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A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, negou, nesta quarta-feira (20), pressões da China para não divulgar um relatório sobre o país e assegurou que o mesmo será publicado antes do término de seu mandato em agosto.

"Não existe uma carta das autoridades chinesas, a verdade é que há uma carta de países. Assim como há cartas de países que me pedem para publicá-lo, há cartas de países que me pedem para não o publicar. Isso é normal", disse Bachelet durante uma conferência de imprensa em Lima como parte de sua visita de trabalho ao Peru.

O relatório "será publicado antes que eu deixe o cargo" em agosto, afirmou.

"Posso dizer que seguimos trabalhando no escritório [do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos] para atualizar o relatório para compartilhá-lo com o país em questão, como se faz sempre antes de divulgar um relatório, para que faça os comentários factuais se houver erros, como se faz na prática habitual", detalhou a ex-presidente chilena.

Durante sua visita à China em maio, Bachelet instou as autoridades a evitar medidas "arbitrárias e indiscriminadas" em Xinjiang. Mas ressaltou que sua visita não era "uma investigação".

O governo chinês é acusado de manter uigures e outros indivíduos de minorias muçulmanas em centros de detenção em Xinjiang, de esterilizar as mulheres e obrigar essas pessoas a realizar trabalhos forçados. A China, por sua vez, nega todas as acusações.

Bachelet anunciou em 13 de junho que não concorreria a um segundo mandato para o cargo, pois pretende passar mais tempo com sua família e em seu país.

A ex-presidente chilena havia avisado sua decisão ao secretário-geral da ONU, António Guterres, dois meses antes, mas nenhuma informação vazou.

A funcionária foi duramente criticada nos últimos meses pelos Estados Unidos e importantes ONGs, que a acusam de falta de firmeza frente às violações de direitos humanos na China e de agir mais como "diplomata" do que defensora dos direitos humanos.

A alta-comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou nesta segunda-feira, 13, em discurso na Suíça, estar "alarmada" com o projeto de lei de contraterrorismo em tramitação na Câmara dos Deputados. De autoria do deputado bolsonarista Major Vitor Hugo (PSL-GO), a proposta pode, na avaliação da ex-presidente chilena, ampliar excessivamente o alcance de ações contraterroristas no País.

A proposta do parlamentar governista e as invasões de terras indígenas por garimpeiros na Amazônia colocaram o Brasil entre os países que despertam preocupação da ONU para violações de DH.

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Bachelet disse que ela e seus auxiliares na ONU estão preocupados com termos usados na redação do projeto de Vitor Hugo. Seriam, segundo ela, "excessivamente vagos e abrangentes", representando "riscos de abuso, particularmente contra ativistas sociais e defensores de direitos humanos". A advertência foi feita no primeiro dia de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Ocorre na mesma semana em que uma comissão especial na Câmara votará a proposta. O texto recebeu parecer favorável do relator, Delegado Sanderson (PSL-RS).

O projeto expande além das ações tipificadas como terrorismo o campo de crimes que pretende reprimir. Também poderia ser enquadrado na futura nova lei qualquer ato que fosse "perigoso para a vida humana ou potencialmente destrutivo a alguma infraestrutura crítica, serviço público essencial ou recurso-chave". A proposta também cria uma Autoridade Nacional Contraterrorista. Para entrar em vigor, o texto deve ser aprovado pela Câmara e pelo Senado e também sancionado pelo presidente da República.

A representante da ONU também alertou para possíveis mudanças nas regras de demarcação das terras indígenas. Bachelet lembrou que, enquanto a tese do "marco temporal" está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), um projeto sobre o tema tramita no Congresso. O texto sugere que demarcações sejam permitidas apenas quando ficar comprovado que indígenas ocupavam o território na data da promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988.

"Tentativas de legalizar a entrada de negócios nos territórios indígenas, e limitar a demarcação de terras indígenas - notadamente via projeto de lei em debate na Câmara dos Deputados -, são também motivo de séria preocupação", disse Bachelet. Ela ressaltou que o País é signatário de uma convenção na qual se compromete com a proteção dos povos indígenas. "Peço às autoridades para reverter as políticas que afetam povos indígenas e que se abstenham de se retirar da Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), sobre Povos Indígenas e Tribais."

