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O papa Francisco culpou "governos fracos" pela tensão social que atinge diversos países da América Latina. A declaração foi dada nesta terça-feira (26), durante coletiva de imprensa em seu voo de retorno do Japão, em resposta aos jornalistas sobre os conflitos em países como Bolívia, Chile, Colômbia e Nicarágua.

"Há governos fracos, muito fracos, que não conseguiram promover ordem e paz, por isso se cria essa situação", disse o Papa, sem citar casos específicos, segundo o jornal argentino Clarín.

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A América Latina vive uma onda de agitação social que também já chacoalhou Venezuela, Equador, Peru e Haiti. Sobre o caso do Chile, tido como país mais estável da região, Francisco admitiu estar "assustado".

"O país acaba de sair do problema dos abusos, que nos fez sofrer tanto, e agora tem esse problema que não entendemos. O Chile está em chamas", acrescentou. As manifestações na nação andina já contabilizam mais de 20 mortos e mais de 200 pessoas que perderam a vista total ou parcialmente em disparos de balas de borracha e esferas de chumbo por parte das forças de segurança.

Jorge Bergoglio, primeiro Papa latino-americano, também recomendou "diálogo" e "análise" para acalmar as crises na região. "É preciso relativizar as coisas e convidar ao diálogo, à paz, para que se resolva os problemas", disse.

Da Ansa

Pelo menos 3.529 mulheres foram assassinadas em 25 países da América Latina em 2018 por motivos de gênero, com Bolívia e quatro países centro-americanos liderando a epidemia, informou a Cepal nesta segunda-feira (25).

No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) alertou sobre o "flagelo" e a importância de seu registro para implementar políticas transversais para "sua prevenção, reparação e sanção".

O organismo destacou que quatro das cinco taxas mais altas de feminicídio na América Latina foram registradas em El Salvador (6,8 cada 100.000 mulheres), Honduras (5,1) e Guatemala com 2,0) e República Dominicana (1,9). A Bolívia, com 2,3 feminicídios para cada 100.000 mulheres, lidera a estatística na América do Sul.

No Caribe, destacam-se as altas taxas de Trinidad e Tobago e Barbados, ambas com 3,4 mortes cada 100.000 mulheres.

"O assassinato de mulheres por razões de gênero é o extremo do contínuo de violência que vivem as mulheres na região", afirmou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.

Para Bárcena, os altos números de feminicídios "dão conta da profundidade que alcançam os padrões culturais patriarcais, discriminatórios e violentos na região".

Em contraste com as elevadas cifras de feminicídios o Peru, com uma taxa de 0,8, a mais baixa na região.

O Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe (OIG), órgão da Cepal encarregado de colher os casos de feminicídios, destacou as dificuldades da região para gerar estatísticas comparadas sobre o problema.

O organismo destacou que na maioria dos países do Caribe a ausência de tipificação do feminicídio em códigos penais faz que só sejam registrados os casos em que o assassino é companheiro ou ex-companheiro da vítima.

Na América Latina, a normativa do fenômeno difere de uma "expressão ampla" do feminicídio até leis que relacionam o crime ao casamento ou à convivência, o que gera múltiplas formas de construir os registros de cada país.

Ao redor do mundo, milhares de mulheres morrem todo ano por causa do gênero, afetando igualmente países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Alguns países optaram por aprovar legislação específica contra o problema.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o Brasil deverá ficar em último lugar na América Latina no Programa Internacional de Avaliação de estudantes (Pisa), um exame feito com base amostral entre estudantes de 15 anos. Coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a avaliação terá seu resultado divulgado em dezembro.

Ele disse que resultados ruins já podem ser atribuídos a gestões anteriores, com "abordagens esquerdistas". Questionado se estava adiantando os dados, Weintraub foi vago. "Tem uma grande probabilidade de a gente está figurando lá no fundo, nas últimas posições", disse. "Estou supondo com base em números robustos."

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Durante evento no Palácio do Planalto, o ministro afirmou que a meta é conseguir colocar o Brasil em primeiro lugar na América Latina nesse ranking. Mas conta para isso com um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro. "Não sou eu só quem vou fazer. Um monte de profissionais que não tinham espaço antes, estão substituindo os 'experts'", completou.

Na última edição do Pisa, de 2015, o Brasil já ficou entre os piores entre as nações avaliadas, mas não estava na lanterna. A República Dominicana teve resultados piores nas três competências avaliadas (Leitura, Matemática e Ciências) e o Peru, em duas delas (Leitura e Ciência). Na frente do Brasil estavam Colômbia, Chile, México e Uruguai.

Conexão

A fala ocorreu quando a equipe do MEC anunciava mais uma etapa do Educação Conectada, um programa criado na gestão do governo de Michel Temer para conectar escolas públicas com internet. Nesta fase, 32 mil instituições vão ganhar conexão em 2020.

Os recursos serão repassados diretamente para as instituições. A expectativa é de que o projeto como um todo tenha um investimento de R$ 224 milhões em 2020. A meta é de que 70 mil escolas sejam atendidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O receio de uma desaceleração global e a guerra comercial entre China e Estado Unidos, que se arrasta desde 2018, já seriam razões suficientes para diminuir o apetite por risco do investidor internacional. Além disso, o cenário vivido na América Latina, com suspeitas de fraude eleitoral na Bolívia, protestos no Chile e a eleição de Alberto Fernando e Cristina Kirchner na Argentina, contribuem ainda mais para a falta de confiança no mercado brasileiro.

"A situação da economia mundial andou de lado. A percepção de risco não mudou. De longe, o gringo vê a América Latina e os emergentes de uma forma só, parecida", diz o economista da corretora BTG Digital, Álvaro Frasson.

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Para o professor do Insper, Michel Viriato, o medo de recessão global é menor hoje do que há um ano, mas não pode sair do radar do investidor. "Se surgir uma tempestade internacional, o Brasil, que não se recuperou completamente, sofreria muito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não chegaram a um consenso e ignoraram o tema das agitações políticas e sociais na América Latina, após a 11ª reunião de cúpula. A Declaração de Brasília, mensagem formal negociada entre os cinco líderes do bloco e suas delegações diplomáticas, contém um capítulo de "conjunturas regionais", onde teria sido possível incluir a questão. O posicionamento comum sobre os conflitos políticos foi antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de esforços do governo Jair Bolsonaro para sensibilizar Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), aproveitando a presença deles no continente, há divergência aberta entre a política externa brasileira e as demais no caso da Venezuela. Já em relação à Bolívia, Rússia e China seguem caminhos diferentes dos demais integrantes do Brics.

