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O ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi foi condenado nesta segunda-feira pela prática de cambismo. Segundo sentença publicada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, o dirigente terá de pagar uma multa de 25 salários mínimos (cerca de R$ 26,1 mil) para instituições de caridade por ter cometido crimes contra o Estatuto do Torcedor ao colaborar com a venda paralela de ingressos para jogos do time. Ele promete que vai recorrer.

O processo corria desde 2017 e investigava uma operação em que Mustafá recebia ingressos que seriam de cortesia e os repassava para venda no mercado paralelo. Os bilhetes originalmente eram do camarote da Crefisa, patrocinadora do clube e presidida pela então aliada política de Mustafá, Leila Pereira. O ex-presidente ganhava 70 entradas a cada jogo e as repassava para Eliane de Guimarães Fontana, que fornecia a carga para uma outra pessoa (Anderson Munari) fazer a venda na porta do estádio. O esquema foi realizado de novembro de 2016 a setembro de 2017.

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Pela sentença, o ex-presidente do Palmeiras foi enquadrado no Estatuto de Direito de Torcedor por vender ingressos por um preço superior ao estampado no bilhete e também pelo fornecimento, desvio ou facilitação da distribuição de entradas por um valor acima do oficial. Procurado pelo Estadão, Mustafá disse que vai recorrer. "Estou sabendo dessa sentença por você. Eu não estava acompanhando o caso. Vou falar com os meus advogados e eu vou recorrer, com certeza. Não tem cabimento", disse.

O esquema de cambismo dos ingressos foi revelado em 2017 em uma reportagem da ESPN. Depois disso, a empresária Leila Pereira alega ter rompido relações com Mustafá. Antes do episódio, os dois eram aliados políticos e, inclusive, o próprio ex-presidente teve participação decisiva para auxiliar a presidente da Crefisa a ser eleita para o Conselho Deliberativo do Palmeiras, em fevereiro de 2017.

No processo de cambismo, Mustafá poderá cumprir a pena em liberdade. Os outros dois envolvidos, Eliane Fontana e Anderson Munari, terão de prestar serviços à comunidade durante um período determinado. Os réus também terão de pagar as custas processuais da ação.

Quase quatro meses após ser detido no hotel em que estava hospedado, no Rio, o ex-membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e presidente licenciado do comitê olímpico da Irlanda Pat Hickey está de volta à Irlanda. Ele chegou a Dublin nesta quinta-feira, um dia depois de pegar um voo do Rio a Londres.

Ele só teve seu passaporte liberado pela Justiça do Rio mediante o pagamento de fiança de R$ 1,5 milhão. De acordo com o jornal irlandês Irish Times, a Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (ANOC, na sigla em inglês) foi quem emprestou o dinheiro ao dirigente, pagando sua fiança.

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O dirigente havia sido preso em agosto, durante os Jogos Olímpicos do Rio, acusado de cambismo. À época, Hickey chegou a ficar detido no Complexo de Gericinó, mas foi solto dias depois, beneficiado por um habeas corpus. Desde então, morava no Leblon à espera da devolução de seu passaporte, para que pudesse voltar para casa.

No acordo com a Justiça brasileira, o dirigente se compromete a atender a todas as demandas que surgirem no decorrer do processo judicial. Ele também precisou nomear representantes legais no País para receber intimações.

Pat Hickey, de 71 anos, foi indiciado por crime contra o torcedor, formação de quadrilha e marketing de emboscada. Segundo investigações da Polícia Civil, ele teria sido responsável pelo envio de ingressos do Comitê Olímpico da Irlanda para a empresa THG, que não era credenciada, e vendia os bilhetes a preços abusivos.

Durante a ação que resultou na sua prisão, os policiais civis apreenderam cerca de 1.000 ingressos que eram comercializados por valores bem acima dos fixados pela organização da Olimpíada.

A cúpula do Comitê Olímpico Internacional (COI) negociou com o dirigente indiciado por venda de ingressos no Rio-2016, Pat Hickey, um esquema para permitir que seus interesses e pedidos fossem atendidos para a distribuição de entradas para a Olimpíada. Isso é o que revelam e-mails encontrados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro entre o dirigente e integrantes do COI.