Não é a primeira vez que a entidade demonstra preocupação com direitos humanos no Brasil. Em maio deste ano, após uma operação policial matar 28 pessoas da favela do Jacarezinho, no Rio, o Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu uma investigação independente e imparcial para esclarecer as suspeitas de abuso.

Em junho, o gabinete do alto-comissariado também divulgou uma nota expressando preocupação com ataques de garimpeiros a terras Munduruku e Yanomami. Ao menos duas crianças foram mortas. A entidade pediu que o governo brasileiro investigasse o caso e punisse os autores.

Embates públicos

Em seu discurso no primeiro dia de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, a alta-comissária abordou brevemente a situação em mais 30 países. Eles são acompanhados mais de perto pelo alto-comissariado para DH. Afeganistão, Sudão, Nicarágua e Venezuela estão entre as nações que devem dominar as discussões.

Bachelet já protagonizou embates públicos com o presidente Jair Bolsonaro. Em setembro de 2019, ela disse em uma entrevista que o "espaço democrático" no Brasil estava encolhendo. Bolsonaro respondeu com ataques à ex-presidente e ao pai dela, Alberto Bachelet, que foi torturado e morto pela ditadura de Augusto Pinochet. Bolsonaro disse que o golpe militar no Chile "deu um basta à esquerda" no país, "entre esses comunistas o seu pai", brigadeiro à época. Michelle Bachelet também foi torturada pelo governo Pinochet.

A declaração provocou constrangimento diplomático. O presidente chileno Sebastián Piñera, à época considerado aliado de Bolsonaro, interveio. Disse em pronunciamento que não compartilhava da "alusão feita pelo presidente Bolsonaro a uma ex-presidente do Chile e, especialmente, num assunto tão doloroso quanto a morte de seu pai".

O governo de Nicolás Maduro acusou neste domingo o chefe de assuntos exteriores da União Europeia, Josep Borrell, e a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, de se "intrometerem" em assuntos internos e apoiar "atores violentos" na Venezuela.

"A postura deles representam uma convocação a que não se respeite as leis e normas do ordenamento jurídico venezuelano, além de se traduzir em apoios subterrâneos aos atores políticos violentos", disse a chancelaria Venezuela, em comunicado.

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A declaração do governo venezuelano veio um dia depois de Borrell rechaçar a retirada de imunidade parlamentar de quatro deputados de oposição. O regime de Maduro passou, então, a processá-los por rebelião e traição à pátria. Para o chanceler da UE, os atos foram uma "grave violação" aos princípios democráticos e à constituição.

Manifestando-se contra a detenção de outro parlamentar de oposição, Bachelet pediu no Twitter que as autoridades venezuelanas respeitem o direito ao devido processo legal e se abstenham de "atos intimidatórios".

A alta comissária expressou reiteradas vezes nos últimos meses inquietude sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela. Ela também denunciou casos de tortura e execuções extrajudiciais cometidas pela polícia. O governo Maduro condenou as declarações de Bachelet, ex-presidente do Chile, a quem acusam de "repetir mentiras". Fonte: Associated Press.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou nesta terça-feira, em Londres, a "brutalidade policial" utilizada em alguns países para reprimir protestos contra a "desigualdade" social, e pediu que os líderes "escutem as críticas".

Citando países como o Chile (que presidiu em 2006-2010 e 2014-2018), Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, França, Hong Kong, Líbano, Rússia e Espanha, Bachelet destacou a multiplicação este ano dos protestos nas ruas.

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"Isto sugere que um movimento muito amplo está em andamento e que há uma falha fundamental na política e na economia contemporâneas", afirmou Bachelet, atribuindo as manifestações à crescente "desigualdade" econômica e social e à "percepção de um déficit democrático".

A Alta Comissária lamentou que "na maioria destes protestos" a resposta inicial se concentra na ação policial.

Os governos preferem "sufocar os protestos no lugar de escutar o que os manifestantes têm a dizer, e em muitos casos isto levou a acusações de excessos e até do uso letal da força por parte da polícia".

A "brutalidade policial" contra quem "reclama pacificamente seus direitos humanos ou manifesta suas opiniões críticas constitui uma violação dos direitos humanos, e ao aumentar a tensão se dificulta uma saída sustentável para a crise".