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"Reafirmamos nosso compromisso com os esforços coletivos para a solução pacífica de controvérsias por meios políticos e diplomáticos e reconhecemos o papel do Conselho de Segurança da ONU como principal responsável pela manutenção da paz e segurança internacionais", afirmaram os países na Declaração.

São dedicados parágrafos inteiros para tratar dos conflitos no Oriente Médio, Ásia e África, entre eles, no Iêmen, Golfo, Afeganistão, Península Coreana, Síria, Líbia e Sudão. Em geral, os países do Brics apoiam esforços de ajuda humanitária e rechaçam intervenções militares.

O Brics trata, como de costume, da questão entre Israel e Palestina e opina que a solução é a constituição de dois Estados. Os cinco países pedem esforços diplomáticos "novos e criativos". Com aval do Brasil, foram retirados os trechos que mencionavam, na declaração do ano passado, o apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina e o que travava o status de Jerusalém - cidade disputada por israelenses e palestinos - como última das questões a ser negociada entre os dois lados. Bolsonaro chegou a prometer a transferência da embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém, num sinal de alinhamento com Israel e Estados Unidos, mas recuou em meio a receio de retaliações dos países árabes.

Assim como apareceu no discurso dos líderes, o combate ao terrorismo é um destaque da declaração, que também expressa "preocupação com o sofrimento de comunidades e minorias vulneráveis étnicas e religiosas". Por pressão de parlamentares e igrejas evangélicas, a política externa brasileira adotou como bandeira no governo Bolsonaro a defesa da liberdade religiosa e da não perseguição a cristãos em países onde são minoria.

Soberania nacional e a Amazônia

O bloco também se posicionou de forma inédita em defesa do princípio da soberania nacional. Além de uma menção conceitual ao tema, vinculada ao "respeito mútuo e igualdade", os Brics afirmaram a necessidade de os países respeitarem a soberania nos esforços internacionais para preservação ambiental, tema caro ao Brasil por causa das recentes queimadas na Amazônia.

Embora tenha sido um dos motivos para o Brics abordar o assunto, os incêndios florestais na Amazônia brasileira não foram expressamente citados no texto. As queimadas desgastaram a imagem do governo Bolsonaro e provocaram um debate, proposto pela França de Emmauel Macron, sobre definir um status internacional da Amazônia. Bolsonaro reagiu acusando o francês de ingerência externa.

País anfitrião da cúpula, o Brasil levou o assunto às rodadas finais de negociação do texto, que duraram cinco dias, e obteve aval dos demais. A China já havia defendido a posição brasileira. A Índia, do primeiro-ministro Narendra Modi, havia proposto o debate sobre "desafios e oportunidades" para o exercício da soberania nacional atualmente. A Rússia enfrenta incêndios ambientais semelhantes na Sibéria. E a África do Sul, problemas para proteger seus parques nacionais de savana.

"Expressamos nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável em suas três dimensões - econômica, social e ambiental - de maneira equilibrada e integrada. Todos os nossos cidadãos, em todas as partes de nossos respectivos territórios, incluindo áreas remotas, merecem desfrutar plenamente dos benefícios do desenvolvimento sustentável. A cooperação internacional neste campo, como em todos os outros, deve respeitar a soberania nacional e os regulamentos e disposições legais e institucionais nacionais, bem como práticas e procedimentos", diz trecho da declaração comum.

No documento de Brasília, o princípio da soberania é associado à construção de um mundo "pacífico, estável e próspero". Nas últimas duas declarações conjuntas, em Joanesburgo-2018 e em Xiamen-2017, a palavra soberania aparecia apenas quando os líderes tratavam de conflitos armados no Oriente Médio.

Ainda no tópico ambiental, os líderes reafirmaram compromisso com a implementação do Acordo de Paris, do qual os Estados Unidos saíram. Bolsonaro já fez ressalvas ao esforço comum sobre mudanças climáticas e havia ameaçado abandonar o acordo antes de tomar posse como presidente da República.

O Brics ressaltou que as responsabilidades no acordo de Paris devem ser adequadas às respectivas capacidades dos países e cobrou uma ampliação no financiamento e ajuda tecnológica por parte de nações desenvolvidas. Pediu ainda mais doações ao Fundo Verde para o Clima, que banca ações de mitigação de impactos ambientais.

O bloco também disse apoiar a realização e trabalhar por resultados equilibrados na Conferência Mundial do Clima, a COP-25, transferida do Chile para a Espanha por causa de protestos de rua que tomaram o país sul-americano, emparedaram o governo Sebastián Piñera nos últimos meses e ameaçaram o encontro. Em esforços de cooperação, os países focam agora em melhorar a qualidade de vida nas cidades e na limpeza de rios e mares.

Economia

O documento reproduziu o "comprometimento" das cinco economias emergentes com o sistema multilateral para resolução de conflitos internacionais e destacou o papel central da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial do Comércio (OMC) diante de uma denúncia que os líderes fizeram, em discursos, de aumento do protecionismo.

"É essencial que todos os membros da OMC evitem medidas unilaterais e protecionistas, que são contrárias ao espírito e às regras da OMC", anotaram.

Os países do Brics reforçaram, por exemplo, a importância da "base científica" nas negociações, uma resposta ao descontentamento com barreiras sanitárias impostas sem comprovação técnica contra produtos agrícolas.

Os países do bloco falaram na necessidade de reformar urgentemente e de forma "equilibrada" o sistema multilateral - incluídos a ONU e seu Conselho de Segurança, a OMC e o Fundo Monetário Internacional (FMI), onde dizem estar sub-representados. O Brics pressiona mais uma vez para que o órgão de apelação seja recomposto, com nomeação dos membros com urgência, para evitar uma paralisia em dezembro. Eles pedem uma revisão das cotas do FMI "com seriedade e em um curto espaço de tempo".