Em agosto, Pat Hickey, presidente do Comitê Olímpico Irlandês, foi preso no Rio acusado de fornecer de forma ilegal ingressos para o mercado negro. Na semana passada, ele e mais nove pessoas, entre eles executivos da empresa THG, foram indiciados. A polícia do Rio indicou que a companhia, mesmo sem ter direitos de vender entradas, as comercializava a preços inflacionados. Todos negam as irregularidades.

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Naquele momento, o COI insistiu que o assunto era um problema do Comitê Olímpico Irlandês, deixando claro que iria tentar se distanciar de qualquer defesa de Pat Hickey. Tanto o COI quanto o Rio-2016 também insistiam que a empresa suspeita, a THG, não tinha qualquer contrato com os Jogos. A entidade internacional também apontava que, se houvesse uma investigação, ela caberia aos colegas irlandeses.

Mas e-mails revelados pela polícia na semana passada apontaram que Pat Hickey havia solicitado diretamente ao presidente do COI, o alemão Thomas Bach, um número maior de ingressos. As autoridades esperavam ouvir Bach quando o alemão viajasse ao Brasil para os Jogos Paralímpicos. Mas, pela primeira vez desde 1984, um presidente do COI não estará no evento. A entidade não deu explicações sobre a sua ausência.

Agora, outros e-mails apontam que a cúpula do COI estava por meses negociando o assunto com Pat Hickey. Ele havia solicitado no dia 10 de abril que o COI abrisse uma exceção e que permitisse que o Comitê Irlandês fosse designado como parceiro na venda de ingressos. Os irlandeses, por sua vez, escolheriam a empresa THG como o "sub-agente". Hoje, essa é a empresa acusada de fazer parte do esquema de vendas ilegais.

ACORDO - Em um e-mail que também foi enviado ao CEO dos Jogos, o brasileiro Sidney Levy, Pat Hickey indicava o plano e chegava até mesmo a envolver Thomas Bach. "Tive também uma conversa ontem com o presidente Bach e expliquei a estratégia e ele confirmou que a aceitaria", indicou o irlandês. Na mesma mensagem, Hickey explica que esteve em contato "pelas últimas semanas" com Pere Miró, o vice-diretor-geral do COI.

Menos de quatro horas depois, o diretor executivo do COI, Christoph Dubi, confirmava que a negociação já estava ocorrendo. "Entendo que discussões já estão ocorrendo com Howard (Stupp, diretor jurídico do COI) para preparar um rascunho", indicou Dubi.

Em um e-mail de 16 de abril de 2015, o diretor jurídico do COI, Howard Stupp, apresentou o que seria o rascunho do acordo e sugeriu ao próprio Pat Hickey que um e-mail fosse escrito pelo diretor executivo da entidade, Christoph Dubi. A mensagem daria uma solução para o pedido do irlandês e aceitando a proposta do dirigente hoje indiciado. "Surigo que o COI escreva a seguinte carta a Pat", explicou Stupp. "Ela poderia estar em nome de CHD", indicou. Essas seriam as iniciais para Christoph Dubi.

"O COI nota que a situação com relação aos Jogos do Rio é fora do ordinário, ou seja, que o Rio-2016 indique o Comitê Irlandês (OCI) como o ATR (agente oficial) para o Jogos do Rio e que o OCI, por sua vez, apontará o THG como seu sub-agente para os Jogos", indicou.

Procurado pela reportagem, o COI se recusou a fazer qualquer comentário ao ser questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre os e-mails citando dois de seus mais altos dirigentes. "Não temos comentários, já que assunto é alvo de inquérito", indicou Mark Adams, porta-voz do COI.

Se o COI insiste até agora que não tem relações com a empresa THG no Rio. Os e-mails também provam que a entidade internacional havia dado à companhia sob suspeita um contrato para os Jogos de Inverno de 2018, em PyeongChang, na Coreia do Sul.