A ex-líder socialista considerou ainda que as sanções impostas à Venezuela "estão criando problemas adicionais" devido à sua excessiva aplicação.

Segundo Bachelet, alguns bancos europeus estão evitando doar dinheiro a ONGs e hospitais venezuelanos por temor de violar tais sanções.

Há dois meses no cargo, o chanceler do Chile, Teodoro Ribera, chegou ao Brasil na quarta-feira passada com a missão de ampliar a relação bilateral entre os países e atrair mais investimentos brasileiros em seu país. Logo que o avião pousou, teve um batismo de fogo: responder aos ataques do presidente Jair Bolsonaro à ex-presidente Michelle Bachelet envolvendo um tema sensível em seu país, a ditadura militar de Augusto Pinochet.

Ao jornal O Estado de São Paulo, o chanceler disse que Bachelet merece respeito mesmo estando em um campo ideológico oposto ao dele, e lembrou que, no Chile, há uma grande unidade sobre a questão dos direitos humanos. A seguir os principais trechos da entrevista:

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No dia da sua chegada ao Brasil o presidente Bolsonaro deu declarações sobre a ex-presidente Bachelet e seu pai, vítima da ditadura Pinochet. Como isso foi recebido no Chile? Como fica a situação daqui para frente?

A visita foi marcada com muito antecedência. A habilidade da diplomacia é dialogar nos momentos de maior tensão. O que fizemos foi na escala em São Paulo dar uma declaração acertada com o presidente da República e traçar uma linha diferenciada. No Chile, temos um absoluto respeito pelo que aconteceu no passado. Temos talvez avaliações distintas de por que isso aconteceu e do que aconteceu, mas temos absolutamente uma grande unidade sobre os direitos humanos, as violações e no respeito às vítimas e seus parentes. E entendemos que Michelle Bachelet tem dois papéis. Como ex-presidente, ela tem algumas prerrogativas na Constituição chilena, tem foro especial e é parte do nosso protocolo. Por isso, merece todo nosso respeito, mesmo que não concordemos com suas políticas. Outro papel é como alta-comissária da ONU. Ela é uma funcionária de alto nível das Nações Unidas e está submetida ao escrutínio de 190 Estados, suas conclusões podem ser discutidas e é parte do jogo democrático.

Brasil e Chile têm tratamentos distintos quanto ao tema dos direitos humanos, principalmente relativos às ditaduras dos anos 1970 e 1980?

Cada país tem vivências próprias. Cada país processa de forma distinta e isso é parte da política interna de cada país. Talvez, quando eu deixar de ser chanceler e voltar a ser professor (é docente da Universidad de Chile) possa te dar uma resposta diferente.

O presidente Bolsonaro esteve no Chile como seu primeiro destino após a eleição. Após nove meses de governo, o que mudou na relação bilateral e quais são os pontos positivos e negativos?

A relação entre Chile e Brasil não é entre governos ou de pessoas, mas de Estados. É uma relação larga e profunda. O investimento chileno no Brasil é de US$ 35 bilhões. O brasileiro no Chile é de US$ 4,5 bilhões e esperamos que cresça. Nós vemos a relação com o Brasil com uma perspectiva de médio e longo prazos. Gostaríamos de criar com a chancelaria brasileira um grupo de avanços estratégicos que pense a relação até 2040. As visitas presidenciais são interessantes porque mobilizam as agendas da chancelaria. E nós gostaríamos de aproveitar a presidência pró-tempore do Brasil no Mercosul e a do Chile na Aliança do Pacífico para acelerar nesse campo temas de relevância.

O Mercosul e o Brasil fecharam um acordo com a União Europeia. O senhor mencionou a Aliança do Pacífico. Como o Chile pode aproximar esses três blocos?

O Chile pode servir como um país que viveu essa experiência. Se alguém precisa de um prognóstico da relação com os Estados Europeus tem de olhar o Chile, seu comércio e como conseguiu elevar o padrão de vida de seus habitantes. Hoje temos um PIB per capita de US$ 24 mil, mais alto do que em outros países. Olhar para o Chile é olhar um país que há muito tempo optou pela abertura comercial. Uma abertura que o Brasil tomou como um de seus desafios e está levando consigo para outros países. O exemplo chileno tem de ser olhado com os pontos positivos e negativos. A virtude é compartilhar experiências.