"Desde nossa última reunião, o crescimento econômico global enfraqueceu e os riscos negativos aumentaram. As tensões comerciais e a incerteza política afetaram a confiança, o comércio, os investimentos e o crescimento. Nesse contexto, lembramos a importância de mercados abertos, de um ambiente de negócios e comércio justo, imparcial e não-discriminatório, de reformas estruturais, de concorrência efetiva e justa, promovendo o investimento e a inovação, além de financiamento para infraestrutura e desenvolvimento. Ressaltamos a necessidade de maior participação dos países em desenvolvimento nas cadeias globais de valor. Continuaremos a cooperar no G20 e a promover os interesses dos mercados emergentes (EMEs) e dos países em desenvolvimento", justificaram.

Terrorismo

Em matéria de segurança, a principal preocupação da cúpula foi o avanço do terrorismo e do uso associado de tecnologias de informação e comunicação para cometer crimes. Os países querem trocar experiências no combate a crimes transnacionais, corrupção e meios de recuperação de ativos.

"Condenamos o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, que não devem ser associadas a qualquer religião, nacionalidade ou civilização, e reconhecemos os atos terroristas como criminosos e injustificáveis, independentemente de suas motivações, em qualquer momento, em qualquer lugar e por quem quer que os tenha cometido", disseram.

Eles ressaltaram a importância da proibição de armas biológicas e químicas e manifestaram "séria preocupação com a possibilidade de uma corrida armamentista no espaço exterior".

Uma em cada cinco pessoas sofreu extorsão sexual na América Latina e no Caribe, segundo a organização Transparência Internacional, que enfatiza que a corrupção avança e destrói os direitos dos cidadãos perante autoridades impassíveis e ineficientes.

O Barômetro Global da Corrupção, um relatório anual preparado a partir de entrevistas com 17.000 cidadãos de 18 países da América Latina e do Caribe, mostra que mais da metade dos cidadãos acredita que a corrupção está piorando em seu país e que seus governos fazem trabalho ruim para combatê-la, pecam por falta de integridade e laxismo.

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Por exemplo, de acordo com a ONG, 91% dos venezuelanos "argumentam que seu governo está fracassando no combate à corrupção", assim como 79% dos panamenhos, 72% dos dominicanos e 54% dos brasileiros.

Como novidade, o relatório da Transparência Internacional quis explorar este ano a questão de gênero na corrupção e concluiu que muitas mulheres são forçadas a prestar favores sexuais para ter acesso a serviços públicos, como assistência médica e educação.

Segundo o documento, um em cada cinco cidadãos sofreu extorsão sexual ou conhece alguém que já passou por essa situação, e 71% dos entrevistados disseram que é um fenômeno que ocorre pelo menos ocasionalmente.

Os países com a maior proporção de casos notificados foram Barbados (30%) e Guatemala (23%). No Brasil foi de 20%.

Diante dessa situação, a organização pediu aos líderes políticos que "reconheçam e abordem as formas de corrupção que afetam principalmente as mulheres" e a aplicar o Compromisso de Lima sobre corrupção, adotado em 2018.

- Subornos e compra de votos -

No total, 85% da população da América Latina e do Caribe classificam a corrupção como "um grande problema", enquanto apenas 13% a consideram um problema menor.

No Brasil, a porcentagem chega a 90%.

"Os cidadãos têm o direito de denunciar a corrupção e esperar que os políticos atuem de maneira íntegra", disse Patricia Moreira, diretora geral da Transparência Internacional.

A organização também investigou os subornos quando se trata de ter acesso a serviços básicos, como atendimento médico ou a realização de um documento de identidade, por exemplo.

Do número total de pessoas pesquisadas, mais de uma em cada cinco (21%) pagou suborno para obter esses serviços.

A Venezuela é o único país de todos os observados, onde a maioria dos cidadãos, 61%, disse ter recebido pedido de subornos, segundo o relatório.

E essas práticas opacas ganham força em tempos de eleições, onde a compra de votos é uma prática comum em grande parte dos países pesquisados.

Segundo a Transparência Internacional, um em cada quatro dos entrevistados recebeu suborno durante as eleições nacionais, regionais ou locais.

Um hábito que geralmente é combinado com ameaças para que o eleitorado vote de uma certa maneira.

No México, uma em cada duas pessoas recebeu suborno em troca de seu voto e uma em cada quatro foi ameaçada de represálias.

- Desconfiança -

A Transparência Internacional adverte que essas práticas corruptas fazem com que os cidadãos percam a confiança nas instituições.

"Muitas vezes, presidentes, parlamentares e outros líderes políticos agem em favor de seus próprios interesses, às custas dos cidadãos aos quais devem estar a serviço", denunciou Delia Ferreira Rubio, presidente da Transparência Internacional.

Assim, na Venezuela, onde 87% dos entrevistados disseram que a corrupção havia aumentado em seu país nos últimos anos, 90% dos cidadãos afirmaram ter pouca ou nenhuma confiança na Justiça e na polícia.

No Brasil, onde a pesquisa abrange os três primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro, o texto aponta que, "nos últimos oito meses, o quadro anticorrupção do Brasil sofreu uma série de golpes".

"O presidente (Jair) Bolsonaro tentou aumentar o escopo de informações confidenciais para reduzir a transparência e não deu muita atenção às acusações de corrupção contra membros de seu gabinete", insiste o texto.

Na Colômbia, El Salvador, Guatemala, Panamá e Peru, acontece o mesmo: 90% da população afirmou não confiar nessas instituições.

Além disso, 53% dos entrevistados acreditam que o cargo de presidente ou primeiro-ministro e o Parlamento são as instituições públicas mais corruptas.

Cinquenta e quatro por cento dos brasileiros apontaram que o quadro piorou nos últimos 12 meses; por outro lado 82% acreditam que podem fazer a diferença para reverter essa situação.

- Represálias -

O problema, lembra a ONG, é que a grande maioria dos cidadãos não conhece seus direitos. A este fato, soma-se o medo de represálias se denunciarem casos de corrupção, algo que acontece com 73% dos entrevistados.

Em alguns países, também há dúvidas sobre a eficácia das denúncias.

Enquanto no Brasil 57% da população acredita que a denúncia pode servir para que medidas sejam adotadas, na Venezuela apenas 19% acredita que pode ser eficaz.

Mesmo assim, 77% dos cidadãos argumentam que denunciar os fatos pode influenciar positivamente a luta contra a corrupção. Neste sentido, a Transparência Internacional insta os governos a "canalizar energia positiva" para "empoderar a população"..

