, onde o acesso é restrito, as feministas estão lutando para promover a causa. Na Colômbia, por exemplo, o Tribunal Supremo deve se pronunciar até o fim do mês sobre uma possível legalização.

No México, a chegada ao poder, no final de 2018, do primeiro governante de esquerda havia dado às feministas a esperança de que o tema da violência contra a mulher fosse levado mais em conta.

Infelizmente, as estatísticas assustadoras - mais de mil feminicídios em 2019, segundo as autoridades - e os assassinatos recentes de uma mulher e de uma criança revelaram mais uma vez as deficiências das instituições e de um governo completamente superado.

As feministas mexicanas reivindicaram ao presidente Andrés Manuel López Obrador "políticas públicas eficazes para combater a violência contra as mulheres". O mesmo lema foi ouvido no Peru, onde o número de feminicídios em 2019 foi o mais alto em uma década.

"Os movimentos feministas na América Latina são muito dinâmicos, alertam, se mobilizam com mais força" do que em outras partes, destaca Lissell Quiroz-Pérez, que lembra a aprovação de "leis pioneiras" em vários países da região sobre paridade, feminicídio e violência de gênero.

"Mas na prática, sua aplicação se vê obstruída pelo machismo das instituições", acrescentou.

Um estudo chamado “Iceberg Digital”, feito com seis países da América Latina, apontou que 70% dos latino-americanos não sabem ou não têm certeza se conseguem diferenciar uma notícia falsa na internet. A pesquisa, feita pela empresa de cibersegurança Kaspersky, contou com respostas de usuários da  Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e do Brasil.

De acordo com os dados coletados em parceria com a empresa de pesquisa CORPA  mostrou que os cidadãos que menos conseguem reconhecer notícias falsas são os peruanos (79%), seguidos pelos colombianos (73%) e chilenos (70%). Argentinos e mexicanos empatam (com 66%) e, por último, ficam os brasileiros (62%).

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Outro dado preocupante é que 16% dos entrevistados sequer conhecem o termo "fake news". Os peruanos se destacam, com 47% dos entrevistados alegando que não sabem o sequer o que as palavras significam. Por outro lado, os brasileiros seguem mais familiarizados com o termo, visto que apenas 2% das pessoas abordadas pelo estudo desconhecem a expressão.

Além de descobrir os dados, a intenção do "Icebergs digital" é mostrar que sites, aplicativos, links ou imagens que, à primeira vista, parecem inofensivos e superficiais, podem esconder perigos grandes ou desconhecidos. Porém, mesmo que 72% dos entrevistados latino-americanos considerem que as fake news viralizam para que alguém receba algo em troca ou para causar dano à alguém apenas 42% dos brasileiros ocasionalmente questiona o que lê na web.

Redes sociais usadas para informação

Um dos motivos que pode ocasionar a disseminação de notícias falsas na internet é o uso de plataformas pouco confiáveis para obter informações noticiosas. O estudo mostrou que, em média, um terço dos latino-americanos usa apenas as redes sociais para se informar diariamente e apenas 17% se informam em sites da mídia tradicional. Destes, os brasileiros ocupam o segundo lugar (33%), perdendo apenas para os mexicanos (35%). Colombianos são os que menos utilizam as redes para procurar notícias (26%).

Quanto mais jovem, mais as redes sociais são usadas para conseguir informações. Entrevistados entre 18 e 24 anos somam 38% das pessoas que usam as redes para saber o que está acontecendo em seu país ou região. Os que menos se informam por meio dessas plataformas são internautas entre 35 e 50 anos. Apesar disso, quem mais compartilha fake news em seus perfis e comentam as notícias alarmantes sem verificar sua veracidade são os usuários entre 25 e 34 anos.

O diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional, Alejandro Werner, afirmou que "precisamos monitorar riscos de coronavírus para economia internacional." No entanto, ele ressaltou que "é prematuro" avaliar efeitos da doença para países da América Latina.

"Em casos passados de doenças semelhantes na China, ocorreu um impacto no nível de atividade, mas foi registrada recuperação em alguns trimestres", destacou Werner.

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Ele fez os comentários em entrevista coletiva sobre a atualização de projeções de crescimento para a América Latina do Fundo.

Uma pesquisa realizada pela empresa de logística DHL apontou que o e-commerce, divisão de comércio virtual que opera por dispositivos eletrônicos, deve aumentar cerca de 22% ao ano em toda a América Latina. O levantamento foi feito com divisões entre segmentos que consideraram os mercados maiores (Brasil e México), médio porte (Colômbia, Argentina, Chile e Peru) e menores (América Central e Caribe).