O presidente Piñera esteve recentemente na cúpula do G-7, na França, e atuou como intermediário entre os líderes ocidentais e a América do Sul e o Brasil no tema meio ambiente. De que forma o Chile pode ajudar o Brasil neste tema?

Primeiro, nós acreditamos que é possível conciliar a defesa do meio ambiente com a soberania. Isso é absolutamente conciliável. A soberania acarreta o exercício das responsabilidades no cuidado ao meio ambiente. Quem cuida melhor do meio ambiente que seus próprios donos? Portanto, temos de conscientizar a opinião pública e internamente de que a preservação do meio ambiente é uma parte essencial do exercício da soberania. Diante disso, o que o presidente Piñera tem feito é buscar conciliar posições. Fez isso no G-7, com países que fazem parte da Amazônia e viam de uma certa maneira um questionamento a sua soberania. O mundo não nasceu com uma floresta só. Nasceu com várias Amazônias em diversos continentes. E, sendo esse um desafio universal, não pode acontecer de alguns países adotarem uma posição e outros países adotarem outras. Isso é um desafio universal. Todos os países devem fazer um esforço e não apontar o dedo a outros.

 

Em relação à Venezuela, o que se pode fazer para sair do impasse atual?

Temos trocado pontos de vista sobre a crise. A situação é um atentado aos direitos humanos e uma ruptura democrática. E é um tema que é um problema hemisférico. No Chile, temos 400 mil venezuelanos para 20 milhões de habitantes. Imagine o Brasil com 4 milhões de pessoas em um ano. A solução da crise tem de ser pacífica, democrática e com o retorno de parte dos refugiados. A continuação do problema pode provocar um fluxo ainda maior de refugiados. Seria uma cifra quase possível de absorver. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, comemorou neste sábado (21) o avanço do ambicioso plano de reformas do seu governo, como a educativa, em um discurso anual ante o Congresso, em Valparaíso, onde um guarda municipal morreu em confronto entre policiais e manifestantes nas ruas da cidade.

"Já começa a ser concluída a 'estrutura' das nossas reformas", disse Bachelet antes de enumerar a implementação das reformas tributária, educativa e eleitoral, entre outras.

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"Se há algo que provocou um antes e um depois para cerca de 130 mil famílias é o início da gratuidade na educação superior", que representa 54,3% dos alunos que entraram na universidade neste ano, disse a presidente.

Nesse sentido, anunciou que enviará no mês que vem para o Congresso a lei que definirá de "forma permanente" as bases da gratuidade paulatina na educação.

Durante uma hora e meia de pronunciamento, Bachelet ressaltou também os planos de investimento do governo para superar a desaceleração da economia local e a implementação de leis e de novas políticas para acabar com a discriminação de gênero.

A mandatária reconheceu, no entanto, as dificuldades econômicas que enfrenta o país, com um crescimento em torno de 2%, e anunciou planos de investimento em infraestrutura para dinamizar a economia e o emprego, além da criação de um ministério de ciência e tecnologia no segundo semestre deste ano.

"O Chile precisa de mais ciência e conhecimento para fortalecer a economia, a democracia e a cultura da descoberta", disse.

Na agenda social, Bachelet destacou as políticas que promovem a equidade de gênero, como o objetivo de que 40% das diretoras de órgãos públicos sejam mulheres, e anunciou que apoiará as leis que aumentem as penas para os casos de violência doméstica.

Do lado de fora do Congresso, as ruas de Valparaíso se transformaram em campo de batalha entre manifestantes e policiais, que tentaram dispersar a multidão com canhões de água e gases lacrimogêneos.

Em meios aos confrontos, um incêndio "intencional", segundo a procuradoria-geral da república, provocado por manifestantes com artefatos incendiários, resultou na morte de um guarda municipal.

"A presidenta Bachelet expressa seu mais profundo pesar pela morte de Eduardo Lara e condena a violência dos que não respeitam a democracia. Com sua atuação, acabaram com a vida de um trabalhador da nossa pátria", afirmou uma mensagem na conta de Twitter da mandatária.

"Não há nada que justifique (...) o falecimento de um trabalhador inocente frente a estes delinquentes que se escondem em manifestações cidadãs", afirmou o ministro secretário-geral do Governo, Marcelo Díaz.