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou nesta segunda-feira (26) a coleta de dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS). Ao todo, 1.200 entrevistadores visitarão 108,5 mil domicílios de 2.167 municípios de todo o país.

É o segundo levantamento da PNS, feita pela primeira vez em 2013, em parceria com o Ministério da Saúde. Nos anos de 1998, 2003 e 2008, o IBGE incluiu um suplemento de saúde na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). A expectativa é que a PNS seja feita a cada cinco anos.

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Segundo o IBGE, esta é a maior e mais completa pesquisa sobre saúde já feita na América Latina. A gerente da PNS, Maria Lúcia Vieira, disse que o objetivo é retratar a situação da saúde do país, além de levantar indicadores para o acompanhamento de políticas públicas para avaliação de programas existentes e implantação de novos.

“Ela traz uma infinidade de informações e de indicadores voltados para a área de saúde. Indicadores sobre a procura de atendimento por uma pessoa, se tem esse atendimento, como está a questão de doenças crônicas, que são uma das maiores causas de morte no país. A questão dos acidentes com a Lei Seca, que é uma política que foi implementada: a gente pergunta se a pessoa dirige depois de consumir álcool”, acrescentou Maria Lúcia.

Entre as novidades da PNS este ano estão a inclusão de perguntas sobre violência sexual, física e psicológica; um questionário sobre atividade sexual, que só será feito para maiores de 18 anos; um módulo sobre o pré-natal do pai, para saber se ele participou dos exames ou se sabia que poderia acompanhar; e perguntas sobre as condições e relações de trabalho.

“A pesquisa é feita a cada cinco anos. Então, não é tão rápida. A prevalência de tabagismo precisa ser acompanhada para ver se diminuiu, porque tem uma política de controle do tabagismo. Doenças crônicas também, é muito difícil conseguir esses dados em registros administrativos. Violência, que muitas vezes não tem registro na polícia. A depressão, vamos fazer uma escala, mesmo que a pessoa não tenha o diagnóstico, ela pode ter os sintomas”, disse a gerente da pesquisa.

Uma subamostra de 5.575 domicílios também será selecionada para fazer a antropometria, ou seja, medição de peso e altura. Maria Lúcia ressaltou que, apesar de a pesquisa trabalhar com amostra, a seleção por critérios estatísticos permite que os dados sejam representativos de todo o país.

Os moradores dos domicílios selecionados para participar da PNS serão informados com antecedência por meio de uma carta enviada pelo IBGE e poderão entrar em contato com o instituto para verificar a veracidade da pesquisa e a identidade do entrevistador. “Pedimos muito a colaboração da população, porque a população é que nos dá o maior insumo. Sem a colaboração da população, fornecendo as informações, não conseguimos fazer o nosso papel, que é retratar o país, e dar todas essas informações importantíssimas na área de saúde”, afirmou Maria Lúcia.

Políticas

Conhecer a realidade da saúde da população é o primeiro passo para elaborar políticas para a área, disse o diretor de Análise em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário. “A Pesquisa Nacional da Saúde vai fazer um levantamento profundo sobre toda a situação de saúde da população, inclusive identificando o acesso dos brasileiros aos serviços de saúde. Com isso, além de avaliar o estado atual de saúde da população, conseguiremos planejar pelo menos os próximos 10 anos das ações do Ministério da Saúde, junto com estados e municípios.”

A coleta de dados vai até fevereiro de 2020 e os primeiros resultados devem ser divulgados em 2021. As informações prestadas pela população são sigilosas e só serão computadas para fins estatísticos.

 

O presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar, compareceu ao comitê do partido no Recife na tarde deste sábado (17) para endossar o incentivo à novas filiações à sigla. Em seu discurso, Bivar reafirmou a postura do PSL diante da política nacional.

“O sucesso dessa campanha do PSL é estrondoso em âmbito nacional. Joice Hasselmann e vários deputados no Brasil inteiro estão embutidos nesse processo para mostrar que o PSL tem uma capilaridade nacional. Nós somos um partido que seremos o maior da América Latina”, afirmou o presidente do PSL.

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Bivar também destacou que a sigla foi convidada nesta semana pelo BRICS para participar de encontro de partidos internacionais. “Isso quer dizer que o PSL será o grande protagonista deste evento. Isso é pra mostrar a vocês a dimensão do nosso partido. Mas pra crescer ainda mais precisamos contar com o povo brasileiro”, pontuou.

Ele acrescentou: “Nós somos, sim, um partido de direita assumido. E um partido liberal. Se há 20 anos nós vivíamos à margem, agora chegou o momento de mostrar nossa ideologia. Vamos lutar pela igualdade de oportunidades no Brasil. Para que todos tenham acesso à saúde pública de qualidade, a segurança, a tudo. Nosso princípio é igualdade de oportunidade, enquanto o de partidos socialistas é a igualdade de resultado”.

Estiveram no evento de incentivo a filiações pré-candidatos a prefeituras ou câmaras municipais de 13 cidades pernambucanas. São elas: Timbaúba, Serrita, Taquaritinga do Norte, Tamandaré, Carpina, Glória do Goitá, Igarassu, Garanhuns, Aliança, São José da Coroa Grande, Barreiros, Recife e Olinda.

 

A Colômbia inaugurou, nesta quinta-feira (15), o que apresentou como o túnel rodoviário mais longo da América Latina, com 8,2 quilômetros entre a cidade de Medellin ao Vale de San Nicolás, no noroeste do país.

"Esta é uma obra emblemática, uma obra que mostra o melhor da nossa engenharia, que revela o melhor da nossa capacidade criativa", declarou o presidente Iván Duque durante sua inauguração.

O Túnel do Oriente começou a ser construído em janeiro de 2015 e teve um custo final de 320 milhões de dólares, obtidos por meio de uma associação público-privada envolvendo o governo de Antioquia e a prefeitura de Medellin.

A construção integra um via de 24 km que inclui viadutos, pontes e outros túneis que encurtará em quase meia hora a viagem entre Medellin e o aeroporto internacional que atende a cidade.

O túnel rodoviário mais longo do mundo é o Laerdal, no oeste da Noruega, com 24,5 km entre Laerdal e Aurland.