O presidente do Comitê Olímpico Irlandês, Patrick Hickey, declarou-se "completamente inocente" das acusações de venda ilegal de ingressos dos Jogos Rio-2016.

"Enfrentarei todas as acusações apresentadas contra mim, e me defenderei de cada uma delas. Sou completamente inocente e quero defender meu nome e minha reputação", afirma em um comunicado.

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"Confio no sistema judicial brasileiro e acredito que serei absolvido de todas as acusações", completa a nota.

"Minha prioridade é recuperar a saúde o mais rápido possível", destacou Hickey, que saiu da prisão no dia 29 de agosto por razões médicas.

"Não farei mais declarações até o fim do processo", concluiu o dirigente esportivo, que também é presidente dos Comitês Olímpicos Europeus (EOC).

Hickey havia sido detido em 17 de agosto no Rio de Janeiro, acusado de participar de uma rede de revenda ilegal de ingressos dos Jogos Olímpicos, um sistema que teria movimentado pelo menos 10 milhões de reais.

Depois da detenção, o irlandês anunciou seu afastamento temporário de todos os cargos que ocupa no movimento olímpico.

O governo irlandês iniciou uma investigação independente sobre a revenda ilegal de entradas, ampliando os trabalhos aos Jogos de Londres-2012 e Sochi-2014 (Olimpíadas de Inverno).

Preso em 5 de agosto com 32 ingressos falsos para competições olímpicas do Rio-2016 e libertado no último dia 28, após decisão judicial, o irlandês Kevin James Mallon compareceu nesta segunda-feira à Cidade da Polícia, em Benfica (zona norte do Rio), para prestar depoimento à Polícia Civil sobre as acusações que recebeu. Acompanhado por um advogado, ele ouviu as perguntas dos delegados, mas preferiu se manter em silêncio e informou que só vai se manifestar em juízo.

Segundo o delegado Ricardo Barboza, do Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos (Nage), o fato de o irlandês ter permanecido calado não vai prejudicar a investigação contra ele. O inquérito deve ser concluído até esta quinta-feira.

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Mallon é diretor da THG Sports, empresa que comercializou ingressos para a Olimpíada do Rio. Ao ser preso, ele foi acusado de associação criminosa e cambismo. Além de estar com os ingressos falsos, ele vendeu por US$ 8 mil (mais de R$ 26 mil) cada ingresso para a cerimônia de abertura. O preço oficial era de cerca de R$ 4,5 mil. A conduta caracteriza cambismo.

Embora tenha deixado a prisão, Mallon teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o Brasil. Ele terá de aguardar a conclusão do inquérito e um eventual processo no Rio de Janeiro.

O presidente do Comitê Olímpico da Irlanda, Patrick Hickey, será ouvido pela Polícia Civil nesta terça-feira. Ele também foi preso, em 17 de agosto, acusado de envolvimento com a mesma máfia de venda ilegal de ingressos nos Jogos do Rio. Ele foi libertado por decisão judicial no dia 30, mas também está proibido de deixar o Brasil. Chefe do comitê irlandês desde 1989, Hickey integra o círculo de amizades do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach.

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Diante de tanta polêmica em torno das arenas vazias e da revenda de ingressos para as Olimpíadas, a comercialização ilícita dos tickets continua a acontecer no Rio de Janeiro. Nos arredores do Maracanã, a reportagem do Portal LeiaJá registrou diversos flagras de cambismo, antes e durante o jogo de futebol entre Brasil e Honduras. 

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Além de ingressos para a partida de futebol, vendidos com valores bem mais caros, boa parte das entradas vendidas era para os jogos de Vôlei, que seriam realizados no Maracanãzinho. Mesmo com voluntários e policiamento no local, os ''cambistas'' munidos de vários ingressos dialogavam com torcedores tranquilamente. 

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou à Justiça cinco estrangeiros pelos crimes de facilitação de cambismo e de marketing de emboscada por associação criminosa. Os acusados são os irlandeses Kevin James Mallon e David Patrick Gilmore, os britânicos Marcus Paul Bruce Evans e Martin Studd e o holandês Maarten Van Os. A denúncia foi distribuída ao Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos na quinta-feira (11).