Como acontece a cada ano, após o discurso de prestação de contas anual da presidência chilena no Congresso, várias organizações sociais e estudantis tomaram as ruas da cidade com centenas de manifestantes para reivindicar mudanças ao governo.

A aprovação à presidente do Chile, Michelle Bachelet, caiu para 29%, o mínimo histórico registrado durante os dois governos dela. O índice dos que desaprovam seu governo chegou a 66%, informou nesta terça-feira a consultoria Adimark.

Nem mudanças no gabinete, nem os anúncios de educação gratuita para 260 mil estudantes do ensino superior a partir de 2016 conseguiram remediar o recuo na popularidade da líder, notou Roberto Méndez, diretor da consultoria de centro-direita. A Adimark aponta em seu estudo mensal que continuam caindo as avaliações de Bachelet.

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O estudo, realizado por telefone entre 12 e 30 de maio, tem margem de erro de 3%, para os dois lados, e uma margem de confiança de 95%.

O Chile vive um ambiente de desconfiança e descrédito em relação aos políticos desde fins de 2014, quando foram revelados mecanismos irregulares de financiamento de campanhas por parte de empresas, inclusive uma do ex-genro do ex-ditador Augusto Pinochet, que aparece favorecendo majoritariamente a situação de centro-esquerda e políticos que trabalharam na pré-campanha presidencial de Bachelet, em 2013.

Em entrevista na rádio Cooperativa, Bachelet disse que jamais autorizou uma pré-campanha em 2013 e que seria "sem dúvida muito doloroso", caso fosse comprovado que os fundos vinham do ex-genro de Pinochet.

Contribuiu para a queda da popularidade de Bachelet um negócio de especulação imobiliária conduzido pelo filho e pela nora da presidente. O casal agora é investigado judicialmente por suposto tráfico de influência e uso de informação privilegiada. Fonte: Associated Press.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou nesta quinta-feira (7) que pediu aos seus ministros que encaminhem seus pedidos de renúncia enquanto ela decide, nas próximas 72 horas, quem fica e quem sai do governo.

"Há algumas horas eu pedi cartas de renúncia a todos os meus ministros", disse a presidente em entrevista a um canal de TV local. "É hora de mudar o governo." Bachelet enfrenta o menor nível de popularidade em toda a sua carreira política, e recentemente admitiu que escândalos políticos prejudicaram o seu governo.

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Embora o nível de corrupção no Chile seja considerados um dos menores da América Latina, a confiança nas elites política e econômica vem sendo bombardeada após um escândalos envolvendo empréstimos bancários ao filho de Bachelet e o financiamento de campanha líderes da oposição à presidente.

Segundo pesquisa divulgada em abril, a aprovação de Bachelet está em 31%, o menor patamar deste e também de seu primeiro mandato presidencial, entre 2006 e 2010. Fonte: Associated Press.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, realizou nesta terça-feira uma reunião com seus conselheiros, após a explosão uma bomba no metrô da capital ter deixado 14 pessoas feridas no dia anterior. O alvo do ataque foi um restaurante de fast-food nas proximidades de uma movimentada estação de metrô de Santiago.

Cerca de 30 bombas explodiram neste ano na capital chilena, mas a de segunda-feira foi a que provocou mais danos, além de ter sido o pior ataque desde a volta do país à democracia, em 1990.

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Nenhum grupo havia assumido a responsabilidade pela explosão, mas muitas das explosões anteriores foram reivindicadas por grupos anarquistas.

O governo chileno invocou a dura lei antiterrorismo do país que permite que suspeitos sejam mantidos em isolamento, sem acusação formal. Fonte: Associated Press.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi recebida na manhã desta quinta-feira (12), pela presidente Dilma Rousseff, na sua primeira visita ao Brasil desde que tomou posse, em março deste ano. Em uma visita-relâmpago, as duas presidentes assinam um acordo de troca de informações e documentos sobre os respectivos períodos de ditadura e a cooperação dos militares durante a época de exceção. Um outro acordo, esse entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a presidente da Sociedade de Fomento Fabril chilena, para desenvolver projetos de diversificação das relações comerciais.