Além de apresentar uma ampla visão do e-commerce, a pesquisa ainda mostra dados que consideram o bom relacionamento das empresas com o cliente. De acordo com o estudo, são estas instituições que têm mais sucesso em suas vendas online. Segundo os números, a relação entre loja e comprador considera ambientes como as redes sociais e os marketplaces (local no qual a empresa expõe seus produtos).

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Outro estudo, elaborado pela parceria entre a empresa de pesquisa Euromonitor com a instituição de pagamentos Pay Pal mostra que, no Brasil, o segmento e-commerce saltará de US$ 19,5 bilhões para US$ 28 bilhões em faturamento.

Mesmo com o ânimo pelos números apresentados na pesquisa, o e-commerce ainda enfrenta alguns empecilhos para alavancar seus negócios no mercado. Os altos índices de trocas de produtos são vistos como os maiores obstáculos do setor. No Brasil, as devoluções chegam a 25% das compras. Nos Estados Unidos, o segmento de moda cobra taxa para substituir os itens adquiridos. O custo fica em torno de 50% no ambiente virtual e 9% do preço do produto nas lojas físicas.

Mais de 25 milhões de latino-americanos e caribenhos estão desempregados e o número deverá aumentar em 2020, devido ao fraco crescimento econômico, indica a OIT nesta terça-feira (28) em seu relatório anual.

O relatório destaca que o desemprego entre as mulheres está aumentando mais do que entre os homens e que a situação dos jovens latino-americanos "é alarmante", pois um em cada cinco "não consegue emprego", a taxa mais alta em uma década.

"Os mercados de trabalho da América Latina e do Caribe estão passando por um momento de incerteza refletido em um leve aumento na taxa de desemprego regional e em sinais de precariedade que podem piorar em 2020", alertou a agência ao apresentar seu relatório anual Panorama em Lima Trabalho

A taxa de desemprego na região no final de 2019 foi de 8,1%, um décimo a 8,0% em 2018. "É um pequeno aumento, mas ainda significa que mais de 25 milhões de pessoas estão buscando ativamente emprego e não conseguem", afirma o relatório.

O desemprego aumentou no ano passado em nove dos 14 países latino-americanos incluídos no estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que tem seu escritório regional na capital peruana.

Enquanto isso, no Caribe de língua inglesa, que tem menos população, "houve uma queda no desemprego de 0,7 décimos", disse o relatório.

"A situação do mercado de trabalho é complexa", disse o diretor regional da OIT, Juan Felipe Hunt, apresentando o relatório à imprensa, acompanhado pelo coordenador do estudo, Hugo Ñopo, e pelo chefe de comunicação regional, Luis Córdova.

"A dinâmica de desaceleração econômica observada desde meados de 2018 impactou tanto a estrutura quanto a qualidade dos empregos", disse Ñopo, explicando que há uma "precariedade" nos empregos que estão sendo criados na região.

Um relatório do “Panorama Social da América Latina 2019”, divulgado no último mês de novembro, durante a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), aponta que Brasil e Venezuela devem liderar o ranking dos países que tiveram esforços reduzidos no combate à desigualdade social e a pobreza. De acordo com o Cepal, as duas nações serão responsáveis pelo aumento em 6 milhões de miseráveis nos territórios latino-americanos. O estudo estima 191 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, sendo que 72 milhões viverão em situação extrema.

Ainda de acordo com o estudo, após um período considerável de avanços entre 2002 e 2014, o ritmo do crescimento começou a baixar no ano de 2015. O mesmo relatório aponta que a América Latina é a área mais desigual do planeta. Segundo o Índice de Gini, que mede a desigualdade social entre as nações, em 2002 o Brasil apresentava 0,579 (quanto mais perto de 1, mais desigual é o país). No ano de 2014, o indicador atingiu 0,514. Já em 2018, o número chegou a 0,540, o que faz do país o mais desigual da região.

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Os dados da desigualdade também refletem na desnutrição do povo brasileiro. O Brasil registra 17 mortes a cada ano por complicações decorrentes da desnutrição. Os dados são originários da pesquisa Datasus, realizada entre os anos de 2008 e 2017. De acordo com o mesmo levantamento, 63.172 pessoas morreram no país por causas relacionadas ao não recebimento de nutrientes necessários.

As mortes por desnutrição também têm relação com a população que vive abaixo da linha da pobreza. A Síntese de Indicadores Sociais 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que em 2018 13,5 milhões de pessoas viviam com apenas R$ 145 mensais no Brasil. O estudo ainda mostra que 52,5 milhões de brasileiros vivem com menos de R$ 420 por mês.

Segundo a Cepal, em 2015, 174 milhões de pessoas da América Latina viviam abaixo da linha da pobreza e 52 milhões em situação de extrema pobreza.

As assinaturas da Netflix cresceram significativamente na Ásia e na América Latina este ano, enquanto a empresa enfrenta uma maior concorrência no mercado da transmissão de televisão online, segundo dados divulgados recentemente.