O senador Jorge Kajuru (Patriota-GO) tornou a criticar nesta terça-feira (13), em Plenário, o contingenciamento e o corte de recursos das áreas de educação e pesquisa, anunciado pelo governo federal.

Para o parlamentar, é contraditório o país promover o maior evento científico da América Latina — a 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que aconteceu em julho no Mato Grosso — ao mesmo tempo em que universidades interrompem pesquisas por falta de orçamento.

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“O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu Moreira, conseguiu ser cristalino, cáustico e até jocoso, ao mesmo tempo, ao dizer que nós estávamos rodando com um pneu furado e agora eles tiraram a roda”, criticou.

*Da Agência Senado

 

Organizações latino-americanas defensoras dos direitos da comunidade LGBTI pediram nesta quinta-feira (8) em San Salvador o fim das agressões contra membros dos coletivos, que, entre 2014 e 2019, sofreram a morte violenta de quase 1.300 pessoas na região.

"É importante que os Estados atendam o chamado pois há uma desproteção, não há estratégias para enfrentar a violência que a comunidade LGBTI sofre" (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, e intersexuais), disse à imprensa Lucía Vacca, da ONG Colombia Diversa.

As organizações defensoras da diversidade sexual de nove países latino-americanos apresentaram um informe que recolhe dados de homicídios de pessoas LGBTI entre 2014 e 2019.

Segundo o informe, 1.292 pessoas dessa comunidade foram assassinadas nesse período nos países participantes do estudo.

Desses, 542 foram registrados na Colômbia, 402 no México, 164 em Honduras, 57 no Peru, 53 em El Salvador, 28 na República Dominicana, 26 na Guatemala, 12 no Paraguai e oito na Bolívia.

Segundo o relatório, as principais vítimas de homicídio são homens gays e mulheres transexuais.

O relatório indica que a maioria das vítimas "costumam ser muito jovens", com idades de entre 18 e 25 anos.

Do total de 1.292 homicídios, 30% ocorreram "por preconceito" ou por ódio, devido à orientação sexual ou identidade de gênero da vítima.

"A situação é preocupante, é necessário que os Estados adotem mecanismos de proteção, que as sociedades sejam mais tolerantes", declarou Bianka Rodríguez, diretora da associação salvadorenha Concavis Trans.

Rodríguez explicou que, devido à falta de estatísticas oficiais "confiáveis", as organizações da comunidade LGBTI criaram um observatório para levar um registro estatístico de vítimas da violência homofóbica nos nove países participantes.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) enviou um terceiro carregamento para a Venezuela com 34 toneladas de ajuda humanitária doada pela Itália - informou a organização em um comunicado à imprensa nesta quarta-feira (31).

O carregamento, o primeiro que chega da Europa, inclui medicamentos essenciais, como antibióticos e anti-inflamatórios, produtos descartáveis e equipamentos médicos, como desfibriladores, segundo a organização.

A nova carga se soma às já enviadas em abril e junho e foi coordenada pela Cruz Vermelha Italiana "com o apoio do Ministério italiano das Relações Exteriores e doadores privados", acrescenta o texto.

Os envios da Cruz Vermelha italiana para a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho "visam a fornecer uma gama de serviços de saúde para 650 mil pessoas na Venezuela por 12 meses".

"Sabemos que essa remessa não atenderá a todas as necessidades do país: pedimos a todos os parceiros e doadores que apoiem nosso chamado para aliviar o sofrimento dos venezuelanos", disse o presidente da FICV e da Cruz Vermelha Italiana, Francesco Rocca, citado no comunicado.

A equipe de automação naval e submarina Nautilus, formada em sua maioria por alunos de engenharia da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Poli-UFRJ), viaja nesta terça-feira (23) para os Estados Unidos, onde vai representar o Brasil na Robosub 2019. O campeonato internacional de Veículos Submarinos Autônomos (AUVs, do nome em inglês) será realizado entre os dias 29 de julho e 4 de agosto, na cidade de San Diego, Califórnia. Esta é a terceira vez que o evento receberá a equipe da UFRJ, que é também o único grupo da América Latina a participar do certame.

O professor do curso de Engenharia de Automação e Controle da Escola Politécnica, também coordenador da equipe, Cláudio Miceli, disse à Agência Brasil que, no ano passado, a equipe ficou entre as 20 melhores da competição. “A gente tem todas as condições de repetir o desempenho do ano passado em termos de projeto e do robô mesmo e até buscar um resultado melhor”.

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O objetivo da equipe Nautilus este ano é ficar entre as 15 melhores, repetir o resultado de melhor equipe da América Latina e buscar algum prêmio adicional, seja em termos de projeto ou apresentação. Miceli admitiu que é um desafio muito grande, porque o orçamento, frente aos concorrentes, é muito limitado. 

Apoio

Atualmente, a equipe não tem apoio financeiro, mas apenas suporte de peças e recursos computacionais, cedidos por empresas. A maior parte do apoio vem da Escola Politécnica; da Marinha, que cede o espaço para a realização de testes do robô; e dos próprios alunos que economizam para poder participar do evento. “Nossa luta é buscar patrocínio”, disse Miceli, que já está conversando com algumas empresas potenciais para financiar a iniciativa.

Somente os gastos com as inscrições na Robosub 2019, passagens, alimentação e hospedagem dos integrantes da Nautilus, além do pagamento de sobrepeso nos aeroportos devido ao tamanho do robô, chegam a R$ 80 mil. Miceli acrescentou que para manter o projeto ao longo do ano, incluindo compra de materiais, são necessários R$ 200 mil. O montante é inferior ao orçamento disponibilizado por algumas equipes estrangeiras, que atingem até US$ 200 mil.

Visando a participação em 2020, a Nautilus está adotando uma estratégia mais cautelosa este ano, para melhorar o que já foi conquistado e, no ano que vem, tentar uma estratégia mais inovadora e robusta, ressaltou o professor. 

Incentivo

O capitão da equipe Nautilus, Henrique Ferreira Júnior, aluno do 7º período de Engenharia de Controle e Automação da Poli-UFRJ, ressaltou que a Robosub é a maior competição de AUVs do mundo, e destina-se a incentivar o interesse de estudantes de engenharia no campo dos AUVs. Da equipe completa participam 40 estudantes de ambos os sexos de vários cursos da UFRJ, além de engenharia, mas apenas nove viajarão para os Estados Unidos, incluindo uma estudante.