De acordo com a denúncia, funcionários do Comitê Olímpico Internacional (COI) relataram à polícia um esquema arquitetado pelos sócios da empresa britânica The Hospitality Group UK Limited (THG).

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A empresa oferecia a venda de ingressos para celebrações oficiais da Olímpiada Rio 2016, sem autorização da entidade organizadora do evento e por preço superior ao estampado nos bilhetes esportivos.  Segundo a acusação, os denunciados também vincularam o uso dos ingressos em ações de publicidade e atividades comerciais, com o objetivo de obter vantagens econômicas.

Kevin Mallon foi preso em flagrante no dia 5, no Hotel Next Flat, na Barra da Tijuca. Com ele, foram apreendidos inicialmente 32 ingressos para a cerimônia de abertura, que custavam R$ 3 mil o valor unitário. Flagrante

No dia do flagrante, algumas das pessoas lesadas foram encaminhadas ao Hotel Next Flat sem os ingressos comprados. Ciente do crime, a polícia pôde realizar a prisão em flagrante de Mallon. Uma nova apreensão obteve outros 791 ingressos para eventos oficiais da Rio 2016.

O documento indica que os cinco denunciados, “agindo livre e conscientemente, em união de ações e desígnios, associaram-se, de maneira estável e permanente, para a prática dos delitos de facilitação de cambismo e de marketing de emboscada por associação”.

Ainda segundo a denúncia oferecida à Justiça, algumas vítimas chegaram a pagar US$ 8 mil (cerca de R$ 35 mil), percentual muito superior àquele estipulado pelo COI.

A desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), negou o pedido dos advogados do CEO da Match, Raymond Whelan, de extensão do habeas corpus que libertou o inglês antes de ter sido feito um novo pedido de prisão, na última quinta-feira, que o levou novamente a ser detido. De acordo com a assessoria de imprensa do TJ-RJ, não se trata do novo pedido de habeas corpus da defesa, que ainda não foi julgado.

Com isso, o executivo, que é acusado de ser o principal fornecedor do esquema milionário de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo, continua preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde está detido desde que se entregou à polícia na última segunda-feira, após ficar quatro dias foragido.

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O advogado de Whelan, Fernando Fernandes, considerava que o primeiro habeas corpus que libertou o CEO da Match, concedido na madrugada de terça-feira da semana passada, deveria continuar valendo. O defensor chegou a chamar de "ilegal" a decisão que, na última quinta, expediu novo mandado de prisão para o executivo inglês, desta vez preventiva, proferida pela juíza Joana Cortes, titular em exercício do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos.

O habeas corpus que libertou Whelan cerca de 12 horas após ser preso na semana passada foi concedido pela então responsável pelo plantão judiciário, desembargadora Marilia de Castro Neves Vieira. A nova prisão foi decretada na quinta-feira e, no mesmo dia, o primeiro habeas corpus foi negado no plantão judiciário por outra desembargadora, Flavia Romano de Resende.

Na decisão, pesou contra o acusado o fato de estar foragido. Naquele mesmo dia, Whelan foi flagrado fugindo pela porta de serviço do Hotel Copacabana Palace, menos de 20 minutos após ter a nova prisão decretada - e sete minutos antes da chegada da polícia ao local -, acompanhado de seu advogado, Fernando Fernandes.

O novo habeas corpus apresentado pela defesa do CEO da Match ainda será analisado pela desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto.

Mais cinco estrangeiros foram presos suspeitos de vender ingressos para a Copa do Mundo no Brasil. Com 200 bilhetes para o Mundial, os norte-americanos Brian Jack Peters e Roy Richard Beard e a italiana Rafaella foram detidos no Hotel Merlin, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

As entradas custavam 175 dólares, mas estavam sendo comercializado na internet por 1.172 dólares cada um. Além dos bilhetes, foram apreendidos US$ 10 mil, 750 dólares australianos e 160 euros. Os suspeitos foram presos por cambismo e formação de quadrilha. 

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