Bachelet chegou a Palácio do Planalto com 10 minutos de atraso e foi recebida na rampa pela presidente Dilma. As duas estão em um encontro privado e, em seguida, terão um outro, ampliado, com seus ministros. Não há previsão de declarações à imprensa, já que o encontro será curto. Às 10h20, está prevista a partida das duas presidentes para São Paulo, em seus respectivos aviões. Na capital paulista, Dilma oferece a Bachelet e a outros 10 chefes de Estado um almoço no hotel Marriot, antes de seguirem todos para a Arena Corinthians, onde participam da cerimônia da abertura da Copa do Mundo e assistem ao jogo Brasil x Croácia. Na noite de hoje, Bachelet dorme em Cuiabá, onde na sexta-feira (13), assiste ao jogo Chile e Austrália, às 18h, na Arena Pantanal.

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Bachelet remarcou por duas vezes a visita ao Brasil, mas sua vinda ainda este semestre já estava acertada desde o encontro entre as duas presidentes em março, durante a posse em Viña del Mar (Chile). Em seguida, o chanceler chileno, Eladio Loizaga, em passagem por Brasília, confirmou a visita e a assinatura do intercâmbio de informações sobre a ditadura, nos mesmos moldes em que o Brasil já tem com a Argentina e o Uruguai. Na época, o chanceler confirmou a cooperação entre militares brasileiros e chilenos logo depois da queda de Salvador Allende. Informações coletadas pela Comissão da Verdade mostram que militares brasileiros estavam em Santiago nos primeiros dias do golpe militar.

Com a assinatura do acordo, o Chile promete franquear ao Brasil todos os documentos classificados sobre o período. Da mesma forma, o governo brasileiro irá permitir o acesso ao governo chileno a todos os documentos relacionados à cooperação entre as duas ditaduras.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cujo governo está sob pressão de intensos protestos populares, cancelou a ida à posse de Michelle Bachelet como presidente do Chile. As informações foram divulgadas pela embaixada da Venezuela em Santiago.

O presidente venezuelano planejava chegar em Santiago ontem, mas decidiu adiar a viagem de última hora.

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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, irá representar Maduro na posse de Bachelet e também em uma reunião de emergência dos membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) sobre a crise política venezuelana.

Os protestos na Venezuela devem ser um dos principais tópicos a serem discutidos pelos líderes presentes na posse de Bachelet, entre os quais o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Ontem, Sebastián Piñera, que entrega o cargo de presidente do Chile à Bachelet, pediu que autoridades venezuelanas investiguem o assassinato de uma mulher chilena durante um protesto em Mérida, no oeste da Venezuela. Ao menos 20 pessoas morreram nos protestos contra o governo de Maduro nas últimas cinco semanas. Fonte: Dow Jones Newswires.

As promessas de adiantar profundas reformas políticas e sociais e a intenção de aumentar impostos para diminuir a desigualdade entre ricos e pobres no Chile determinaram a vitória da ex-presidente chilena Michelle Bachelet na eleição presidencial. que voltará ao comando do país entre 2014 e 2018. Com 57% dos votos apurados, Bachelet detém 63%, contra 37% da candidata conservadora Evelin Matthei. A senadora Lily Pérez, que também é porta-voz de Matthei, reconheceu a derrota.

Socialista moderada, Bachelet foi presidente do Chile entre 2006 e 2010. Depois disso, chefiou o Escritório das Nações Unidas para a Mulher. A líder, da coalizão de centro-esquerda, promete que financiará a educação com impostos corporativos mais altos e reduzirá a disparidade social. Além disso, ela se comprometeu a proteger o meio ambiente e realizar reformas na Constituição.

Fonte: Associated Press.

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A ex-presidente socialista Michelle Bachelet, que venceu o primeiro turno de 17 de novembro, deverá confirmar seu triunfo eleitoral no segundo turno de domingo no Chile, quando enfrentará a direitista Evelyn Matthei, que está em desvantagem de 21 pontos.

Em um clima pré-natalino e uma campanha eleitoral marcada por poucas emoções, os chilenos voltarão às urnas quatro semanas após o primeiro turno, quando Bachelet venceu os outros oito candidatos com uma porcentagem contundente dos votos (46,6%).