Nos primeiros cinco dias da competição, ocorrem as etapas classificatórias e, no sábado (3), as semifinais. No domingo (4), dia de encerramento do concurso, acontece a grande final. No ano passado, a equipe vencedora recebeu prêmio no valor de US$ 7 mil.

A competição reuniu, em 2018, 50 equipes de 10 países. Este ano, foram efetivadas quase 60 inscrições. As provas apresentam desafios como lançamento de torpedos e manipulação física de objetos, que exigem que as partes mecânica, eletrônica e computacional do robô estejam funcionando em perfeita harmonia.

Na disputa de 2018, a Nautilus teve um problema com o Departamento de Segurança dos Estados Unidos devido ao tamanho do robô. Este ano, os estudantes vão levar as peças do robô separadas, que serão montadas no local da competição. 

Aplicações

Segundo o capitão da equipe Nautilus, que se forma engenheiro no final de 2020, são muitas as aplicações que um veículo submarino autônomo (AUV) pode ter na indústria, desde a área militar de desarmamento de minas submarinas, até a indústria de petróleo, para inspeção de dutos submarinos. “O AUV traz um ganho enorme”, afirmou. Os estudantes estudam a criação, depois de formados, de alguma empresa para desenvolvimento de projetos de AUVs.

 

A capital uruguaia, Montevidéu, é a cidade mais cara da América Latina para se viver, segundo a 25ª Pesquisa Anual de Custo de Vida, realizada pela empresa Mercer, que avalia cerca de 500 cidades em mais de 200 países. Montevidéu ficou em 70º lugar no ranking, à frente de capitais europeias como Madri (Espanha) e Lisboa (Portugal).

No Brasil, a cidade com maior custo de vida é São Paulo, na 86ª posição no ranking, que avalia vários fatores como moradia, alimentação, álcool e tabaco, cuidados pessoais (higiene), transporte, serviços domésticos, recreação e entretenimento.

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Ainda no ranking brasileiro, outras duas cidades aparecem entre as 200 mais caras do mundo: Rio de Janeiro (121°) e Brasília (174°).

A pesquisa, realizada anualmente, avalia o custo de vida nas cidades que recebem mais trabalhadores expatriados no mundo, ou seja, profissionais de outros países que migram para trabalhar naquele destino. Os rankings demonstram como a flutuação da moeda e as mudanças nos preços de bens e serviços podem afetar o poder de compra dos moradores.

De acordo com a Mercer, a pesquisa foi projetada para ajudar empresas multinacionais e governos a determinar os subsídios de compensação para seus funcionários expatriados.

O estudo demonstrou que, entre as dez cidades mais caras do mundo, oito estão na Ásia. Hong Kong está no topo da lista pelo segundo ano consecutivo, seguida de Tóquio (2º), Singapura (3º), Seul (4º), Xangai (6º), Ashgabat (7º), Pequim (8º) e Shenzhen (10º).

Zurique (5º) e Nova Iorque (9º) são as duas cidades não asiáticas que aparecem entre as dez mais caras do mundo. Entre as capitais europeias, Londres ficou na 23ª posição, Paris na 47ª e Roma na 55ª.

Na América Latina, Santiago (Chile) aparece na 79ª; Lima (Peru) empatada com o Rio de Janeiro na 121ª posição; Buenos Aires (Argentina) em 133ª, Bogotá (Colômbia) em 170ª e Assunção (Paraguai) em 186ª.

Em maio de 2015, a então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, recebia no Palácio do Planalto o primeiro-ministro da China, Li Keqiang. Após os ritos oficiais, os dois assinaram uma série de parcerias. A principal delas: um investimento de US$ 50 bilhões para a criação da ferrovia bioceânica, que atravessaria a América do Sul, entre Peru e Brasil, e conectaria os oceanos Atlântico e Pacífico.

Quatro anos depois, Keqiang segue no cargo, Dilma sofreu impeachment e nada saiu do papel. A bioceânica é um retrato da situação dos investimentos da China na América Latina nos últimos dois anos: planos grandiloquentes, altos investimentos, mas realizações tímidas.

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A China segue com interesse pela América Latina, mas a vitória de partidos de direita na região, atrasos e descumprimento de prazos, corrupção e maior atenção chinesa a projetos na Ásia e na Europa, como o da nova Rota da Seda, conhecido como "One Belt One Road", fizeram o investimento chinês diminuir na região nos últimos dois anos.

Fusões, aquisições e investimentos privados caíram de um nível recorde de US$ 17,5 bilhões, em 2017, para apenas US$ 7,6 bilhões, em 2018, segundo o Global Development Policy Center. E os bancos chineses - Banco de Desenvolvimento da China e Banco de Exportação e Importação da China - emitiram níveis de financiamento comparativamente baixos para os governos latino-americanos nos últimos dois anos.

"A América Latina é vista como uma terra cheia de vitalidade e esperança na política oficial da China, mas os investidores chineses há muitos anos consideram a distância e a cultura latino-americanas empecilhos para negociar", afirmou ao Estado Zuo Pin, da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. "Os ambientes normativos, os processos de licitação pouco claros e a complexidade logística das empresas chinesas de acompanhar obras e execuções a mais de 15 mil quilômetros de distância são alguns dos principais problemas."

A Bolívia é um exemplo das apostas de alto risco. Em 2016, o presidente boliviano, Evo Morales, recebeu o chanceler da China, Wang Yi, para anunciar um crédito chinês de US$ 4,85 bilhões para que o país aplicasse em nove projetos de infraestrutura. Apenas um saiu do papel, a rodovia El Sillar, que liga Cochabamba a Santa Cruz.

No caso da Venezuela, a instabilidade política se tornou uma fonte regular de estresse para políticos e investidores chineses, e para bancos e empresas que operam no país. Apesar do apoio político ao chavismo, em 2018, o governo chinês interrompeu a concessão de empréstimos à Venezuela, um sinal da impaciência de Pequim com Nicolás Maduro. A torneira financeira foi reaberta em 2019, mas em níveis menores do que em anos anteriores.