Em uma apresentação nesta semana, a Netflix ofereceu o primeiro olhar detalhado de suas finanças de várias partes do mundo.

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Os números revelam que possuía cerca de 14,5 milhões de assinantes na Ásia e no Pacífico no final de setembro, representando um crescimento de mais de 50% em comparação com os 12 meses anteriores.

Na região que abrange a Europa, o Oriente Médio e a África, a plataforma totaliza cerca de 47 milhões de assinantes, 40% a mais do que no ano anterior e o número mais alto fora da América do Norte.

Com cerca de 29 milhões de assinantes, seu crescimento na América Latina em um ano foi de 22%, afirmou a Netflix em sua apresentação.

Enquanto a América do Norte é o maior mercado da empresa, com 67 milhões de assinaturas, seu crescimento no último ano foi de apenas 6,5%.

A Netflix é a empresa líder no mercado de streaming de televisão, operando em 190 países, mas enfrenta agora a chegada de vários concorrentes, com os novos serviços de streaming on-line da Disney+, Apple, NBCUniversal Comcast e WarnerMedia da AT&T.

Será inaugurada nesta sexta-feira (6) a roda-gigante Rio Star, a maior da América Latina, com 88 metros de altura. A volta completa vai durar 18 minutos. O público se acomodará em 54 gôndolas [cabines] com capacidade para até oito passageiros.

A roda-gigante está localizada no Porto Maravilha e ficará aberta todos os dias, inclusive nos feriados, das 10h às 18h. A atração oferece vista privilegiada para o Cristo Redentor, Pão de Açúcar e a Baía de Guanabara.

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Quem estiver no Rio de Janeiro, poderá adquirir o ingresso a um preço promocional de R$ 49 que vale para os bilhetes comprados pela internet até o dia 19 de dezembro. Após essa data, os ingressos passarão a custar R$ 59.

Os moradores do Rio poderão adquirir os ingressos pelo valor promocional de R$ 49 por tempo indeterminado. Os bilhetes e outras informações podem ser obtidos pelo site.

O projeto nasceu de uma licitação da Prefeitura do Rio de Janeiro para a construção de um parque temático na região, próxima do Aquário do Rio de Janeiro. O diretor executivo da FW Investimentos, holding que administra a Rio Star, Fábio Bordin, disse que a obra começou em dezembro do ano passado, e o maior desafio foi "tropicalizar" a roda-gigante, 100% encomendada na China.

"Fomos para a China com nossos engenheiros e especificamos como deveria ser a estruturação toda, para que ela viesse para o Brasil preparada para a questão da maresia, situação do mar, tipo de aço. Tudo isso foi feito anteriormente", disse o executivo à imprensa em outubro.

A Rio Star deve gerar 60 empregos diretos e mais 60 indiretos, e parte dessas vagas foi reservada para moradores da região, especialmente do Morro da Providência, que é vizinho da atração turística.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) afirmou que em 2019 o número de pessoas na região em situação de pobreza aumentará a 191 milhões, um avanço de 6 milhões em comparação com o registrado no ano anterior. Além disso, as pessoas em condições de extrema pobreza chegarão a 72 milhões, de 66 milhões em 2018. As informações constam do relatório Panorama Social da América Latina 2019, apresentado nesta quinta-feira (28) em Santiago.

"A alta de 2,3 pontos porcentuais da pobreza entre 2014 e 2018 na média regional se explica basicamente pelo aumento registrado no Brasil e na Venezuela", destaca a Cepal em comunicado. Nos demais países, a tendência dominante foi de redução, devido principalmente a um aumento nos salários nas residências mais pobres e também a transferências públicas dos sistemas de proteção, bem como de remessas em alguns países.

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Secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena afirmou que a entidade constata "a urgência de avançar na construção de Estados de Bem-Estar, baseados nos direitos e na igualdade". "O chamado é para construir pactos sociais para a igualdade", enfatizou ela, durante o lançamento do informe. A Cepal ressalta que a redução na desigualdade da renda é fundamental para se retomar a trajetória de redução da pobreza e cumprir as metas estabelecidas no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 da Agenda 2030. "É necessário crescer para igualar e igualar para crescer. A superação da pobreza na região não exige apenas crescimento econômico; este deve estar acompanhado de políticas redistributivas e políticas fiscais ativas", diz a Cepal no estudo apresentado na capital chilena.

A entidade diz que, para erradicar a pobreza e reduzir a desigualdade e a vulnerabilidade dos que ganham menos, é necessário haver políticas de inclusão social e laboral. Além disso, é preciso que o mercado de trabalho garanta empregos de qualidade e remunerações dignas, eliminando-se barreiras de inserção laboral das mulheres e fortalecendo o desenvolvimento de sistemas integrais e universais de proteção social.

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