A ex-presidente socialista, de 62 anos, precisava de 50% dos votos e mais um para garantir sua vitória. Como não conseguiu, disputará as urnas com a ex-ministra do Trabalho Evelyn Matthei, candidata do atual presidente de direita, Sebastián Piñera, de 60 anos.

Matthei conquistou 25,1% dos votos, mas comemorou sua ida ao segundo turno, superando projeções que antecipavam uma vitória de Bachelet no primeiro embate e previam 10% a menos dos votos que a direitista conseguiu.

Pela primeira vez na América Latina, duas mulheres se enfrentam em uma batalha eleitoral pela presidência.

Bachelet e Matthei têm um passado em comum. Elas são filhas de generais da Força Aérea que eram amigos próximos e, quando crianças, brincavam juntas. O golpe de Estado que instalou a ditadura de Augusto Pinochet, em 1973, foi um marco para as vidas de ambas.

O general Alberto Bachelet foi preso no mesmo dia da instalação do regime militar, tendo sido torturado até a morte devido à sua lealdade ao governo deposto de Salvador Allende. Fernando Matthei, no entanto, se aliou à junta militar.

Cinco décadas depois, as companheiras de infância se enfrentam a partir de posições opostas.

"Temos duas opções neste dia 15 de dezembro: uma quer mudanças e a outra considera que as alterações que propomos não são necessárias", disse Bachelet na segunda-feira, na etapa final de uma campanha que não tem despertado grande entusiasmo por parte dos eleitores.

A vitória quase certa de Bachelet, a quem faltaram menos quatro pontos percentuais para vencer no primeiro turno, e a falta de novas propostas reduziram o peso da disputa.

"É uma escolha que ocorre em condições inéditas, já que raramente se pode prever o resultado do segundo turno com tanta clareza", disse à AFP o cientista político Christopher Bellolio, da Universidade Adolfo Ibáñez.

"Matthei vai perder as eleições. Só não sei se será uma surra porque isto depende do número de eleitores, mas a direita vai experimentar uma grande derrota", acrescentou.

Um alto índice de abstenção é previsto

Mais de 13 milhões de chilenos estão autorizados a votar no domingo, mas o número real de eleitores é imprevisível. No primeiro turno, votação em que a participação no pleito deixou de ser obrigatória, a abstenção foi superior a 50%.

A única pesquisa de intenção de votos, realizada pela Universidade de Santiago e o instituto de pesquisa de mercado e opinião pública Ipsos, foi divulgada nesta quarta-feira. Ela indica que Bachelet irá vencer a disputa com mais de 63,7%, enquanto Matthei obterá uma votação superior a 33,7%.

O baixo nível de incerteza em relação ao triunfo de Bachelet e a sensação de que uma mudança significativa não está em jogo, apesar das reformas ambiciosas que a ex-presidente socialista propõe – a reforma tributária, a gratuidade do ensino universitário em seis anos e a formulação de uma nova constituição – seria a explicação para o baixo índice de comparecimento dos eleitores que se prevê para o próximo domingo.

"Trata-se de um cenário de voto voluntário. Os incentivos mais fortes para os eleitores são a emergência e, neste caso, não há nenhuma emergência ou convulsão social para que as pessoas tomem as ruas e decidam radicalmente a forma como o seu país será amanhã. Além disso, não há nenhuma incerteza sobre o resultado, o que é outro fator importante", diz Bellolio.

Diante disso, as duas candidatas redobraram os pedidos de votos para o domingo. Bachelet fez questão de destacar em sua campanha nas ruas que tem propostas de "pensões decentes", "uma nova constituição", "educação gratuita" e "novos hospitais". Enquanto isso, Matthei baseou sua campanha no clássico slogan "Sim, é possível" para lidar com a enorme diferença em relação à ex-líder.

Dois programas em jogo

Bachelet, que é médica pediatra e governou o Chile de 2006 a 2010 , propõe a correção do sistema econômico e político que permanece como herança da ditadura de Pinochet.

Além disso, ela defende uma reforma tributária (para arrecadar 8,2 bilhões de dólares, o equivalente a 3% do PIB), assim como o estabelecimento, em um prazo de seis anos, do sistema de educação universitária gratuita e uma mudança na constituição, que é da época da ditadura.