Os casos de Venezuela e Bolívia são os mais evidentes, mas alegações de corrupção também afetam outros projetos chineses na região, incluindo uma concessão ferroviária de Querétaro, no México, e duas hidrelétricas na Argentina. Desde 2002, as estatais da China e os bancos manifestaram interesse em cerca de 150 projetos de infraestrutura de transporte na América Latina, mas apenas a metade entrou em fase de construção.

Além disso, há também a concorrência com os ambiciosos projetos da nova Rota da Seda, investimentos em infraestrutura na Europa, Ásia e África, que podem chegar a US$ 1,9 trilhão nos próximos anos. "A China é retardatária na área de investimentos internacionais e é forçada a alocar capital para países e regiões com maiores riscos", diz Wang Yongzhong, economista do Instituto de Economia e Política da China. "Mas há um limite para o grau de risco admitido, e dez anos de investimento com pouco retorno é um mau negócio para qualquer um."

Por questões políticas, países como Equador e Argentina reduziram em quase 50% seus pedidos de financiamento para a China, para não aumentar o nível de dívida soberana comprometida com os chineses. Muitos países estão sentindo uma pressão considerável de Washington para evitar grandes acordos com a China, caso do México e de países do Caribe, e até mesmo do Brasil.

"Embora as reservas internacionais da China tenham crescido, os limites prováveis do crédito disponível obrigarão os bancos e estatais chineses a escolher projetos no exterior com mais cuidado", escreveu Margaret Myers, diretora do centro de estudos Inter-American Dialogue, na revista Americas Quarterly. "Empresas e bancos chineses tendem a buscar oportunidades mais próximas de casa, onde os custos são mais baixos e as redes, bem estabelecidas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputadas brasileiras viajaram para o Uruguai, o país mais envelhecido da América Latina, para conhecer iniciativas e políticas públicas de atenção às pessoas idosas. Lídice da Mata (PSB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, está em Montevidéu, acompanhada das deputadas Leandre (PV) e Tereza Nelma (PSDB).

As parlamentares cumprem uma agenda de compromissos e reuniões com autoridades e instituições especializadas em cuidados de idosos, desde quarta-feira (5) até sexta-feira (7).

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"A iniciativa da viagem se deu na Comissão (de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa) pela necessidade que tínhamos de conhecer e poder aprofundar a nossa política de cuidados com o idoso em nosso país. Temos informações de que, no Uruguai, há uma política sendo desenvolvida com este objetivo. Como nós pretendemos fazer um seminário internacional ainda este ano, para debater a questão na Câmara dos Deputados, viemos até o Uruguai para conhecer a sua experiência", afirmou Lídice da Mata à Agência Brasil.

Para a deputada Leandre, o modelo que o Uruguai adota nos cuidados com a população mais velha, pode servir de inspiração para o Brasil. "O que nos chamou atenção, aqui no Uruguai, é que é uma política instituída por lei, então ela tem continuidade. É um modelo que eu acredito que a gente pode ter como referência, talvez não em sua totalidade, mas muitas coisas dá para aproveitar e adaptar".

Leandre ressaltou a relevância da política dos cuidadores cadastrados, existente no Uruguai. No país, os cuidadores de idosos recebem formação do Estado, em cursos realizados nas universidades, e integram um cadastro nacional.

A brasileira Teresa Cunha, 63 anos, é jornalista aposentada e cuidadora de idosos. Ela afirmou que a criação de um cadastro de profissionais vinculados ao Estado seria uma iniciativa interessante.

"Tendo um cadastro ficaria mais fácil de conseguir que idosos carentes fossem atendidos por profissionais capacitados para entender suas necessidades. É importante que algumas regras tenham que ser cumpridas, que a pessoa tenha pelo menos ensino fundamental completo, saiba ler, escrever, e que passe pelas disciplinas de cuidados básicos da pessoa acamada. Saber como ler uma receita médica, ligar para um familiar, ajudar a usar uma comadre, trocar fralda, dar banho em cima da cama, são cuidados mínimos", afirma.

Lídice da Mata ressaltou que no Uruguai há uma política clara de formação de cuidadores. "Essa política é feita pela universidade, mesmo não sendo uma graduação, e é fiscalizada e preparada pela universidade. No Brasil, há formações diferentes, sem um currículo básico e sem centralidade".

Para Leandre, o cadastro serviria também como fonte de emprego e renda. "A partir do momento que eu faço uma transferência de renda como essa, eu oportunizo, inclusive, vagas de emprego. Hoje, temos 13 milhões de desempregados. Muitas dessas pessoas poderiam assistir aqueles que precisam".

Cuidador de idosos

No mês passado, dia 21 de maio, o plenário do Senado aprovou o projeto de lei que regulamenta a profissão de cuidador de idosos, crianças e pessoas com deficiência ou doenças raras. O projeto agora vai para sanção presidencial.

Para a deputada Tereza Nelma, o que falta no Brasil é um programa voltado para essa população. "O Estado não assume esse papel (de cuidados com o idoso). No Brasil, o idoso ainda é visto como o aposentado, a pessoa que está ali para cuidar dos netos", defende a deputada, que relembra que 13% da população brasileira é de idosos, um total de 28 milhões de pessoas. "Não é mais um país de estudantes, é sim um país de pessoas idosas", afirma.

Complexo de Peter Pan

"Em diversas culturas, o idoso tem um papel social. No Brasil, provavelmente porque durante muitos anos tivemos uma população majoritariamente jovem, uma população de milhões, nós criamos um complexo de Peter Pan. O complexo de que seríamos jovens a vida inteira. Agora, enfrentamos esse novo desafio, de uma população idosa, que não tem a cultura do respeito, da proteção dos seus idosos. Em uma tribo indígena brasileira, ou de qualquer outro canto do mundo, os idosos têm o seu papel, em geral são os sábios da tribo. A nossa população, com as dimensões do crescimento capitalista no mundo, vê o idoso como um peso", afirmou Lídice da Mata.

Leandre disse que é um problema cultural. "No Brasil, a pessoa idosa é relacionada a tudo o que é velho, sem serventia. Esse é o principal problema. A ideia de viver muitos anos agrada a todo mundo, mas a ideia de ficar velho não agrada a ninguém. As políticas públicas andam em passos lentos e a sociedade parece ignorar completamente o assunto. Na medida em que a pessoa vai perdendo suas capacidades funcionais, sua autonomia, ela começa a ficar invisível. Aí a gente precisa do papel do Estado pois a família não dá conta".