"Há demandas muito específicas, como a educação e a nova Constituição, mas se fosse necessário resumir, não acho que seja uma alteração do modelo, especialmente em termos econômicos", argumenta o cientista político Robert Funk, da Universidade do Chile.

Matthei propõe, por sua vez, a continuidade das políticas de direita do governo de Piñera, que conduzirão o Chile a um crescimento previsto de 4,2% para este ano, com baixa inflação e uma economia marcada por uma situação de quase pleno emprego .

"Não vou derrubar as paredes da casa que construímos juntos porque vivemo em um país maravilhoso", afirmou Matthei.

A ex-presidente chilena Michelle Bachelet fez um pedido de "união" à sua coalizão para o segundo turno da disputa presidencial no dia 15 de dezembro contra a candidata de direita Evelyn Matthei.

Bachelet mobilizou seus apoiadores nesta terça-feira e apareceu ao lado da neta do ex-presidente Salvador Allende, Maya Allende Fernandez, deputada eleita. Também participaram do ato os líderes estudantis Camila Vallejo e Karol Cariola, que agora integram o congresso chileno pelo Partido Comunista.

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As manifestações estudantis abalaram o governo do presidente Sebastián Piñera e, mesmo acompanhando a coalizão de Bachelet, "Nova Maioria", as lideranças pretendem continuar nas ruas até que o congresso atenda demandas para reformar o sistema de educação. Fonte: Associated Press.

- O Partido Comunista do Chile anunciou nesta segunda-feira seu apoio à candidatura de Michelle Bachelet nas eleições presidenciais de novembro no país.

O apoio foi divulgado pelo líder comunista Guillermo Teillier depois de uma reunião com Bachelet, favorita para retornar ao Palácio de La Moneda.

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Em troca do apoio dos comunistas, a centro-esquerda de Bachelet permitirá que a líder estudantil Camila Vallejo concorra ao Congresso com seu respaldo.

O Partido Comunista conta com o apoio de aproximadamente 5% do eleitorado chileno, o que pode ser fundamental em um eventual segundo turno.

Bachelet vinha pleiteando o apoio dos comunistas em vista dos crescentes protestos pela melhor distribuição da riqueza do cobre entre os chilenos e pela educação gratuita no país. As informações são da Associated Press.

Dois militares chilenos foram acusados na terça-feira de torturar o pai da ex-presidente Michelle Bachelet quando ele estava prisão, em 1974. O general Alberto Bachelet morreu ainda em custódia do Exército.

Bachelet foi preso quando o governo do general Augusto Pinochet condenou-o por traição. Sua filha também chegou a ser presa, mas veio a tornar-se a primeira mulher eleita presidente do Chile, em 2006.

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O juiz Mario Carroza disse no mês passado que um estudo forense determinou que o idoso Bachelet morreu de problemas no coração causados por tortura. Ele foi preso por opor-se ao golpe militar que derrubou o presidente socialista Salvador Allende, em 1973.

Na terça-feira, Carroza acusou os coronéis aposentados Ramon Caceres Jorquera e Edgar Benjamin Cevallos Jones pela tortura que causou a morte do general.

No mesmo ano, o regime de Pinochet prendeu a esposa de Bachelet, Angela Jeria, e sua filha Michelle. Elas foram torturadas por duas semanas em uma prisão secreta antes de deixarem o Chile. "Era um momento diferente na história do Chile e aquelas pessoas sentiam que estavam em guerra", disse Jeria para jornalistas no saguão de um tribunal em Santiago, capital do país, após a decisão do juiz ter sido anunciada. "Agora o país pode esperar pela justiça ser feita."

O juiz Carroza também investiga os eventos que cercam a morte de Allende e centenas de seus aliados que foram assassinados ou desapareceram durante a ditadura de Pinochet. Estimativas oficiais afirmam que o regime matou mais de 3 mil pessoas.

"Eles me quebraram por dentro", escreveu o general Bachelet em carta enviada da prisão. "Em certo ponto eles me despedaçaram moralmente. Eu nunca pensei em odiar alguém, sempre achei que o ser humano é a coisa mais maravilhosa da Criação e deve ser respeitado como tal; mas encontrei-me frente a camaradas da Força Aérea que conheço há 20 anos, meus próprios alunos, que me trataram como um delinquente, como um cachorro". As informações são da Associated Press

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