A cuidadora Teresa concorda. "Falta uma cultura de educação e respeito pelos idosos. Nas filas dos supermercados, nos ônibus, eu sou uma exceção, pois exijo meus direitos (atendimento prioritário e assentos preferenciais). Mas o que vejo, nos ônibus, é que os velhos ficam em pé e os jovens ficam sentados, usando o celular, e não cedem lugar".

Segundo a ONU, em 2050 o número de pessoas com 60 anos ou mais vivendo na América Latina e Caribe deve chegar a 200 milhões, o que representa 26% da população. Atualmente, são 73,5 milhões de idosos na região.

 

A Google anunciou na última quarta-feira (29) um projeto para ajudar veículos de imprensa a melhorarem suas assinaturas digitais. Chamado de GNI Subscription Laboratory (Laboratório GNI de Assinaturas), o projeto contempla oito jornais impressos da América Latina, quatro deles brasileiros.

Serão oito meses de trabalho em que todas as etapas relativas ao processo de assinaturas digitais dos participantes serão analisadas e aprimoradas. Os veículos selecionados são o Clarín e La Nación, da Argentina, o El Espectador, da Colômbia, Reforma, do México e os brasileiros Estado de Minas, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Nexo.

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O programa pretende disseminar os resultados desenvolvidos para outras publicações latino-americanas via relatórios e também em treinamentos. A apresentação dos resultados será feita durante a 7ª edição da conferência Digital Media LATAM da WAN-IFRA, realizada no Rio de Janeiro entre 11 e 13 de novembro de 2019.

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pediu nesta sexta-feira no Chile aos países latino-americanos que sejam cautelosos em suas relações com a China e a Rússia, dois países que, segundo ele, "montam armadilhas", "ignoram as regras" e "espalham a desordem ".

Em uma conferência realizada em um centro de convenções no leste de Santiago, depois de se reunir com o presidente Sebastián Piñera e o ministro das Relações Exteriores, Roberto Ampuero, Pompeo reafirmou a base da administração de Donald Trump em sua política com a América Latina.

"Os líderes da América do Sul se tornaram mais lúcidos e desconfiados de falsos amigos. China, Rússia estão definitivamente batendo na porta, mas uma vez que eles entram na casa, eles montam armadilhas, ignoram as regras e propagam desordem ", disse o chefe da diplomacia americana.

"Felizmente, a América do Sul não está comprando isso e nem nós", acrescentou.

Pompeo, que chegou a Santiago nesta sexta-feira criticou o financiamento concedido pela China ao governo venezuelano de Nicolás Maduro.

"Há uma lição a ser aprendida: a China e outros estão sendo hipócritas ao pedir a não intervenção nos assuntos da Venezuela. Suas próprias intervenções financeiras ajudaram a destruir o país", disse.

O chefe da diplomacia americana ressaltou o "problema" dos negócios de China em lugares como a América Latina. "Frequentemente injeta capital corrosivo", dando lugar à corrupção e erodindo o bom governo, afirmou.

A título de exemplo, mencionou o caso da represa Coca Codo Sinclair na selva do Equador, financiada e construída pela China, e que agora funciona a média capacidade por problemas em sua construção e administração, segundo Pompeo. Vários de seus executivos estão presos por corrupção.

O projeto, detalhou, incluiu um investimento de 19 bilhões de dólares de empréstimos chineses. Como garantia, este país obteve 80% do petróleo do Equador com um desconto, e depois o revendeu. "Este parece um parceiro de confiança?", perguntou Pompeo.

A América Latina "também deve ser cautelosa com a Rússia", acrescentou, pedindo aos países da região que não tolerem que este país escale a situação de tensão em países como Venezuela e Nicarágua.

Inaugurado há quase sete anos, o Museu da Diversidade Sexual, localizado na região central da capital paulista, foi o primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à temática LGBTQI+ e já foi visitado por mais de 250 mil pessoas.

O diretor do museu, Franco Reinaudo, conta que a missão do espaço é preservar o patrimônio social, político e cultural da comunidade LGBTQI+ do Brasil por meio da pesquisa, contribuindo para a educação e promoção da cidadania.

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"Esperamos, com isso, propiciar maior visibilidade à diversidade sexual, auxiliar no entendimento de suas especificidades para promover a cidadania e inclusão social dessa população", afirma Reinaudo.

Os trabalhos artísticos expostos na instituição têm como foco a identidade de gênero, orientação sexual e expressões das minorias, e visa estabelecer um espaço de convivência e manutenção da memória da população LGBTQI+, além de potencializar estudos acerca da diversidade sexual.

Anualmente, são promovidas três exposições, sempre com temas escolhidos pela própria comunidade. Até o dia 11 de maio, a mostra que estará em cartaz é a "Plural 24h", que aborda aspectos cotidianos das pessoas da comunidade LGBTQI+. O museu também sedia, a cada dois anos, uma mostra que reúne projetos de artistas de todo país.

O trabalho desenvolvido pelo museu paulista também já foi reconhecido pelo governo da Suécia, dada a relevância na preservação da memória da comunidade LGBTQI+ simultaneamente aos Centros de Berlin, Alemanha, e São Francisco, nos EUA.

Serviço:

Museu da Diversidade Sexual

Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 18h

Endereço: Estação República do metrô, piso mezanino

Rua do Arouche, 24, República – São Paulo

Entrada gratuita.

Nos dias 27 e 28 de março está marcado para acontecer o workshop de circulação musical da América Latina, promovido pela AESO-Barros Melo, às 14h, no laboratório de Informática da Instituição. O evento oferece certificado e as inscrições podem ser feitas até o dia (26) de março pela internet e custam R$ 130 por participante.

O workshop será ministrado pela jornalista pernambucana Elayne Bione, que é formada em Empreendorismo e Indústria da Música pela Universidade Alberto Hurtad, no Chile. O encontro promete fazer a contextualização cultural e econômica da região, fornecendo panorama dos festivais de música locais, instruções sobre a utilização de planilhas de custo, gastos e orçamentos de viagens, além de recomendações sobre interação com outros países, tipos de parcerias, entre outras dicas e curiosidades do mercado.

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Serviço

Workshop de Circulação Musical da América Latina

27 e 28 de março |14h

Laboratório de Informática da AESO-Barros Melo 

R$ 130

Inscrições aqui

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